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Historias & Historinhas

 

   Os Cisnes Selvagens

 

Era uma vez um rei, pai de onze filhos e de uma princesa: Elisa.

Infelizmente, o rei ficou viúvo e se casou com uma mulher malvada, que odiava os enteados.

Com uma mágica malvada, os transformou em cisnes. Conseguiu expulsar Elisa, que se refugiou em uma floresta.

A moça infeliz, andou por muito tempo na mata, esperando encontrar os seus amados irmãos.

Um dia, sua viagem solitária a levou às praias do Mar do Norte.

Enquanto andava no meio das conchas trazidas pelas ondas, Elisa viu onze cisnes com uma coroa na cabeça, voando no céu e depois pousando naquela praia deserta.

No solo, os pássaros se transformaram em onze belíssimos jovens. Elisa reconheceu os seus irmãos e cheia de felicidade, correu a abraçá-los.

– Querida irmãzinha! Que sorte encontrar-te, pois iremos para uma terra distante, viajando dois dias sobre o mar!

– Levem-me com vocês, pediu a moça.

– Cara Elisa, não é possível! Mal cai o sol, retomamos a forma humana e isso nos obriga a procurar toda noite um refúgio. Levando-te, também, não chegaremos em tempo.

Mas, Elisa chorava desesperada e, então, os irmãos decidiram arriscar-se e levá-la. Prepararam uma maca que seria carregada por todos durante o vôo.

A viagem foi cansativa, mas encontraram refúgio para a noite.

Naquela noite, Elisa sonhou que uma fada lhe sugeriu: — Se queres salvar os teus irmãos, tece-lhes túnicas de urtiga. Mas, cuidado, de tua boca não deverá sair nenhuma palavra até que tenhas terminado. Então, joga a as túnicas em cima de teus irmãos e eles serão libertados do encanto.

Ao final do segundo dia, os cisnes chegaram a uma ilha e pousaram Elisa diante de uma gruta: a sua morada. A entrada da gruta estava escondida por urtigas. Elisa lembrou o sonho e sem cuidar-se da dor, começou a colhê-las.

Os irmãos, primeiro, não entenderam o que houve e se espantaram, quando perceberam que não falava. Mas, pelo seu olhar, entenderam que estava ajudando a libertá-los do cruel destino.

Um dia, Elisa foi vista por um jovem rei que se apaixonou por ela. Quis levá-la consigo, mas ela devia calar-se. Sentiu-se perdida.

O rei, Vendo-a triste, deixou-a levar consigo as estranhas túnicas e a moça recomeçou a esperar. Mas também no castelo continuava a tecer e levantou suspeitas do conselheiro. Este a vigiava sempre e uma noite a viu no cemitério para colher urtigas. Então, teve certeza: Elisa era uma bruxa.

O conselheiro contou ao rei e o fez seguir Elisa. Ele a viu colhendo urtigas e também achou que ela era uma bruxa. Mandou prendê-la.

Elisa foi condenada à fogueira. Mas na cadeia com as suas túnicas e as urtigas colhidas, continuou a trabalhar.

De madrugada, foi levada sobre uma carroça ao lugar da execução. De súbito, onze cisnes pousaram ao lado. Elisa havia terminado as túnicas.

Jogou-as sobre as brancas aves.

O encanto se desfez e surgiram onze príncipes.

O povo emudeceu de espanto e Elisa, devido ao cansaço, desmaiou. Os irmãos contaram a verdade ao jovem rei e ao povo.

O jovem rei reconheceu o próprio erro e se casou com Elisa. Os irmãos voltaram ao pai e lhe contaram tudo. A malvada rainha foi expulsa para sempre e para bem longe.

 

 

 

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