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…….. . Histórias & Historinhas A história da árvore do Paraíso No início do mundo, o Grande Criador plantou um jardim. Inúmeras plantas formosas cresciam em
cada um dos seus diferentes campos. Havia jardins de florestas,
completamente cobertos de musgo verde e campainhas ondulantes, que acenavam
timidamente ao vento. Pequenos seres povoavam estes jardins, farejando e
sussurrando a toda a hora. Havia jardins de pradarias cheios de
ervas oscilantes, que os animais percorriam com passadas graciosas. Havia também jardins subaquáticos, para
os seres do mar profundo. Tinham folhas roçagantes, arrastadas pelas
correntes, e misteriosas flores de pétalas trémulas. Os mais belos de todos eram os jardins de
árvores. Eram tão altas que tocavam o céu. Nessas árvores, os pássaros todos
faziam os seus ninhos. Os ramos, cheios de folhas, enchiam-se de trilos e
chilreios, de gorjeios e assobios, de melodias trinadas, que caíam em sonora
cascata para deleite do mundo. O Grande Criador pediu aos homens que
tomassem conta do mundo e construíssem para si próprios casas simples e
seguras, num dos jardins de que gostassem. Mas o tempo foi passando e as pessoas
tornaram-se cada vez mais ambiciosas… — Vamos construir CASAS MAIORES! —
disseram. — Há materiais de construção em
abundância para usarmos como quisermos. Em breve começaram a construir
palácios. Cada novo edifício era mais alto do que
o anterior e os palácios eram feitos cada vez com mais magnificência. As suas salas às centenas estavam
cheias de todo o tipo de luxos… mas a ambição das pessoas não conhecia
limites. Os jardins do mundo foram caindo em
ruínas, cada um deles imagem da mais desoladora devastação. Todas as árvores tinham sido abatidas. Os pássaros agitavam-se tristemente no
chão frio, tentando, com desespero, construir novos ninhos. As suas canções foram silenciadas. Então, do alto do seu palácio, uma
criança olhou para o mundo devastado e chorou. — Desce à terra — sussurrou-lhe, por
entre o vento, a voz do Criador. — Lá encontrarás uma semente, que deves
semear num local onde possa crescer em segurança. A correr, a criança desceu as escadas
em caracol da torre do palácio. Pousada na terra, estava uma semente
castanha, enrugada, feia. A criança pegou na semente com
delicadeza. — Onde poderei semeá-la em segurança? —
perguntou-se. Foi caminhando, caminhando, até que
chegou a uma vala na qual uma lama escura corria lentamente e alguns juncos
baloiçavam no vento frio. — Coloca-a aqui, onde nunca ninguém
vem! — parecia sussurrar o vento. E foi ali que a menina enterrou a
semente. Devagar, em silêncio e completamente
invisível, a semente começou a germinar. Cresceu e fez-se uma árvore forte. Sob
os seus ramos, outros jardins começaram a florescer. Em breve, as criaturas
reuniram-se à sua volta. A árvore cresceu mais alto do que todos
os palácios. Os pássaros voavam por entre os seus ramos e aí construíam os
ninhos. Cresceu tanto, que chegou ao Paraíso. E
quem assim o desejasse, poderia subir pelos seus ramos até ao Jardim do
Paraíso do Grande Criador. Tradução e adaptação Mary
Joslin The tale of the heaven tree Oxford
, Lion Publishing, 2001 Para: - Continuar a leitura em: Histórias - Voltar
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