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…….. . Histórias & Historinhas Anita no jardim zoológico
O hipopótamo tem
um ar enjoado. - Já sei - diz Pantufa, o cão. - Comeu
muito. Que pesadão! Já nem pode sair da água. - Não -diz um pardal que vai pousar na
borda do lago. - O mal dele é dormir demais. Apesar disso, passa a vida a
bocejar. - Talvez esteja aborrecido por não ter
que fazer - remata Pantufa. O urso -branco está a tomar o seu banho
habitual. Uff ! Que calor! Aproxima-se, com o focinho no ar, para
respirar melhor. - Não acham que tenho razão? Bem
entendido, a água do jardim Zoológico não está má. Mas lá no pólo, donde me
trouxeram, aí sim! … Aí é que ela está boa! - O urso é um descontente - diz o camelo.
Mas cá para mim tudo está bem. Não tenho de que me queixar. Desde que haja
sol… Ah, se pudessem imaginar o que é o deserto, e os oásis, as miragens! E, no entanto, agrada-me estar aqui. Todo
o dia passeio as crianças, e acho isso bem divertido! E elas também, não é
verdade? A macaca não faz outra coisa senão olhar
pelos filhos. O mais velho é um vivo demónio: - Sossega, por um momento! -repreende a
mãe. Outro só quer guloseimas. - Vá, não comas tantos amendoins! Mas o mais novo é mais travesso ainda. - Acaba lá de balançar. Não vês que estão
todos a olhar para ti? - Que alta é a girafa ! - diz Pantufa. -
Se não tivesse um pescoço tão comprido não lhe chegava à cabeça. - Como se há-de fazer para lhe dizer um
segredo ao ouvido? - pergunta o Pedro. No jardim Zoológico há três elefantes :
pai, mãe e filho. As crianças juntam-se em volta deles e
oferecem-lhes amendoins. Quem os leva das mãozinhas abertas até à
boca dos elefantes? A tromba, que anda para cá e para lá. Donde vieram estes belos exemplares? Da
longínqua Ásia. Banhavam-se nos rios, atravessavam as
enormes florestas, derrubavam árvores à sua passagem. Agora aqui estão, felizes por terem tantas crianças à sua
volta … e tantos amendoins. - Que animal é aquele? Tem um lindo
pijama às riscas e é mesmo parecido com o cavalo - diz o Pedro. - Mas não é um cavalo, é uma zebra –
ensina a Anita. O guarda do Jardim Zoológico explica que
a zebra é inteligente como o cão, veloz como o vento, corajosa como o leão. Para onde quer que vá, a família Pinguim
anda sempre em trajo de cerimónia. Nas regiões geladas, donde vieram todos,
não vestiam de maneira diferente. Lá ninguém os observava, mas o seu trajo
era já impecável. Agora, no jardim Zoológico, não faltam
olhos a sua volta. É bom andar sempre prevenido com o fato
das ocasiões não é verdade? - Olha os cangurus ! exclama Pantufa. - Que grandes saltos eles dão! - diz o
Pedro. - Donde terão vindo?- pergunta a Anita. O canguru mais novo explica que a mãe
veio da Austrália, e o irmão e o pai e o primo. Vieram todos de barco, excepto
ele. - Eu cá vim na bolsa da mamã. Ela diz que
é muito prática e eu digo que é muito confortável. O nome da minha família é muito difícil
de dizer mas eu já o decorei: é a família dos Marsupiais. Olha o aquário! Que maravilha! Parece que
descemos ao fundo do mar. A tartaruga aproxima-se do vidro e mostra
que nada como qualquer peixe. Veio dos mares do Sul. O que não daríamos nós para ver o que ela
viu! Conheceu o fabuloso tesouro de um navio
pirata afundado, com sabres, peças de oiro, colares de pérolas … O marabu não se conforma: - Importantes só vocês, as gruas, com
chapelinhos de plumas, na última moda. Olham para mim com um olhar superior.
Quando se dignam dirigir-me a palavra? As gruas não o ouvem, ou fazem que não o
ouvem. Continuam o passeio, tagarelando,
tagarelando, falando de tudo menos dele, o marabu. Sim, sentem-se superiores. - Quem, como eu -diz a águia -,pode
orgulhar-se de ter subido mais alto e de olhar o Sol de frente? A minha prima
coruja, que só anda de noite? Ou o agoirento mocho, que vive na velha
torre, cheia de teias de aranha? Só eu conheço a beleza das neves eternas. Só
a mim me chamam o rei das montanhas. - São engraçados, não são, Pedro?- diz
Anita. “Flamingos” é o nome que está na
etiqueta. - Admira como podem ser de um cor-de-rosa
tão belo! - comenta o Pantufa. - Ainda admira mais que duas pernas tão
finas possam com o peso do corpo -diz o Pedro. -Duas? Às vezes estão sobre uma só e não
se quebra - explica um macaquinho que chegou a correr até à borda do lago,
apreciando à sua maneira a beleza cor-de-rosa dos flamingos. Mas a tarde passou depressa. O guarda
percorre o jardim Zoológico, agitando a sineta e dizendo: - Vai fechar … Vai fechar … Anita, Pedro e Pantufa aprenderam hoje
muitas coisas. E ainda não viram tudo. Não viram os tigres, os lobos, os
bisontes, os avestruzes, as serpentes, os crocodilos … Pois bem: é preciso voltar outra vez ao
jardim Zoológico. FIM DO LIVRO Para: - Continuar a leitura em: Histórias - Voltar
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