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…….. . Histórias & Historinhas A cerejeira do Natal O senhor Tadeu tinha, lá na horta, uma cerejeira de que gostava muito. Quando chegava o tempo das cerejas, era uma fartura, uma doçura que não havia igual. Pois
é, mas os pardais também diziam o mesmo. Tinham uma predilecção por aquela
cerejeira, como se as cerejas fossem de mel. Eram quase. O
senhor Tadeu enxotava-os, pendurava fitas nos ramos para assustá-los e chegou
a armar um espantalho de vassoura na mão, que prendeu no alto da cerejeira.
Fazia vista, mas não metia medo. Mal
chegava o tempo das cerejas amadurarem, a pardalada vinha em excursão festiva
para o meio da cerejeira. Depenicavam com tal arte que chegavam a deixar só o
caroço das cerejas, preso ao pezinho suspenso da árvore. Um desespero para o
senhor Tadeu. Há
dias, encontrei-o, na loja de artigos de Natal, a carregar um enorme
embrulho. —
Ena! — exclamei eu. — O seu pinheiro vai ficar bem enfeitado. —
Não é para o pinheiro — emendou o senhor Tadeu. — É para a cerejeira. Então,
explicou-me o seu plano. Quando, da Primavera para o Verão, os frutos da
cerejeira começassem a engordar, ele ia enfeitar a árvore com sininhos e
bolas de Natal. —
Para os pardais julgarem que é um pinheiro — concluí eu, pouco convencido da
eficácia do projecto. — Eles são mais espertos do que isso. Seriam,
de facto, reconheceu o senhor Tadeu, mas também são uns passarinhos
alarmados. Detestam ruídos imprevistos. Ouvindo os sininhos agitados pelo
vento, fogem. E as bolas de Natal, brilhando ao sol, também hão-de meter-lhes
respeito. O
senhor Tadeu lá se foi, muito contente com o seu plano. Resulte ou não
resulte, a cerejeira há-de gostar. António Torrado Para: - Continuar a leitura em: Histórias - Voltar
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