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Diferenças entre
Umbanda, Candomblé e Quimbanda Candomblé, Quimbanda (ou Kimbanda), Umbanda, estas são as principais
denominações entre religiões afro-brasileiras.
Alguns, negam a estas crenças o status de
"religião": 1. porque não se enquadram na idéia de "religião
oficial"; 2. porque são praticadas por minorias sociais. No Brasil,
embora muito se fale do Candomblé e da Umbanda, os números oficiais, do IBGE,
não deixam qualquer dúvida quanto a essa condição de minoria que é uma
realidade das religiões afro-brasileiras. No censo de 2000, em uma população
que ultrapassa 160 milhões de habitantes, pouco mais de 525 mil pessoas se
declararam adeptas do Candomblé e da Umbanda, embora outros tantos milhares
de não-adeptos freqüentem
terreiros e tendas como "clientes". Os dados também revelaram que
existem mais Umbandistas que "candomblezistas"... [Umbanda: 397.431 ─
Candomblé: 127.582, em universo onde mulheres são a maioria... meditemos...].
Sobre os clientes, escreve Reginaldo Prandi: "[O candomblé] ...como agência de serviços mágicos... oferece ao não-devoto a possibilidade de encontrar solução para problema
não resolvido por outros meios, sem maiores envolvimentos com a religião. [O
cliente é] ...consumidor de serviços mágicos que a
religião oferece também aos não-devotos, sob
pagamento... - [PRANDI, p 12]... E sobre as religiões afro-brasileiras como
minorias, comenta Prandi: "Em 2001, Ricardo Mariano,
analisando o crescimento evangélico, em sua tese de doutorado, fez uma
descoberta sensacional. Descobriu que as religiões afro-brasileiras
estavam perdendo fiéis... E apontou como razão o enfrentamento
com as igrejas pentecostais [[os
evangélicos, até porque os pastores se apropriaram de rituais do candomblé ou
adaptaram esses rituais como o descarrego, o banho com a
rosa branca, os passes e juntaram tudo isso com o apelo à figura de Jesus
Cristo!]. ...Pode-se ver que a perda de fiéis do conjunto afro-brasileiro
se deve ao encolhimento da Umbanda. Como o pequeno crescimento do Candomblé
não é suficiente para compensar as perdas umbandistas,
o conjunto todo se mostra, agora, debilitado e declinante diante do avanço pentecostal." [PRANDI, p 17/18] No imaginário popular,
especialmente daqueles pouco informados sobre estas religiões, Candomblé,
Kimbanda, Umbanda não "tudo a mesma coisa", "tudo
macumba!", não reconhecendo cada uma como credo distinto, como se não
houvesse diferença entre suas teologias, liturgias e origens históricas.
Porém, o estudo, ainda que superficial revela que as três não se confundem;
ao contrário, diferem significativamente em suas características essenciais e
o único fato que têm em comum é a adoção de
elementos da cultura religiosa afro-brasileira e,
por brasileira, entenda-se catolicismo no molde português colonial. Diferenças em Linha Gerais Candomblé, Quimbanda e Umbanda distinguem-se: 1. pelas
natureza das entidades cultuadas e/ou
invocadas/evocadas; 2. pelos
procedimentos do culto; 3. pelos
elementos culturais componentes do sincretismo; 4. e,
finalmente, pelo uso que se faz das forças metafísicas acionadas.
Considerando estes aspectos,
notar-se-á, imediatamente, que o Candomblé difere da Quimbanda
e da Umbanda de forma mais enfática enquanto Quimbanda
e Umbanda são muito mais próximas. No Candomblé, os cultuados, os
Orixás [ou Orijás] são considerados deuses; na Quimbanda e na Umbanda, ainda que o culto também invoque
e evoque Orixás, estes são considerados meros espíritos ancestrais mais
antigos ao lado de numerosas outras entidades representativas de ancestrais
mais modernos e/ou contemporâneos. No Candomblé, os deuses, desde de
sua origem em terras africanas, também são ancestrais porém sua antiguidade
remonta a tempos imemoriais. São como os heróis e deuses gregos, grandes
reis, guerreiros e personagens que viraram mitos, foram mitificados
e, assim, alcançaram a condição de divindades.
O mesmo processo que originou o panteão greco-romano. Muito além da fantasia
popular, os deuses gregos também foram personagens fundadores de
Civilizações, de um tempo antediluviano, como Poseidon
[ou Netuno] que, segundo a tradição relatada por
Platão, em Crítias, foi o último rei Atlante
da última grande ilha remanescente da lendária Atlântida. Na Quimbanda
e na Umbanda, os ancestrais são vistos como antepassados mesmo, pessoas
mortas, homens e mulheres proeminentes e/ou sábios ou, ainda, perversos. São
Espíritos que baixam no culto [evocação, sem incorporação] ou
incorporam nas pessoas [invocação] a fim de atuar
no mundo dos vivos. A Umbanda reivindica propósitos
sempre voltados para o bem, com um discurso claramente cristão. A Quimbanda, embora seus teóricos neguem, é fortemente
associada à magia negra, aos trabalhos para o mal e, além de para espíritos
humanos desencarnados, como na Umbanda, também se
utiliza de seres não-humanos: larvas [criações da
mente dos sacerdotes-magistas], demônios
[Espíritos obcessores] e elementais. Nas palavras do místico e escritor
José Romero Romeiro Abrahão:
"A Quimbanda é um culto mágico às Entidades
malévolas, denominadas Exus, Quimbandeiros...
Em geral, na Quimbanda só se trabalha para o mal de
alguém ou então para submeter uma pessoa à vontade da outra". (Fonte:
Lígia Cabús) Ir para Umbanda |
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