A Bíblia das Bruxas
1- Iniciação do Primeiro Grau
Formalmente a iniciação de primeiro grau
torna-a uma bruxa(o) comum. Mas é claro que é um pouco mais complicado que
isso.
Como todos os bruxos experientes, existem
algumas pessoas que são bruxas (ou bruxos) de nascimento muitas vezes podem
tê-lo sido desde uma encarnação passada. Uma boa Sumo-Sacerdotisa ou
Sumo-Sacerdote costuma detectá-las. Iniciar um destes bruxos não é "fazer
uma bruxa"; é muito mais um gesto bidirecional de identificação e
reconhecimento e claro, um Ritual de boas-vindas de uma mais-valia de peso ao
Coventículo.
No outro extremo, existem os que são mais
lentos ou menos aptos muitas vezes boas pessoas, sinceras e trabalhadoras que o
iniciador sabe que têm um longo caminho a percorrer, e provavelmente muitos
obstáculos e condições adversas a ultrapassar, antes de se poderem chamar
verdadeiros bruxos. Mas mesmo para estes, a Iniciação não é um mero formalismo,
se o iniciador conhecer a sua Arte. Pode dar-lhes uma sensação de integração,
um sentimento que um importante marco foi ultrapassado; e apenas por lhes
atribuir a qualidade de candidato, (apesar de não parecer terem qualquer dom),
o direito de se auto-denominarem bruxos, encoraja-os a trabalhar arduamente
para merecerem esta qualidade. E alguns menos aptos podem tomá-lo de surpresa
com uma aceleração súbita no seu desenvolvimento após a iniciação; então
saberão que a iniciação resultou.
No meio, encontra-se a maioria; os candidatos
de potencial médio e forte capacidade de evolução que, se apercebem de uma
forma mais ou menos clara que a Wicca é o caminho que têm procurado e porquê,
mas que ainda estão no início da exploração das suas capacidades. Para estes,
uma Iniciação bem conduzida pode ser uma experiência poderosa e incentivante,
um genuíno salto dialéctico no seu desenvolvimento psíquico e emocional. Um bom
iniciador tudo fará para que isso aconteça.
Na verdade, o iniciador não está sozinho na
sua tarefa (e não nos estamos apenas a referir ao apoio de algum companheiro ou
dos outros membros do Coventículo). Uma Iniciação é um Ritual Mágico, que evoca
poderes e deve ser conduzido com a confiança plena que esses poderes invocados
se irão manifestar.
Toda a iniciação, em qualquer religião
genuína, é uma morte e renascimento simbólicos, suportados de forma consciente.
No Ritual Wicca este processo é simbolizado pela venda e amarração, o desafio,
a provação aceite, a remoção final da venda e das amarras é a consagração de
uma nova vida. O iniciador deve manter este objectivo claro na sua mente e
concentrar-se nele, e o Ritual em si deve provocar a mesma sensação na mente do
candidato.
Em séculos mais remotos a imagem de morte e
ressurreição era sem dúvida ainda mais notória e explícita e provavelmente
desenrolava-se ainda com muito menos palavras. A famosa bruxa de Sheffield,
Patricia Crowther, refere até que ponto ela teve esta experiência durante a sua
Iniciação por Gerald Gardner. O Ritual era Gardneriano normal, basicamente da
mesma forma que o descrevemos nesta secção, mas antes do Juramento, Gardner
ajoelhou-se ao seu lado e meditou durante um bocado. Patricia enquanto esperava
entrou subitamente em transe (que veio a descobrir mais tarde ter durado 40
minutos) ao que parece recordou uma reencarnação passada. Ela viu-se a ser
transportada por um grupo de mulheres nuas numa procissão de archotes que se
dirigia para uma caverna. Elas saíram, deixando-a aterrorizada no meio da
escuridão absoluta. Gradualmente conquistou o seu medo, acalmou e no devido
tempo as mulheres voltaram. Ficaram em linha com as pernas abertas e
ordenaram-lhe que passasse, amarrada como estava, através de um túnel de pernas
que se assemelhavam a uma vagina, enquanto que as mulheres uivavam e gritavam
como se tivessem a ter um filho. Enquanto ela passava, foi puxada pelos pés e
as amarras foram cortadas. A líder encarando-a "ofereceu-me os seus seios,
simbolizando que me iria proteger como ela o faria aos seus próprios filhos. O
corte das amarras simbolizava o corte do cordão umbilical". Ela teve que
beijar os seios que lhe foram oferecidos, tendo sido depois salpicada com água
ao mesmo tempo que lhe diziam que tinha renascido no sacerdócio dos Mistérios
da Lua.
Gardner comentou, quando ela voltou à
consciência: "durante muito tempo eu tive a idéia que se costumava fazer
algo como aquilo que tinhas descrito e agora sei que não estava longe da
verdade. Deve ter acontecido há séculos atrás, muito antes dos rituais verbais
terem sido adaptados pela Arte."
A morte e o renascimento com todos os seus
terrores e promessas, dificilmente poderia ser muito dramatizado; e temos a
sensação que a recordação de Patricia era genuína. Ela obviamente é uma bruxa
nata de há muito tempo atrás.
Mas vamos retornar ao Ritual Gardneriano.
Para este efeito não tínhamos apenas três textos mas quatro; somados aos textos
A, B e C (ver pág. 3?) existe a obra de Gardner denominada High Magic's Aid.
Esta obra foi publicada em 1941, antes da cessação da lei Witchcraft Acts na
Inglaterra e, antes dos seus livros Witchcraft Today (1954) e The Meaning of
Witchcraft (1959). Neste, Gardner revelou pela primeira vez em ficção algum do
material que tinha aprendido com o seu Coventículo. No Capítulo XVII a bruxa
Morven faz o herói Jan atravessar a sua iniciação do 1º Grau e o Ritual é
descrito em detalhe. Pensamos que essa descrição foi muito útil para a
clarificação de um ou dois pontos obscuros, por exemplo, a ordem de "os
pés nem estarem amarrados nem livres", que conhecíamos da nossa própria
Iniciação Alexandrina, mas suspeitávamos estar deslocada. (5).
O Ritual de 1º Grau, provavelmente foi
alterado pelo menos à data em que o Livro das Sombras, atingiu a fase do texto
C. Isto acontece porque de entre o material incompleto na posse do Coventículo
de New Forest teria sido naturalmente a parte que sobreviveu mais completa na
sua forma original. Gerald Gardner não teria necessidade de preencher as falhas
com material Crowleiano ou outro material não wiccano e desta forma Doreen
Valiente não teve que sugerir o tipo de transcrição que era necessário
"por exemplo para o da energia exortação".
Na prática wiccana, um homem é sempre
iniciado por uma mulher e uma mulher por um homem. E apenas uma bruxa de 2º ou
3º Grau pode conduzir uma Iniciação. Existe uma exceção especial a cada destas
regras.
A primeira exceção, uma mulher pode iniciar a
sua filha ou um homem o seu filho, "porque são parte deles". Alex
Sanders ensinou-nos que isto poderia ser feito numa emergência, mas o Livro das
Sombras de Gardner não apresenta esta restrição.
A outra exceção, refere-se a única situação
em que uma bruxa(o) de 1º Grau (e uma totalmente nova), pode iniciar outra. A
Wicca põe grande ênfase na parceria de trabalho homem/mulher e muitos
Coventículos ficam deliciados quando um casal avança para a Iniciação juntos.
Um método muito agradável de levar a cabo uma dupla Iniciação como esta, é
exemplificado pelo caso de Patrícia e Arnold Crowther (que na altura ainda eram
casados) por Gerald Gardner.
Gardner, começou por Iniciar Patrícia
enquanto Arnold esperava fora do quarto, então ele pôs o Livro das Sombras nas
mãos dela incitando-a enquanto ela própria iniciava Arnold. "Esta é a
forma que sempre foi feita", disse-lhe Gardner mas temos que admitir que
esta forma era desconhecida para nós até lermos o livro de Patrícia.
Gostamos desta fórmula; cria uma ligação
especial, no sentido wiccano da palavra, entre os dois Iniciados desde o
princípio no trabalho do Coventículo. Doreen Valiente confirmou-nos que esta
era a prática freqüente de Gardner, e acrescenta: "De outra forma, no
entanto, mantínhamos a regra que apenas um bruxo de 2º ou 3º Grau poderia fazer
uma Iniciação".
Gostávamos de mencionar aqui duas diferenças
"para além dos pequenos pontos que se notam no texto", entre o Ritual
de Iniciação Alexandrino e o Gardneriano, este último temos tomado como modelo.
Não mencionamos estas diferenças com algum espírito sectário todos os
Coventículos vão e devem fazer o que sentem melhor para eles mas apenas para
registrar qual é qual e expressar as nossas próprias preferências, aquelas que
nos servem de modelo.
Primeiro, o método de trazer o Postulante
para o Círculo. Na tradição Gardneriana ele é empurrado para o Círculo, por
trás; depois da declaração do Iniciador, "Eu dou-te uma terceira para
passares através desta Porta do Mistério", ele apenas acrescenta de forma
misteriosa "dá-lhe".
O livro High Magic's Aid é mais específico:
"Abraçando-o por trás com o seu braço esquerdo à volta da cintura e põe o
braço direito dele à volta do seu pescoço e vira-se para ela e diz: "Eu
dou-te a terceira senha; "Um beijo". Ao dizer isso, ela empurra-o com
o seu corpo através da porta para dentro do Círculo. Uma vez lá dentro ela
liberta-o, segredando: "Esta é a forma que todos são trazidos pela
primeira vez para o Círculo" (High Magic's Aid, pág. 292).
É claro que, o pacto de pôr o braço direito
do Iniciador à volta do pescoço não é possível se os pulsos destes estiverem
amarrados; e rodar a sua cabeça com a sua mão para o beijar sobre o ombro, é
quase impossível se ele for muito mais alto que ela. Esta é a razão por que
sugerimos que ela o beije antes de passar por detrás dele. É o pacto de
empurrar por trás que é a tradição essencial; por certo que o Coventículo de
Gardner sempre o fez.
"Penso que a intenção original era ser
uma espécie de teste", diz-nos Patrícia, "porque alguém podia
perguntar, como no High Magic's Aid, quem te trouxe para um Círculo?" a
resposta era "Eles trouxeram-me por trás".
A prática Alexandrina era segurar os ombros
do iniciado à sua frente, beijá-lo e então puxá-lo para dentro do Círculo,
rodando-o em sentido dócil. Esta foi a forma como fomos os dois Iniciados e não
nos sentimos pior por isso.
Mas não vemos nenhuma razão, agora, para
partir da tradição original especialmente porque ela tem um interesse histórico
inerente; por isso, viramo-nos para o método Gardneriano.
Quando Stewart visitou o Museu das Bruxas na
Ilha de Man em 1972 (à data aos cuidados de Monique Wilson, a quem Gardner
deixou a sua colecção insubstituível que ela mais tarde de forma imperdoável
vendeu à América), Monique disse-lhe que como não tinha sido empurrado por trás
para dentro do Círculo na sua Iniciação, "nenhuma verdadeira bruxa se
associaria a ele". Então ela ofereceu-se para o iniciar "da forma
devida". O Stewart agradeceu-lhe educadamente mas declinou o convite. As
precauções e os formalismos poderiam ter um fundamento válido nos tempos das
perseguições; insistir no assunto agora é mero sectarismo.
O segundo maior afastamento Alexandrino da
Tradição reside no pacto de tirar as medidas. Os Coventículos Gardnerianos
retém a medida; os Alexandrinos da Tradição devolvem-nas ao Postulante.
No Ritual Alexandrino, a medida é tirada com
um fio vermelho de linho, não composto, apenas da coroa aos calcanhares,
omitindo as medidas da cabeça, peito e ancas. O Iniciador diz: "Agora
vamos tirar-te as medidas e medimos-te da coroa da tua cabeça até às solas dos
teus pés. Nos tempos antigos, quando ao tirarem a tua medida também retiravam
amostras do cabelo e unhas do teu corpo. O Coventículo guardaria então a medida
e as amostras e se tentasses sair do Coventículo trabalhariam com eles para te
trazer de volta e nunca mais de lá sairias. Mas como vieste para o nosso
Círculo com duas expressões perfeitas, Amor Perfeito e Confiança Perfeita,
devolvemos-te a medida, e ordenamos-te que a uses no teu braço esquerdo".
A medida é atada à volta do braço esquerdo do
Postulante até ao fim do Ritual, depois do qual, poderá fazer aquilo que
entender com ela. A maior parte dos Iniciados destroem-nos, outros guardam-nos
como recordação, outros põe-nos em medalhões e dão-nos de presentes aos seus
companheiros de trabalho.
O simbolismo do "Amor e Confiança"
no costume Alexandrino é claro, e alguns Coventículos podem preferi-lo. Mas
sentimos que há ainda mais a dizer acerca do Coventículo guardar a medida, não
como chantagem, mas como uma lembrança simbólica da nova responsabilidade do
Iniciado perante o Coventículo. De outra forma não parece fazer sentido algum
tirá-la.
Doreen diz-nos: "A idéia de devolver a
medida é, na minha opinião, uma inovação de Sanders. Na tradição de Gerald, era
sempre retida pelo Iniciador. Nunca, no entanto, existia alguma intenção que a
medida fosse utilizada na forma chantagista descrita no Ritual Alexandrino. Ao
invés, se alguém quisesse sair do Coventículo, eram livres de o fazer, desde
que respeitassem da confiança dos outros membros e mantivessem os Segredos.
Afinal de contas, qual é a lógica de manter alguém no Coventículo contra a sua
vontade? As suas más vibrações só estragariam tudo. Mas nos tempos antigos a
medida era usada contra qualquer pessoa que deliberada e maliciosamente traísse
os Segredos. Gerald disse-me que "a medida era então enterrada num local
lamacento, com a maldição de que apodrecesse, assim como o traidor".
Lembrem-se, traição naqueles tempos era uma questão de vida ou de morte
literalmente!"
Sublinhamos de novo perspectivas das
diferenças em detalhe, podem ser fortemente mantidas, mas no final é a decisão
do Coventículo que interessa quanto a uma forma particular, ou até em encontrar
uma forma própria. A validade de uma Iniciação não depende nunca dos
pormenores. Depende apenas, da sinceridade e efetividade psíquica, espiritual
do Coventículo, e da sinceridade e potencial psíquico do Iniciado. É como diz a
Deusa na Exortação: "E aquele que pensa em procurar-me, saiba que procurar
apenas e ter compaixão não o ajudará, a menos que conheça o Segredo: que aquilo
que não procure e não encontre dentro dele, então nunca o encontrará sem ele.
Para verem, eu tenho estado contigo desde o Início; E Eu sou aquilo que se
alcança no fim do desejo".
Dar importância demasiado aos pormenores tem
sido, infelizmente, a doença de muitas doutrinas cristãs, incluindo aquelas que
tinham as suas origens na beleza; os bruxos não devem cair na mesma armadilha.
Somos tentados a dizer que as doutrinas deviam ser escritas por poetas e não
por teólogos.
Uma palavra para os nomes Cernunnos e Aradia,
os nomes de Deuses usados no Livro das Sombras de Gardner. Aradia, foi adaptada
dos bruxos da Toscânia (ver o livro de Charles G. Leland, Aradia, O Evangelho
do Bruxos); sobre as suas possíveis ligações celtas, ver o nosso livro Oito
Sabbats para Bruxas, p. 84. Cernunnos (ou como lhe chama Jean Markale no seu
Mulheres Celtas, Cerunnos) é o nome dado pelos arqueólogos ao Deus Cornudo
celta, porque não obstante terem sido encontradas muitas representações deste,
em todo o lado desde o Caldeirão Gundestrop até ao monte Tara (ver fotografia
10), apenas uma destas tem um nome inscrito um baixo relevo encontrado em 1710
na Igreja de Notre Dame em Paris, que se encontra agora no Museu de Cluny na
mesma cidade. O sufixo "-os"sugere ter sido uma helenização de um
nome celta; os druidas são conhecidos por serem familiares com o grego e terem
usado este alfabeto para as suas transacções em assuntos vulgares, apesar neste
caso as letras actuais serem romanas. Note-se também que o grego para
"corno" é (Keras). Doreen Valiente sugere (e concordamos com ela) era
na verdade Herne (como em Herne o Caçador, do Windsor Great Park). "Alguma
vez ouviram o choro de um Veado (Fallow deer) no cio?" pergunta ela.
"Ouvirão sempre durante o cio outonal do Veado na New Forest, e soa
exactamente como "HERR-NN... Herr-rr-nn..." repetido vezes sem conta.
É um som emocionante e nunca o esqueceremos. Agora, das pinturas rupestres em
grutas e estátuas que encontramos dele, Cernunnos era eminentemente um
Deus-Veado. Então como é que os mortais o denominaram melhor? Certamente pelo
som que da forma mais intensa lembra um dos grandes Veados da Floresta".
Para cada um deles podemos acrescentar que o
intercâmbio dos sons "h" e "k" é sugerido pelos nomes de
lugares como Abbas em Donset, local do famoso Gigante de Hillside. Existe um
número razoável de lugares denominados Herne Hill em Inglaterra, bem como duas
Herne Villages, uma Herne Bay, uma Herne Drove, uma Hernebridge, uma Herne
Armour, uma Herne Pound, e por aí fora. Herne Hill é algumas vezes explicado
como significando "Monte da Garça" mas, como Doreen explica, as
garças procriam junto aos rios e lagos e não em montes; "parece mais
provável para mim que Herne Hill era sagrado para o Velho Deus".
No Livro Alexandrino das Sombras, o nome é
"Karnayna" mas esta forma não surge em mais nenhum local, que quer eu
quer a Doreen tenhamos visto. Ela pensa que "é provavelmente não concerteza
uma confusão auditiva com Cernunnos. O nome actual pode ter sido omitido no
livro de onde Alex copiou, e ele teve que se apoiar numa recordação verbal de
alguém". (conhecendo o Alex, diriamos "quase de certeza"!)
No texto que se segue, o Iniciador pode ser a
Sumo-Sacerdotisa ou o Sumo-Sacerdote, dependendo se o Iniciado for homem ou
mulher; assim, referimo-nos ao Iniciador como "ela" por uma questão
de simplicidade, e ao "Postulante" (mais tarde "Iniciado")
como "ele" apesar de poder ser ao contrário, obviamente. O
companheiro de trabalho do Iniciador, quer seja Sumo-Sacerdotisa ou o
Sumo-Sacerdote, tem certamente também deveres a desempenhar, e é referido como
o "Companheiro".
A Preparação
Tudo é preparado como para um Círculo normal,
com os itens adicionais seguintes também preparados:
·
Uma venda;
·
Uma distância de fio ou corda fina (pelo
menos 2,50m);
·
Óleo de unção;
·
Um pequeno sino de mão;
·
Três comprimentos de corda vermelha: uma com
2,75m e duas com 1,45m.
Também é usual, mas não essencial, que o
Postulante traga o seu próprio novo Athame, e corda vermelha, branca e azul
para serem consagradas imediatamente após a sua Iniciação(1). Devem dizer-lhe,
logo que saiba que vai ser Iniciado, que tem de adquirir qualquer faca de cabo
preto com que se identifique. A maior parte das pessoas compra um punhal com
bainha vulgar (a bainha é útil, para transportá-lo de e para o local de
encontro) e pintam o cabo de preto (se já não for, claro). Pode não haver tempo
para ele gravar os Símbolos tradicionais no cabo (ver Secção XXIV) antes de ser
consagrado; isto pode ser feito mais tarde nos tempos livres. Alguns bruxos
nunca chegam a inscrever quaisquer Símbolos, preferindo a Tradição alternativa,
que diz que os instrumentos de trabalho não devem ser identificáveis como tal
para algum estranho(2); ou porque o padrão do cabo do punhal escolhido não
permite gravações. (O Athame do Stewart, agora com 12 anos, tem os Símbolos
inscritos; o de Janet, com a mesma idade mas com um cabo com padrão, não tem; e
temos outro Athame feito à mão por um artesão amigo que tem um cabo de pé de
Veado que obviamente não dá para gravar). Sugerimos que as lâminas dos Athames
sejam cegas, uma vez que nunca são usadas para cortar seja o que for mas são
usadas para gestos rituais no que pode ser um Círculo apertado e populoso:
As três cordas que o iniciado tem que trazer
devem ter 2,75m de comprimento cada. Gostamos de evitar que as pontes das
cordas se desfaçam usando fita ou atando-as com fio da mesma cor. No entanto,
Doreen diz: "Atamos nós às pontas para evitar que se soltem e a medida
essencial calcula-se de nó em nó."
Também se lhe deve dizer para levar a sua
própria garrafa de vinho tinto até para lhe dar a entender logo de princípio
que as despesas de comida e bebida para o Coventículo, quer seja vinho para o
Círculo ou alguma comida para antes ou depois do Círculo, não devem cair
inteiramente para a Sumo-Sacerdotisa ou o Sumo-Sacerdote!
Quanto aos itens adicionais listados em cima
qualquer lenço servirá para utilizar como venda, mas deve ser opaco. E a
escolha do óleo de unção cabe à Sumo-Sacerdotisa; o Coventículo de Gardner
usava sempre Azeite virgem. O costume Alexandrino diz que o óleo deveria
incluir um toque do suor da Sumo-Sacerdotisa e do Sumo-Sacerdote.
O Ritual
Antes do Círculo ser fechado, o Postulante é
posto fora do Círculo a Nordeste, vendado e amarrado, por bruxos do sexo
oposto. O pacto de atar é feito com as três cordas vermelhas(3) - uma com 2,75m
e as outras duas com 1,45m. A corda maior é dobrada ao meio para os pulsos
serem amarrados juntos atrás das costas e as duas pontas são trazidas para a
frente por cima dos ombros e atadas em frente ao pescoço, com as pontas caídas
a formar uma pega por onde o Postulante pode ser dirigido(4). Uma corda pequena
é atada no tornozelo direito e a outra por cima do joelho esquerdo cada uma com
as pontas bem escondidas para que o não magoem. Enquanto se estiver a corda no
tornozelo, o Iniciador diz:
"Pés nem presos nem livres."(5)
O Círculo está agora aberto, e o Ritual de
Abertura procede como normalmente, exceptuando o "Portão" a Nordeste
que não está ainda fechado e o exortação não ter sido dita. Depois do Atrair a
Lua(6), o Iniciador dá a Cruz Cabalística(7), como se segue: "Ateh"
(tocando na testa), "Malkuth" (tocando no peito),
"ve-Geburah" (tocando no ombro direito), "ve-Gedulah"
(tocando o ombro esquerdo), "le-olam" (apertando as mãos à altura do
peito).
Depois das Runas das Feiticeiras, o Iniciador
vai buscar a Espada (ou Athame) ao Altar. Ela e o Companheiro encaram o
Postulante.
Então eles declamam o exortação (ver apêndice
B, pp. 297-8).
O Iniciador então diz:
"Ó tu que estás na fronteira entre o
agradável mundo dos homens e os Domínios Misteriosos do Senhor dos Espaços,
tens tu a coragem de fazer o teste?"
O Iniciador coloca a ponta da Espada (ou
Athame) contra o coração do Postulante e continua:
"Porque digo verdadeiramente, é melhor
que avances na minha lâmina e pereças, que tentes com medo no teu coração."
O Postulante responde:
"Tenho duas Senhas. Perfeito Amor e
Perfeita Confiança"(8).
O Iniciador diz:
"Todos os que assim estão são duplamente
bem-vindos. Eu dou-te uma terceira para passares através desta misteriosa
Porta".
O Iniciador entrega a Espada (ou Athame) ao
seu Companheiro, beija o Postulante e passa para trás dele. Abraçando-o por
detrás, empurra-o para a frente, com o seu próprio corpo, para dentro do
Círculo. O seu Companheiro fecha ritualmente a "porta" com a Espada
(ou Athame), que depois recoloca no Altar.
O Iniciador leva o Postulante aos pontos
cardeais em volta e diz:
"Tomai nota, ó Senhores do
Este[Sul/Oeste/Norte] que está devidamente preparado(a) para ser iniciado(a)
Sacerdote (Sacerdotisa) e Bruxo(a)"(9).
Então o Iniciador guia o Postulante para o
centro do Círculo. Ele e o Coventículo circulam à sua volta em sentido deosil,
cantando:
"Eko, Eko, Azarak,
Eko, Eko, Zomelak,
Eko, Eko, Cernunnos(10),
Eko, Eko, Aradia(10)"
Repetido sempre, enquanto empurram o
Postulante para a frente e para trás entre eles, virando-o às vezes um pouco
para o desorientar, até o Iniciador o mandar parar com um "Alto!". O
Companheiro toca o sino três vezes, enquanto o Iniciador vira o Postulante (que
ainda está no centro) para o Altar.
O Iniciador então diz:
"Noutras religiões o Postulante
ajoelha-se enquanto o Sacerdote o olha de cima. Mas na Arte Mágica somos
ensinados a ser humildes, e ajoelhamo-nos para dar as boas-vindas e
dizemos..."
O Iniciador ajoelha-se e dá o "Beijo Quíntuplo" ao Postulante, como se
segue:
"Abençoados sejam os teus pés, que te
trouxeram para estes caminhos" (beijando o pé direito e depois o
esquerdo).
"Abençoados sejam os teus joelhos, que
devem ajoelhar perante o Altar Sagrado" (beijando o joelho direito e
depois o esquerdo).
"Abençoados sejam o teu falo (ventre)
sem o qual não existiríamos" (beijando acima do pêlo púbico).
"Abençoado seja o teu peito, formado na
força [seios, formados na beleza]" (11) (beijando o seio direito e depois
o esquerdo).
"Abençoados sejam os teus lábios, que
irão proferir os Nomes Sagrados" (abraçando-o e beijando-o nos lábios).
O Companheiro passa o comprimento de fio ao
Iniciador, que diz:
"Agora vamos tirar a tua medida."
O Iniciador, com ajuda de outro bruxo do
mesmo sexo, estica o fio do chão aos pés do Postulante até ao alto da sua
cabeça, e corta esta medida com a faca de cabo branco (que o seu Companheiro
lhe traz). O Iniciador então mede-o uma vez à volta da cabeça e ata um nó para
marcar a medida; outra (da mesma ponta) à volta do peito e ata outro nó a
marcar; outra à volta das ancas atravessando os genitais e dá um nó.
Então retira a medida e pousa-a no altar.
O Iniciador pergunta ao Postulante:
"Antes de jurares a Arte, estás
preparado para passar a provação e ser purificado?"
O Postulante responde:
"Estou."
O Iniciador e outro bruxo do mesmo sexo
ajudam o Postulante a ajoelhar-se, e curvar a sua cabeça e ombros para a
frente. Eles soltam as pontas das cordas que atam os tornozelos e os joelhos
juntos(12). O Iniciador vai então buscar o chicote ao Altar.
O Companheiro toca o sino três vezes e diz:
"Três."
O Iniciador dá três chicotadas leves ao
Postulante.
O Companheiro diz: "Sete." (Não
volta a tocar o sino).
O Iniciador dá sete chicotadas leves ao
Postulante.
O Companheiro diz: "Nove."
O Iniciador dá nove chicotadas leves ao
Postulante.
O Companheiro diz: "Vinte e Um."
O Iniciador dá vinte e uma chicotadas leves
ao Postulante (a vigésima primeira chicotada pode ser mais vigorosa, como
lembrança que o Iniciador tem sido contido propositadamente.)
O Iniciador diz:
"Passaste o teste com valentia. Estás
pronto a jurar que serás sempre verdadeiro com a Arte?"
O Postulante responde: "Estou."
O Iniciador diz (frase a frase):
"Então repete comigo: "Eu,__, na
presença dos Todo Poderosos, de minha livre vontade e da forma mais solene juro
manter sempre secreto e nunca revelar os segredos da Arte, excepto se for a uma
pessoa adequada, devidamente preparada num Círculo como aquele em que eu estou
agora; e nunca negarei os segredos a uma pessoa como esta se ele ou ela
provarem ser um Irmão ou Irmã da Arte. Tudo isto eu juro pelas minhas
esperanças numa vida futura, ciente que a minha medida foi tirada; e que as
minhas armas se virem contra mim se eu quebrar este juramento solene."
O Postulante repete cada frase depois do
Iniciador.
O Iniciador e outro bruxo do mesmo sexo
ajudam agora o Postulante a pôr-se de pé.
O Companheiro traz o óleo de unção e o cálice
de vinho.
O Iniciador molha a ponta do dedo no óleo e
diz:
"Eu por este meio te marco com o Sinal
Triplo. Consagro-te com óleo."
O Iniciador toca o Postulante com óleo logo
acima do pêlo púbico, no seu seio direito, no seu seio esquerdo e outra vez
acima do pêlo púbico, completando o triângulo invertido do 1.º Grau.
Depois molha a ponta do dedo no vinho, diz
"Consagro-te com vinho" e toca-lhe nos mesmos locais com o vinho.
A seguir diz "Consagro-te com os meus
lábios", beija o Postulante nos mesmos locais e continua "Sacerdote
(sacerdotisa) e Bruxo(a)."
O Iniciador e outro bruxo do mesmo sexo
tiram-lhe a venda e desatam as cordas.
O Postulante é agora um bruxo iniciado, e o
ritual é interrompido para cada membro do Coventículo lhe dar as boas-vindas e
os parabéns. Quando acabarem, o ritual prossegue com a apresentação dos
instrumentos de trabalho. À medida que cada instrumento é apresentado, o
Iniciador trá-lo do Altar e dá-o ao Iniciado com um beijo. Outro bruxo do mesmo
sexo do Iniciador aguarda, e à medida que se acaba a apresentação de cada
instrumento este leva-o de volta ao Altar.
O Iniciador explica as ferramentas como se
segue:
"Agora apresento-te os Instrumentos de
Trabalho. Primeiro, a Espada Mágica. Com isto, como com o Athame, dás forma aos
Círculos Mágicos, dominas, subjugas e punes todos os espíritos rebeldes e
demónios, e podes até persuadir anjos e espíritos bons. Com isto na tua mão,
lideras o Círculo."
"A seguir apresento-te o Athame. Esta é
a verdadeira arma do bruxo, e tem todos os poderes da Espada Mágica."
"A seguir apresento-te a Faca de Cabo
Branco. É usada para formar todos os instrumentos usados na Arte. Só pode ser
usada num Círculo Mágico."
"A seguir apresento-te a Varinha. A sua
utilidade é chamar e controlar certos anjos e génios quando não seja apropriado
o uso da Espada Mágica."
"A seguir apresento-te o Cálice. Este é
o receptáculo da Deusa, o Caldeirão de Cerridwen, o Santo Graal da
Imortalidade. Neste bebemos em camaradagem, e em honra à Deusa."(13)
"A seguir apresento-te o Pentáculo. Este
tem o objectivo de chamar os espíritos apropriados."
"A seguir apresento-te o Incensário. É
usado para encorajar e dar as boas vindas aos espíritos bons e banir espíritos
maus."
"A seguir apresento-te o Chicote. É o
símbolo do poder e do domínio. Também é purificador e iluminador. Por isso está
escrito, "Para aprender deves sofrer e ser purificado". Estás
disposto a sofrer para aprender?"
O Iniciado responde: "Estou."
O Iniciador continua: "A seguir e por
fim apresento-te as Cordas. Elas são usadas para prender os Sigilos da Arte;
também a base do material; e também são necessárias para o Juramento."
O Iniciador diz: "Agora saúdo-te em nome
de Aradia, novo Sacerdote(Sacerdotisa) e Bruxo(a)", e beija o Iniciado.
Finalmente, conduz o Iniciado a cada um dos
pontos cardeais em volta e diz: "Ouçam ó Todos Poderosos do Este [Sul/Oeste/Norte];
___________foi consagrado Sacerdote (Sacerdotisa), Bruxo(a) e criança escondida
da Deusa."(14)
Se o Iniciado trouxe o seu novo Athame e/ou
as Cordas, ele pode agora, como seu primeiro trabalho mágico, consagrá-los (ver
Secção IV) com o Iniciador ou com a pessoa que irá ser o seu Companheiro de
Trabalho, se já for conhecido, ou se (como no caso de Patricia e Arnold
Crowther) eles foram iniciados na mesma ocasião.
Notas
(1) Estas cordas são para trabalhar a 'magia
da corda' e cada bruxa deve ter o seu próprio conjunto pessoal. (Não se deve
confundir com a corda longa e duas curtas, mencionados na lista acima, que são
usadas para atar o Postulante; sugerimos que coventículo deva manter um jogo
destas cordas separadas das outras, para ser usado somente em iniciações). Um
modo tradicional de usar uma corda de 2,74 m pode ser, de a atar em laço, pô-la
sobre o athame espetado no solo, esticando o laço totalmente (1,36 m) e usa-lo
como um compasso para desenhar o círculo mágico. Doreen diz: Este método era
realizado antigamente em que os soalhos das casas era, constituídos de terra
batida. penso que poderiam ter usado a faca branca ou giz para desenhar o
círculo real, dependendo da superfície em que trabalhavam'.
(2) Uma das nossas bruxas, doméstica, que
tivesse que realizar as suas práticas de uma forma secreta, tinha como athames,
duas facas brancas entre o seu conjunto de cozinha, identificável somente por
ela; o seu pentáculo era um determinado prato de prata no seu armário; e assim,
por diante. Tal secretismo era necessário, nos dias de perseguição, e
naturalmente a vassoura tradicional de bruxa num passe de mágica disfarçada num
espanador.
(3) Na prática Alexandrina, utilizam-se
somente duas cordas. Uma vermelha para a garganta e os pulsos e uma branca para
um dos tornozelos. Ainda segundo Doreen: 'As nossas cordas eram geralmente
vermelhas, a cor da vida, tendo sido também usadas outras cores,como o verde,
azul ou preto. Nenhum significado particular foi unido a esta cor, excepto ser
uma cor da nossa preferência vermelho apesar de não ser fácil encontrar corda
de seda de qualidade apropriada para o efeito.
(4) Isto assemelha-se a uma característica da
iniciação Maçónica, apontando ao peito do Postulante.
(5) Dos textos de Gardner, isto aparece
somente no Hight Magic's Aid. O ritual Alexandrino usa-o, mas como uma regra.
(6) Drawing Down The Moon (Atrair a Lua) Se o
Iniciador é o Sumo-Sacerdote, pode sentir ser uma altura apropriada para
acrescentar o Drawing Down The Sun (ver Secção VI) ao Ritual tradicional.
(7) A Cruz Cabalística é pura prática da
Aurora Dourada (ver Israel Regardie, The Golden Dawn, 3ª edição, vol. I, p.
106). Surge nos textos de Gardner, "mas na prática não me lembro de alguma
vez termos feito isto" diz-nos Doreen. Incluímo-lo aqui para ficar mais
completo, mas também não o usamos nas Iniciações; como muitos bruxos, usamos
muitas vezes Magia Cabalística, mas sentimos que está fora do contexto em algo
como tradicionalmente wiccano num Ritual de Iniciação. Malkuth, Geburah e
Gedulah (de outra forma Chased) são obviamente Sephorith da Árvore da Vida, e a
declaração Hebraica significa claramente "porque Teu é o Reino, e o Poder,
e a Glória, para sempre" uma pista interessante de que Jesus conhecia a
sua Cabala. Alguns cabalistas acreditam que foi este conhecimento, mesmo quando
era rapaz, que espantou os doutores do Templo (Lucas II, 46-7).
(8) O High Magic's Aid dá esta forma; o Texto
B descreve "Perfeito Amor para a Deusa, Perfeita Confiança na
Deusa".Preferimos a forma mais curta, porque também significa Amor e
Confiança para com o Coventículo, e pode ser citado e guradado como um modelo a
manter.
(9) O High Magic's Aid dá esta forma; o Texto
B descreve "Ó Senhores Misteriosos e gentis Deusas". Uma vez que os
Guardiães das Torres de Vigia são os reconhecidos Guardiães dos Pontos Cardeais
e foram invocados no ritual de fecho do Círculo, preferimos a forma do High
Magic's Aid. Aqui é utilizado o nome vulgar do Postulante, uma vez que só se
toma um nome mágico a partir do Segundo Grau.
(10) Ou qualquer nome de Deus ou Deusa que o
Coventículo use (ver os nossos comentárioa aos nomes Cernunnos e Aradia na
p.14).
(11) Os textos de Gradner utilizam a mesma
expressão para ambos os sexos: "peitos formados na beleza e força."
Doreen explica-nos: "Esta expressão era uma alusão ao corpo humano como
uma forma de Árvore da Vida, com Gedulah de uma lado e Geburah do outro."
Preferimos "peitos, formados na beleza" para uma mulher e
"peito, formado na força" para um homem; este identifica-se mais com
o Beijo Quíntuplo como uma saudação à polaridade homem/mulher, e com o tom
essencialmente Wiccano (em vez do Cabalístico) das outras quatro declarações.
(12) Noutro ponto (ver p.54) o Livro das
Sombras diz que enquanto se ajoelha a ponta do fio deve estar presa ao Altar
2 - Iniciação do Segundo Grau A Iniciação de 2.º Grau promove um bruxo(a)
de 1.º Grau a Sumo-Sacerdote ou Sumo-Sacerdotisa; não necessariamente a líder
do seu Coventículo, claro. Se os nossos leitores não se importarem que estabeleçamos
um paralelo com os militares, a distinção é a mesma da existente entre
"um" Coronel ou "o" Coronel; o primeiro significa que
estamos a falar do detentor de um determinado posto, o segundo que estamos a
falar do comandante de uma unidade em particular. Um bruxo(a) de Segundo Grau pode iniciar
outros apenas, claro, do sexo oposto, e para o 1.º ou 2.º Graus. (As duas
excepções especiais a esta regra já foram explicadas na página 11). Estamos
aqui a falar acerca da Tradição normal Alexandrina ou Gardneriana. A
auto-iniciação, e a fundação de Coventículos quando não existe ajuda exterior
disponível, é outro assunto, e iremos aprofundá-lo na Secção XXIII; mas mesmo
aí sugerimos que, quando um Coventículo "auto-criado" está
devidamente estabelecido e a funcionar, deve ser bem entendido que se deve
manter nas regras Alexandrinas/Gardnerianas (ou na tradição equivalente em
que se baseou). Queremos pôr muito ênfase na opinião que
iniciar alguém acarreta responsabilidade para o Iniciador, tanto em decidir se
o Postulante é adequado (ou, se potencialmente adequado, se está preparado)
para esta fase, como em garantir que o seu treino irá continuar. A Iniciação
pode ter repercussões psíquicas e kármicas muito fortes, e se for dada de uma
forma irresponsável, os resultados podem tornar-se parte do karma do próprio
Iniciador. Os líderes dos Coventículos devem lembrar-se disto quando decidem
se alguém está pronto para o segundo grau, e perguntar-se a si próprios em
particular se o candidato é maduro o suficiente para lhe ser confiado o
direito de iniciar outros; se não, os seus erros podem muito bem recair no
seu karma! Se um bruxo(a) de segundo grau acabado de
iniciar tiver sido bem escolhido e devidamente ensinado, é óbvio que não
estará ansioso de apressadamente iniciar pessoas só porque as regras o
permitem. A prática no nosso Coventículo (e, estamos certos, em muitos
outros) tem sido sempre que bruxos(as) de segundo e terceiro grau que não
sejam o Sumo-Sacerdote ou a Sumo-Sacerdotisa não conduzem normalmente iniciações
excepto a pedido, ou com a aprovação, da Sumo-Sacerdotisa. Muitas vezes isto
acontecerá se o Postulante é um amigo apresentado pelo membro em causa, ou se
estes desejam ser companheiros de trabalho. Ou pode ser feito para dar ao
membro prática e auto-confiança no Ritual. Outra implicação de ser um(a) bruxo(a) de
Segundo Grau é que se pode, com a aprovação da Sumo-Sacerdotisa, deixar o
Coventículo e fundar o seu próprio Coventículo com o companheiro de trabalho.
Nesse caso, fica-se ainda sob as orientações do Coventículo de origem até os
seus líderes decidirem que se está pronto para a independência total; eles
darão então a Iniciação de Terceiro Grau, depois da qual ficam completamente
autónomos. (Nós próprios seguimos este padrão; o Alex e a Maxim Sanders
deram-nos o Segundo Grau no dia 17 de Outubro de 1970; mantivemo-nos no
Coventículo deles mais alguns meses e então, com a sua aprovação, trouxemos
três dos seus estudantes que ainda não tinham sido iniciados e fundámos o
nosso próprio Coventículo em 22 de Dezembro de 1970, iniciando nós próprios
estes estudantes. No dia 24 de Abril de 1971 Sanders deu-nos o Terceiro Grau,
e o nosso Coventículo tornou-se então independente. Temos razões para
acreditar que o Alex, pelo menos mais tarde, desejou que o cordão umbilical
não tivesse sido cortado tão cedo. Mas aconteceu, e sem malícia estamos
preparados para aguardar o resultado.) A tradição, pelo menos na Arte Gardneriana,
é que a nova base do Coventículo deve estar a pelo menos 5 quilómetros do
antigo e que os seus membros devem evitar qualquer contacto com os membros do
antigo Coventículo. Qualquer contacto necessário deve existir apenas entre o
Sumo-Sacerdote e a Sumo-Sacerdotisa dos dois Coventículos. Esta prática é
chamada de "fora do Coventículo" e obviamente tem as suas raízes
nos séculos de perseguição. Seria muito difícil observá-lo na prática
nos nossos dias, particularmente em condições urbanas; esta regra, por
exemplo, seria quase impraticável em locais como Londres, Nova Iorque, Sydney
ou Amesterdão. Mas ainda há muito a dizer acerca de "voiding the
Coventículo" no sentido da prevenção deliberada e da sobreposição de
trabalho entre o Coventículo antigo e o novo. Se isto não for feito, as
fronteiras esbater-se-ão, e o novo grupo terá muitas dificuldades em
estabelecer a sua própria identidade e em construir o seu próprio espírito de
grupo. Pode mesmo existir uma tendência, entre os membros mais fracos do novo
Coventículo, de "fugir para a Mamã" com críticas aos seus líderes
que a "Mamã", se for sábia, desencorajará firmemente. A Maxime impôs a regra do "fora do
Coventículo" rigorosamente no seu recém-formado grupo; e, em
retrospectiva, estamos satisfeitos que o tenha feito. Dois ou mais Coventículos (incluindo os
Coventículos com estas relações e seus "frutos") podem sempre
juntar-se, por convite ou por acordo mútuo, para um dos Festivais do Ano, e
estes Festivais combinados podem ser muito agradáveis; mas são ocasiões de
celebração e não de trabalho. Trabalhos combinados, por outro lado, não são
geralmente muito boa ideia, excepto com objectivos específicos e em
circunstâncias especiais (o exemplo clássico é talvez o famoso esforço em
tempo de guerra dos Bruxos do Sul de Inglaterra de frustrar os planos de
invasão de Hitler no entanto o "objectivo específico", a motivação
não tem de ser tão forte como esta.) Os bruxos de Segundo e Terceiro Grau formam
os "anciães" do Coventículo. Como, e quantas vezes, são estes
chamados nesta qualidade, é da responsabilidade da Sumo-Sacerdotisa. Mas, por
exemplo, num assunto disciplinar em que a Sumo-Sacerdotisa sinta que não deve
apenas agir com a sua autoridade pessoal, os "anciães" fornecem um
"júri" natural. A Sumo-Sacerdotisa deve ser a líder inquestionável
do Coventículo e dentro do círculo, absolutamente; se alguém tem dúvidas
honestas acerca das suas decisões, a questão pode ser calmamente levantada
depois do Círculo ter sido banido. Mas ela não deve ser uma tirana
prepotente. Se ela e o seu Sumo-Sacerdote tiverem respeito e depositarem
confiança suficientes em membros específicos do seu Coventículo para os
fazerem anciães, devem dar o devido valor aos seus conselhos quanto às
decisões do Coventículo e ao trabalho a ser feito. Todas estas questões parecem desviar o
assunto da Iniciação de Segundo Grau para tópicos mais gerais; mas é
extremamente relevante para esta questão decidir quem está e quem não está
pronto para o Segundo Grau. É como diz o próprio ritual de Iniciação:
os Textos B e C do Livro das Sombras de Gardner são idênticos. A primeira
parte do ritual de segundo grau segue um padrão similar ao do primeiro
(apesar das diferenças próprias): o acto de atar o Iniciado, a apresentação
aos pontos cardeais, as chicotadas rituais, a consagração com óleo, vinho e
lábios, o desatar, a apresentação dos instrumentos de trabalho (mas desta vez
para serem utilizados ritualmente pelo Iniciado de imediato) e a segunda
apresentação aos pontos cardeais. Existem três elementos que pertencem ao
ritual de Segundo Grau que não são parte do ritual de Primeiro Grau. Primeiro, é atribuído ao Iniciado um nome
de Bruxo (nome mágico), que ela ou ele escolheu previamente. A escolha é
inteiramente pessoal. Pode ser um nome de um Deus ou de uma Deusa que
expresse uma qualidade a que o Iniciado aspire, como Vulcano, Thétis, Thoth,
Poséidon ou Ma'at. (Os nomes mais elevados de cada panteão particular, como
Zeus ou Ísis, devem, sugerimos, ser evitados; eles podem ser interpretados
como arrogância implícita do Iniciado). Ou pode ser um nome de uma figura
histórica ou lendária, de novo implicando um aspecto particular, como Amerfin
o Bardo, Morgana, a Feiticeira, Orpheus, o Músico, ou Pythia, o Oráculo. Pode
mesmo ser um nome sintético construído com as letras iniciais de aspectos que
criem um equilíbrio desejável no Iniciado (um processo desenhado a partir de
um certo tipo de magia ritual). Mas, qualquer que seja a escolha, não deve
ser casual ou apressada; uma consideração e meditação aprofundadas antes da
escolha é em si um acto mágico. Segundo, depois do Juramento o Iniciador
ritualmente envia todo o seu poder para o Iniciado. Também isto não é uma
cerimonia, mas um acto de concentração mágica deliberada, em que o Iniciador
aposta tudo o possível em manter e lidar com a continuidade do poder psíquico
na Arte (Craft no original). E em terceiro lugar, o uso ritual das
cordas e do chicote é a ocasião para dramatizar uma lição acerca do que é
muita vezes chamado de "efeito boomerang"; nomeadamente, que
qualquer esforço mágico, quer para fazer o bem ou fazer o mal, retorna a
triplicar para a pessoa que o faz. O Iniciado usa as cordas para amarrar o
Iniciador da mesma forma que o Iniciado(a) foi amarrado anteriormente, e
então dá ao Iniciador três vezes as chicotadas rituais que o Iniciador lhe deu.
Isto é ao mesmo tempo uma lição e um teste para verificar se o Iniciado
amadureceu o suficiente para reagir às acções de outras pessoas com a
necessária contenção. Um aspecto mais subtil da lição é que, apesar de o
Iniciador estar no comando, este não é fixo nem eterno, mas é antes uma
confiança o tipo de confiança que agora está depositada também no Iniciado;
porque ambos (Iniciador e Iniciado) têm por último posição igual no plano
cósmico, e ambos são canais para o poder ser invocado, não a sua fonte. A segunda parte do ritual é a leitura, ou
aprovação, da Lenda da "Descida da Deusa do Mundo do Subterrâneo".
Temos esta em completo detalhe, acompanhado com os movimentos a executar, na
Secção XIV dos Oito Sabbats para Bruxas; assim tudo o que aqui fazemos é
transmitir o texto em si, como surge nos Textos B e C do Livro das Sombras. A
Doreen Valiente comenta que o nosso texto no Oito Sabates para Bruxas "é
um pouco mais cheio que este (e incidentalmente aponta que a palavra
"Controlador" na p.171, linha 7, da primeira edição devia ser
"Consolador" (trad.à letra!).) Gardner dá uma versão ligeiramente
diferente no Capítulo III da Witchcraft Today(1); mas aqui mantivemo-nos no
conteúdo do Texto C (com duas pequenas excepções ver p. 303, notas 10 e 11.) A Doreen diz-nos que no Coventículo de
Gardner, "esta Lenda era lida depois da Iniciação de Segundo Grau,
quando todos estavam calmamente sentados no Círculo. Se existissem
suficientes pessoas presentes, poderia ser também dramatizada, com os
intervenientes fazendo os gestos enquanto uma pessoa lê alto a Lenda." No nosso representamos sempre a Lenda
enquanto um narrador a lê e é possível que tenhamos os actores a ler as suas
próprias falas. Pensamos que a Lenda dramatizada, com o Iniciado no papel de
Senhor do Submundo se for um homem, ou de Deusa se for uma mulher, é muito
mais eficaz que uma mera leitura da Lenda. É uma questão de opção; mas
aqueles que partilham a nossa preferência por uma representação são referidos
no "Oito Sabates para Bruxas". No ritual que se descreve abaixo, uma vez
que o Iniciado já é bruxo(a), referimo-nos sempre como "Iniciado";
e voltamos a referir-nos ao Iniciador como "ela", o Iniciado como
"ele", e o Companheiro como "ele", por uma questão de simplicidade
apesar de, como antes, poder ser ao contrário. Queríamos referir que os bruxos Americanos
usam agora universalmente o pentagrama direito isto é, apenas com uma ponta
para cima como sigla do Segundo Grau, porque o pentagrama invertido é
associado com o pensamento americano sobre o satanismo. Os bruxos europeus,
no entanto, ainda usam o tradicional pentagrama invertido, com as duas pontas
para cima, mas sem implicações sinistras. O simbolismo europeu significa que,
não obstante os quatro elementos de Terra, Ar, Fogo e Água estarem agora em
equilíbrio, ainda dominam o quinto, o Espírito. O pentagrama direito do
Terceiro Grau simboliza que agora o Espírito domina, rege os outros. Dada a
diferença entre o uso Europeu e o Americano, damos duas alternativas no
procedimento da unção no ritual que se segue. A Preparação Tudo é preparado como para um Círculo
normal, com os seguintes itens adicionais também preparados: ·
Uma venda; ·
Três comprimentos de corda vermelha: uma
com 2,75m e duas com 1,45m; ·
Óleo de unção; ·
Uma vela branca nova não acesa; ·
Um pequeno sino de mão; ·
Algumas jóias; ·
Um colar no Altar; ·
Um véu; ·
Uma coroa; As jóias são para a mulher fazer o papel de
Deusa; assim, se o ritual for de "Véu do Céu" estas devem
obviamente ser coisas como pulseiras, anéis e brincos, e não alfinetes de
peito! A coroa é para o homem que representa o papel de Deus do Submundo e
pode ser tão simples como um círculo de arame se nada melhor estiver
disponível. A venda deve ser de algum material opaco,
como para o primeiro grau; mas o véu deve ser leve, fino e bonito, e
preferentemente numa das cores da Deusa azul, verde ou prateado. O Ritual O ritual de abertura é o usual até ao fim
da invocação do "Grande Deus Cernunnos", com o Iniciado a tomar o
seu lugar normal no Coventículo. No fim da invocação de Cernunnos, o Iniciado
vai para o centro do Círculo e é atado e vendado pelos bruxos do sexo oposto,
exactamente como na Iniciação de primeiro grau. O Iniciador conduz o Iniciado aos pontos
cardeais em volta e diz: "Ouçam ó Poderosos do Este [Sul,
Oeste, Norte], ___________(nome vulgar), um Sacerdote e Bruxo consagrado,
está agora devidamente preparado para ser Sumo Sacerdote e Mago [Sumo
Sacerdotisa e Rainha Feiticeira](2) O Iniciador conduz o Iniciado de volta para
o centro do Círculo e vira-o para o altar. Ele e o Coventículo dão as mãos e
rodeiam-no três vezes.(3) Os bruxos que ataram o Iniciado completam
agora a tarefa desapertando as pontas soltas das cordas do joelho e tornozelo
e apertando os joelhos e tornozelos juntos. Podem então ajudá-lo a
ajoelhar-se em frente ao altar. O Iniciador diz: "Para atingir este sublime grau, é
necessário sofrer e ser purificado. Estás disposto a sofrer para
aprender?" O Iniciado diz: "Estou." O Iniciador diz: "Purifico-te para que tomes
acertadamente este grande Juramento." O Iniciador vai buscar o chicote ao altar,
enquanto o Companheiro toca o sino três vezes e diz: "Três." O Iniciador dá três chicotadas leves ao
Iniciado. O Companheiro diz: "Sete." (Não
volta a tocar o sino) O Iniciador dá sete chicotadas leves ao
Iniciado. O Companheiro diz: "Nove." O Iniciador dá nove chicotadas leves ao
Iniciado. O Companheiro diz: "Vinte e Um." O Iniciador dá vinte e uma chicotadas leves
ao Iniciado. Então dá o chicote ao Companheiro (que o recoloca junto com o
sino no altar) e diz: "Dou-te agora um novo nome,_________[o
seu nome mágico escolhido]. Qual é o teu nome?" Ele dá-lhe uma pequena
pancada enquanto pergunta(4). O Iniciado responde: "O meu nome é __________(repetindo o
seu novo nome mágico.) Cada membro do Coventículo em volta dá
então ao Iniciado uma pequena pancada ou empurrão, perguntando "Qual é o
teu nome?" e o Iniciado responde sempre "O meu nome
é________." Quando o Iniciador decide que é suficiente, dá um sinal ao
Coventículo para parar, tomando os seus membros os respectivos lugares. O Iniciador então diz (frase a frase): "Repete o teu nome depois de mim,
dizendo: "Eu,_________, juro sobre o ventre da minha mão, e pela minha
honra entre os homens e entre os meus Irmãos e Irmãs da Arte, que nunca revelarei,
a qualquer pessoa, algum dos Segredos da Arte, excepto se for uma pessoa
merecedora, devidamente preparada, no centro de um Círculo Mágico como este
onde agora estou. Isto eu juro pelas minhas esperanças na salvação, pelas
minhas vidas passadas, e pelas minhas esperanças nas vidas futuras ainda para
vir; e destino-me e à minha medida à destruição se eu quebrar este meu
Juramento solene." O Iniciador ajoelha-se ao lado do Iniciado e põe a
sua mão esquerda sob o seu joelho e a sua mão direita na sua cabeça, para
formar a Ligação Mágica. Então diz: "Deposito em ti todo o meu
poder." Mantendo as mãos na posição da Ligação
Mágica ele concentra-se pelo tempo que julgar necessário para depositar todo
o seu poder no Iniciado.(5) Depois disto, levanta-se. Os bruxos que amarraram o Iniciado avançam,
libertam os joelhos e tornozelos do Iniciado e ajudam-no a levantar-se. O
Companheiro traz o cálice de vinho e o óleo de unção. O Iniciador molha a ponta do dedo no óleo e
diz: "Consagro-te com óleo." Então toca no Iniciado com o óleo mesmo
acima do pêlo púbico, no seu peito direito, na sua anca esquerda, na sua anca
direita, no seu peito direito e novamente acima do pêlo púbico, completando o
pentagrama invertido do Segundo Grau.6 (No uso Americano: garganta, anca direita,
peito esquerdo, peito direito, anca esquerda, e garganta novamente.) Molha então o dedo no vinho, diz
"Consagro-te com vinho", e toca-lhe nos mesmos locais com o vinho. Então diz "Consagro-te com os meus
lábios", beija-o nos mesmos locais e continua: "Sumo Sacerdote e
Mago (Sumo Sacerdotisa e Rainha Feiticeira)." As bruxa que amarraram o Iniciado avançam e
removem a venda para o cumprimentar e lhe dar os parabéns, beijando-o ou
apertando a mão conforme apropriado. Uma vez isto feito, o ritual continua
com a apresentação e uso dos instrumentos de trabalho. À medida que cada
instrumento é nomeado, o Iniciador trá-lo do altar e dá-o ao Iniciado com um
beijo. Outro bruxo do mesmo sexo que o Iniciador espera, e à medida que cada
ferramenta acaba de ser apresentada, recebe-a do Iniciado com um beijo e
recoloca-a no altar. Para começar, o Iniciador diz: "Agora irás usar os Instrumentos de
Trabalho. Primeiro, a Espada Mágica." O Iniciado pega na espada e reabre o
Círculo, mas sem falar. O Iniciador diz: "Em segundo lugar, o
Athame." O Iniciado pega no Athame e novamente
reabre o Círculo sem falar. O Iniciador diz: "Em terceiro lugar, a
Faca de Cabo Branco." O Iniciado pega na faca de cabo branco e
vai buscar a vela branca por acender ao altar. Então usa a faca para
inscrever um pentagrama na vela, que recoloca depois no altar.(7) O Iniciador diz: "Em quarto lugar, a
Varinha." O Iniciado pega na varinha e agita-a aos
quatros pontos cardeais em volta.(8) O Iniciador diz: "Em quinto lugar, o
Cálice." Então o Iniciado e o Iniciador consagram
juntos o vinho no cálice.(9) O Iniciador diz: "Em sexto lugar, o
Pentáculo." O Iniciador pega no Pentáculo e mostra-o
aos quatro pontos cardeais em volta. O Iniciador diz: "Em sétimo lugar, o
Incensário." O Iniciado pega no Incensário e
transporta-o à volta do perímetro do Círculo. O Iniciador diz: "Em oitavo lugar, as
Cordas." O Iniciado pega nas cordas e, com a ajuda
do Companheiro, amarra o Iniciador da mesma maneira que ele próprio foi
amarrado. Iniciado e Companheiro ajudam então o Iniciador a ajoelhar-se em
frente ao altar. O Iniciador diz: "Em nono lugar, o Chicote. Para que
aprendas, na Arte (Witchcraft) deves sempre dar como receber, mas sempre a
triplicar. Por isso onde te dei três, devolve nove; onde dei sete, devolve
vinte e um; onde dei nove, devolve vinte e sete; onde dei vinte e um, devolve
sessenta e três." O bruxo que espera entrega o chicote ao
Iniciado com um beijo. O Companheiro diz: "Nove." O Iniciado dá nove chicotadas leves ao
Iniciador. O Companheiro diz: "Vinte e Um." O Iniciado dá vinte e uma chicotadas leves
ao Iniciador. O Companheiro diz: "Vinte e
Sete." O Iniciado dá vinte e sete chicotadas leves
ao Iniciador. O Companheiro diz: "Sessenta e
Três." O Iniciado dá sessenta e três chicotadas
leves ao Iniciador. O Iniciador diz: "Obedeceste à Lei. Mas lembra-te bem,
quando receberes o bem, também estás incumbido de devolver o bem
triplamente." O Iniciado, com a ajuda do Companheiro,
ajuda o Iniciador a levantar-se e desamarra-o. O Iniciador leva agora o Iniciado a cada um
dos pontos cardeais em volta, dizendo: "Ouçam, ó Poderosos do Este [Sul,
Oeste, Norte]: __________ [nome mágico]foi devidamente consagrado Sumo
Sacerdote e Mago [Sumo Sacerdotisa e Rainha Feiticeira]." O Coventículo prepara-se agora para a Lenda
da "Descida da Deusa do Mundo do Subterrâneo". O Iniciador nomeia
um Narrador para ler a Lenda, se não for ele próprio a ler. Se a Lenda também
for dramatizada, então nomeará actores para a Deusa, o Senhor do Submundo, e
o Guardião dos Portais. É usual que o Iniciado represente o papel ou de Deusa
ou de Senhor do Submundo, de acordo com o sexo, e que o seu companheiro de
trabalho (se existir um) represente o outro. Na tradição mitológica restrita,
o Guardião deve ser um homem, mas não é essencial.(Nos textos de Gardner,
"Guardiães" é plural, mas este facto parece colidir com a
mitologia.) A Lenda da Descida da Deusa do Mundo do
Subterrâneo (10) A nossa Senhora a Deusa nunca amou, mas Ela
resolvia todos os Mistérios, até o Mistério da Morte; então fez uma viagem ao
Submundo.(11) Os Guardiães dos Portais desafiaram-na:
"Despe os teus trajes, tira as tuas jóias; porque não os podes trazer
para esta nossa Terra." Então Ela despiu os seus trajes e tirou as
suas jóias, e foi amarrada, como todos os que entram no Reino da Morte, a
Poderosa.(12) E era tal a sua beleza, que a própria Morte
se ajoelhou e beijou os seus pés, dizendo: "Abençoados sejam os teus
pés, que te trouxeram para estes caminhos. Fica comigo; mas deixa-me pôr a
minha mão fria no teu coração." Ela respondeu: "Eu não te amo. Porque
é que acabas com todas as coisas que amo e tens prazer em que esmoreçam e
morram?" "Senhora", respondeu a Morte,
"esta idade e destino, contra as quais nada posso fazer. A idade faz com
que todas as coisas murchem; mas quando os homens morrem no fim do tempo, eu
dou-lhes descanso e paz, força para que eles possam retornar. Mas Tu! Tu és
maravilhosa. Não voltes; fica comigo!" Mas ela respondeu: "Não te amo". Então disse a Morte: "Como não
recebeste nem a minha mão ou o teu coração, terás de receber o chicote da
Morte". "É o destino assim seja," disse
Ela. E Ela ajoelhou-se, e a Morte chicoteou-a carinhosamente. E ela chorou,
"Sinto as pancadas do amor". E a Morte disse, "Abençoada
Sejas!" e deu-lhe o Beijo Quíntuplo, dizendo: "Que assim te possas
manter na alegria e conhecimento." E Ele ensinou-Lhe todos os Mistérios,
e Eles amaram e foram um, e Ele ensinou-Lhe todas as Magias. Porque existem três grandes acontecimentos
na vida de um homem: Amor, Morte e Ressurreição no novo corpo; e a Magia
controla-os todos. Pois para realizar o Amor deves voltar ao mesmo sítio e
lugar e na mesma altura que a pessoa que amas, e deves lembrar-te e amá-la
novamente. Mas para renascer tens de morrer e estar pronto para um corpo novo;
e para morrer tens de ter nascido; e sem amor não podes nascer; e isto é tudo
a Magia. Notas (1) . Gardner diz que é possível que as
histórias de Ishtar e de Siva podem ter influenciado o mito, 'mas sob o ponto
de vista da história é diferente.... eu penso que a sua origem é
provavelmente Céltica'. (Witchcraft Today, pp. 41-2.) (2) . Este é o teor tradicional de
apresentação às Atalaias; mas uma Sumo-Sacerdotisa não é por uma lado chamada
'a Rainha Bruxa' até ter um coventículo dela pelo menos dois outros
enxamearam fora disto. (Ver Oito Sabates para Bruxas, Capítulo 15). (3) . O Texto C somente diz: 'Circular três
vezes. Em segurança'. Mas se a Sumo-Sacerdotisa preferir, não há razão
nenhuma para que a Letra Runa das Bruxas não deveria ser cantada durante o
circular, o qual naquele caso continua até a Runa ter acabado. (4) . Este interrogatório e
"espancamento", pelo Iniciador e pelo coventículo, é uma adição
Alexandriana. Nós incluímos isto aqui porque a usamos. Nós encontramos
estimulante esta mudança entre as duas solenidades de ritual do açoite e o
Juramento e também assegura que todo o coventículo se lembrarão do novo nome.
Mas é uma questão de escolha. Texto C corre sem interrupção 'eu dou para Vós
um nome secreto,________ . Repete o teu novo nome depois de mim, dizendo...'
assim Valiente faz um comentário sobre nosso costume: 'Isto é um antigo
costume dos Amarrados, quando as crianças eram determinadas a assoprar a vela
ou para mostrar onde eram os limites da paróquia; um costume do antigo povo que
acredito, ainda é mantido nalguns lugares'. (5) . Às vezes é a nossa prática para a
Janet chamar Stewart (ou vice-versa) e também o outro lado do Iniciado formar
um Vínculo Mágico, assim dará poder a ele ou a ela juntos. Em outras
ocasiões, está qualquer um de nós o Companheiro que reforçará há pouco o
esforço do Iniciador, com um desses casos nos quais uma sociedade de
funcionamento boa vai o que é na ocasião certo, mentalmente. (6) . Gardner não descreveu em esboço estes
cinco pontos em palavras no ritual dele. (7) . No Texto C diz somente 'Usa. S.' ('S
é no Livro das Sombras o beijo). A inscrição na vela é o nosso modo de usar
isto. O Iniciado arranja um lugar seguro para a vela, e quando ele funda o
próprio coventículo, ele acende a vela no Altar, isto no primeiro Círculo do
novo coventículo, e deixa-a queimar completamente. Mesmo que ela não funde o
próprio coventículo, mantém a vela como sendo um direito dele. (8) . A prática Alexandriana é levar a
varinha três vez à volta do Círculo dirige-se para os pontos cardeais,
somando no total, doze vezes. O resto dos instrumentos são levados para o
círculo uma única vez. Desconhecemos a razão disso. (9) . Nós adicionamos o Cálice na lista de
apresentações do Livro das Sombras no Rito do primeiro-grau, pelas razões que
nós damos na pág. 258. (10) . O Texto C é encabeçado 'The Magical
Legend of A.' e começa: 'Agora A. Nuca amou, mas ela... '. Na Witchcraft
Today a versão é encabeçada pelo 'Mito da Deusa' e diz: 'Agora G. nunca tinha
amado, mas ela...'. 'A.' é o nome da Deusa usado por Gardner, e ' G. ' deve
ser a Deusa, somente há muitos mitos da Deusa, e 'A Lenda do Descida da
Deusa' melhora como um título identificativo. Os Coventículos podem usar
claro o nome de Deusas em vez de 'nossa Senhora a Deusa' se preferriem. (11) . Os textos de Gardner dizem 'para as
Terras Inferiores - um dos raros disparates de Gardner porque soava sempre,
comicamente, como 'para o Países Baixos' i.e. para a Holanda. Sugerimos
realmente que 'para o Mundo dos Mortos' é melhor, por essa razão. (12) . Gardner criou a sua própria nota de
rodapé no Livro de Sombras: 'Costume Céltico de bater nos corpos. A corda que
tinha ligado um corpo foi útil para aprender a segunda visão'. Ele repetiu e
ampliou esta afirmação em Witchcraft Today em pág. 159, Nota 2. |
3 - Iniciação do Terceiro Grau
A Iniciação de Terceiro Grau eleva um bruxo
ao mais alto dos três níveis da Arte. Resumindo, um bruxo de Terceiro Grau é
totalmente independente, respondendo apenas aos Deuses e à sua própria
consciência. Pode Iniciar outros no Primeiro, Segundo ou Terceiro Graus e pode
fundar um Coventículo completamente autónomo que (ao contrário daqueles com
líderes de Segundo Grau) já não está sujeito à orientação do Coventículo-Mãe.
No entanto, é óbvio que enquanto permanecer membro do Coventículo-Mãe esta
independência está suspensa; cada membro do Coventículo, qualquer seja o seu
Grau, deve aceitar a autoridade da Sumo-Sacerdotisa e do Sumo Sacerdote; se um
membro do Terceiro Grau já não o conseguir fazer, é altura de abandonar este
Coventículo e fundar o seu próprio.
É como diz na Lei(1): "Se eles não
concordarem com os seus Irmãos, ou se disserem "não trabalharei sob esta
Sumo-Sacerdotisa", a Antiga Lei tem sido sempre favorável ao Irmão e com o
objectivo de evitar confrontos. Qualquer um do Terceiro pode reclamar o direito
de fundar um novo Coventículo..."
O Ritual de Iniciação do Terceiro Grau é o
Grande Rito. Nós damos uma das formas deste, para uso nos Festivais, na Secção
II do livro Oito Sabbats para Bruxas. Abaixo, fornecemos a versão do Texto B de
Gardner, mais o Texto C, que é uma forma alternativa da Declamação(2). Cada uma
destas três formas pode ser "real" ou Simbólica. Todas estas formas
de executar o Grande Rito diferem, mas a sua intenção e espírito são os mesmos;
e fazemos questão de por máximo ênfase na convicção que qualquer outra forma de
Ritual que seja adequada para um Coventículo em particular será igualmente
válido desde que a intenção e o espírito tenham sido entendidos e sejam
expressados de forma verdadeira.
Na sua forma "real" o Grande Rito é
um Ritual sexual que envolve relações sexuais entre o homem e a mulher que o
executam. Na sua forma simbólica pode ser chamado um Ritual genérico, de
polaridade homem-mulher mas não envolvendo relações sexuais entre eles.
Lidamos aprofundadamente a atitude wiccana em
relação ao sexo na Secção XV mais abaixo. Mas para evitar equívocos queremos
aqui frisar que um bruxo, o sexo é sagrado uma força polarizada, linda e sem
vergonha que é intrínseca à natureza do Universo. É suposto que seja tratado
com reverência, mas sem puritanismo. A Arte não pede desculpas por usar as
relações sexuais entre o homem e uma mulher adequados, em privado, como um
sacramento mental e espiritual. A chave para o "real" (portanto para
o simbólico) Grande Rito é o voto na Declamação: "porque não existe parte
de nós que não seja dos Deuses".
No Ritual, o corpo da Sacerdotisa é visto
como o Altar da Deusa que ela representa e pela qual é um canal. O seu ventre
focal é adorado como "a fonte da vida sem a qual nós não
existiríamos"; e nenhumas desculpas serão também devidas para este
simbolismo antigo e sagrado.
A questão, é claro, quem são "o homem e
a mulher apropriados" para executar o Grande Rito "real" em vez
do simbólico?
Diríamos categoricamente "e pesarmos que
a maioria da Arte concorda connosco" que deve ser apenas um homem e uma
mulher entre os quais as relações sexuais sejam já uma parte normal e amorosa
da sua relação; por outras palavras marido e mulher ou amantes com uma relação
duradora. E deve ser sempre executado em privado.(3) A Wicca é descomplexada,
mas não promíscua ou voyeurística. O Grande Rito "real" deve invocar
todos os níveis e um envolvimento total como este, na atmosfera de ampliação de
poder de um Ritual solene, traria violência a qualquer relacionamento que não
estivesse já harmonizado para esse efeito.
No entanto isto não implica que o Grande Rito
Simbólico seja uma mera encenação ou de alguma forma ineficaz. Pode ser um Rito
poderoso e comovente, quando executado sinceramente por dois amigos sinceros
que não sejam amantes. Este, também invoca os níveis, mas de uma forma que um
irmão e irmã da Arte maduros são bem capazes de suportar.
Porque a Arte usa um ritual sexual para
marcar o seu mais alto grau de Iniciação? Porque expressa três princípios
fundamentais da Arte. Primeiro, que a base de todo o trabalho mágico ou
criativo é a polaridade, a interacção de aspectos complementares. Segundo
"Assim na terra como no Céu"; nós somos da natureza dos Deuses, um
homem e uma mulher completamente realizados são canais para essa divindade, uma
manifestação do Deus e da Deusa, (cada um manifestando elementos dos dois). E
terceiro, que todos os níveis do físico ao espiritual são igualmente sagrados.
Um homem e uma mulher que estão prontos para
o seu 3º Grau são bruxos que se desenvolveram até a um nível onde os três
princípios não são meramente apreendidos em teoria mas estão integrados na sua
própria atitude devida e portanto no seu trabalho na Arte. Assim, o Grande Rito
"real" ou simbólico, expressa ritualmente o seu estado de
desenvolvimento.
Como será então o Grande Rito aplicado na
prática na Iniciação do 3º Grau?
Existem apenas dois participantes activos,
quer em toda a duração do Ritual Simbólico ou na primeira parte de um Ritual
"real". Estes dois podem ser tanto homem (já 3º Grau) a iniciar a
mulher, ou a mulher (já 3º Grau) a iniciar o homem; ou podem ambos ser do 2º
Grau, iniciando-se no 3º Grau juntos sobre a supervisão da Sumo-Sacerdotisa ou
do Sumo-Sacerdote. O último caso é particularmente adequado para uma parceria
de trabalho, especialmente se estiverem a preparar-se para constituir o seu
próprio Coventículo ou se já dirigem um como bruxos de 2º Grau sob a orientação
do Coventículo-Mãe (nós próprios recebemos o 3º Grau nestas cisrcunstâncias
como explicamos na pág. 32).
O Ritual em qualquer destes casos é o mesmo;
por isso, no texto que se segue referimo-nos à mulher e ao homem simplesmente
como a "Sacerdotisa" ou "Sacerdote".
A menos que o Sacerdote seja Sumo-Sacerdote,
acostumado a executar o Grande Rito em Festivais ou noutras ocasiões, seria
pedir muito esperar que ele conhecesse a longa Declamação de cor. Por isso, é
uma questão de escolha se ele o lê ou é o Sumo-Sacerdote a declamá-lo enquanto
o executa. "Esta é a única situação em que uma terceira pessoa toma parte
activa". Se o Ritual é o "real" terá concerteza de ser ele
próprio a ler ou a arender as passagens finais.
Os textos do Grande Rito de Gardner incluem
três flagelações rituais sucessivas ao homem pela mulher, à mulher pelo homem,
e novamente ao homem pela mulher. Nós não usamos esta forma mas transmitimo-la
mais abaixo para ficar mais completo, uma vez que o seu uso é opcional. Alguns
bruxos defendem que Gardner gostava de mais da flagelação ritual, e muitos dos
seus detractores mantêm a ideia que ele tinha o vício psicologicamente pouco
saudável de flagelar. À parte do facto de que seja pouco provável que uma
pessoa tão notoriamente gentil como Gardner, tivesse algumas dessas
inclinações, tudo isto é baseado num completo mal entendido. A técnica de atar
suavemente e da flagelação gentil nem sequer é um simbólico "sofrer para
aprender" como é nos rituais de 1º e 2º Graus; é um método deliberado e
tradicional rodeado com precauções, para "ganhar visão" influenciando
a circulação sanguínea. é descrito em detalhe uma passagem não-ritual do Livro
das Sombras, que transcrevemos na íntegra nas pág. 58 a 60, com os nossos
comentários e da Doreen Valiente.
A Preparação
Nos textos A, B ou C menciona ou descreve a
fase em que a Sacerdotisa, depois do Beijo Quíntuplo, se deita no Altar ou à
sua frente, onde ela tem que estar a partir de "assiste-me para erigir o
Antigo Altar" (ou o seu equivalente). Mas Doreen Valiente diz-nos que a
Sacerdotisa "estaria deitada ao longo do Círculo colocada assim pelo
Sacerdote, com a sua cabeça para Leste e os pés para Oeste. Ela estaria deitada
ou mesmo sobre o Altar ou sobre um colchão adequado em frente a ele com uma
almofada por baixo da cabeça. Sacerdote ajoelharia ao lado dela, virado para
Norte".
Diagrama do Beijo Quíntuplo
Assim, na preparação ou o Altar (se for
grande o suficiente para a Sacerdotisa se deitar nele) deve estar livre das
velas e instrumentos normais e estar adequadamente confortável ou deve estar
pronto o colchão. Usar o Altar parece implicar o costume antigo de ter o Altar
no centro do Círculo em vez de estar no topo Norte (a prática usual hoje em
dia, especialmente num quarto pequeno, para deixar espaço para trabalhar)
porque Doreen continua dizendo: "Nesta posição, a Vagina da Sacerdotisa
deve de facto estar no centro do Círculo" assim, simbolizando a sua
significância focal como "o ponto dentro do centro" como a Declamação
se refere. Se, então, um colchão for usado, deve ser colocado ao longo do
diâmetro Leste-Oeste.
Se as flagelações rituais forem incluídas
deve estar à mão uma corda vermelha com 2,74 m para amarar a Sacerdotisa com a
função de a guiar.
Devem estar preparados como o usual o Cálice
cheio de vinho e bolos. Da mesma forma deve estar o Athame e o Chicote da
Sacerdotisa (quer a flagelação esteja ou não incluída, porque ela tem que pegar
neles em duas fases na posição de Osíris).
Se a Sacerdotisa não se sentar no próprio Altar
no início do Ritual, um trono adequado (uma cadeira forrada a tecido) deve ser
colocada em frente ao Altar.
O Ritual
A Sacerdotisa senta-se no Altar (ou no Trono
em frente a Altar) com as costa para Norte, segurando o Athame na mão direita e
o Chicote na esquerda na posição de Osíris (pulsos cruzados em frente ao
peito).
O Sacerdote ajoelha-se em frente a ela, beija
os seus joelhos e pousa os seus antebraços ao longo das suas coxas. Inclina a
cabeça de forma a encostar a testa nos seus joelhos e permanece aí por um
momento4.
Então levanta-se e vai buscar o Cálice cheio.
Ajoelha-se novamente levantando o Cálice para a Sacerdotisa.
A Sacerdotisa pousa o Chicote e segurando o
cabo do Athame na palma das suas mãos, baixa a ponta dentro do vinho, dizendo:
"Assim como o Athame está para o homem,
está a taça para a mulher(5); e juntos, trazem a benção".
Ela então pousa o Athame, pega no Cálice,
beija o Sacerdote e bebe. Ela volta a beijá-lo e dá-lhe o Cálice.
O Sacerdote bebe, levanta-se e dá o Cálice a
outra mulher com um beijo. O vinho é passado de mulher para homem e de homem
para mulher com um beijo, até todos terem bebido, sendo então o Cálice
devolvido ao Altar.
O Sacerdote vai buscar o prato(6) de bolos e
ajoelha-se novamente em frente à Sacerdotisa, segurando o prato à frente dela.
A Sacerdotisa toca cada bolo com a ponta
molhada do seu Athame, enquanto o Sacerdote diz:
"Ó Rainha a mais secreta abençoa este
alimento para os nossos corpos concedendo saúde, riqueza, força, júbilo e paz e
aquela plenitude de Vontade, e Amor sob a Vontade, que é a perpétua
felicidade".(7)
A Sacerdotisa pega num bolo e come um pouco e
então beija o Sacerdote, que também pega num bolo. Os bolos são então passados
à volta com um beijo da mesma maneira que o Cálice foi passado, sendo então o
prato devolvido ao Altar.
Então o Sacerdote beija novamente os dois
joelhos da Sacerdotisa pousa os antebraços nas suas coxas e encosta a testa aos
seus joelhos por um momento. Neste momento, o Sacerdote e a Sacerdotisa
levantam-se.
(Se as chicotadas não fazerem parte do
Ritual, proceder directamente para a apresentação aos Guardiães, e para a
Declaração do Sacerdote, "Agora tenho de revelar um grande mistério. Se
não...").
O Sacerdote diz:
"Aqui ouso proceder com este sublime
Ritual, devo implorar purificação nas tuas mãos".
A Sacerdotisa vai buscar uma corda vermelha e
ata o Sacerdote, atando o meio da corda à volta dos seus pulsos atrás das
costas, trazendo as duas metades da corda sobre os seus ombros para as atar em
frente ao seu pescoço, deixando as pontas penduradas no seu peito como trela.
Ela então leva-o à volta do Círculo em sentido deosil, guiando-o pela trela.
Depois o Sacerdote ajoelha-se frente ao
Altar. A Sacerdotisa vai buscar o Chicote e dá-lhe três(8) leves chicotadas.
Então, pousa o Chicote no Altar.
O Sacerdote levanta-se e a Sacerdotisa
desata-o. Ele então ata-o da mesma forma e leva-a a dar uma volta em sentido
deosil, guiando-a pela trela. Ela ajoelha-se frente ao Altar. O Sacerdote vai
buscar o Chicote e dá-lhe três chicotadas leves e recoloca o Chicote no Altar.
A Sacerdotisa levanta-se e o Sacerdote leva-a
pela trela a cada um dos quadrantes à volta, dizendo:
"Ouçam, ó Poderosos do Leste (Sul,
Oeste, Norte): ________________, duplamente (triplamente)(9) sagrada e
consagrada Sumo-Sacerdotisa e Rainha Feiticeira, esta devidamente preparada,
irá agora erigir o Altar Sagrado".
Então ele desata-a e diz:
"Agora devo novamente implorar
purificação"
A Sacerdotisa desata-o, guia-o à volta e
dá-lhe três leves chicotadas como anteriormente. Ele fica em pé e ela desata-o
colocando o Chicote e a corda no Altar
O Sacerdote diz:
"Agora devo revelar um grande
Mistério"(10)
A Sacerdotisa fica de costas para o Altar na
Posição de Osíris (novamente com o Chicote e o Athame nas suas mãos). O
Sacerdote dá-lhe então o Beijo Quíntuplo.(11)
A Sacerdotisa pousa o Chicote e o Athame.
Agora a Sacerdotisa deita-se de costas, no
Altar ou no colchão n centro do Círculo. A sua cabeça está para Leste e os pés
para Oeste.
O Sacerdote ajoelha-se ao ledo dela, virado
para Norte. (Na seguinte Declamação, "Beijo" significa que ele a
beija mesmo acima do pêlo púbico, excepto nas duas alturas em que é descrito de
outra forma nomeadamente, os beijos nos seios e os beijos do Sigilo do 3º
Grau).
O Sacerdote diz:
"Assiste-me para erigir o antigo Altar,
no qual em dias pretéritos todos veneram;
O grande Altar de todas as coisas. Pois outrora, a Mulher era o Altar.
Assim era o Altar feito e disposto, E o sítio sagrado era o ponto do centro do
Círculo.
Como fomos ensinados pelos antigos que o centro é a origem de todas as coisas,
E portanto, devemos nós adorá-lo (Beijo); A quem adoramos igualmente invocamos,
pelo poder da Lança eguida".
(Ele toca no seu próprio falo e continua):
"Ó Círculo de Estrelas (Beijo),
De quem nosso pai é apenas irmão mais jovem
(Beijo),
Maravilha além da imaginação, alma do espaço infinito,
Ante a qual o tempo se envergonha, a mente se desnorteia, e o entendimento é
obscurecido,
A ti não podemos atingir a menos que a tua imagem seja amor (Beijo).
Portanto pela semente e raiz, pelo talo e botão,
E pela folha, flor e frutos nós te invocamos,
Ó rainha do Espaço, Ó Jóia da Luz,
Contínua dos Céus (Beijo);
Deixa que assim sempre seja
Que os homens falem não de ti como Uma, mas como Nenhuma;
Que os homens falem de ti de modo algum, visto que és contínua.
Pois tu és o ponto interior do Círculo (Beijo), que adoramos (Beijo);
O ponto da vida, sem o qual não existiríamos (Beijo).
E deste modo verdadeiramente são erigidas as santas colunas gémeas12;
(Ele beija o seu peito esquerdo e depois o seio direito).
Em beleza e em força foram erigidos,
Para admiração e glória de todos os homens"
Se o Grande Rito for "real" todos,
menos o Sacerdote e a Sacerdotisa saem do quarto abrindo o Portão Ritual e
fechando-o atrás deles.
O Sacerdote continua:
"Ó Segredo dos Segredos,
Aquela Arte escondida na existência das nossas vidas,
Não és tu que adoramos,
Porque o que adoramos também és tu.
A tua Arte é a Arte que eu sou (Beijo).
Eu sou a chama que arde no coração de todos os homens
E no coração de cada estrela
Eu sou a vida e o dador da vida
No entanto o conhecimento de mim é o conhecimento da morte.
Eu sou sozinho, o Senhor dentro de nós próprios,
Cujo nome é o Mistério dos Mistérios".
Ele então beija o padrão do Sigilo do 3º Grau
(o triângulo invertido sobre o Pentagrama direito13) como se segue: acima do
pêlo púbico, no pé direito, no joelho esquerdo, no joelho direito, no pé
esquerdo e acima do pêlo púbico; depois nos lábios, no seio esquerdo, no seio
direito e por fim outra vez nos lábios. (ver fig. 1)
Ele inclina-se gentilmente sobre o dela(14) e
diz:
"Abre o caminho da inteligência entre
nós;
Porque estes são verdadeiramente os Cinco Pontos da Amizade
Pé para pé,
Joelho para joelho,
Lança para Graal(15),
Seio para seio,
Lábios para lábios.
Pelo Grande e sagrado Cernunnos;
Em nome de Cerridwen;
Encoraja os nossos corações,
Deixa a luz cristalizar no nosso sangue,
Preenchendo a ressurreição em nós
Porque não existe parte de nós que não seja dos Deuses".
O Sacerdote levanta-se; a Sacerdotisa
permanece onde está. O Sacerdote vai a cada um dos pontos cardinais em volta,
dizendo:
"Ó Deuses dos Guardiães do Leste (Sul,
Oeste, Norte); a triplamente consagrada a Sumo-Sacerdotisa saúda-Vos e
agradece-Vos".
Versão Alternativa da Declamação
A versão da Declamação do Sacerdote, que a
Doreen Valiente escreveu para o texto C, está disponível como alternativo.
Substitui a Declamação de "Assiste-me na erecção do Antigo Altar" até
"lábios para lábios" (ou se preferirem toda a Declamação até
"...não seja dos Deuses").
Os beijos são como na versão do texto B,
mesmo acima do pêlo púbico, excepto nas duas fases indicadas como "beijo
nos seios" e "beijos do Sigilo do 3º Grau".
"Assiste-me a construir,
Como foi o desejo dos Poderosos,
O Altar da Oração
Desde o Início dos dias.
Assim desta maneira
Entre o ponto do céu
E assim foi colocado
Quando a Deusa abraçou o Cornudo, o seu Senhor,
Que lhe ensinou a Palavra
Que o ventre animou
E o Sepulcro conquistou.
Sê assim, como outrora
O Santuário que se adora (Beijo),
A festa perfeita e querida
O Graal que dá a vida (Beijo).
Antes de erguer
A Lança Miraculosa (tocar no próprio falo)
E invocar este sinal
À Deusa Divina!(Beijo)
Tu no meio da noite reinarás
Rainha do reino estrelado em cima,
Até a ti não possamos nós alcançar
A menos que as tuas imagem sejam amor, (Beijo)
Pelo raio de prata da lua eixo do poder,
Verde folha quebrada germina,
Semente que nasce flor,
Vida que corre no sangue, (Beijo)
Impetuoso vento que salta o fogo,
Flui a Água na verde terra,
Derrama no vinho os nossos desejos
Para fora do teu Caldeirão do Renascimento. (Beijo)
Aqui podemos nós vermos o estranho segredo
Do teu espaço livre da visão sem véu descaído,
Erguer as espantosas Colunas Gémeas
De ti erguer na beleza e na força. (Beijar os peitos)
O altar distribuidor dos mistérios,
O ponto central do círculo sagrado,
Assim, eu faço o sinal como antigamente,
Com beijos dos meus lábios ungidos. (Beijos do Terceiro Grau do Sigilo)
Abra para mim o caminho secreto,
O caminho da inteligência
Além dos portais da noite e do dia,
Além dos limites do tempo e do sentido.
Olhar com acerto o mistério;
Os cinco pontos verdadeiros da amizade,
Aqui onde a Lança e o Graal se unem,
E dos pés e dos joelhos e dos peitos e dos lábios.
4 - Consagrações
As bruxas praticam a consagração nos
instrumentos de trabalho e substâncias rituais como a água, o vinho e bolos ou
biscoitos. A maior parte das religiões faz o mesmo ou de outra forma; mas na
Wicca existem duas diferenças substanciais. Primeiro pela ênfase da Wicca na
polaridade masculina e feminina, normalmente, a consagração é feita em conjunto
pelo homem e pela mulher. Em segundo, na Wicca o direito de consagrar não está reservado
ao sacerdócio como uma classe à parte porque toda e qualquer bruxa ou bruxo é
visto como Sacerdotisa ou Sacerdote e isto aplica-se aos três graus de
Iniciação. O poder de consagração é encarado como inerente a todo o ser humano
e têm sido efectiva e sinceramente levado a cabo. De facto nós (e sem dúvida
outros coventículos) encorajamos frequentemente os neófitos que ainda não foram
iniciados, mas que têm ido a círculos à bastante tempo para saber o que estão a
fazer, para levarem a cabo consagrações (excepto de espada ou athame) no
círculo do Coventículo e nós não temos nenhuma dúvida sobre a sua eficácia.
A consagração tem dois propósitos básicos.
Primeiro é psicológico; para preparar os instrumentos ou as substâncias como
algo especial e neste caso para mudar a atitude do utilizador que a usa em
contrapartida aumenta a sua confiança dele ou dela, a sua imaginação criativa e
a sua força de vontade para qualquer ritual em que seja necessário usá-los. O
segundo propósito pode ser chamado psíquico, mágico ou astral. Bruxas e bruxos
(e muitos outros) acreditam que todo o objecto material tem um
"corpo" noutros níveis; e embora, o objecto material em si possa ser
alterado, decorado, entalhado, humedecido, secado, cozinhado, congelado, uma
descarga de electricidade estática ou que tudo sem desvirtuar a sua identidade,
e por vezes mesmo realçá-la podes, por isso, também (por exemplo) alterar o seu
'corpo' astral, carregado, inocentemente rendido ou activamente benéfico, e por
aí adiante, pela acção humana quer deliberada ou involuntária. A acção
deliberada deste tipo inclui a consagração, exorcismo, o fabrico de talismãs e
muitos outros passos até o amor consciente ou ressentimento com o qual o
presente é dado. A acção involuntária inclui uma longa (ou curta, mas intensa)
usada por uma pessoa, no envolvimento do objecto numa situação de carga
emocional ou outra vez o amor espontâneo ou o subconsciente da má-vontade, que
pode acompanhar uma prenda. Todo este efeito invisível, muitas vezes de
poderoso astral ou, mesmo de carga espiritual que acompanha o objecto material.
Não é fácil separar facilmente estes dois
efeitos o psicológico e o astral num compartimento estanque; de facto,
assemelha-se a um bom "negócio" e qualquer pessoa pode dar mais
ênfase a um do que ao outro, ou mesmo negar que o efeito não é senão, uma causa
psicológica. Afinal, a força do rosário Católico, o Judeu a tocar na mezuzah,
ou peregrino a Meca que circula e beija a Ka'ba ou um agricultor irlandês tem
má-sorte quando encontra um piseog(1) na sua terra pode dizer-se como muito
longe está do efeito psicológico, e quando muito é por causa da carga não
material que se pôs nele, ou acumulou no objecto físico?
Seja como for, uma forte confirmação da
existência do imaterial é dada pela frequentemente espantosa acuidade com que
um psicometrista dotado, pode relatar a história e as associações emocionais de
um objecto, simplesmente segurando-o e concentrando-se nele.
Muitos bruxos e ocultistas que o admitem, se
forem honestos, começam desligados pela certeza da efectiva consagração
psicológica, mas a experiência convence-os da consequência real da carga
psíquica, que naturalmente cresce forte como o objecto consagrado no uso
ritual(2).
Há três formas de consagração ritual no Livro
de Sombras: para a água e sal, para a espada ou athame e para os outros
instrumentos. Muitos deles vieram do livro The Great Key of Solomon, primeira
publicação em inglês por Macgregor Mathers em 1888 (ver Bibliografia sobre
Mathers) quem traduziu no Museu Britânico da forma manuscrita medieval. No
Texto A (e Capítulo X do High Aid Magic's) os laços do Hebreu, Grego ou Nomes
Latinos de Poder são preservados como aparecem no The Great Key of Solomon; mas
no Texto B foi substituído, em dois de três rituais, pelos nomes Aradia e
Cernunnos. No texto C é igual ao do Texto B.
Doreen Valiente diz-nos: "Isto
mostra-nos que a mente do ancião Gerald trabalhava à medida que gradualmente
modificava os rituais e os encantamentos do hebreu do Key of Solomon uma forma
mais simples e pagã. Este importante trabalho mágico tornou-se pela primeira
vez disponível em 1888, porque até então, esteve durante bastante tempo à
disposição dos estudantes do oculto. Todavia, Gerald, também me disse, quando
os judeus foram forçados a entrarem na clandestinadade na Bretanha na Idade
Média, alguns deles foram ajudados e protegidos pelas bruxas que as olhavam
como companheiras na má-fortuna e refugiadas na perseguição da Igreja Cristã.
Consequentemente, havia uma certa ciência cabalística(3), que foi encontrando
no seu caminho nas mãos das bruxas que encaravam os judeus como poderosos
mágicos cerimoniais. Ocultistas, que não eram bruxas tinham a mesma ideia e
queriam estudar o secreto conhecimento de Israel; mas eles tinham de ser
cautelosos porque pretendiam estudar o hebreu da maneira a converter os judeus
ao cristianismo, e pretendiam estudar a Cabala com o mesmo fim religioso em
vista. Como se sabe, a maior parte do conhecimento hebreu cabalístico encontrou
o seu caminho na Tradição Ocidental; de tal maneira que Dion Fortune (The
Magical Qabala, p. 21) diz que o Hebreu é uma língua sagrada do Oeste como o
Sânscrito do Leste. O High Aid Magic's, de facto, descreve uma relação de
trabalho entre o mágico cabalístico e a bruxa e como nós sabemos agora(4), este
livro foi publicado durante a vida da Velha Dorothy; portanto, penso que ela e
Gerald provavelmente usaram o palavreado da Key of Solomon, para estes rituais
de consagração, que ele mais tarde encurtou e simplificou. Mas eu desejava
saber o que as velhas bruxas usavam!"
Também nós; e pode bem ser que as velhas
cerimónias ou variações delas tenham sido preservadas por outros coventículos
hereditários. Porque é tempo que os critérios de Gardner, que gostam de afirmar
que ele "inventou" o seu sistema perante o facto que os rituais da
Arte tenham sobrevivido aos bocados e de forma desigual; e embora eles possuem
genuinamente alguns deles, portanto sem dúvida o fez, o coventículo de New
Forest e não necessariamente, os mesmos elementos. E que eles e os seus
predecessores, como o coventículo New Forest, tenham sem dúvida preenchido as
lacunas com material com outras partes ocultas ou do seu próprio engenho. Este
foi um processo perfeitamente legítimo e, sem receio necessário para que a Arte
sobreviva, especialmente os anos secretos e fragmentados. O que importa é que
funcione? o sistema gardneriano, e assim como muitos outros, faz sem hesitação.
Dado o espírito e o entendimento da Velha Religião, as formas são secundárias.
As velhas cerimónias são para serem valorizadas sem dúvida, porque elas
representam as nossas raízes e guardadas em relicário que estamos todos a lutar
para redescobrir. Se nós conseguirmos abandonar o sectarismo e as bruxas de
muitas tradições conseguirem juntar-se sem preconceitos; pesquisa honesta e
associação demonstrativa podem dar uma visão mais clara e mais abrangente do
que os ceremoniais antigos o eram realmente. Até lá, nós podemos estar todos
sentados em diferentes peças de um importante jogo de paciência.
Nós damos em baixo, a versão do Texto B/C de
três rituais de consagração, acrescentado pela cerimónia elementar que nós
próprios usamos, para outros objectos como joalharia pessoal. Todos estes
rituais deviam, sem dúvida, serem executados dentro de um círculo mágico. Mesmo
se a água e o sal estão a ser consagrados com um único propósito como o ritual
de Aberturas do Corpo (ver p. 85), deverá pelo menos, abrir um Círculo mental à
volta do seu redor antes de começar.
Um outro ponto. O banimento do Círculo, uma
bruxa não se deve juntar aos outros quando se faz o Pentagramas de Banimento
mas deve levá-lo à volta, para estar por detrás do coventículo, quando eles
encaram os pontos cardeais. Para o fazer o Pentagrama de Banimento frente a um
objecto recentemente consagrado, pode ter um efeito neutralizante.
Consagração da Água e do Sal
Aos nossos costumes, cabe à Sumo-Sacerdotisa
consagrar a água e ao Sumo-Sacerdote o sal; a Sumo-Sacerdotisa segura a taça de
água enquanto o Sumo-Sacerdote deita o sal dentro da taça mas tudo isto pode
ser, claro, feito por uma pessoa.
A versão do Texto B/C dada aqui é uma
cerimónia simplificada da Key of Solomon, pp. 93-4 (ver também High Magic's Aid
pp. 144-5. A lista de Hebreus e outros Nomes de Poder foi também reduzida com a
água do trinta dois ao cinco e com o sal do dezanove ao seis, como poderá ser
visto noutros dois rituais de consagração, Gardner eliminou o Hebreu e outros
nomes por completo e subtituiu aqueles por Aradia e Cernunnos, (como nós o fazemos)
e nós ficamos um bocado intrigados, pelo facto, dele não ter feito o mesmo
aqui.
O Ritual
Coloca a taça no pentáculo, segura o teu
athame com a sua ponta do na água e diz: "Eu te exorcizo, Ó Criatura da
Água, a que arrojas de ti as impurezas e imundícies dos espíritos do mundo dos
fantasmas. Mertalia, Musalia, Dophalia, Onemalia, Zitanseia".
Retira a taça do pentáculo, e substitui-a
pela taça com sal, segura com a do teu athame e diz: "Que as bênçãos caiam
sobre esta criatura do Sal, que toda a malignidade e obstáculo sejam expulsos
daqui por diante, e que todo o bem aqui ingresse. Pelo que te abençoo e invoco
para que possas ajudar".
Trocando de novo as taças, e deitando o sal
na água diz: "Yamenton, Yaron, Tatonon, Zarmesiton, Tileion, Tixmion. Mas
lembra-te sempre, a água purifica o corpo, mas o tormento purifica a alma"
Consagrando a Espada e o Athame
O Livro das Sombras diz que esta consagração
deve ser feita, se possível, por um homem e uma mulher "ambos nus como
espadas desembainhadas". Se uma bruxa(o) solitário não tem alternativa a
fazê-lo sózinha(o), o abraço final pode ser possivelmente substituído segurando
a recém consagrada espada ou athame, por um momento, numa oferta silenciosa ao
Deus e à Deusa, envolto por um momento numa silenciosa oferenda ao Deus e à
Deusa, visualizados (como estando) para além do altar.
Se possível, a arma deve ser consagrada em
contacto com uma espada ou athame já consagrada como High Magic's Aid coloca
(pp.159-60) "para comunicar um poder acrescentado/aumentado".
As palavras devem ser ditas por qualquer
companheiro do casal que seja o possuidor da arma a ser consagrada. Se, no caso
da espada, se pertencer a ambos ou ao coventículo, qualquer um deles pode dizer
as palavras ou, os dois em conjunto. Quando apropriado, deve substituir-se
"eu", "-me" e "meu" por "nós"
"-nos" e "nosso"; ou se a arma estiver a ser consagrada por
uma pessoa qualquer, as palavras devem ser ditas, referindo-se ao nome da
pessoa e por "ele", ou "ela", etc.
As palavras originais deste ritual, como
foram usadas no Texto A, podem ser encontradas nas pp. 101 e 118 no Key of
Solomon, e na p. 160 no High Magic's Aid.
Nós damos, na versão do Texto B/C expandido
ligeiramente, em baixo, para fazer claramente os movimentos. Após o ritual em
si damos literalmente a passagem interpretativa como se segue nas palavras
faladas no Texto B/C. É interessante que neste texto, "Bruxa",
significa a mulher bruxa e "Mago", para homem bruxo.
O Ritual
Pouse a espada ou o athame sobre o pentáculo,
preferencialmente juntamente com, outra arma consagrada. O homem esparge-a com
sal-e-água misturados. A mulher em seguida levanta a arma para ser consagrada,
passa-a pelo fumo do incenso e coloca-a sobre o pentáculo. Homem e mulher põem
as mãos direitas sobre ela e fazem pressão. Diz-se:
"Eu te conjuro, Ó Espada [Athame], pelos
Nomes, Abrahach, Abrach, Abracadabra, que tu me sirvas para a força e defesa em
todas as operações mágicas contra todos os meus inimigos, visíveis e
invisíveis. Eu te conjuro outra vez pelo Nome Sagrado de Aradia e o Nome
Sagrado Cernunnos; Eu te conjuro, Ó Espada [Athame], para que sirvas para
protecção em todas as adversidades; por isso ajuda-me agora"
(Esta é a chamada Primeira Conjuração).
De novo, o homem bruxo esparge-a e a mulher
bruxa incensa e a arma retorna para o pentáculo. Diz-se:
"Eu te conjuro, Ó Espada [Athame] de
ferro, pelos Grandes Deuses e Grandes Deusas, pela virtude dos céus, das
estrelas e dos espíritos a quem presides sobre eles, do poder que tu recebeste
tal virtude que eu posso obter para o fim a que eu desejo em todas as coisas em
que te faço uso, pelo poder de Aradia e Cernunnos"
(Esta é a chamada Segunda Conjuração).
Aquele que não é o possuidor, dá então o
Beijo Quíntuplo no possuidor. (Se possuirem juntos ou se consagram alguém, o
homem dá o Beijo Quíntuplo à mulher). No beijo final na boca, eles pegam na
espada ou athame e colocam o lado da lâmina entre os seus seios, e seguram-na
aí pela pressão do seus corpos. Depois do beijo, separam-se (ter cuidado em
segurar o punho da espada ou athame antes de se libertarem da pressão sobre
ele, pois deixá-la cair pode ser doloroso como também é pouco digno).
O posssuidor ou, possuidores da nova arma
consagrada deve ser usada imediatamente para reabrir o Círculo, mas sem
palavras.
Nos textos B/C, o parágrafo explicativo a
seguir é dado depois do ritual:
'Se possível, coloca a espada com uma outra
espada ou athame que seja consagrada. Deve, se possível, consagrada pelos dois,
a mulher e o homem, ambos os quais são iniciados e ambos tão desnudados como
espadas expostas. Durante a consagração, pressiona a espada firmemente com a
espada ou athame consagrado. Se possível, primeiro partilha o Vinho e Bolos,
nessa altura o Mago deve espargi-los com água, a Feiticeira deve usar o incenso
na primeira Conjuração, depois espargem e incensam outra vez e conjuram
novamente com a segunda Conjuração. Se a espada e athame verdadeiros estão
disponíveis, uma espada e um athame podem ser consagrados ao mesmo tempo, neste
caso o Mago, deve pressionar com a espada na espada e a Bruxa com o athame no
athame e à nova espada e athame devem tocar. Em qualquer caso, quando está
acabada a arma deve-se dar ao novo possuidor, uma Saudação Quíntupla que deve
ser pressionado contra o corpo por algum tempo até conseguir uma aura; e deve
estar próximo, com a possível conexão, ao corpo desnudado durante, pelo menos,
um mês, i.e. guardado debaixo da almofada, etc. Não permitas que alguém toque
ou pegue em algum dos instrumentos até de um modo completo seja impregnado com
a tua aura; digamos, seis meses ou perto disso quanto possível. Mas um casal
que trabalhem juntos, podem usar os mesmos instrumentos, que estão impregnados
com a aura dos dois.
Consagrando Outros Instrumentos de Trabalho
É usada esta cerimónia para qualquer ritual
de instrumentos, excepto a espada e o athame. As palavras originais, como no
Texto A, podem ser encontradas na p. 102 do Key of Solomon e na p.155 do High
Magic's Aid. Outra vez no Texto B/C os nomes de Aradia e Cernnunos foram
substituídos.
Aqui, também, nós damos a versão do Texto
B/C, levemente expandida para fazer desenvolvimentos distintos, seguidos
textualmente pelo parágrafo interpretativo retirados do Texto.
Neste parágrafo, uma vez mais as palavras 'Bruxa' e 'Mago' são usadas mas aqui,
nós pensamos, que não quer dizer 'mulher' e 'homem'. Nós disssemos que Bruxa
pode sair e tornar a entrar com segurança e livremente do Círculo, mas isto é
perigoso para o Mago fazer isso o que é muito estranho se houvesse
descriminação sexual! Nesta afirmação particular, agradavelmente, distingue
'Bruxa' que significa operador Wiccano (homem ou mulher) e 'Mago' que significa
mágico cerimonial (homem ou mulher) e o que o Texto fez foi acentuar a
diferença entre 'Arte Mágica' i.e., o Círculo da cerimónia mágica (que é
puramente protectora contra os seres espirituais covocados fora dele) e o
Círculo das Bruxas (que primeiramente contém e amplifica poder que foi
levantado dentro dele e somente, em segundo, é protector). Nós discutimos as
diferenças mais detalhadamente na p. 83. Tal mudança, no significado das
palavras, entre as passagens relacionadas não são surpreendentes; como Doreen
comenta, 'esta parte no livro de Gerald é, sem dúvida, a dificuldade em
desvendá-la! Ele tinha o simpático hábito de copiar metade de qualquer coisa
para uma página e depois copiava a outra metade, para uma página distinta,
misturando-as com alguma coisa Se bem que isto podia ser feito deliberadamente,
no caso do livro cair nas mãos de uma pessoa não iniciada, quem não fosse capaz
de encontrar a cabeça e a cauda.
O Ritual
Homem e mulher colocam o instrumento no
pentáculo e dispõem as suas mãos direitas sobre ele. Diz-se:
'Aradia e Cernnunos, digna a abençoar e
consagrar este Punhal de cabo-branco [ou seja o que for] para obter através dele
a necessária virtude para todos os actos de amor e beleza'.
O homem esparge o instrumento com a mistura
de sal e água e a mulher passa através dele com o fumo do incenso e recoloca-o
no pentáculo, diz:
'Aradia e Cernnunos, abençoa este instrumento
preparado em Vossa honra'. No caso do Açoite ou das Cordas, acrescenta-se
'...para poder servir para um bom uso e fim e para a Vossa glória'.
Outra vez, o homem esparge e a mulher
incensa.
Para aquele que não é o posuidor, depois dá o
Beijo Quíntuplo no possuidor. (Se o possuem em comum, ou se consagrando-o para
alguém, o homem dá o Beijo Quíntuplo à mulher). Para o beijo final na boca,
pegam no instrumento abraçam-se com ele entre os seus peitos, segrando-o aí
pela pressão dos seus corpos. Depois do beijo, eles separam-se (outra vez,
cuidadosamente sustendo o instrumento para não deixar cair). O possuidor, ou os
possuidores, do instrumento recentemente consagrado deve então utilizá-lo
imediatamente, pela maneira sugerida no parágrafo explicativo do Texto B/C que
se segue:
'Todas estas armas devem ser presentes ao
novo possuidor com a Saudação. Se uma Rainha Bruxa: XX[como no primeiro grau de
iniciação ver p. 19]. A Cerimónia finaliza com uma Beijo Quíntuplo. O novo
possuidor deve utilizar imediatamente os instrumentos novos, quer dizer, abrir
o Círculo com a Espada, depois com o Athame, incidir algo com o punhal de punho
branco, exibir o Pentacle aos Quatro Quartos, acenar a Varinha aos Quatro
Quartos, o incenso aos Quatro Quartos, usar as Cordas e o Açoite; e deve
continuar a utilizá-los todos no Círculo por algum tempo possível. Para marcar
fora um novo Círculo, pegue na Espada e no Athame na terra, faça um laço com a
Corda e deslíza-a por cima; então, com a corda, marque fora um círculo e
posteriormente marca-o com a ponta da espada ou athame. Renove sempre o Círculo
com a Espada ou Athame quando utilizar, mas é marcada sempre de modo que você
sempre remarque nele no mesmo lugar. Lembra-te, o Círculo, é uma protecção, um
guardião contra influências do mal e evita que o poder criado se disperse; mas
a Bruxa, não sendo malvada, pode entrar e sair livremente. Mas na Arte da
Magia, é uma barreira contra as forças levantadas e quando o Mago não pode sair
uma vez sem grande perigo. Se se manifesta algum grande perigo será
recomendável tomar o refúgio no Círculo; mas ordinariamente a espada ou o
athame a sua disposição é uma protecção perfeita contra qualquer coisa. Os que
fazem estes instrumentos devem ser preparados, limpos e serem purificados.
Quando não estão em uso, todos os instrumentos e espadas devem ser colocadas
longe, num lugar secreto; e, é bom que este se encontre perto do seu lugar onde
dorme e que você as maneja cada noite antes de se retirar para dormir'
Consagrando Joalharia Pessoal, Etc
O Livro das Sombras não nos dá nenhum ritual
para isto. Nós encontramos uma maneira satisfatória de o fazer conforme os
termos dos Quatros Elementos de novo em nome de Cernunnos e Aradia. Nós
incluimos aqui o nosso ritual, no caso de outras bruxas acharem isso útil.
A propósito, deve apenas ser necessário
precisar que os coventículos devem utilizar qualquer nome de Deus- e Deusa-,
está no hábito o uso (neste e outros rituais). Temos utilizado os nomes de
Cernnunos e de Aradia através desta Secção, porque estes são os que nos dão o
Livro das Sombras, e são os que nós utilizamos normalmente. Mas 'todos os
Deuses são um Deus e todas as Deusas são uma Deusa'; e as aplicações dos nomes
são uma questão de opção. Também podem ser variados conforme a ocasião. Por
exemplo, podemos consagrar um broche Céltico em nomes de Lugh e de Dana, a
coleira de um cão em nomes de Pan e de Diana, ou de un anel casamento em nomes
de Eros e de Aphrodite. Satisfazer os nomes do Deus e da Deusa a natureza das
ajudas do rito para acentuar o seu propósito.
Um livro inestimável e enciclopédico sobre a
significação dos nomes da Deusa é Lorenzo Durdin-Robertson's Juno Covella,
Calendar of the Fellowship of Isis.
O Ritual
Homem e mulher põem o objecto sobre o
pentáculo e colocam as suas duas mãos direitas sobre ele. Diz-se:
'Nós te consagramos, a ti elemento da Terra'.
Aspargir o objecto com a mistura de sal e de
água, dizendo:
'Nós te consagramos, a ti elemento da Água'.
Passar o objecto através do fumo do incenso,
dizendo:
'Nós te consagramos, a ti elemento da Ar'.
Passar o objecto sobre a chama da vela (bem
acima, se for algo que a chama poderia estragar), dizendo:
'Nós te consagramos, a ti elemento do Fogo,
em nomes de Cernunnos e Aradia'
Então abraçam-se e beijam-se com o objecto
entre os seus peitos, da mesma maneira que para os instrumentos rituais.
Finalmente, se é um objecto, algo que pode
ser usado imediatamente (não é possível, obviamente, por exemplo, se for um
broche e o possuidor estiver nu!), aquele que não é o possuidor o coloca à
volta do pescoço do possuidor, pulso, dedo ou seja lá o que for.
5 - O Resto do Livro das Sombras
Temos agora cobertos, neste livro e no Eight
Sabbats for Witches, as partes rituais do Livro das Sombras de Gerald Gardner
(Texto B) e da sua versão definitiva segundo a compilação feita em conjunto por
Gardner e Doreen Valiente (o Texto C). Possivelmente em qualquer parte e,
grandemente ajudado pelo conhecimento de Doreen, nós temos dado as referências
das fontes deste material.
Mas há também muito material no Livro das
Sombras que não é ritual; e alguns deles sofreram o mesmo destino, como os
rituais que são citados erradamente, torcidos e plagiados. Como os rituais, os
seus dias 'secretos' são largamente passados, quer uns lamentem o facto ou não.
Assim, nós concordamos com a Doreen, que alcançou até aqui, nos interesses da
Arte e da exactidão histórica, os textos autênticos destes passos, que não são
rituais, devem também ser publicados. O trabalho que a Doreen fez para Gardner,
ao rever o Texto B foi confinado aos rituais; pelo que os passos que não sejam
rituais, os Textos B e C, são idênticos. Doreen diz-nos: 'Estas passagens não
aparecem no Texto A, no livro mais antigo; mas você observará uma nota curiosa
na passagem intitulada A Convocação, indicando que Gerald deve ter copiado de
algum outro livro. A velha Dorothy? Não se sabe. A minha impressão é que esta
gente copiava de cada um dos livros o que interessava e que consideravam
importantes, agregando a partir desta matéria nos seus próprios, de tempos a
tempos (feitiços, as receitas e assim por diante), assim, deste modo, não há
dois Livros das Sombras na prática, exactamente iguais. Também, quando estes
dias em que os livros ocultos não eram nada fáceis de acesso, como são hoje,
eles copiaram passagens dos livros impressos que haviam sido dados como
empréstimo, nos temas que lhes interessaram. O velho Gerald fez isto
extensivamente no seu velho livro, referente aos Cavaleiros Templários, a
Qabalah e assim sucessivamente, entremeando com os poemas favoritos dele'.
É quase sempre impossível identificar as
fontes afastadas a que dizem respeito. Como Doreen disse, 'que variam com a
idade são claramente importantes'. A evidência das diferenças na idade, está na
variedade de estilos da prosa; algumas passagens parecem-se genuinamente
velhas, alguns comparativamente modernos (ou disseminadas com modernismos),
enquanto que alguns eram francamente pseudo-arcaicos.
Para se tornar claro, damos os textos do
Livro das Sombras em itálico, e qualquer comentário (nossos ou da Doreen) em
romano. O título, a cada passagem, é como aparece no texto B.
Prefácio para o Livro das Sombras
'Mantém o livro nas tuas próprias mãos
escriturado. Deixa os irmãos e as irmãs copiarem o que quiserem; mas nunca
deixes o livro nas suas mãos e nunca deixes que outros o escriturem, para que
se for encontrado na escrita deles poderão ser levados e torturados. Cada qual
guarda para si a sua escrita e destroi quando o perigo ameaça. Aprende tanto
como pelo coração e quando o perigo passar reescreve o teu livro quando for
seguro, fazei-o. Por essa razão, se ninguém morrer, destroi os livros deles se
não foram capazes de o fazer porque ao ser encontrado é claro servirá de prova
contra eles, e "Vós não poderão ser bruxos sozinhos" assim os seus
amigos correrão perigo de tortura. Assim destroi tudo que não seja necessário.
Se o teu livro for descoberto sobre si é uma clara prova contra ti sozinho e tu
bem podes ser torturado. Mantém todos os pensamentos de vulto na tua mente; diz
que tens tido maus sonhos, que o demónio obrigou-te a escrever isto sem o teu
conhecimento. Pensa para ti, "Eu não sei nada. Eu não me lembro de nada.
Eu esqueci-me de tudo". Mantém isto em mente. Se a tortura for impiedosa
para a suportar, diz, "Eu confesso, eu não posso suportar este tormento. O
que quereis que eu diga? Digam-me e eu direi". Se tentarem fazer uma lista
para te fazer falar de impossibilidades, tais como voar através do ar, acasalar
com o Diabo e sacrificar crianças e comer carne humana, para obter a libertação
da dor da tortura diz, " Eu tive um sonho diabólico, não era eu, eu estou
a ficar demente".
'Nem todos os magistrados são maus. Se
encontrarem uma desculpa podem mostrar piedade. Se confessarem, qualquer coisa,
abjura mais tarde; diz que falaste de mais sob tortura e que tu nem sabes o que
disseste e o que não disseste. Se fores condenado, não mostres medo; a
Irmandade é poderosa. Pode ajudar-te a escapar se tu foste firme. SE TU TRAISTE
DE QUALQUER MODO NÃO HAVERÁ NENHUMA ESPERANÇA PARA TI OU NISSO QUE HÁ-DE VIR.
Tem a certeza, se tu vais com firmeza para a fogueira, as drogas ajudar-te-ão;
alcançar-te-ão e tu não sentirás nada. Tu vais mas para a morte, quem mentirá
mais além? A êxtase da Deusa.
Igualmente os instrumentos de trabalho;
deixa-os estar como coisas ordinárias que qualquer um pode ter em suas casas.
Deixe os pentáculos serem de cera, porque isto podem ser derretidos ou
quebrados imediatamente. Não tenha nenhuma espada, a menos que a sua hierarquia
não o proíba de ter uma e que não tenha nenhuns nomes ou signos em qualquer
coisa. Escreva os nomes e os signos nele a tinta antes de as consagrar e
lava-as para depois serem apagadas imediatamente. Nunca se vanglorie, nunca
ameace, nunca diga que você desejaria enfermidade a qualquer pessoa. Se você
fala da Arte, diga, "não me fales de tais coisas, que assusta-me, é sorte
malvada falar-se disso". Comentário de Doreen: Eu olhei para isto, como
sendo de duvidosa autenticidade, porque fala de ir "para a fogueira",
visto que na Inglaterra, depois da Reforma, as bruxas não "foram para a
fogueira" a menos que tivessem sido consideradas judicialmente culpadas de
matar os seus maridos, que foi visto como uma trivial traição. O castigo para
as bruxas em Inglaterra era o enforcamento; era somente na Escócia que foram
queimadas na estaca. Muitos escritores sobre bruxaria inclinaram-se sobre este
detalhe. Assim, este "Prefácio" tinha que ser da pré-Reforma, que
duvido muito, especialmente, com a sua referência aos magistrados, ou aos
escoceses, o que vejo, que não há nenhuma razão de pensar isto.
Nós sempre suspeitamos também do
"Prefácio". Quando a tortura foi utilizada, a maioria das bruxas
vulgares seriam analfabetas e não seria certamente uma regra para 'manter um
livro escrito pelas suas mãos'; e inclusivamente, se soubessem ler e escrever,
aprender a Arte teria sido oralmente, processo utilizado, por razões de
segurança. Se tais livros tivessem sido guardados, durante dois ou mais séculos
da perseguição, alguns teriam sido capturados, muito inevitavelmente, pelas
autoridades e este nosso conhecimento nunca teria sucedido o que sugere
fortemente se tivesse acontecido.
As instruções sobre como se comportar em caso
se fosse capturado e nos instrumentos de trabalho, soa algo de mais verdade.
Parece-nos que o 'Prefácio' é tardio (talvez século dezanove) prepertação para
o papel, numa mistura de dados verbais abaixo do conhecimento e da prática
contemporânea. O estilo da prosa, que os leves gostos do pseudo-arcaismo dos
victorianos amaram e olharam como 'literário', utiliza algo desta visão. E 'ir
para a fogueira' seria uma confusão com a sina dos outros mártires, ao mesmo
tempo incompreensível enquanto o conhecimento histórico da maioria das pessoas
era elementar e altamente coloridos.
Os Caminhos para Fazer Magia
O símbolo no athame diz-nos o que representa,
entre outras coisas, os Oito Trajectos que todos levam para o Centro dos Oito
Caminhos de Fazermos Magia, e estes são:
1. Meditação ou concentração.
2. Cânticos, Feitiços, Invocações. Invocar a Deusa, etc.
3. Projecção do Corpo Astral, ou Êxtase.
4. Incenso, Drogas, Vinho, etc. Qualquer poção que ajude a libertar o Espírito.
5. Dança
6. Controlo de sangue. Uso das Cordas.
7. O Açoite
8. O Grande Ritual
'Tu podes combinar muitos destes caminhos
para produzir mais poder.
'Para praticar com sucesso a Arte, tu precisas destas cinco coisas seguintes:
1. Intenção. Deves ter uma enorme vontade de
sucesso, a firme convicção de que vais conseguir e a determinação de vencer
através de todos os obstáculos.
2. Preparação. Deves ser preparado
convenientemente.
3. Invocação. Os Prodígios devem ser
invocados.
4. Consagração. O Círculo deve ser lançado
convenientemente e consagrado e deves consagrar devidamente os instrumentos.
5. Purificação. Deves ser purificado.
A partir deste momento há cinco coisas
necessárias antes de poder começar e então oito Trajectórias ou dos Caminhos
que conduzem ao Centro. Por exemplo, você pode combinar 4, 5, 6, 7 e 8 em
conjunto, num ritual; ou 4, 5, e 6 em conjunto com o 1 e o 2 ou, talvez com o
3. Quantas mais maneiras que se pode combinar, mais o poder que produz.
'Não há uma reunião para se fazer um
oferecimento a menos que de duas chicotadas da conta para a Deusa, para isto
ser um mistério. Os números afortunados são 3, 7, 9 e que três vezes 7 seja 21.
E estes números somados contam dois, assim, que um número menos perfeito ou
afortunado não seria uma oração perfeita. Também a Saudação Quíntupla seja 5,
ao todo são 8 beijos; para isso são dados 2 nos pés, 2 nos joelhos e 2 nos
peitos. E 5 vezes 8, são a conta de dois. Também são 8 os instrumentos de
trabalho e o Pentáculo são 5; e cinco oitos, são duas contas.
(Nota: 8 mais 5, igual 13. 8, se
multiplicados por 5 iguais, dá 40)'.
Não há dúvida que, desde os tempos
imemoriais, o uso das drogas e a Flagelação foram utilizados (sob condições
cuidadosamente pensadas, controladas e com conhecimento) para 'libertar o
Espírito' i.e., para expandir a consciência. Em circunstâncias actuais,
opomo-nos totalmente ao uso de drogas na Arte, sob qualquer forma; sobre isto,
os nossos argumentos, ver as pp. 139-40. Sobre o uso controlado do Açoite, há
opiniões divergentes. Mesmo para nós, somente o utilizamos simbolicamente; mas
isto, é uma opção pessoal. Flagelar ocupo-me completamente na passagem Atingir
a Visão, nas pp. 58-9 mais abaixo e temos agregado os comentários de Doreen
sobre o seu uso construtivo disso.
O parágrafo sob os números afortunados é
interessante e digno de estudo. São assim, o estilo da prosa que os parágrafos
anteriores que estão completamente diferentes e aparentemente mais antigos.
Poder
'O Poder é latente no corpo e pode ser
prolongado e usado de várias maneiras pelo especialista. Mas a menos que
confinada num círculo será dissipada rapidamente. Daqui a importância da
construção correcta de um círculo. O Poder parece exudar do corpo através da
pele e da possibilidade dos orifícios do corpo; daqui você deve estar
corretamente preparado. A mais ligeira sujeira estraga tudo, o que mostra a
importância da limpeza completa.
'A atitude da mente tem um efeito grande,
assim, trabalhar somente com um espírito de reverência. Tomar um pouco de vinho
e repetir durante o cerimónia, se necessário, ajuda a produzir poder. Outras
bebidas fortes ou drogas podem ser mesmo usadas, mas com moderação, mas se está
confuso, mesmo insignificante, não poderá controlar o poder que evocar.
'A maneira mais simples é, dançando e cantar
monótonos cânticos, no início lentamente e gradualmente acelera o tempo até que
se soltem sons agudos sem sentido para produzir o poder. Mas este método
inflama a mente e rende-a ao difícil controlo do poder, embora o controlo possa
ser ganho pela prática. A flagelação é de longe a melhor, porque estimula e
excita o corpo e a alma, contudo apenas uma retém facilmente o controlo. O
Grande Ritual é de longe o melhor. Liberta o enorme poder, mas as condições
fazem as circunstâncias, ele é difícil porque a mente mantém o controlo desde o
início. É uma vez mais, matéria prática e da força natural e da vontade do
operador e em menos grau, do que daqueles seus assistentes. Se, como de velho,
houvesse um treino presente de muitos assistentes e todas as vontades
harmonizadas, corria maravilhosamente.
'Os feiticeiros usaram principalmente o
sacifício de sangue; e quando nós aprendermos isto, para nós sermos perversos,
não podemos negar que este método seja muito eficiente. O Poder em lugar de ser
realçado é falseado no sangue que verteu recentemente, em vez de exudar
lentamente como no nosso método. O terror e a angústia das vítimas adicionadas
a um pequeno animal pelo grande desejo de render completamente um enorme poder.
A grande dificuldade está na mente humana que controla o poder da mente mais
baixa do animal. Mas os feiticeiros reivindicam que possuem métodos para
efectuar isto e aquela dificuldade desaparece do mais elevado quando usado no
animal enquanto se a vítima for humana desaparece inteiramente. (A prática é
uma abominação, mas é assim).
'Os Sacerdotes sabem isto muito bem; e pelos
seus autos-de-fé, causaram dor e terror com as vítimas (os fogos desempenham
muito, na mesma forma como os círculos), obtendo enorme poder.
'Dos velhos Flagelantes certamente evocando o
poder, mas aquela que não está sendo confinada através de um círculo a maior
parte perde-se. A quantidade de poder levantado era assim tão grande e contínua
que qualquer um com conhecimento poderia a dirigi-la e usá-la; e é o mais
provável que os clássicos pagãos sacrificadores tivessem usado a mesma maneira.
Há sussurros que quando era um sacrifício de boa vontade da vítima humana, com
a mente dirigida no Grande Trabalho e com os assistentes altamente hábeis,
surgiam maravilhas mas disto eu não falaria'.
Esta passagem tem contrastes de uma conversa
ditada, ou um ensaio individual mal copiado. (A velha Dorothy outra vez?) O Eu
na última proposição sozinha este é indicado. Tem todo o aspecto de moderno
(diríamos nós, no século dezanove ou início do século XX) na fraseologia
moderna e atinge-nos como o trabalho de um cérebro penetrante. Isto começa
distante com um conselho útil e prático nos métodos Wiccanos do poder levantado
e vai para uma sensata análise da abominação dos sacrifícios de sangue dos
feiticeiros e dos inquisidores das fogueiras e ao esbanjamento dos métodos
Cristãos Flagelantes. Os comentários sobre o Grande Ritual, com o operador
(masculino) e assistentes treinados, parecem mais em harmonia com antiga magia
pública do sexo (tal como executado por um Sumo-Sacerdote com a virgem
escolhida do templo no Festival anual de Opet em Tebas no antigo Egipto) com
prática actual. A mágica moderna do sexo apela para a polaridade equilibrada do
masculino/feminino e é conduzida pelos casais em privado; veja pp. 170-2, na
Seção XV, 'Feitiçaria e Sexo'. Tal privacidade também foi observada no
coventículo de Gardner, disse-nos Doreen.
As observações controladas e amplificadas do
efeito do Círculo Mágico sublinha o que nós fizemos neste ponto na p. 46. A
sugestão que contém o fogo, num auto-de-fé tem este o mesmo efeito, é interessante.
Correctamente Preparado
'Despido, mas com sandálias (sapatos, não)
pode ser desgastante. Para a iniciação, amarre as mãos atrás das costas, puxar
até à pequena parte traseira e amarrar as extremidades na parte da frente.
(Desta maneira, forma um triângulo na parte traseira). Quando o novato está
ajoelhado no altar, o cabo de reboque é amarrado a um anel no altar. Uma corda
curta é amarrada como uma liga em volta da perna esquerda do iniciado acima do
joelho, com as extremidades dobradas para dentro. Outros são entrelaçados à
volta do tornozelo direito e as extremidades dobradas para dentro para que ao
mover-se serem aproximadamente afastadas. Estas Cordas são usadas para amarrar
os pés juntos, quando o novato se ajoelhar no altar e deve ser suficientemente
longo fazer isto firmemente. Os joelhos devem também ser firmemente amarrados.
Isto deve ser feito com cuidado. Se o aspirante se queixar da dor das ligações,
devem ser afrouxadas ligeiramente; recorde sempre que o objecto deve retardar o
fluxo do sangue, bastante, para induzir a um estado de transe. Isto envolve o
ligeiro desconforto; mas o grande desconforto impede o estado de transe, assim
é muito melhor gastar pouco de algum tempo para afrouxar e apertar as ligações
até que estas estejam apenas correctas. O aspirante sozinho pode assim
dizer-lhe quando está bem. Isto, naturalmente, não se aplica à iniciação,
porque então nenhum transe é desejado; mas para a finalidade do ritual é bom
que os novatos estejam bastante ligados firmemente à sensação que estão
absolutamente ligados, mas sem desconforto.
'A medida (no Primeiro Grau) é assim tirada:
'Altura, à volta do pescoço, passa em cruz no
coração e de través nos genitais. O velho costume é, se qualquer um for culpado
de trair os segredos, a sua medida for enterrada à meia-noite num lugar
pantanoso, com a praga "assim como a medida apodrece, assim eles
apodrecerão" '.
Estas instruções de obrigação a um novato,
onde a única finalidade seja o sentimento do próprio abandono, e em ligação
para restringir o fluxo do sangue para o ajudar num estado de transe. Como o
texto enfatiza, o último deve ser feito com muito cuidado; a menos que as
instruções fossem seguidas meticulosamente, poderia ser perigoso.
Sobre tirar a medida Doreen diz-nos, que a
prática de Gardner era medir à volta da testa, não à volta da garganta; ver p.
18. Hoje, quando a segurança não é mais uma matéria de vida e de morte, a
medida é mantida, porque é, como um símbolo de lealdade ao coventículo, não
como uma ameaça.
Assembleia de Dança
'A Donzela deve conduzir. Um homem deve
colocar ambas as mãos na sua cintura, ficando atrás dela e os outros homens
alternadamente com as mulheres, fazem o mesmo, a Donzela conduz e dançam
seguindo-a. Ela conduz até ao fim numa espiral à direita. Quando o centro for
alcançado (e isto fica muito melhor se for marcado com uma pedra) ela gira de
repente à volta e dança para trás, beijando cada homem que lhe aparece. Todos
os homens e mulheres giram do mesmo modo e dançam para trás, os homens que
beijam as meninas e as meninas que beijam os homens. Tudo na cadência da
música, é um jogo alegre, mas deve ser praticado para sair bem feito. Nota, o
músico deve prestar atenção aos dançarinos e tocar uma música rápida ou lenta
conforme for mais apropriado. Para os principiantes deve ser lenta, ou haverá
confusão. É excelente trazer pessoas que se conhecem umas às outras numa grande
reunião'.
Um jogo alegre certamente e os comentários
são severamente necessários excepto, para dizer que, quando a maior parte da
música do Círculo nestes dias for (triste, talvez), da cassete audio ou do
disco, esta será certamente, uma das ocasiões para se usar um músico, se
tiverem algum. No nosso coventículo, nós somos afortunados em termos três
companheiros que podem tocar o bodhrán (tambor de mão irlandês, ideais para
este tipo de dança Conga) e dois guitarristas. Tais pessoas, não devem ser
desperdiçadas.
A Convocação
'Dos velhos tempos, por assim dizer, havia
muitos cânticos e velhas canções, especialmente nas danças. Muitas destas, foram
esquecidas por nós aqui; mas nós sabemos que usaram gritos de IAU, HAU, que
parecem como um grito dos antigos: EVO ou EAVOE. Muito dependente nas
pronunciações, se isto for assim. Na minha mocidade quando eu ouvi o grito IAU
ele pareceu-me ser AEIOU, ou antes HAAEE IOUU ou AA EE IOOOOUU. Isto pode ser,
mas a maneira de fazê-la prolongadamente é entendida como um convocação; mas
sugere que estas sejam iniciais de uma invocação, como usar AGLA. Na verdade,
todo o alfabeto hebreu é dito de tal maneira que por esta razão é recitado como
um encantamento muito poderoso. Pelo menos, isto é certo, estes gritos durante
as danças tem um efeito poderoso, porque eu mesma assisti. Outras convocações
são: IEHOUA e EHEIE. Também: HO HO HO ISE ISE ISE.
'IEO VEO VEO VEO VEOV OROV OV OVOVO pode ser
uma fómula encantatória, mas é mais provável ser uma convocação. É como o EVOE
EVOE dos gregos e do "Arriar ho!" dos marinheiros ao desprenderem as
amarras. "Emen hetan" e "Ab hur, ab hus" parecendo
convocações; como o "Cavalo e hattock, cavalo a trote! Cavalo e pellatis,
ho, ho, ho!".
' "Thout, tout a tout tout, por toda a
parte e aproximadamente" e "Rentum tormentum" é mal pronunciada,
provavelmente, na tentativa da fórmula esquecida, embora possam ter sido
inventadas por algum infeliz, que foi torturado, para escapar de dizer a
verdadeira fórmula'.
Doreen diz-nos: 'Eu copiei literalmente do
livro de Gerald, porque parece ter copiado pelo menos a primeira parte de um
livro mais velho de outra pessoa, porque Gerald não poderia ter falado sobre
ser uma bruxa "pela minha boca" '.
Com a passagem de Poder, este sugere uma
mente inteligente que fala ou que escreve sobre material herdado e que especula
o significado nas suas fontes. O estilo é moderno com introduções pseudo-arcaicas
mais tarde introduzida, nós supomos, feitas por um bom copista no original
escrito ou através da oralidade.
O Cone do Poder
'Este era o modo antigo. O círculo foi
marcado para fora e as pessoas postadas para se preparem para dançar. Um fogo
ou uma vela estão dentro dele na direcção onde o objecto do rito é suposto
estar. Então todos dançam à volta até sentirem que aumentaram o suficiente
poder. Se o rito for para banir, começaram em sentido deosil e terminam em
sentido anti-deosil, desta maneira várias voltas em cada um dos sentidos.
Então, eles formam uma linha com mãos ligadas e rapidamente em direcção ao fogo
gritam o que quiserem. Mantiveram-se até que ficaram exaustos ou até que alguém
caísse de fadiga, quando for dito que se tem a quantidade de feitiço para o seu
objectivo.'
Comentários de Doreen: 'Gerald disse-me,
foram desta maneira os ritos contra à invasão de Hitler, que foi trabalhado em
New Forest, durante a Segunda Guerra Mundial. Disse que havia uma tradição, em
que rituais similares, tinham sido trabalhados contra a Armada espanhola e
contra Napoleão.'
Nós indicaríamos que, embora esta passagem
fosse intitulada como O Cone de Poder, é somente uma aplicação particular do
cone (se bem que certamente muito poderoso), que também é encarado como sendo
levantado pela Runa das Bruxas e por coisas deste género como a corda mágica e
dar as mãos mágicas (pp. 239-40).
A Dura Prova da Arte Mágica
'Aprender do espírito, que leva o tributo
daqueles que não têm honra, para ele o espírito inclina-se sobre os ombros e
não o peso. A armadura é pesada, contudo é um destino orgulhoso e um homem fica
direito nela. Limitar e confinar alguns dos sentidos servem para aumentar a
concentração de outro. Fechar os olhos ajuda a ouvir. Assim, a ligação das mãos
dos iniciados aumenta a percepção mental, quando aumenta a visão interna do
castigo. Assim, o iniciado vai através orgulhosamente, como uma princesa,
sabendo-o, mas serve para aumentar a sua glória.
'Mas isto somente pode ser feito pela ajuda
de uma outra inteligência e num círculo, para impedir que o poder gerado seja
perdido. Os sacerdotes tentam fazer o mesmo com as suas flagelações e
mortificações da carne. Mas falta a ajuda nas ligações e na sua atenção ao
distrair-se da sua falgelação e que o pouco poder produzido está sendo
dissipado, porque não trabalham geralmente dentro de um círculo, é a pequena
maravilha que muitas vezes eles falham. Os monges e os ermitas fazem melhor,
são aptos a trabalhar nas pilhas e nas cem celas e grutas minúsculas, que de
alguma maneira agem como círculos. Os Cavaleiros do Templo, usaram mutuamente
para o tormento num octogono, melhoraram ainda; mas, aparentemente, não
souberam a virtude das ligações e não fizeram mal, de homem para homem'.
'Mas talvez alguns sabem disso? O que a
igreja acusou desgastou os cinturões ou as cordas?'
Isto parece-nos material, genuinamente antigo
que foi copiado e reproduzido (observe o uso inconsistent do final '-eth', um
erro que poderia ser facilmente arrastado). Nos dois últimos parágrafos parece
mais uma nota de rodapé de um copista antigo talvez Gardner possuisse, desde
que, Doreen disse, que ele bem bem o assunto dos Cavaleiros Templários.
Atingir a Visão
'A visão vem de diferentes pessoas em
diversos caminhos; é raro vir naturalmente, mas pode ser induzido de várias
maneiras. Em profunda e prolongada meditação pode fazê-lo, mas somente se você
for natural e jejuar prolongadamente, é em geral, necessário. Antigamente, os
monges e as freiras, obtinham visões pelas longas vigílias, combinadas com
jejuns e flagelações até o sangue aparecer. Outras mortificações da carne foram
praticadas em que resultavam em visões.'
'No Leste, isto é tentado com várias torturas
enquanto sentavam-se numa posição constragedora, que retardava o fluxo do
sangue; estas torturas, prolongadas e continuadas por muito tempo, davam bons
resultados'.
'Na Arte, nós somos ensinados de uma maneira
mais fácil, isto é, intensificar a imaginação, ao mesmo tempo, controla-se a
fonte do sangue e esta pode ser feita melhor empregando o ritual'.
'O incenso é bom ao apaziguar os espíritos,
para induzir também a relaxação do aspirante e ajudar para a configuração da
atmosfera que é necessária para o sugestibilidade. A Mirra, Goma Mastique,
Raízes Aromáticas, Canela, Cascas de árvores, Almíscar, Junípero, Madeira de
Sândalo e Âmbar Cinzento, combinados, são bons, mas de todos, o melhor, é o
Patchouli'.
'O círculo que foi formado correctamente, o
aspirante primeiro, deve atar e acompanhar o seu tutor para o círculo, invocam
espíritos apropriados para a operação, dançar à volta até estontear, entretanto
invocam e anunciam o objeto do trabalho, então deve usar o flagellum. Então o
tutor deve por sua vez ligar o aspirante mas muito levemente, de modo a não
causar desconforto mas o bastante para retardar ligeiramente o sangue. Devem
dançar à volta outra vez, então no Altar o tutor deve usar o flagellum com
vivacidade, com firmeza, lenta e monotonamente os golpes. É muito importante
que o aluno deva ver as batidas, porque tem o efeito de passagem e ajuda
extremamente a estimular a imaginação. É importante que os golpes não sejam
violentos, o objecto que não deve fazer mais do que desenhar o sangue e essa
parte é afastada do cérebro; isto, com o ligar claro, retardando lentamente a
circulação do sangue e os passes, induzem logo uma letargia sonolenta. O tutor
deve prestar-lhe atenção e assim que o aspirante falar ou adormecer, o
flagellum deve cessar. O tutor deve também prestar atenção à pupila para se não
se tornar fria e se o aluno se esforçar ou se parecer afligir deve ser
acordado'.
'Não é desanimador se nenhum resultado
aparecer na primeira experiência os resultados ocorrem geralmente depois de
duas ou três tentativas. Encontrar-se-á que depois de duas ou três tentativas
ou resultados das experiências, virão logo os resultados e mais rapidamente;
também muito do ritual pode ser encurtado, mas nunca se esqueçam de invocar a
Deusa ou de levantar o círculo e para bons resultados é sempre melhor fazer um
longo ritual que demasiado pouco no início'.
'Encontrou-se que esta causa de realização
frequente nesta prática provoca um afecto entre o aspirante e o tutor e são uma
causa de melhores resultados, se assim for. Se por alguma razão, for
indesejável, lá estará algum grande afecto entre o aspirante e o tutor este
pode ser fácil de ser evitado desde o início, por firme resolução na sua mente,
que se qualquer carinho sobrevier desse irmão e irmã, ou pai ou filho e por
esta razão, que um homem pode ser ensinado somente por uma mulher e uma mulher
por um homem e que homem e homem ou mulher e mulher, nunca se devem procurar em
conjunto nesta prática e poder toda a poderosa maldição num ser em quem fizer
tal tentativa'.
'Recorda-te, que o círculo construido
correctamente é sempre necessário para prevenir que o poder possa ser
dissipado; é também uma barreira contra qualquer força que disturbe ou provoque
danos; para obter bons resultados deve estar livre de todas as perturbações'.
'Lembra-te, escuridão, as pontas de luz que
cintilam entre o misterioso circundante, incenso e os passes constantes por um
braço branco, não está numa etapa de efeitos; são os instrumentos mecânicos que
servem para começar a sugestão que abrirá mais à frente o conhecimento que só é
possível com a Divina Deusa. Uma vez que se tenha conseguido isto, o ritual não
é necessário, como pode conseguir através da vontade o estado de êxtase, mas
até então, ou se, a conseguir a obtenção ou a elevação dela mesmo, desejando
trazer a um companheiro esse estado de la alegria, o ritual é o melhor'.
Sair do Corpo
'Não é sábio esforçar-se ao sair do seu corpo
até ganhar completamente a Visão. O mesmo ritual para ganhar a Visão pode ser
usado, mas deve ter um sofá confortável. Ajoelhe-se de modo que tenha a coxa,
barriga e tórax bem apoiados, os braços esticados para a frente e limitam um em
cada lado, de modo que houvesse um sentimento decidido de ser puxado para a
frente. Enquanto o transe é induzido, você deve sentir o esforço de empurrar-se
para fora do alto de sua cabeça. O açoite deve ser dado numa acção de arrasto,
como se fosse dirigido ou arrastado para fora. Ambas as vontades devem estar
completamente em sintonia, mantendo uma tensão constante e igual. Quando o
transe vem, o tutor pode ajudar, chamando suavemente pelo seu nome. Você
sentir-se-á provavelmente puxado para fora do seu corpo se encalha numa
abertura estreita e encontras-te de pé ao lado do tutor, olhando o corpo no
sofá. Procura arduamente comunicar primeiro com o seu tutor; se tiverem a Visão
provavelmente ver-te-á. Não vás para muito longe logo no início e é melhor ter
quem deixe o corpo contigo'.
'Uma nota: Quando, se for bem sucedido em ter
deixado o corpo, desejares retornar, para causar o corpo do espírito e o corpo
material a coincidir, PENSA NOS TEUS PÉS. Isto fará com que ocorra o retorno'.
Esta é a passagem que não é ritual, a mais
longa do Livro das Sombras de Gardner e nós deduzimos que descreve uma prática
que seja central à tradição e às actividades do coventículo New Forest que o
praticam. É explicada com cuidado, com meticulosa ênfase no relacionamento
tutor-aluno e nas protecções práticas pessoais, psíquicas e interpessoais. A
finalidade da ligação não demasiadamente apertada e da deliberada leveza da
flagelação, é óbvia: para ajudar a causar, o que pode ser chamado diversamente,
a clarividência, expansão da consciência, abrindo acima dos níveis, abrir o
Terceiro Olho ou da comunhão com a Deusa; e, num estádio mais avançado,
projecção astral. (É interessante que o texto não usa nenhuns dos termos
técnicos do ocultismo contemporâneo ou da pesquisa psíquica, tais como, a
'projecção astral' ou o 'corpo astral'; isto sugere fortemente uma origem da
tradição passada de pessoa a pessoa, precisamente menos, mais cedo do que a
segunda metade do século XIX). Distorcer isto, numa alegação que Gardner, ele
mesmo, tinha um impulso doentio pela flagelação, de ser sádico ou masoquista (e
no procedimento descrito acima, é claramente, nenhum), é absurdo.
Pode haver aproximadamente umas diferenças de
opinião, se o procedimento descrito, poder ser perigoso; o que não pode ser
negado é que o texto vai às grandes dores para se assegurar de que seja seguro
e que se pare, se houver alguma dúvida.
'Comentário de Doreen: A razão pela qual nós
usamos o açoite, é muito simples funciona! O que velho Gerald tinha descrito, é
uma maneira muito prática de se fazer a mágica. Eu falo da experiência quando
eu digo que faz o que reivindicou fazer e eu não me importo o que qualquer um
diz sobre ser "bizarro" ou o que quer seja. Tornou-se talvez
associado com as matérias sexuais excêntricas; mas por muito tempo, antes
disso, era parte de práticas místicas e mágicas muito antigas. Pode encontrar
referências delas no Antigo Egipto e na Grécia Antiga; e sem dúvida nenhuma
é-lhe familiar com a cena da famosa do Villa dos Mistérios em Pompeia que
mostra o recente novato que foi flagelado um ponto em que Gerald se refere no
Witchcraft Today. Embora a descrição feita em Atingir a Visão refere
particularmente para conseguir a clarividência, eu também descobri muito em
comum, levar alguém a praticar determinado acto para a visualização mágica'.
O que nós sentimos, deve ser dado ênfase
(como no Livro das Sombras faz) é que quando o açoite é usado na prática
Wiccana, nenhuma dor deve ser infligida ou ser esperada; é sempre usada
delicadamente. A sua finalidade é tão pouco simbólica (como, por exemplo, na
Lenda da Descida da Deusa) ou para induzir o transe pela ligeira hipnose e a
redistribuição da circulação do sangue.
Instrumentos de Trabalho
'Não há lojas nenhumas de abastecimento
mágicas, a menos que você seja suficientemente afortunado para lhe ser dado ou
serem vendidos instrumentos a uma bruxa pobre, devem ser equacionados. Mas
quando feitos deveria poder pedir emprestado ou obter um Athame. Assim, pode
fazer o seu círculo, erguer um altar. Qualquer mesa ou uma pequena caixa serve.
Deve haver fogo nele (uma vela bastará) e o seu livro. Para bons resultados, o
incenso se conseguir fazê-lo, é muito melhor, mas os carvões vegetais num prato
que queimam ervas aromáticas servem na mesma. Um copo, se tiver bolos e vinho e
uma travessa com os símbolos desenhados, mesmo a tinta, serve como um
pentáculo. Um açoite é facilmente feito (nota, o açoite tem oito cordas e cinco
nós em cada corda). Arranje um punhal de cabo branco e uma varinha (a espada
não é necesária). Marque os símbolos com o Athame. Purifique tudo, a seguir o
consagre as suas ferramentas nas fórmulas apropriadas e que seja sempre
preparado correctamente. Mas lembre-se sempre, que as operações mágicas,
excepto, a menos poderem ser causados numa atitude apropriada, fechado à chave
ao ser colocada no mais recôndito sítio.
'As afirmações devem ser claras e a mente
deve estar excitada com desejo. Com este delírio da vontade você pode fazer tanto
quanto com simples ferramentas quanto com o conjunto mais completo. Mas
instrumentos antigos bons e especiais tenham a sua própria aura. Ajudam a
causar esse espírito reverencial, o desejo de aprender e desenvolver os seus
poderes. Por esta razão, as bruxas tentam sempre obter instrumentos dos
feiticeiros, que sendo homens proficientes, fazem instrumentos e os consagram
muito bem, dando-lhes grande energia ao poder. Mas os instrumentos de uma
eminente bruxa, ganham também muito poder; e deve sempre esforçar-se imenso em
fazer todos os instrumentos manufacturados, em bons materiais que pode obter,
que podem absorver o seu poder, mais facilmente, no final. E, naturalmente, se
poder herdar ou obter um outro poder dos instrumentos de bruxa, ele fluirá delas'.
A afirmação 'não há nenhuma loja mágica como
fonte' não é, com certeza, mais verdade; e houve outros desenvolvimentos na
prática Wiccana, desde que, esta passagem foi escrita. Embora uma espada não
seja estritamente necessária (o athame serve as mesmas finalidades), a maioria
dos coventículos gostam de a ter um símbolo de identidade do coventículo como
contraste dos athames, que são símbolos de cada identidade da bruxa individual.
Também, porque a maioria dos coventículos, o
copo ou cálice, é um dos símbolos mais importantes (representando o princípio
feminino e também o elemento da Água) e não um mero acessório 'se tiver bolos e
vinho', se bem como a aparente classificação baixa do copo neste texto pode ter
sido deliberadamente 'casual', para as razões que Gardner deu-nos e que nós
explicamos na p. 258.
Mas à parte, destes pontos pouco importantes,
os princípios colocados nesta passagem são válidos desde sempre.
Nós encontramos interessantes a implicação
que as bruxas podem ter estado em contacto com os feiticeiros (significando, o
que nós chamaríamos hoje, mágicos rituais).
Fazer Instrumentos
'É uma opinião antiga, que as melhores
substâncias para fazer instrumentos são aqueles que tiveram, uma vez, uma vida
nelas, ao contrário das substâncias artificiais. Assim, a madeira ou o marfim
são melhores para uma varinha, do que o metal, que é mais apropriado para
espadas ou punhais. O pergaminho virgem, é melhor do que o papel manufacturado,
para talismans, etc. E as coisas que foram feitas pela mão são boas, porque há
vida nelas'.
O comentário seria supérfulo.
Fazer Pomada para Unção
'Coloque numa vasilha de esmalte ou
envidraçada, metade cheia de gordura ou azeite. Ponha as folhas doces da
hortelã trituradas. Coloque a vasilha em banho maria. Mexer de vez em quando.
Passadas quatro ou cinco horas deitar num saco de linho e espremer a gordura
para um recipiente outra vez, e encher com as folhas frescas. Repitir até que a
gordura esteja fortemente perfurmada. Faça o mesmo com a manjerona, tomilho e
folhas secas desfeitas de patchouli, pode tê-las (para sejam as melhores de
todas). Quando fortemente perfumadas, misture todas as gorduras juntamente e
mantenha-as em num frasco bem apertado. Unja atrás das orelhas, na garganta,
nos peitos e no ventre. Nos ritos onde "Abençoados Sejam..." pode ser
dito, unjam os joelhos e pés, como também, para os ritos relacionados com
viagens ou guerra'.
O nosso velho amigo, o copista
pseudo-arcaico, esteve aqui a trabalhar outra vez; um par das suas favoritas
matrizes insiste como os polegares feridos neste texto, que é obviamente,
moderno. Mas a receita própria vale a pena tentar e é completamente possível,
muito mais antiga do que a redacção actual.
'Viagens ou guerra': cheirar a hortelã, a
manjerona, a tomilho e a patchouli em London Underground, ou na parte da frente
do Nº 4 Platoon, por certo que nem todos podem ter ideias de praticar magia.
Mas para falar verdade o legado e a preparação de pomadas para o corpo,
servindo as personalidades individuais das bruxas, ou à ênfase dos rituais
particulares, são bons e de procura valiosa, especialmente se há alguém num
coventículo um companheiro, que é dotado em tais coisas. Mas, o seu uso é
melhor ser confinado ao Círculo Mágico e (a menos que você queira gastar metade
do tempo disponível na lavagem de túnicas) à prática do vestido de céu (i.e.
sem roupas, totalmente nus).
Instruções Diversas
'Uma nota sobre o ritual do Vinho e dos
Bolos. Diz-se que nos tempos antigos que a cerveja ou o hidromel foram
frequentemente usados, em vez do vinho. Diz-se que bebidas espirituosas ou
qualquer outra coisa podem ser usados, assim que, "por muito tempo como
tem uma vida" (i.e. tem um retrocesso)'.
Nós perguntamos a moderna adição na
estrutura. 'Tem uma vida' parece-nos mais provável significar 'a origem orgânica'.
Hidromel, é uma bebida preferida das bruxas, bebem e colocavam fora deste
ponto, por ser feita de origem vegetal e animal, baseado no mel, que as abelhas
fazem do néctar da flor. A cerveja era a bebida ritual dos Egícios antigos.
'Por esta razão, todos somos irmãos e irmãs;
até mesmo o Sumo-Sacerdotisa deve submeter-se ao açoite'.
Quando ela der a alguém, no segundo grau de
iniciação, por exemplo.
'A única excepção à regra é que um homem
somente seja iniciado por uma mulher e uma mulher por um homem, é que uma mãe
pode iniciar sua filha e um pai o seu filho, porque são parte de si mesmos'.
Nós pensamos que a iniciação de mãe-filha,
pai-filho era permissível 'numa emergência'. É interessante, que o Livro das
Sombras de Gardner, não faz tal qualificação.
'Uma mulher pode personificar o Deus ou a
Deusa, mas um homem somente personifica o Deus'.
Uma mulher bruxa, representa um papel
masculino formando varejamento na espada; veja p. 78.
'Lembra-te sempre, se tentares admitir ou
vangloriar-se de pertencer ao culto, estará a colocar em perigo os seus irmãos
e irmãs. Se bem que por agora os fogos da perseguição estarem em letargia, quem
sabe quando podem renascer? Muitos padres conhecem os nossos segredos e sabem
muito bem que a maioria do fanatismo religioso morreu ou, se acalmou, que
muitas pessoas desejam juntarem-se ao nosso culto se a verdade for conhecida
para as suas alegrias e as igrejas perderem o seu poder. Assim, se nós fizermos
muitas adesões, nós podemos perder os fogos da perseguição outra vez, contra
nós. Mantenham assim, sempre os segredos'.
Este pareceria ser uma observação justa e de
aviso do período após séculos de perseguição, mas antes do oculto século XX e
do restabelecimento da feitiçaria. A situação mudou largamente nas recentes
décadas. Mas cada bruxa deve ter em mente a perseguição, de uma forma ou de
outra, poderia sempre, outra vez, elevar a sua cabeça feia. E mesmo agora, deve
ser uma regra absoluta, que nenhum coventículotículo de bruxas da Arte possam
revelar excepto, por sua ou dela própria livre escolha.
'Aqueles que fazem parte de um rito, devem
conhecer exatamente, que resultados desejam para o resultado, sem hesitações'.
Uma vez mais, nenhum comentário é feito.
Fizemos o nosso melhor para sermos imparciais
que impressão total nós interpretamos destes textos e certamente do Livro das
Sombras como um todo?
Nós tivemos a clara impressão de uma contínua
antiga tradição entregue primeiramente pela palavra oral e mais tarde (talvez
nalgum tempo, no XIX século) em escrita; recolhendo interpretações, adições e o
engano ocasional como isto progrediu; neste estádio escrito, colocada às vezes,
por um professor e às vezes feito nas ordens durante o treino. A variedade dos
estilos, a primeira opinião ocasional da pessoa, os parágrafos avulsos
tornam-se confusos mesmo o nosso amigo copista pseudo-arcaico a todos
parecem-nos confirmar este retrato humano. Mas o espírito básico e a sabedoria
consistente, da mensagem parecem brilhar nele todo.
A impressão que não nos deu, por nenhuma
fertilidade de imaginação, é a de ser uma invenção feita totalmente por Gerald
Gardner ou, já agora, pela Velha Dorothy ou outra pessoa qualquer.