O «caminho
da direita» professa a resignação perante o infortúnio, alegando que a dor,
a perda e o tormento são provas ou lições que um certo Deus põem no nosso
caminho para nos fazer evoluir. Por isso, o «caminho da direita» diz-nos:
«aceitai a dor. Ela é uma bênção. Não vos preocupeis com o tormento que
viveis neste mundo, pois tudo o que é da carne é pecado. Aceitai mansamente o
vosso destino, porque depois de morrer sereis recompensados.»
O «caminho da esquerda» alega o
contrario, dizendo: «não vos resigneis perante a dor. A dor não é uma bênção,
é apenas o que é: dor. Podeis alterar o rumo dos eventos, pois a dor não
constitui uma lição, nem uma prova, nem é o objectivo de virmos a este mundo.
Este mundo não é uma passagem passiva de sofrimento sobre sofrimento, mas
antes uma viagem activa em busca da sabedoria. A felicidade e a realização
são as metas de uma alma, e o mundo espiritual pode ajudar a encontrar o rumo
desse destino bom. A resignação cega não é o passaporte para o céu, mas antes
a sabedoria é a chave para a felicidade. O que é deste mundo não é pecado,
mas sim algo para ser vivido com plenitude, ambicionando a sabedoria que nos
eleva. Pois isso se diz:
«Procurai os espíritos, ambicionai a sabedoria, vivei em
busca da felicidade, pois nisso não há pecado. »
Na verdade, nos círculos
esotéricos e ocultistas, aquilo que é denominado normalmente chamado de «magia branca» é na verdade o dito «Caminho da mão direita»,
ao passo que aquilo que
é comummente conhecido por «magia
negra» é na verdade o «Caminho da mão esquerda».
Muitas são as
definições mais ou menos aprofundadas em termos teológicos sobre estes dois
distintos caminhos espirituais.
O «caminho da direita» geralmente
suporta as concepções espirituais de religiões como o Cristianismo,
ao passo que o «caminho da esquerda» normalmente
serve de fundamento ao pensamento teosófico
que subsiste nas
doutrinas espirituais da Bruxaria.
E no entanto, apesar
das complexas argumentações e conceitos espirituais professados nas doutrinas
do «caminho da direita»,
ou no «caminho da esquerda», as diferenças
entre ambos são tremendamente fáceis de apontar,
ao passo que tão
profundamente complexas.
Aquilo que o padre da
sua paróquia lhe dirá tanto sobre o mundo espiritual, como sobre os
infortúnios que atingem a sua vida, será um discurso fundamentado nos
princípios doutrinários do «caminho da direita». Por isso, ao aqui lê-los,
facilmente conseguirá identificar o discurso conformista, resignado e
subserviente que caracteriza o «caminho da direita».
Ao contrario, aquilo
que um Bruxo lhe responderá tanto quando aos infortúnios que atingem a sua
vida, bem como sobre o mundo espiritual, facilmente você identificará no
discurso ambicioso e libertador do «caminho da esquerda».
São essas mesmas
distinções que aqui se procuram esclarecer de forma sintética e
sistematizada.
Observai:
O «Caminho da direita»,
(
ou seja: os princípios teológicos nos quais se centram os pilares
fundamentais
do pensamento de
religiões como o Cristianismo),
assenta nos seguintes 5
pressupostos:
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I
O caminho da mão
direita diz: «Aceita a tua dor de hoje, porque depois, (após a tua morte,
uma vez chegado ao céu), serás feliz».
II
O caminho da mão
direita alega:
«A dor, a
angustia, o tormento, a pobreza, a solidão, a perda, são:
- ou lições para nos testar
- ou castigos por culpas nossas, ( karmas)»
Seja como for,
para o caminho da mão direito, a dor é sempre um instrumento para alcançar
salvação
III
O caminho da mão
direita defende: «Tudo o que sofremos é para nos purificar. A evolução espiritual advêm por isso do sofrimento, do
tormento, da perda, de todo o mal que passamos nesta vida»
Para o caminho
da mão direita, o mal que nos atinge é por isso glorificado como fonte de
aperfeiçoamento e salvação.
IV
O caminho da mão
direita professa: «O mundo espiritual está separado do mundo físico. O
mundo físico e as suas expressões são pecaminosas, ao passo que
apenas a esfera celestial é virtuosa. O plano carnal e físico são fonte de
pecado.»
V
O caminho da mão
direita diz-nos por tudo o que foi exposto, que devemos negar a carnalidade
e reprimir os nossos desejos, para atingir a espiritualidade. A
espiritualidade é por isso atingida pela abnegação, abstinência, sofrimento
e contemplação. Diz assim o caminho da mão direito, que devemos aceitar
pacifica e mansamente o destino que nos é imposto, se desejamos a
espiritualidade.
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O «Caminho da esquerda»,
(ou seja: os
princípios teológicos nos quais se centram os pilares fundamentais do
pensamento de religiões como a Bruxaria),
assenta nos seguintes 5
pressupostos:
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I
O «caminho da
esquerda» afirma que nem a dor, nem o tormento, nem a pobreza nem a
solidão, nem a perda, são instrumentos para se ser feliz numa próxima vida.
Assim questiona o «caminho da esquerda»: «Como pode alguém ser feliz no
«Além», se nunca conheceu a felicidade nesta vida ?
Como pode um cego saber o que é ver, se nunca viu? Como pode aquele que
viveu e morreu de fome, saber o que é estar saciado? O caminho da esquerda
nega por isso que mal que nos atinge possa constituir um instrumento de
evolução espiritual, uma vez considera que a felicidade, a realização e a
sabedoria são o objectivo da
existência de uma alma, e o mundo espiritual deve de servir para construir
esse percurso.
II
O «caminho da
esquerda» defende que não devemos aceitar destinos impostos por uma deidade
tirânica. Especialmente os destinos e os mandamentos que advêm de um Deus
que disse: «não matarás», mas logo a seguir é responsável pelos genocídios,
guerras, banhos de sangue, pragas e destruição que enviou há humanidade
através dos seus anjos. O «caminho da esquerda» afirma que o destino não
esta na cega subserviência e mansa resignação aos caprichos de um deus, mas
antes que o destino
está nas nossas mãos, e os espíritos podem ajudar a construir
esse destino.
III
O «caminho da
esquerda» alega que não devemos aceitar salvações que vem em troco da
resignação. Resignação é a melhor forma de um pastor guiar ovelhas a
caminho de um matadouro, e nós não somos ovelhas e muito menos nos devemos
sentir felizes por estar a caminho do matadouro.
IV
O «caminho da
esquerda» professa que evolução espiritual não advêm do tormento, nem da
perda, nem da dor,
mas sim da sabedoria.
O «caminho da mão
esquerda» acredita por isso , ( ao contrario do
que o seu padre da paroquia local lhe dirá), que o infortúnio não é uma
bênção de Deus, mas antes que um infortúnio é apenas isso: um infortúnio. A
bênção está em possuir sabedoria que nos permita sair do infortúnio, viver
a felicidade e conquistar a plenitude. E os espíritos podem auxiliar nesse
percurso.
V
O «caminho da
esquerda» revela que o mundo espiritual actua em parceria com o mundo
físico.
O «caminho da
esquerda» professa assim que o mundo espiritual influencia o mundo terreno,
assim como o mundo terreno influencia o mundo espiritual. As relações entre
estes dois mundos, ( o mundo terreno e o mundo
espiritual), não são por isso de
oposição, ( nega-se por isso o conceito de que o mundo terreno é pleno de
pecado, ao passo que o mundo celestial é pleno de virtude), mas antes são
relações de interacção. Tal como na natureza o elemento positivo se
relaciona com o elemento negativo e da dinâmica que dai advêm nasce
movimento e vida, também o mundo espiritual e o mundo físico se relacionam
vão «beber» um ao outro, e nesta relação reside o próprio «motor» da
criação e da existência.
O mundo físico
procura «beneficiar» do mundo espiritual, assim como o mundo espiritual
também procura «alimentar-se» do mundo físico.
O mundo
espiritual exige evolução espiritual, mas o mundo espiritual também deseja
participar nas realizações do mundo físico.
O mundo
espiritual recompensará na esfera celeste aquilo que foi alcançado na
esfera terrestre através da permuta de experiências e evoluções entre ambos
os mundos.
O mundo
espiritual interage como o mundo físico e vice-versa.
O caminho da
esquerda advoga por isso que o mundo físico não é por isso pecaminoso, nem
o mundo espiritual é por isso uma realidade tão virtuosa como
subsequentemente punitiva da realidade física.
O caminho da
esquerda crê por isso que a espiritualidade não é atingida pela abnegação,
abstinência, sofrimento, dor, infortúnio e mera contemplação,
mas antes pela
carnalidade aliada á sabedoria, bem como pela
felicidade aliada á força da evolução, assim como
pela acção aliada ao contacto com os espíritos.
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Alex Sanders,
e a tradição Alexandrina do «caminho da mão esquerda»:
Alex Sanders nasceu a 6 Junho 1926, e foi um dos
mais reconhecidos praticantes do caminho da mão esquerda, sendo que a ele
se deve a chamada «Tradição Alexandrina.»
Alex Sanders
chamava-se na verdade Orrel Alexander
Carter, ( era esse o seu
nome de baptismo), e era um químico que trabalhou num laboratório em
Manchester – Inglaterra, terra que o viu nascer.
Alex sanders foi iniciado nas artes da bruxaria pela sua
avó. A
sua avó, ( uma
bruxa de vastos conhecimentos esotéricos),
treinou-o ao longo de vários anos nas artes da magia, espiritismo e
vidência.
Aos 74 anos e
perto da morte, a avo de Alex Sanders
ensinou-lhe os rituais dos mais elevados níveis místicos, inclusive os
poderosos processos de magia envolvendo rituais carnais.
Após a morte da
avó, durante algum tempo Alex Sanders
trabalhou como curandeiro nalgumas igreja espíritas, sob o pseudónimo de
Paul Dallas.
Alex Sanders
teve 2 casamentos e 4 filhos, ( 2 filhos do
primeiro casamento, e 2 filhos do segundo casamento); Ao longo da vida, Sanders vagueou entre vários trabalhos, viveu uma vida
por vezes polémica devido ao álcool e aos seus envolvimentos sexuais.
Aquando do
final do seu primeiro casamento, a sua primeira mulher retirou-lhe os 2
filhos, proibindo Sanders de os ver. Consta que Alex Sanders lhe lançou uma
maldição que funcionou com terrível eficácia.
Dizia-se que Alex Sanders praticava
adoração ao Diabo, e é tambem afirmado que fundou
mais de uma centena de Covens, e foi denominado o
«Rei das Bruxas».
Alex Sanders
estudou as artes mágicas de Abramelim, um mitico mago egípcio que deixou um legado ocultista
constituído por um vasto corpo de ensinamentos de magia kabalista
com os quais Sanders tomou contacto.
Alex sanders trabalhou com a sua segunda esposa, Maxine Morris,
ensinando bruxaria e
percorrendo o «caminho da mão esquerda».
Maxine Morris deu 2 filhos a Sanders:
uma filha chamada Maya, e um filho chamado
Victor.
Durante muitos
anos, Alex Sanders e Maxine trabalharam a partir do seu lar na Egerton
Road North, 24- Chorlton-cum-Hardy – Manchester – Inglaterra. Diz-se
que Sanders iniciou mais de 1.623 bruxas, sendo
que fundou mais de 100 Covens. Foi por isso
considerado o «rei das bruxas».
Sanders realizou diversos tipos de magia
carnal e sexual, sendo que foi reconhecido com um dos maiores autores
contemporâneos de obras esotéricas.
Sanders morreu em 1988, tendo deixado o
seu título de «rei das bruxas» ao seu filho Victor.
Alex Sanders
possuía um vínculo com um espírito chamado «Michael»,
assim como com a alma de uma bruxa que foi assassinada no sec XVII, vítima
da «caça ás bruxas». Esses vínculos espirituais foram os que guiaram parte
da sua vivência e trabalhos místicos.
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