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…….. III - AÇÃO
ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA DO DEMÔNIO Capitulo 4: Possessão diabólica: o
diagnóstico "Para
estabelecer a realidade de uma
possessão, um único método é válido:
provar a presença dos sinais indicados no
Ritual Romano”. (Dom Louis de
Cooman, Bispo-missionário
e exorcista) Estados
patológicos e possessão diabólica Problema
complexo Um dos problemas mais complexos colocados pela
ação diabólica extraordinária sobre o homem é o seu diagnóstico. A questão
consiste em saber quando estamos realmente em presença de uma ação
preternatural (isto é, provocada por anjos ou demônios) ou diante meras
manifestações de morbidez, ou de outro gênero, por certo incomuns, mas que
não escapam ao âmbito dos fenômenos naturais da alçada da Medicina e outras
ciências. Nem sempre é fácil distinguir entre as
infestações e possessões demoníacas e certos fenômenos de natureza mórbida,
pois é sabido que inúmeros distúrbios patológicos, especialmente de caráter
neuro-psiquiátrico, provocam estados de extrema agitação, decuplicam as
forças físicas, provocam fobias em relação às coisas sacras, etc. Em resumo,
fazem o pobre doente parecer um possesso. É o que faz notar o Cardeal Alexis Henri Marie
Lépicier, O.SM.: Sabemos que em algumas pessoas a imaginação,
estando fora do normal, pode ultrapassar os seus naturais limites e ser a
origem de manifestações estranhas que, à primeira vista, apresentam uma certa
afinidade com ocorrências preternaturais [isto é, produzidas por anjos ou
demônios]. ... Todos nós sabemos quantas perturbações pode causar uma doença
nervosa em certas criaturas, como, por exemplo, nas que sofrem de histeria.
Há, de fato, nas ações destes indivíduos muitas coisas que causam admiração.
... Mas é principalmente nos períodos de paroxismo que a histeria está mais
apta a exibir muitos e curiosos fenômenos, o principal dos quais é a
alucinação. “Toda gente vê, portanto, a necessidade imperiosa
de estabelecer a distinção entre estes fenômenos e os que são devidos a
causas preternaturais” (Card. A. LEPICIER, O Mundo invisível, p. 201.) Outras vezes, são fenômenos da natureza,
insuficientemente explicados pelos cientistas, ou simplesmente fora de
alcance de pessoas sem formação especializada: luminosidades, movimentos de
massas de ar, variações térmicas, etc., os quais podem parecer fenômenos
maravilhosos provocados por ação diabólica. Objetividade e
rigor científico Mons. F. X. Maquart — renomado estudioso da
matéria - compara o diagnóstico do exorcista ao diagnóstico médico. O exorcista deve proceder com a mesma
objetividade, o mesmo rigor que o exame do médico, de modo a não deixar fora
do exame nenhuma das manifestações apresentadas pelo comportamento do
paciente, evitando com isso deixar-se levar pela impressão, que pode ser
enganosa. Esse exame crítico tem por finalidade eliminar alguma possível
explicação natural observável na presumida manifestação diabólica. Mons.
Maquart explica que um certo número de sintomas da possessão são comuns com
os de algumas doenças como a psicastenia, a histeria, algumas formas de
epilepsia, etc. Como fazer para discernir então entre um simples doente
mental e um possesso pelo demônio? Entram em jogo os outros sinais da
possessão, que não têm explicação natural: falar línguas estrangeiras não
aprendidas, conhecer fatos à distância, revelar ciência ou força física muito
em desproporção com a idade, etc. (Cf. F. X. MAQUART. L´Exorciste devant les
manifestations diaboliques, pp. 338-339.) Essa
posição exige, ao mesmo tempo, muita objetividade e bom senso, ao lado de
muita fé. Pois, como é evidente, não se pode, sob pretexto de que o
extranatural é uma exceção, negar em princípio toda a ação demoníaca, ou
proceder de tal forma como se sempre se tivesse que encontrar, a qualquer
preço, uma explicação natural. Perigos de um
diagnóstico errado Um diagnóstico errado não é isento de perigos,
tanto de ordem moral e espiritual, como até mesmo física. Em primeiro lugar,
a prática de exorcismos em simples doentes mentais, sem que estes,
obviamente, experimentem qualquer melhora, pode conduzir ao descrédito em
relação aos mesmos exorcismo e às coisas sagradas de modo geral. Pode ainda
oferecer argumentos aos céticos, que se aproveitarão para tachar a prática
dos exorcismos como puramente supersticiosa. Além do mais, a prática dos
exorcismos solenes representa para o exorcista um desgaste muito grande, o
qual seria sem fruto em caso de erro de diagnóstico. Por fim, o exorcizar
doentes mentais oferece o perigo de agravar seus males, seja pela grande
tensão e esforço mental e até físico que o exorcismo comporta, seja pelo
caráter impressionante deste. É o que afirma Mons. Maquart, experimentado
demonólogo francês: “Não seria sem
inconvenientes graves exorcizar, sob simples aparências de possessão, doentes
mentais. Em vez de os curar, o exorcismo teria o risco de agravar seu mal”.
(Mgr F. X. MAQUART, L ‘Exorciste devam les manjfestations diaboliques, p.
328.) O mesmo assegura Dom Gustavo Waffelaert (Bispo de
Bruges): "Há inconveniente real em exorcizar uma pessoa não possessa.
Por ela, antes de tudo; pois o exorcismo, pela forte impressão que produz,
pode afetar desfavoravelmente um sistema nervoso já perturbado e acabar de o
arruinar; ele é também um poderoso meio de sugestão e arrisca desenvolver,
num indivíduo fraco, hábitos mórbidos. Além do que, não se tem o direito de
empregar, sem motivo grave, as orações sagradas do Ritual: é preciso que elas
tenham um objeto. Dessa forma, a Igreja, para pemitir o exorcismo, requer a
prudência e um julgamento moralmente certo ou ao menos provável da
possessão”. (Mgr G. 3. WAFFELAERT, Possession Diabolique. col. 55.) Em muitos lugares — como nas dioceses de Roma e
Veneza - os exorcistas trabalham sempre em estreita união com psiquiatras
católicos, os quais os ajudam a distinguir meros doentes de eventuais
possessos; por seu lado, esses profissionais, muitas vezes, recorrem aos
serviços dos exorcistas, quando percebem em seus clientes sinais que
ultrapassam os limites da Medicina. Na realidade, certas manifestações, à primeira
vista patológicas, podem esconder a ação do Maligno. Por isso o médico
católico não deve excluir sem mais a possibilidade dessa ação, conforme
observa Mons. Catherinet: “O médico que quiser manter-se um homem completo,
sobretudo se ele possuir as luzes da fé, não excluirá, a priori, a presença
do demônio, podendo, em certos casos, suspeitar, por trás da doença, a
presença e a ação de alguma força oculta (cujo estudo ele pedirá ao filósofo
ou ao teólogo, os quais se guiam segundo seus próprios métodos). (Mgr F. M.
CATHERJNET. Les Demoniaques dons l Évangile, pp. 324-32.) Critérios seguros A Igreja nunca negou essa dificuldade de
diagnóstico da possessão; ao contrário, sempre foi muito cautelosa no
pronunciar-se sobre os casos concretos, recomendando que na avaliação de cada
um deles se examine com muito cuidado se o fenômeno pode ter uma origem
natural. Só depois de diligente e acurado exame, e de descartadas todas as
possibilidades de explicação natural, é que a Igreja autoriza a proceder aos
exorcismos solenes sobre os possessos. Para garantir tal rigor de
procedimento, a Igreja estabeleceu que esses exorcismos só podem ser
praticados por sacerdotes devidamente autorizados pelo Ordinário do lugar
para cada caso concreto; bispo não pode dar essa autorização senão a um padre
de conhecida ciência, prudência, piedade e integridade de vida. (Cf. Código
de Direita Canônico, cânon 1172 § § 1 e 2.) Dom Louis de Cooman, antigo Vigário Apostólico no
Vietnã ( ele próprio exorcista em um caso famoso de possessão coletiva, que
será relatado adiante), dá o único critério que considera seguro para se
determinar se há ou não possessão: “Para estabelecer a realidade de uma
possessão, um único método é válido: provar a presença dos sinais clássicos
indicados pela Igreja no Ritual Romano” (Mgr Louis de COOMAN, Le Diable au
Couvent, p. 12.) O Ritual Romano (que data do século XVI)
estabeleceu, para orientar exorcistas, os seguintes indícios por parte do
suposto possesso: 1. Falar ou compreender línguas estrangeiras sem
tê-las antes aprendido; 2. Revelar coisas secretas ou distantes; 3. Manifestar força física acima de sua idade e
condição; 4. E outras manifestações do mesmo gênero, que
quanto mais numerosas forem, mais constituem indícios. (Rituale Romanum, Tit.
XI, Cap. 1, n. 3.) Se certas manifestações (como, por exemplo,
demonstrar uma força extraordinária, dar uivos animalescos, gritar blasfêmias
ou palavrões) podem ser causadas por uma doença, a revelação de pensamentos
ocultos ou o conhecimento de coisas que se passam à distância já não podem
ter a mesma explicação. Hoje em dia muitas pessoas (infelizmente até
sacerdotes) pretendem negar, senão doutrinariamente, ao menos na prática,
toda possibilidade de possessão ou infestação diabólica, apresentando
explicações pseudo-cientificas em nome da Parapsicologia. A esse respeito observa Mons. Louis Cristiani:
querer dar uma explicação natural às manifestações demoníacas pela
Parapsicologia é explicar o obscuro pelo mais obscuro ainda... (Fonte: internet.
Autoria:“Anjos e Demônios - A Luta Contra o Poder das Trevas”, Gustavo
Antônio Solímeo - Luiz Sérgio Solímeo) Para VOLTAR A: Apostila de angeologia e demonologia
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