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…….. IV - A LUTA
CONTRA O PODER DAS TREVAS DEPOIS DE TERMOS ESTUDADO a atividade demoníaca
ordinária (a tentação) e a atividade extraordinária (infestação pessoal e a
local, possessão), de ter visto os critérios para o diagnóstico dessas
manifestações, parece-nos indispensável dar aqui os meios que temos para
fazer face às investidas diabólicas. O homem não está desarmado diante do
poder das trevas. Ele dispõe de armas sobrenaturais e também naturais com que
enfrentar as investidas diabólicas. Primeiramente, cabe ver de que meios
preventivos dispomos; ou seja, como fazer para evitar, tanto quanto está em
nós, as investidas do demônio. A seguir, quais os meios terapêuticos á nossa
disposição, para nos curarmos, caso nos ocorra sermos atingidos por tais
investidas. Esses meios podem ser chamados remédios, porque a ação demoníaca
provoca em nós distúrbios que não são menos incômodos que as enfermidades do
corpo. E assim como as doenças do corpo podem conduzir à morte física, a
atuação do demônio visa produzir a morte da alma. Capitulo 1 Remédios gerais,
preventivos e liberativos “E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. (Mt 6, 13) NA LUTA CONTRA a atividade demoníaca ordinária
(tentações) e extraordinária (infestação local, infestação pessoal sessão e
possessão), os autores recomendam, em primeiro lugar, os remédios gerais
oferecidos pela Igreja. Práticas religiosas e devocionais Oração e penitência; sacramentos e
sacramentais Antes de qualquer outro, vem o grande remédio
indicado pelo próprio Salvador, como o único capaz de vencer certa casta de
demônios — a oração e o jejum, acompanhados por aquela fé que move as
montanhas (cf. Mt 17, 14-20). A oração por excelência é aquela que o próprio
Cristo ensinou quando seus discípulos Lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a
rezar" — o Pai-Nosso (Lc 11, 1-4; Mt 6,9-13). Nas duas últimas petições, rogamos ao Pai celeste
que nos dê forças para resistir aos assédios da carne, do mundo e do demônio:
“Não nos deixeis cair em tentação"; e que nos livre do mal, do supremo
mal — o pecado; e de seu instigador — o demônio: livrai-nos do mal” ou
“livrai-nos do Maligno”.* A liturgia em várias cerimônias recita o Pai-Nosso,
todo ou, apenas essas duas petições. É recitado por inteiro nos exorcismos
solenes sobre possessos. * Os especialistas explicam que, no texto grego
dos Evangelhos, podemos entender essa petição tanto no sentido de sermos
livres do mal, como do autor do mal, o Maligno, o demônio. “De fato, as duas
interpretações não se excluem — comenta o P. Jean Carmignac - uma vez que o
fim do demônio é o pecado e o pecado tem o demônio por instigador. Contudo, segundo as diretrizes de Cristo,
devemos pedir o afastamento não somente do pecado, mas sobretudo do demônio”
(Abbé Jean CARMIGNAC, Á l´écoute du Notre Père, Éditions de Paris, 1971, p.
87; no mesmo sentido, J. de TONQUÉDEC S.J., Quelques aspects de l´action de
Satan en ce monde, p. 496, nota 5). Depois vem a Ave-Maria — louvor da Mãe de Jesus,
a qual, por sua imaculada Conceição, esmaga para sempre a cabeça da antiga
serpente. É igualmente recitada nos
exorcismos sobre possessos. Por fim, o Credo — Creio Junto com a oração e a penitência, é
indispensável a freqüência aos sacramentos, sobretudo da Confissão e da
Comunhão; assim como o uso de sacramentais (como a água-benta e o Agnus Dei)
e de objetos bentos (velas, escapulários, imagens, cruzes, medalhas -
particularmente a Medalha Milagrosa e a medalha-cruz exorcistica de São
Bento). Devemos lembrar também o poder do Sinal da Cruz
para afugentar o demônio: o símbolo de nossa Redenção, que destruiu seu
reino, causa-lhe particular terror; o demônio foge... como o diabo da
cruz...— segundo o dito popular. Além das quatro cruzes que se fazem no Sinal da
Cruz, as próprias palavras pronunciadas são de natureza exorcística
deprecatória: "Pelo sinal (+) da Santa Cruz, livrai-nos Deus (+) Nosso
Senhor, dos nossos (+) inimigos. Em nome do Pai, e do Filho, (+) e do
Espírito Santo. Amém." Por isso devemos fazer o Sinal da Cruz nas mais
diversas ocasiões: ao levantar e ao deitar, antes das refeições, ao sair de
casa, nas viagens, antes de tomar alguma resolução, etc. A água-benta é feita expressamente para afastar
dos lugares e das sobre as quais é aspergida “todo o poder do inimigo e o
próprio inimigo com seus anjos apóstatas” conforme se lê no Ritual Romano.
(Rituale Romanum, tit. VIII, c. 2.). São numerosas no mesmo Ritual as
bênçãos, orações e cerimônias com o mesmo fim, aplicadas a objetos e lugares
diversos, as quais contém a mesma fórmula deprecatória contra Satanás. A confissão: mais forte que o exorcismo Convém insistir na confissão freqüente — apesar
das dificuldades que hoje se apresentam para essa prática sacramental - pelo
empenho dos teólogos e dos exorcistas quanto à sua eficácia. O exorcista da arquidiocese de Veneza, Pe.
Pellegrino Emetti, da Ordem de São Bento, enfatiza: “O sacramento da
Confissão, nós o sabemos, é a segunda tábua de salvação depois do Batismo. ...
A experiência ensina que dificilmente Satanás consegue penetrar em uma alma
que se lava freqüentemente com o Sangue preciosíssirno de Jesus. Este sangue
torna-se a verdadeira couraça contra a qual Satanás pode forçar, porém não
consegue abrir nenhuma brecha. A freqüência assídua e constante desse
sacramento é necessária, seja para quem faz o exorcismo, seja para quem dele
tem necessidade. Estou certo, por urna longa experiência, que o sacerdote
deveria lavar a sua alma no sangue de Jesus até mesmo diariamente, se quiser
lutar juntamente com Jesus contra Satanás, e sair vitorioso. É
verdadeiramente este o sacramento do qual Satanás tem medo ... Cristo venceu
Satanás com o próprio Sangue. E o Apocalipse explicitamente nos diz:
"Estes são aqueles que venceram Satanás com o Sangue do Cordeiro “. (D.
P. ERNETTI O.S.B., É igualmente taxativo o Pe. Gabriele Amorth,
exorcista da diocese de Roma: “Muitas vezes escrevi que se causa muito mais
raiva ao demônio confessando-se, ou seja, arrancando do demônio a alma, do
que exorcizando e arrancando-lhe assim
o corpo. ... A confissão é mais forte que o exorcismo “. (G. AMORTH, Un
esorcista racconta, pp. 63 e 86.) Desprezo soberano ao demônio A esses meios, os santos e autores espirituais
acrescentam o desprezo soberano ao demônio. Ouçamos Santa Teresa: “É muito freqüente que
esses espíritos malditos me atormentem; mas eles me inspiram muito pouco
medo, porque, eu o vejo bem, eles não podem sequer se mexer sem a permissão
Deus... Que se saiba bem: todas as vezes que nós desprezamos os demônios,
eles perdem sua força e a alma adquire sobre eles mais domínio... Verem-se
desprezados por seres mais fracos, é, com efeito, uma rude humilhação para esses soberbos.
Ora, como dissemos apoiados humildemente em Deus, nós temos o direito e o
dever de os desprezar: Se Deus está conosco, quem será contra nós? Eles podem
latir, mas não podem nos morder, senão no caso em que — seja por imprudência,
seja por orgulho — nos colocaremos em seu poder”. (Apud Ad. TANQUEREY - Jean
GAUTIER, Abrégé de Théologie Ascétique et Mystique, p. 112.) É evidente que não devemos confundir esse
desprezo ao demônio com a vã pretensão de que, por nós mesmos, temos algum
poder sobre os anjos decaídos. Por natureza não temos nenhum poder sobre
eles; pelo contrário, por sua natureza superior, eles é que podem ter domínio
sobre nós. A base desse desprezo salutar dos inimigos infernais tem de ser a
mais perfeita humildade e a confiança verdadeira e não temerária no Criador,
na Santíssima Virgem. Tomados esses cuidados, convém fazer o que a grande
Santa Teresa indica com tanta propriedade. Sobretudo, devemos nos esforçar por ter uma vida
de piedade séria e autêntica, sem superstições nem sentimentalismos. Isto
manterá o demônio distante de nós, o quanto é possível. Fortalecimento da inteligência e da vontade Um grande meio preventivo na luta contra o
demônio é o fortalecimento de nossa inteligência e de nossa vontade. Com
efeito, a principal defesa de ordem natural que temos contra as investidas
dos espíritos malignos é a inviolabilidade dessas faculdades superiores, as
quais mais nos assemelham a Deus. Na medida em que permitimos seu
enfraquecimento, estamos nos colocando á mercê de Satanás e seus seqüazes.
Pois o demônio tem lucrado tanto com o enlouquecimento geral a que estamos
assistindo em nossos dias, que é o caso de perguntar se não é ele quem o está
provocando. Sem o consentimento da vontade humana, nenhuma
ação externa — quer da parte dos anjos, quer dos demônios — pode surtir o seu
efeito: nenhum anjo pode constranger o homem a uma ação boa e nenhum demônio
o pode fazer pecar. Deus dotou o homem de vontade livre, dom natural
inapreciável, que lhe permite decidir se acolhe ou não as boas inspirações,
se cede ou não às tentações, por mais que estas possam ser apresentadas com
grande habilidade e astúcia, comprometendo a fantasia, ou com veemência,
exacerbando as paixões e os instintos. O homem não é mero objeto passivo de
disputa entre os anjos e os demônios, nem simples espectador inerte, mas um
sujeito eminentemente ativo e operante. Os autores costumam ressaltar os
perigos de uma pretensa mística, que conduz ao abandono voluntário da
inteligência e da vontade. É certo que Deus nos pode conceder a graça
excepcional da contemplação passiva dos místicos; isso, porém, só acontece
por uma eleição gratuita exclusiva de Deus, sem cooperação de nossa parte, a
não ser uma humilde prontidão em fundir inteiramente a nossa vontade com a
divina, unindo-nos misticamente com Deus. Se, entretanto, procuramos culpavelmente provocar
em nós mesmos essa passividade da vontade (por exemplo, por meio do
hipnotismo, do transe, do uso de estupefacientes e narcóticos de vários
tipos, de técnicas corporais ou espirituais), podemos nos transferir ao mundo
do preter-sensível, como acontece no sono e na contemplação mística; mas esse
estado, ao invés de nos elevar nas vias luminosas dos êxtases, pode
arrastar-nos para baixo, rumo a escuros abismos, onde não encontraremos anjos
e sim demônios, que nos tratarão como presas sem vontade, podendo levar-nos à
possessão. De onde o perigo de certas escolas ou correntes
que se apresentam como meras técnicas de meditação, de concentração
espiritual ou coisa parecida, as quais, infelizmente, têm encontrado aceitação
até mesmo em setores e movimentos católicos. (Escrevem Noldin-Schmitt: “As
Gnoses modernas que seguem teósofos e antropósofos e as técnicas de meditação
e concentração hinduístas (ioga, budismo), que buscam conhecer ordens
superiores não estão isentas de influxo demoníaco, especialmente quando
diretamente buscados” (H. NOLDIN-A. SCHMITT, Summa Theologiae Moralis, II,
nn, 1 48ss, pp 138-155).) Evitar toda superstição, refrear a vã
curiosidade, e Por fim, é preciso evitar qualquer forma de
superstição, de curiosidade malsã e às vezes mórbida com relação ao mundo do
Além. Aquilo que Deus quis que soubéssemos a esse
respeito, Ele, em sua bondade e misericórdia, revelou aos homens e colocou
essa Revelação sob a guarda e a interpretação da Santa Igreja. E aí que
devemos procurá-la, de acordo com nossas capacidades, e não nas falácias de
adivinhos e de médiuns, com risco de entrar em promiscuidade com os espíritos
infernais. Quanto ao nosso futuro imediato, terreno, também devemos respeitar
o mistério no qual Deus o mantém envolto. Podemos rezar pedindo-Lhe que nos
esclareça algo, se essa for a Sua vontade e se isso for útil para nossa
eterna salvação. Porém, ir mais longe é correr o risco de cair em superstição
e assim ficarmos expostos ao demônio, como também faltar com a confiança em
Deus, que sabe melhor do que nós o que nos convém conhecer. Devemos antes
agradecer-Lhe por nos poupar tantas angústias, escondendo-nos hoje os males e
preocupações de amanhã. Como disse o Salvador:"A cada dia basta o seu
cuidado” (Mt 6, 34). (Fonte: internet.
Autoria:“Anjos e Demônios - A Luta Contra o Poder das Trevas”, Gustavo
Antônio Solímeo - Luiz Sérgio Solímeo) Para VOLTAR A: Apostila de angeologia e demonologia
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