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VI - CASOS DE INFESTAÇÃO E POSSESSÃO — CENAS DE EXORCISMO — CULTO IDOLÁTRICO AO DEMÔNIO

 

APRESENTAMOS alguns casos de infestação ou possessão e algumas cenas de exorcismo, que ilustram quanto foi dito sobre a ação extraordinária do demônio.

 

O primeiro caso, de uma jovem do Interior de São Paulo, sujeita a uma infestação pessoal em conseqüência de um malefício, revela como não devemos temer o demônio, mas antes enfrentá-lo com coragem e, sobretudo, com muita fé. Outro caso relatado, ocorrido na Itália, de possessão de um menino de onze anos, é muito ilustrativo quanto ao valor da oração fervorosa e de outros meios ordinários para a libertação de um possesso, mesmo sem o recurso aos meios extraordinários, como os exorcismos solenes.

 

A história de Madalena não é muito diferente da de inúmeras pessoas em nossa triste época: bem casada e com filhos já criados, sem preocupações financeiras, parecia uma pessoa feliz. Na realidade ela se sentia frustrada por uma vida vazia e aparentemente sem sentido. Essa frustração levou-a a procurar algo diferente, que preenchesse o vazio de sua vida. Assim, deixou-se envolver por um ambiente ocultista, onde a droga e as iniciações a conduziram ao pacto com o demônio, e a urna frustração e desespero maiores ainda. Movida pela graça, submeteu-se a uma séria terapia religiosa, constante de exorcismos, orações e catequese, conseguindo sair de sua triste situação.

 

A comovente história de Anneliese Michel constitui impressionante exemplo de possessão penitencial ou oblativa. Por desígnios insondáveis de Deus a jovem vítima sofreu essa dura provação como vítima expiatória de pecados alheios e para obter graças espirituais de santificação e de reavivamento da fé, para si e para outras pessoas.

 

Esse caso é muito revelador quanto à incapacidade do demônio de penetrar no fundo da alma. Pois mesmo tendo obtido de Deus permissão para possuir o corpo da jovem alemã, e para atuar em suas faculdades inferiores, o demônio jamais conseguiu fazê-la pecar, nem impedi-la de continuar unida a Deus, de progredir na virtude e se santificar.

 

Não menos impressionante é a história da jovem noviça vietnamita Maria Catarina Dien, perseguida pelo demônio para que desistisse da vida religiosa, a pedido de um pagão que queria casar com ela. Apesar de todos os tormentos físicos e morais a que foi submetida pelo demônio, a jovem não só perseverou na sua vocação, mas ainda se serviu desse sofrimento para santificar-se.

 

Todos esses casos nos levam a recordar o que dizem os santos: deve-se temer antes o pecado do que o demônio.

 

Terminamos esta secção com o relato de casos impressionantes de sacrifícios humanos em honra do demônio, ocorridos recentemente no Brasil, os quais mostram o grau de apostasia e entrega ao Maligno a que se chegou em nossa pátria. Eles nos levam à pergunta sobre se esta não é a causa mais profunda da grave crise que a sacode em todos os planos.

 

 

 

Capitulo 1

A moça infestada e o menino possesso

 

 “Desgraçado! Maria Santíssima

já te esmagou a cabeça!”

(Irmã Maria Teresa

dirigindo-se ao demônio)

 

Glória: infestação diabólica por malefício

 

A vigilância e a ação decidida de uma freira, livrou uma moça dos efeitos de um malefício.

 

Sintomas estranhos

 

Os fatos se passaram anos atrás em Marília, simpática e pujante cidade do Interior de São Paulo. (Reletado pelo Pe. Gabriele AMORTH, Nuovi racconti, pp. 105-108. Os nomes dos protagonistas são fictícios, mas o caso é real.)

 

Glória era aluna interna da Escola Normal dirigida por freiras. Oriunda da zona rural, ela era órfã de pai; o avô materno custeava seus estudos para que ela, uma vez formada professora primária, ajudasse na educação de seus irmãos menores.

 

De volta de casa ao fim das férias, a moça começou a manifestar sintomas estranhos. Até então a jovem tinha sido a melhor aluna de sua classe, sempre fôra respeitosa, obediente, e de conduta exemplar.

 

Irmã Maria Teresa, de nacionalidade italiana, notou que a moça estava mudada; outras professoras se queixaram dela, sobretudo quanto à falta de atenção às aulas.

 

O lencinho misterioso

 

A zelosa Irmã chamou-a para conversar, alegando um pretexto qualquer. Durante o colóquio, Glória abriu maquinalmente um de seus livros de aula e, para espanto da freira, um lencinho de cores muito vivas esvoaçou de dentro dele e embora ambas tentassem agarrá-lo, desapareceu completamente.

 

Aterrada, a moça exclamou: “Pobre de mim! Não posso perdê-lo”. Como tocasse o sinal das aulas, a Irmã Maria Teresa mandou depressa a aluna para a classe, desconfiada já do que se tratava.  Em seguida, dirigiu-se ao dormitório das educandas e começou a examinar os livros e cadernos de Glória. Depois de muita busca, encontrou o lencinho dentro de um caderno!

 

Como teria ido parar lá?

 

Cheia de fé, a Irmã dirigiu-se ao lencinho como se fosse o próprio demônio, exclamando: “Desgraçado! Maria Santíssima já te esmagou a cabeça!". E agarrando-o com força, correu à cozinha e o lançou ao fogo.

 

A reação do Maligno não se fez esperar: Glória começou a se sentir mal e a não conseguir reter nenhum alimento. Estava claro que se tratava de um caso de malefício.

 

Feitiço de uma vizinha     

 

A Irmã Maria Teresa chamou a moça para nova conversa e conseguiu que ela contasse tudo o que se tinha passado com ela quando estivera em casa nas últimas férias. Glória contou que uma vizinha a havia procurado num dia em que ela estava só na casa e lhe havia dito: “Logo que tirar o diploma, você vai se casar meu filho!”. Deu-lhe então o lencinho colorido, acrescentando: “Você deve guardar este lencinho e não pode perdê-lo em hipótese alguma; do contrário você não poderá mais estudar e morrerá!

 

A pobre moça havia ficado tão aterrorizada com as ameaças da vizinha (ao que tudo indica, uma feiticeira) que, em vez de pedir conselho às Religiosas, procurou obedecer-lhe, com medo de não poder terminar o curso e com isso prejudicar seus irmãos mais novos, que dependiam dela para poderem também estudar.

 

Irmã Teresa, Religiosa experiente e que tinha muita fé, disse à moça: “Tenha confiança em Nossa Senhora que tudo se resolverá". Como primeira medida, levou Glória para fazer uma boa Confissão - remédio ideal nos casos de perseguição diabólica, pois a alma em estado de graça tem muito mais possibilidade de resistir às vexações do demônio.  Em seguida, foi com a moça examinar seu dormitório; tomou o travesseiro e pediu-lhe que o abrisse para ver se havia algo anormal dentro dele. Glória tremia de medo ao descosturar o travesseiro e jogar as penas na cama; apareceu então um objeto estranho, uma bolota envolta em pano; ao abrir o embrulho a moça exclamou aterrada: “Meus cabelos!”

 

De fato, a vizinha, ao mesmo tempo que dirigia ameaças á jovem cortara-lhe um chumaço de cabelos, levando-os consigo. Este é dos feitiços ou malefícios mais correntes: oferecer ao demônio cabelos ou unhas da própria pessoa a ser prejudicada; ou, então, uma fotografia dela, pedaços de sua roupa, etc.

 

Como esse objeto teria ido parar naquele lugar?

 

O demônio — sempre que Deus o permita — pode mover os objetos de um lugar para outro como, neste caso, primeiro o lencinho, que foi parar no meio de um caderno; depois a bolota de cabelos, encontrada dentro do travesseiro.

 

Malefício desfeito

 

Continuando nas buscas, descobriram outro lencinho igual ao primeiro. A Irmã pegou os objetos com precaução — sem tocá-los diretamente com as mãos, o que é perigoso —, jogou gasolina sobre eles e ateou fogo; apesar da intensidade das chamas, o pequeno lenço não se queimava.  A freira começou então a rezar fervorosamente e a bradar: "Os pés de Maria Santíssima continuam a te esmagar a cabeça, espírito maldito!",  até que finalmente os bruxedos se consumiram pelas chamas.

 

Depois que os bruxedos foram queimados, Glória voltou a levar vida normal e aplicar-se nos estudos.

 

Tais casos, quando bem aproveitados, servem para afervorar religiosamente as pessoas, e esta é uma das razões pelas quais Deus permite que eles sucedam.

 

Na Itália: valor da oração e dos sacramentais

 

O Pe. Gabriel Amorth, exorcista da diocese de Roma, relata o seguinte caso, ocorrido na Itália.

 

Em 1987 um casal procurou seu pároco pedindo-lhe que desse uma bênção a seu filho, o qual apresentava um comportamento estranho.  Tratava-se de um menino de onze anos, de aparência calma e amável. O pároco pediu a um confrade que o ajudasse; apenas os sacerdotes começaram a rezar, o menino passou a espumar, a blasfemar, e proferir ameaças. Os padres (talvez por não terem licença do seu bispo ou por não estarem seguros de que se tratava de caso de possessão diabólica) não procederam aos exorcismos solenes que se fazem sobre possessos, mas mantiveram-se em oração, dando repetidas bênçãos ao menino, ao mesmo tempo que recorriam ao uso de sacramentais, como velas, água-benta, incenso, etc.

 

Por quinze dias seguidos o menino foi trazido à presença dos padres, que prosseguiram nas mesmas orações, bênçãos e uso dos sacramentais. No décimo-quinto dia, precisamente, o demônio começou a dar sinais de raiva impotente e de exaustão até que —  ao ser pedido o auxílio da Mãe de Deus e ser invocado o Espírito Santo — pôs-se a gritar pela boca da pequena vítima: “Nossa Senhora não!” — “A pomba branca não!” Após este último grito, o menino caiu por terra e um silêncio completo se fez na igreja. Tudo indicava que o demônio havia sido expulso.

 

Com efeito, nos dias seguintes o menino não apresentou mais os sintomas de possessão. Entretanto, começou a manifestar sinais de infestação pessoal, tendo visões aterradoras.(O Pe. Amorth, com sua experiência de exorcista, afirma que isto acontece com fre qüência após as possessões, o que é muito perigoso, sendo necessária a assistência do exorcista ainda por algum tempo depois da expulsão do demônio.) Pela atuação prudente e zelosa dos dois sacerdotes, esse estado de infestação também foi vencido, e o menino passou a gozar de excelente saúde e a ter boa vida de piedade. (Cf. J. AMORTH, Nuovi racconti, pp. 108-109.).

 

(Fonte: internet. Autoria:“Anjos e Demônios - A Luta Contra o Poder das Trevas”, Gustavo Antônio Solímeo - Luiz Sérgio Solímeo)

 

 

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