Dicionário demónios - demonologia
Quando falamos de Diabo, na
verdade à que esclarecer que as mais ocultistas tradições místicas afirmam
que Lúcifer e Satã não são a mesma entidade espiritual. Pois se Lúcifer é o filho
primogénito celestial de Deus que se rebelou contra o pai e foi por isso
expulso do Céu, Satanás não foi expulso mas antes de livre vontade
«desertou», ou fugiu, do céu. Tratam-se por isso não só de 2
entidades distintas, como de 2 momentos e de 2 ocorrências totalmente
diferentes entre si. Poder-se-ia por isso dizer que o mundo dos demónios é
composto por 2 grandes dinastias: a de Lúcifer, e a de Satanás. Eis que se explica: Na verdade, Lúcifer era um
querubim gerado pela própria mão de Deus no primeiro dia da criação, e era
por isso cheio da Luz de Deus, ( seu Pai). Daí advêm o seu nome: Lúcifer, que
significa «portador da Luz»[ ou da
«luz» de Deus, o seu pai] Conforme descrito no Livro de Ezequiel, Lúcifer desejou
ser igual ao seu próprio pai, e por isso acabou banido da presença de Deus e
exilado do Reino de Deus. Por essa rebelião, o filho celestial e primogénito de Deus, ( Lucifer), pagou com
a sua queda para este mundo. Sobre esse momento, assim está
escrito no Livro do Apocalipse:
Lúcifer e o seu exercito, (
cerca de 1/3 dos anjos do céu), perderam a guerra contra as forças de Deus,
sendo que Lucifer , ( e os seus anjos caídos), passou desde então a habitar
no nosso mundo físico, do qual é «príncipe». O Diabo, (Lúcifer), na
mitologia Grega era visto como o rei de Hades , o deus do mundo dos mortos.
Para entrar na morada de Hades, era preciso passar por um mítico cão
demoníaco de três cabeças, chamado Cérbero. De acordo com a tradição
islâmica, Lúcifer revoltou-se contra Deus, não por desejar propriamente
ascender ao lugar do Criador, mas antes por orgulho, ou seja, por se ter
recusado a ajoelhar diante de Adão. Assim está escrito:
De acordo com esta versão,
Lucifer, ( um ser perfeito, cheio da Luz de Deus e portador da sabedoria, ao
qual nenhum outro ser se podia comparar ou igualar), recusa-se a ajoelhar
perante uma criação que considera inferior a si mesmo. È por esse motivo, que
acaba sendo expulso do céu e exilado no mundo dos mortos. Ao contrário, Satã não foi
expulso, ( como Lúcifer), mas antes desertou dos céus. Satã era um anjo das mais
altas esferas celestiais, ( um dos
anjos «vigilantes», a quem estava incumbida a missão de observar e guiar a
raça humana neste mundo, tal qual anjos guardiães ), que juntamente com
outros anjos, (nomeadamente Azazel, um dos príncipes do Céu e também ele um
«vigilante»), optou de livre vontade por abandonar o céu e instalar-se na
terra, motivados que foram pela sua paixão pelas mulheres, ou como dizem as
escrituras no Livro de Génesis: «as filhas dos homens». Sobre este episodio, no qual
um grupo de anjos abandona o céu para se instalar na terra em busca da
ardência do sexo com as mulheres, assim esta escrito no I Livro de Enoch:
Assim, o I Livro de Enoch
descreve como 200 anjos caíram, ou seja, abandonaram a esfera celeste e
habitaram neste mundo. E assim continua o apócrifo Enochiano:
Não só a bruxaria é oferecida
ás mulheres em troca do acto sexual com os anjos, ( e assim se inicia a arte
da bruxaria tal como ela é conhecida),
como estes anjos se tornam anjos caídos ou: demónios. Sabemos por isso, tanto
através das escrituras como dos textos apócrifos, que entre a batalha liderada por Lúcifer na sua
rebelião contra Deus, assim como o posterior
abandono voluntário de Satã e os seus seguidores para se casarem com
as mulheres, ao todo foram alguns milhares de anjos que abandonaram o céu,
dando origem aos demónios que hoje em dia conhecemos, e que são tão somente:
anjos caídos. Os demónios são por isso a na
verdade, anjos caídos, que foram banidos da presença de Deus e desde então
vivem em exílio, afastados do reino celestial de deus, ( o chamado «céu»),
habitando tanto neste mundo mundo terreno, assim como no «mundo dos mortos»,
(o «Sheol» Hebraico, ou o «Hades» Helénico, a que a teologia Crista encara
erroneamente como o «Inferno»), ou seja: o local para onde as almas dos
humanos vão depois da morte, para
encontrarem o seu repouso eterno. A confusão entre o «Sheol» e o
«inferno» é um erro típico da teologia crista: o cristianismo vê o inferno
como um lugar de eterna condenação dos maus, ao passo que na verdade o
«sheol», ( a noção hebraica de onde nasceu a lenda mitológica do “Inferno”
segundo o catolicismo), é o «reino dos mortos», o local para onde vão as almas
daqueles que faleceram, para ali repousarem na sua vida pós-morte. Trata-se por isso do mundo
onde habitam as almas de todos os mortos, e não de um local de condenação, ou
pelo menos não inteiramente: nesse local quem é condenável será purificado, e
quem não o é viverá pacificamente e em liberdade. Por isso, esta noção
corresponde antes a um arquétipo do «mundo dos espíritos», onde todas as
almas são purificadas. Segundo o evangelho sobre José, ( um texto
apócrifo do Sec V d.C.), o «inferno» é tido com um lugar por onde as almas
tem de passar, ( através dos 7 véus das trevas – cap. XXII, XXIII - ), para se purificarem. Trata-se antes e por isso, de
um processo espiritual que sucede após a morte, trata-se da transposição de
uma passagem, ( cap. XXII), comum a todo o ser humano após a sua morte: todos
passam por essa transição, independentemente de serem pecadores ou não. A mesma noção também
encontramos noutro texto apócrifo, os Actos de Pilatos, onde verificamos
que no “inferno” se encontram em repouso eterno as almas de figuras como
Abraão, Isaías, João Batista, etc,(II,
cap 18,1), todas ela ali habitando em espírito e aguardando a sua
libertação por via da completa purificação pelo espírito de Deus, que neste
caso, ( neste texto), lhes aparece através de Jesus. Ou seja: o inferno é visto
tanto em certas tradições gnósticas, como nas mais ancestrais teologia
hebraicas, como o «mundo espiritual», e não como o «inferno» que os padres
Católico -Romanos “venderam” ao povo durante a Idade Media, apenas para o
amedrontar e assim manter sob sua alçada, guiado pelo grilhões do medo. Esta
noção que a igreja católico – romana criou de um Inferno punitivo, assim como
a criação imaginaria de um «purgatório», ( cuja a existência, no Sec XX , já
foi desmentida pela própria Igreja através do papa João Paulo II), serviram
apenas para vender «bulas papais» e «perdoes celestiais» ás classes mais
altas da sociedade, enriquecendo assim os cofres do Vaticano de tal forma,
que assim se edificou uma das mais invejáveis fortunas do mundo que ainda
hoje existe. A troco da salvação de
uma alma, (para que ela não acabasse no inferno, ou para que ela saísse
rapidamente do purgatório e fosse para o céu), a igreja católica vendia
perdões papais que «limpavam» todos os pecados de uma alma. Claro, fazia-o em
troca de elevadas quantias de dinheiro, ou grandes doações de património.
Assim se construiu a fortuna do Vaticano, sob a ideia da existência de um
«inferno» punitivo que tanto assustou as pessoas e tanto dinheiro gerou aos
cofres da igreja. Esta noção de «inferno», foi a maior fonte de receitas
financeiras da igreja, motivo pelo qual o Vaticano acumulou fortunas ao longo
de séculos e séculos, tornando-se assim no mais rico estado do mundo. No
entanto, por muito lucrativa que essa noção de «inferno» seja para o
catolicismo, a verdade é que não existe, é apenas uma invenção criada a
partir do conceito hebraico de «shoel», que significa: tumulo, cova,
sepultura, ou seja: apenas «mundo dos espíritos». Segundo as noções místicas
hebraicas mais ancestrais, o «sheol», é o lugar para onde as almas humanas,
após a morte do corpo, ingressam; ou seja, não existe uma noção de «inferno»
punitivo neste conceito, mas antes a mera noção do «mundos dos mortos», ou o
«mundo dos espíritos», onde ai vivem em espírito todos aqueles que faleceram.
A esse reino dos espíritos, os hebraicos chamavam de «Sheol», e na verdade
não se trata de nenhum «inferno». Fonte: tema cedido por
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