Glossário
de termos cristãos
Altar – Provém do latim
altare e é encontrado em quase todas as religiões tanto primitivas como
históricas. Sempre se apresenta em forma de uma espécie de mesa constituída por
uma rocha, monte, elevação, etc. Na história, ele aparece, em certos casos,
como um local onde se costumava exercer a função de degolação e cremação de
vítimas ou como um local de sacrifícios ou então para oferendas. Enfim, o altar
sempre teve uma conotação religiosa, ligada à divindade. Até que passou a ser
identificado como a morada ou trono da divindade em diversas religiões.
Apocalipse - É o último
livro do Novo Testamento e é conhecido também com o nome de “revelação”. Foi
escrito por volta de 95 d.C. por São João Evangelista. É composto de visões
medonhas e cheio de metáforas que dificultam uma visão clara dentro de nossa
lógica atual. O apocalipse promete a vitória de Cristo perante o mal, o
Anticristo, e termina com a recompensa de um novo céu e uma nova terra. Ao
lê-lo, o cristão se enche de esperança para a vinda e triunfo final de Cristo.
Apóstolo - Refere-se aos
doze discípulos escolhidos por Jesus para pregarem o Evangelho, primeiramente
entre o povo de Israel e depois ao mundo. Tinham como missão fundamental
pregar, fundar e presidir as Igrejas em nome de Cristo. Todo aquele que é
enviado por Deus recebe o nome de apóstolo. São Paulo, por exemplo, apesar de
não ter sido um dos “doze”, é chamado de “o Apóstolo”. As palavras como
“apostolado” e “apostólico” são derivações que se referem a ações direcionadas
à proclamação e testemunho da fé em Cristo e em sua Igreja.
Arca de Noé - É um relato
bíblico, (Gn 6,14ss), que conta que Noé construiu uma arca ou navio onde
colocou todos os tipos de animais, entre eles machos e fêmeas, e toda sua
família, para protegê-los do dilúvio.
Ascensão de Cristo - É a
glorificação definitiva de Cristo depois de sua morte e ressurreição. É
relatada em Lc 24, 51 e At 1, e aconteceu no monte das Oliveiras, de onde
Cristo subiu aos céus diante de seus discípulos. Esse acontecimento marca o
início da missão da Igreja das nações. (At 1, 8).
Anunciação – Trata-se do
anúncio que o anjo Gabriel fez a Maria, dizendo que ela seria a mãe de
Cristo. (Lc1, 26).
Arcebispo – Bispo com funções administrativas de uma
arquidiocese.
Arquidiocese – Conjunto de
dioceses sob a administração de um único bispo que, nesse sentido, se chama
Arcebispo
Acólito – aquele que ajuda o sacerdote nos rituais da missa.
Popularmente conhecido como “coroinha”.
Abóbada – Parte superior
de um templo feito por arcos. O mesmo que “Domo”.
Atos dos Apóstolos – Quinto Livro do
Novo Testamento, onde se descrevem os fatos que se deram depois da Ascensão de
Jesus Cristo aos céus. Narra também o nascimento da Igreja e as viagens
missionárias dos Apóstolos. Foi escrito por Lucas.
Batismo – Provém do grego
baptizein e significa “banho por imersão”, simbolizando uma regeneração. É
encontrado em diversas religiões, como, por exemplo, no antigo Egito e em
religiões primitivas. Esse rito aparece no Novo Testamento na pregação de João
Batista, com o ato de imersão na água, sendo o banho a regeneração e renovação
no Espírito Santo (Tt 3, 5), oferecendo a libertação do pecado e a inauguração
de uma nova vida integrada no Reino de Deus.
Bispo – Sucessor direto
dos apóstolos. Grau completo na hierarquia católica com o direito de ministrar
todos os sacramentos, bem como o de administrar uma diocese.
Bênção – Ação litúrgica
do sacerdote ou de outro membro da sagrada hierarquia, chamando sobre o fiel os
dons de Deus e seus favores.
Bem-aventurado – Aquele a quem o
Papa beatificou. Em certas situações, pode significar simplesmente um Santo.
Basílica – Grande Templo
religioso. Também conhecido como igreja principal.
Beatificação – Ato pelo qual o Papa reconhece as virtudes heróicas de um fiel já falecido
recomendando-o como exemplo para todos os católicos. Nessa situação, permite-se
que o fiel ore pelo beatificado, pedindo sua intercessão.
Báculo – Espécie de
cajado que é utilizado pelo Bispo, significando o poder de guiar seus fiéis no
caminho da salvação. Sua origem é a dos pastores de ovelhas, que guiam seu
rebanho para lugares seguros ao abrigo dos perigos do campo.
Catecismo - É um manual de instrução da fé
cristã. É escrito em forma de perguntas e respostas, tendo em vista, assim, um
ensinamento metódico e completo a respeito da fé cristã. O primeiro a redigir o catecismo foi Lutero,
“O Catecismo Maior e Menor”, em 1529. Depois desse, houve várias outras
publicações entre as diversas Igrejas da Reforma, e em 1557, São Pio V foi quem
publicou “Catecismo romano”, que foi aceito como manual da doutrina para
sacerdotes e párocos. No século XVII, o catecismo acabou se popularizando por
toda a Europa e América. O último que foi publicado foi o “Catecismo Universal”
pelo papa João Paulo II.
Catolicismo - O termo
“catolicismo” ou “católico” significa etimologicamente o todo da Igreja e sua
doutrina. Significa a “grande Igreja” que segue uma tradição histórica, apoiada
em Cristo e nos Apóstolos, chegando até nossos dias, pura, sem desvio algum.
Essa totalidade também quer dizer que a Igreja está destinada a todos, sem
distinção alguma. Sem dúvida, as diversas Igrejas existentes se reconhecem como
herdeiras da Igreja primitiva universal, mas foi dentro da chamada Igreja
Católica Apostólica Romana, a primeira a se proclamar “católica” e “mãe das
Igrejas”, que os apóstolos Paulo e Pedro foram martirizados.
Companhia de Jesus - É uma ordem religiosa, fundada por Santo
Inácio de Loyola em 1540 e teve fundamental importância na história. Surgiu em
um momento movimentado da história, que foi o período da Expansão Marítima, ou
seja, de expansão do cristianismo para além das fronteiras da Europa. Também se
iniciava o Renascimento e a Reforma de Lutero. Os jesuítas (seus membros)
tiveram fundamental importância na renovação da teologia e da espiritualidade
cristã e na educação da juventude. São famosos também pelo impulso missionário
levado para além da Europa.
Comunhão - Em latim,
communio, significa “participação”, enquanto o grego nos apresenta a palavra
koinonía, “comunicação”. Dentro da comunidade cristã, essa palavra tem
fundamental importância, pois significa ser membro de um mesmo corpo que a
Igreja, corpo de Cristo. A comunhão se inicia através do Batismo e é alimentada
através da Eucaristia.
Conversão – É um ato de
retorno ou redenção ao verdadeiro Deus, que implica em diversas formas de
penitência. Mas o que se recomenda, sobretudo, para que a conversão seja
consumada, é o arrependimento interior ou de coração, que constitui uma mudança
de mentalidade que leva o homem a uma transformação digna para o seguimento de
Cristo.
Cruz – A cruz é, para
os cristãos, o símbolo do sofrimento de Cristo para a salvação da humanidade,
ou seja, ela significa a glória de um caminho exemplar que deve ser seguido por
todos. Significa também nossa Redenção e nossa libertação do pecado e da morte.
Cálice – Espécie de taça
onde o sacerdote coloca o vinho na hora da consagração, na missa. Pode ser de
diversos tipos e tamanhos, mas sempre se mantendo a dignidade de estilo para
servir ao altar de Deus.
Cenáculo – Trata-se do
lugar onde estavam os apóstolos quando foram ungidos pelo Espírito Santo.
Atualmente se emprega a expressão para designar um lugar de reunião para preces
e oração em geral.
Canônico – Diz respeito às regras da Igreja. De fato, a palavra
“Cânon” significa “Lei”. Assim, existe o “Código Canônico”, que é o conjunto de
leis e regras da Igreja Católica.
Cristianismo – A religião
fundada por Jesus Cristo. Para nós, cristãos, a verdadeira religião, baseada no
fato da vinda de Cristo, o Messias prometido para a salvação eterna de todos os
batizados; de todos os que procuram seguir seus mandamentos de amor a Deus e
aos semelhantes.
Crucifixão – Método pelo
qual as autoridades romanas executavam criminosos não romanos. Cristo, embora
fosse o mais inocente dos homens, foi entregue pelos chefes dos judeus aos
romanos, para ser crucificado.
Conclave – É realizado durante a época de eleição papal. Após a morte de um papa os
cardeais da Cúria devem se retirar para um recinto sem nenhuma comunicação com
o mundo externo. Nesse período, as condições de vida dos cardeais, lá
recolhidos, deverão ser precárias. Essas normas do conclave foram estabelecidas
no Concílio Ecumênico de Lião, em 1274, e perduram até hoje, em sua essência.
Culto – É a
conseqüência lógica do sistema de crenças de uma determinada religião. Existe
em todas as religiões e consiste na forma de adoração. Alguns valorizam mais os
rituais, enquanto outras, como o cristianismo, acentuam as atitudes mais
internas, as chamadas “atitudes de coração”.
Cúria – Órgão eclesiástico, jurisdicional e administrativo
que coopera com o bispo na direção da diocese. Existe também a Cúria Romana desde
o século XI, que é o conjunto de corporações, tribunais, oficiais e ministros
que formam o governo da Igreja Católica e auxiliam o papa.
Concílio - Assembléia ou reunião de líderes
religiosos da Igreja presidida pelo papa ou por seu legado, para tratar a
respeito da doutrina ou de costumes da vida cristã.
Confissão – Consiste em um
dos atos essenciais da administração do sacramento da penitência na Igreja
Católica. O fiel declara seus pecados ao confessor, ou seja, ao padre que
escuta as confissões. Na confissão se dá o ato de reconciliação entre Deus e o
fiel.
Consagração – É o ato de
dedicar algo ou alguém para o serviço de Deus. Muitos objetos são consagrados
para serem usados com fins religiosos. A Igreja possui mais de oitenta formas
diferentes de consagração eucarística, que é a parte central na celebração da
missa.
Canonização – Ato da Igreja
católica que é presidido pelo papa e consiste em declarar alguém santo, devido
às suas virtudes e milagres realizados. Através da canonização, a pessoa é
inserida no cânone ou rol dos santos e passa a ser objeto de veneração, algumas
vezes, em determinadas igrejas, outras, em toda a igreja universal.
Consistório – Existe no
catolicismo desde cerca do século XIII. Consistia, primeiramente, em uma
assembléia de cardeais presidida pelo papa, para assuntos de interesse da
Igreja universal. Hoje, o consistório limita-se a reuniões fechadas nas quais
os cardeais são apenas ouvintes e o papa anuncia as nomeações cardinalícias.
Capela – É uma igreja em
dimensões menores destinada como um oratório público, semipúblico ou privado.
Segundo o Novo Código de Direito Canônico, a capela particular é local de culto
autorizado pelo bispo, e já não é mais necessário que se tenha autorização da
Santa Sé.
Código de Direito Canônico – Coleção de leis que regem a Igreja católica.
Colégio Cardinalício – Foi formado em
1150 e consiste no conjunto dos cardeais da Igreja Romana que são os eleitores
e conselheiros do papa em seu governo da Igreja Universal. Essa incumbência de
eleger o papa foi determinada aos cardeais em 1179. O número limite de cardeais
com faculdades de eleger o papa, segundo definição de Paulo VI no ano de 1973,
são 120, e a idade limite, definida em 1970, é de 80 anos.
Decálogo – Significa “dez
palavras” em grego. E diz respeito às dez palavras pronunciadas por Deus a seu
povo no monte Horeb (Ex 20, 1- 17; Dt 5, 6- 25). Consiste em dez deveres
ético-religiosos fundamentais que cada um tem com Deus e o próximo. É conhecido
também como Dez Mandamentos, Tábuas da Lei, Código, etc.
Dilúvio – Há vários
relatos antigos, em diferentes culturas, que dizem respeito a um grande dilúvio
ou inundação da terra pelas águas. Entre eles, os mais conhecidos são a Lenda
de Gilgamesh, o bíblico (Gn 1- 2; 6, 5 – 9, 17) e o hinduísta Mahabharata (III,
187). Há diversas semelhanças e diferenças entre esses relatos. No bíblico, o
seu significado é de punição de Deus sobre os homens por causa de seus
pecados.
Dogma – Significa, no
cristianismo, tudo aquilo que se impõe à crença e à prática cristã, ou então
uma verdade fixa dentro de uma certa ordem de fé. A Igreja formula o conteúdo
da fé, estabelecendo assim os dogmas.
Domingo – Provém de Dies
Dominica, que significa Dia do Senhor. Foi nesse dia que ocorreu a Ressurreição
de Jesus. Por isso é um dia de comemoração dos cristãos desde o século
primeiro. É um dia marcado pela Eucaristia, no qual se comemoram os mistérios
redentores e se comunga com os mesmos.
Diocese - Circunscrição territorial sujeita à administração
eclesiástica do bispo, arcebispo ou patriarca. O mesmo nome era dado às
circunscrições administrativas de algumas províncias romanas.
Diácono – Aquele que
auxilia os bispos na realização dos sacramentos e na assistência aos pobres.
Devoção – Prática
religiosa dedicada intimamente ao culto a um especial objeto de veneração, que
é geralmente um santo.
Discastério – Órgão da cúria
romana que ajuda o papa em seu trabalho pastoral. Por exemplo, “A Sagrada
Congregação pela Doutrina da Fé”, “A Sagrada Congregação para Evangelização dos
Povos” ou ainda, “A Sagrada Congregação para o Culto Divino”, entre outros.
Ecumenismo – Este termo é
usado desde os cismas do Oriente, no séc. XII, e do Ocidente, ocorrido no séc.
XVI. Significa, em grego, “mundo inteiro”, ou seja, designa o movimento da
unidade que procura formar uma só Igreja universal. O ecumenismo tomou força
maior quando, no séc. XIX, foi assumido oficialmente pelas autoridades que o
dirigem, que são o Conselho Ecumênico das Igrejas e o Secretariado para a União
dos Cristãos.
Eucaristia – Termo que
deriva do grego eujaristia, que significa “ação de graças”. Remete à refeição
em que Jesus partiu o pão e distribuiu entre seus apóstolos como sendo este o
seu corpo e abençoou a taça de vinho como o cálice da Nova Aliança em seu
sangue (1 Cor 11, 20 ss.). Celebrando a Eucaristia, os cristãos celebram a
“Última Ceia”, que também recebeu outros nomes, como a “Ceia do Senhor”,
“Fração do Pão”, “Ágape”, “Comunhão”, “Missa”.
Evangelho – No grego, esta
palavra significa “boa nova”, e no Novo Testamento consiste em tudo aquilo que
diz respeito a Jesus de Nazaré e ao que corresponde aos seus ensinamentos.
Esses conteúdos se encontram nos primeiros quatro livros do Novo Testamento,
que são chamados de “os evangelhos”. Esses livros, que relatam a vida de Jesus,
surgiram logo na primeira metade do séc. I, e foram escritos por Marcos, Mateus,
Lucas e João. Foram canonizados logo no séc. II, juntamente com escritos do
Antigo Testamento. Os evangelhos são tidos como o testemunho da vida de Jesus
de Nazaré. Uma pergunta que se faz constantemente é a respeito do valor
histórico do evangelho. Ele pode ser entendido como fonte histórica, se forem
levados em conta alguns fatores, como o contexto em que viviam os evangelistas,
sua liberdade de redação, para quem a direcionavam - aos cristãos-, mas que
tinham, como maior fonte, o testemunho da vida de Jesus.
Êxodo – É o título do
segundo livro da Bíblia hebraica e faz parte do Pentateuco, conjunto de cinco
livros que formam a Torá. A palavra tem origem grega e significa saída, pois
narra a fuga do povo de Israel para a terra prometida.
Exorcismo – Consiste em
prática de rituais usados contra forças maléficas. Essa prática existe em todas
as religiões, apesar de que a diferença entre elas é radical. No ritual da
Igreja se recorre ao Corpo Místico de Cristo para que quebre a influência do
demônio sobre determinada pessoa. Qualquer
sacerdote pode exercer a função de exorcista, desde que tenha a licença
especial do Bispo, e que tenha certeza de que se trata realmente de um caso de
possessão e não de doença mental.
Encíclica – Documento em
forma de carta que aborda questões dogmáticas, morais e litúrgicas, redigida
pelo Papa a todo o mundo católico.
Exegese – Comentário e interpretações de textos sagrados de religiões. É aplicado
especialmente à Bíblia, tornando-se posteriormente objeto de reflexões
teológicas.
Escapulário – É um dos
sacramentais mais usados pelos cristãos. Consiste em duas peças retangulares de
lã marrons, unidas por duas fitas que são colocadas sobre os ombros. O costume
do uso do escapulário surgiu somente a partir do séc. XVI. Hoje existem dezoito
tipos de escapulário, cada um originário de uma ordem religiosa diferente. O
mais conhecido é o escapulário marrom da Ordem Carmelita com a imagem da Virgem
do Carmo. Essa popularidade se deve a uma visão de São Simão Stock, um
carmelita do séc. XIII, na qual a Virgem lhe prometeu que ninguém morreria em
pecado mortal se usasse o seu escapulário.
Estola – Faz parte do
vestuário litúrgico dos bispos, padres e diáconos. Consiste em uma larga tira
de pano usada sobre a túnica, e representa o poder sacerdotal dos ministros da
hierarquia eclesiástica.
Fé – É a porta de
entrada para qualquer religião. Fé significa o ato de crer, de confiar. É muito
comum que se faça distinção entre fé e razão. Isso indica, portanto, que a fé
constitui um sentimento sem base teórica ou racional. No cristianismo, a fé
significa crer na pessoa de Jesus como Messias, Filho de Deus, Senhor. A fé tem
formas diferentes nas diversas religiões, mas é, basicamente, a confiança no
sistema de crenças destas.
Fiat Commixtio – Essa expressão
latina significa, literalmente, “Faça-se a mistura” e era usada no rito da mistura do Corpo e do
Sangue de Cristo na oração primitiva que era feita por volta do ano 400 d. C.
Depois, esse termo “Fiat” foi substituído por “haec”, que significa “esta”.
Gênesis – É o primeiro
livro da Bíblia e a base da história e das três principais religiões
monoteístas, que são o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo. Nele estão
contidos relatos que são as crenças fundamentais, como a criação do homem, do
mundo, o pecado original e as origens do povo de Israel. Sua estrutura é
dividida em três partes: a primeira relata as origens ou pré-história religiosa
da humanidade (1- 11), o ciclo patriarcal (12- 36) e o ciclo de José (36 -
50).
Graça – É a atitude de
Deus a favor do homem. Deus concede sua graça ao homem, sem méritos. A graça é
perdão, um dom, uma força, uma iluminação que é dada por Deus ao homem e faz
com que participe da vida religiosa que o faz sentir filho do Filho.
Glória – É sinônimo de
céu, no sentido de bem-aventurança. A glória divina aparece de duas formas: em
teofanias e nos altos feitos. O Novo Testamento se refere a Cristo como o
Senhor da Glória, por ser o Filho de Deus. As descrições de glória aparecem em
diversos relatos como algo luminoso: um “fogo consumidor” (Êxodo 24, 17), ou
então “um clarão vermelho” (Ezequiel 8, 2-3), e ainda nas artes é sempre
representada como um clarão, uma auréola, etc.
Gentio – Palavra de
origem no latim que significa pagão ou idólatra. O termo gentio era designado
àquele que seguia o paganismo ou, então, para o estrangeiro. Por exemplo, entre
os romanos o nome era dado àquele que não era romano.
Hagiografia - História ou biografia dos santos ou
que trata a respeito das coisas santas.
Heresias – A palavra é uma
derivação da palavra grega airesis, que tem o sentido de separação, ruptura. As
heresias aparecem desde a Igreja primitiva (séc. I ao III), com grupos ou
pessoas que tinham uma opinião diferente em relação ao depósito comum da fé. O
código eclesiástico logo formulou penas, punições e perseguições aos hereges.
Hábito talar – Que o sacerdote
usa, normalmente de cor preta. Possui esse nome porque tem origem romana.
Ícone – É derivado de
um termo grego que significa imagem. Eles representam imagens religiosas, e são
objetos de extrema importância para devoção popular na Igreja Ortodoxa. Ao
longo dos séculos VIII e IX houve um movimento chamado iconoclastia, que visava
retirar os ícones do culto e devoção popular.
Igreja – Esse termo
surgiu no período clássico grego e seu significado foi sofrendo modificações ao
longo da história. Primeiramente, Igreja significava “assembléia de cidadãos”,
depois, foi atribuído à reunião dos judeus da diáspora para escutar a lei até
que, finalmente, no Novo Testamento, passou-se a atribuir à palavra o sentido
que hoje conhecemos, que distingue o corpo dos cristãos de todo o mundo, ou
também uma assembléia em uma igreja particular, a chamada “igreja doméstica”.
Enfim, a palavra Igreja tem, dentro de um sentido geral, o significado de união
das pessoas em volta de um mesmo centro. Ou melhor, a Igreja é um “povo” que se
une para conhecer, amar e servir a Deus.
Inferno – Esse termo
aparece em quase todas as religiões com um sentido similar. A palavra deriva do
latim “infernus”, que significa lugar inferior, ou então, no plural, “inferi”,
que quer dizer as partes baixas. O seu sentido é sempre o de oposição ao céu ou
bem-aventurança. No cristianismo, há o duplo caminho da eternidade, no qual “os
que fizeram o bem irão para a vida eterna, os que fizeram o mal irão para o
fogo eterno” (Mt 25, 31ss).
Inquisição – A Inquisição foi fundada por Gregório IX no século XIII e se estendeu até o
final do século XVII. Consiste em um tribunal eclesiástico contra as heresias.
Foi uma aliança entre o poder eclesiástico e civil pelo extermínio de qualquer
heresia que era uma ameaça à sociedade cristã. Os hereges foram considerados
traidores, tanto da fé como do Estado, merecendo, por isso, a morte.
Infalibilidade – A
infalibilidade pontifícia foi decretada no Concílio Vaticano I (1869- 1870) e
consiste em que o papa não pode errar em matéria de fé ou de moral. Para os
católicos essa infalibilidade consiste na assistência dada ao papa pelo
Espírito Santo, para que ele não cometa erros quando declarar alguma proposição
de fé ou de moral pertencente à Revelação Cristã. Baseados nisso, os cristãos
devem acreditar nas proposições sobrenaturais e praticar os preceitos colocados
pelo Supremo Pontífice.
Indulgência – Forma de
redução de penas devidas ao pecado, através de determinados atos de devoção e
piedade. O ato da indulgência não consiste em uma mágica que reduz as penas,
mas é uma forma de estímulo poderoso para a vida dos cristãos. As formas de
alcance da indulgência são: a Confissão, realização de trabalhos com total amor
a Deus e todo o desapego do pecado, Comunhão Eucarística, entre outros.
Jesus Cristo – Nesse
nome de Jesus, expressa-se a sua dupla natureza: a humana, referente ao homem
nascido em Belém, na Judéia, Palestina, e que foi morto em Jerusalém por volta
do ano 30. E a divina, do Messias- Salvador, Filho de Deus. Invoca-se Jesus
Cristo por diversos nomes: Salvador, Redentor, Filho de Deus, Senhor, Messias,
entre outros. Há diversas fontes históricas que comprovam a existência do Jesus
histórico, são poucos os que duvidam de sua existência, mas as controvérsias
giram em torno das interpretações do significado de sua existência.
Ladainha – Consiste em uma
forma de oração que possuí um estilo alternado em suas invocações e quando é
cantada possui um estilo monótono e melancólico, capaz de levar os fiéis ao
arrependimento. A ladainha se parece com a oração sinagogal. Existem diversos
tipos de ladainha, como as de Nossa Senhora, as dedicadas ao coração de Jesus
Cristo e a Todos os Santos, entre outras.
Latrão – Era uma
propriedade romana da família dos Laterani. No início do séc. IV, a esposa do
imperador Constantino, Fausta, era a detentora desse patrimônio e foi ela quem
o doou à Igreja. No lugar do palácio,
foi construída uma basílica, que se tornou a Catedral de Roma. Ainda no início
do séc. IV, o local se tornou residência dos papas, após uma reunião do
concílio da Igreja para condenar a doutrina dos donatistas. O latrão é um local
importante para a história da Igreja, e é cenário dos Concílios Ecumênicos do
Ocidente.
Liturgia - Ordem e forma consagrada para a
celebração das cerimônias e preces de que se compõe o serviço divino, como se
encontra determinado no ritual eclesiástico. É a forma pela qual se celebra um
determinado rito.
Mártir – Este termo tem
origem na religião cristã, e significa “testemunha”. Antes, se chamava de
mártir aquele que foi testemunha da vida e ressurreição de Cristo. Depois, o
seu significado sofreu uma modificação, atribuindo-se àquele que deu testemunho
de sua fé pelo sofrimento e pela própria morte durante as perseguições.
Misericórdia – Termo que
designa a piedade ou pena frente à desgraça alheia, unindo assim dois seres. O
homem somente alcança a misericórdia de Deus a partir de sua transformação, que
se dá ao praticar a compaixão com o seu próximo, motivada por sua própria
misericórdia.
Missa - Cerimônia na
qual a Igreja Católica celebra o sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade, na
Cruz e a Santa Ceia. A missa é constituída basicamente por três partes: ofertório,
consagração e comunhão. O sacrifício eucarístico oferecido durante missa é o
ápice de toda a vida da Igreja.
Milagres – Ato perceptível
pelos sentidos, produzido por alguma força sobrenatural, fora da ordem natural
das coisas. As religiões atribuem os milagres à autoria de Deus.
Missal Romano – Livro usado
geralmente no altar, que contém as orações que deverão ser feitas em uma missa.
Mitra Episcopal – Tipo de chapéu
usado pelos bispos, com duas pontas apontadas para cima.
Natal – Palavra de
origem no latim, “nativitas”, que significa nascimento. A Festa de Natal é
comemorada no dia 25 de dezembro desde o ano 336, em Roma. Há uma hipótese que
diz que se comemora a festa nesse dia em lugar da festa pagã, que celebrava na
mesma data o solstício de inverno, em honra do nascimento do “Sol Invictus”.
Por isso, nesse dia se proclama Jesus como o “Sol Invictus”.
Oração – A oração
aparece em todas as religiões como uma forma pela qual o homem se coloca
conscientemente na presença de Deus. As orações aparecem em diferentes formas e
sentidos. Existem as orações de súplica, louvor, arrependimento, entre outras.
No cristianismo, temos a Bíblia como fonte das orações, tendo como exemplo as
orações cristãs admiráveis de Santo Agostinho e santa Tereza.
Ostensório – Espécie de vaso ou cálice sagrado onde se coloca a hóstia consagrada para a
adoração dos fiéis na Igreja.
Padre - É aquele que,
na hierarquia da Igreja, se situa entre o bispo e o diácono e recebe a
ordenação sacerdotal.
Papa – A Igreja do Oriente dava esse nome, que significa pai, a qualquer bispo.
Foi somente a partir do séc. XI que esse título foi dado somente ao bispo de
Roma. O papa é considerado sucessor de Pedro, o primeiro papa, sendo por isso,
o chefe visível da Igreja Católica.
Pecado – Provém do latim pecatum, que significa falta, culpa. Esse sentimento
aparece em todas as religiões com diferentes palavras. As religiões monoteístas
geralmente chamam de pecado as faltas cometidas contra as leis de Deus.
Peregrinação – É uma viagem ou deslocamento para um lugar considerado sagrado ou onde
tenha havido algum milagre. O impulso a essa trajetória é um ato de fé e a meta
a alcançar, ao chegar, é receber desse local a cura, a saúde e o perdão.
Pilatos, Pôncio – Era um procurador romano na Judéia (26- 36 d.C.), e é apresentado nos
evangelhos como o juiz no processo civil de Jesus (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jô 18,
28 ss.).
Pontífice – É o título
atribuído ao papa, assim como “Pontífice Romano”, ou “sumo-pontífice”. Pode
vir a ser também designado a algum outro alto dignitário eclesiástico, como
bispo ou arcebispo.
Pároco - Sacerdote que tem a seu cargo uma paróquia (território), tendo a função de
anunciar a palavra de Deus aos que ali vivem.
Patena – Disco circular
de ouro que serve para cobrir o cálice da hóstia e recebê-la. Representa
simbolicamente a pedra sobre a qual repousa o corpo de Cristo.
Paramentos – Esse nome é dado às vestes litúrgicas, que variam em sua qualidade e
formas, conforme a localidade.
Polifonia Sagrada – Designação dada pelos documentos da Igreja à música
sacra, que surgiu no fim na Renascença com tal perfeição que foi destinada ao
uso litúrgico.
Pedra Dara – Parte central
do altar onde está alojada a relíquia de algum Santo ou Mártir da Igreja. É
sobre essa “pedra” que o padre estende o corporal e deposita os cálices e a
patena para realizar a consagração da hóstia e do vinho.
Porta Santa – É uma grande
porta localizada no Vaticano, na Basílica de São Pedro. O Romano Pontífice abre
a chamada Porta Santa por ocasião dos Jubileus, a cada 25 anos, simbolizando
assim a abertura da todos à Salvação trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ressurreição – A ressurreição
de Cristo é base da fé do cristianismo, e é em torno desse acontecimento que
gira todo o mundo cristão. Através da ressurreição, Cristo mostrou a sua
esperança diante da morte, afirmando que Deus ressuscita os justos e glorifica
os mártires. Além disso, crer na ressurreição significa acreditar em Jesus como
Messias, Filho de Deus e Senhor vencedor da morte e do pecado.
Relíquia - Corpo ou parte do corpo de algum
santo ou coisa preciosa, rara ou antiga, a que se dedica grande valor e
veneração.
Romaria - Peregrinação de fiéis com destino a algum lugar
religioso.
Rosário – É mais
conhecido popularmente como terço. Objeto de devoção, que consiste em uma
espécie de colar de contas através das quais se vai contando o número de orações
recitadas. Esse nome é atribuído à coroa de flores que se colocava sobre a
cabeça da Virgem e terminava com uma cruz. O rosário é constituído por quinze
pequenas contas, que representam as Ave-Marias, e entre cada uma delas há uma
maior que representa o Pai-Nosso. A cruz, ao final, é sobre a qual se reza o
Credo.
Sé – É a igreja-mãe
de uma arquidiocese, a sede oficial do governo eclesiástico dentro de uma
determinada circunscrição. É a coordenadora das atividades das igrejas a ela
filiadas.
Salmo – Denomina-se
salmo uma coleção de 150 cânticos que devem ser acompanhados com instrumentos
de corda. Há os salmos de louvor, de ação de graças, penitenciais, de
lamentação e alguns messiânicos, formando, assim, um gênero literário e uma
fonte de inspiração religiosa.
Sacristia – Local da igreja
onde se guardam objetos sacros.
Santuário – Local dedicado
ao culto divino.
Solidéu – Consiste em uma
pequena touca parecida com o kipá judaico que é usada por diversos religiosos,
inclusive o papa, os cardeais, bispos, arcebispos, prelados e abades da
Igreja.
Sanguinium – Pequena peça de
pano que o sacerdote se utiliza para lavar e enxugar os Cálices Sagrados depois
da Consagração do vinho na missa.
Sédia Gestatória – Espécie de grande trono onde se senta o Romano Pontífice em ocasiões
especiais. É carregado por auxiliares do Papa.
Trindade – A crença na
Trindade é o fundamento da fé cristã. Muito resumidamente, explica-se a
Trindade como fé dos cristãos em um só Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Essa é a base do monoteísmo cristão, que se fundamenta na explicação de que
Deus é “um só Deus em três pessoas distintas numa única substância” (Concílio
de Nicéia, ano 325, e de Constantinopla, 381).
Turíbulo – É uma peça de
metal destinada a queimar em brasas o incenso durante certos ritos da liturgia
da Igreja católica. Usa-se o turíbulo em todas as missas, com exceção da missa
privada, denominada como missa rezada, nas grandes horas do Oficio Divino, em
Laudes e Vésperas, nas exposições, bênçãos e reposições do Santíssimo
Sacramento, também nas procissões, ordenações, nas recepções dos grandes
prelados, etc.
Virgindade – O Cristianismo sempre cultivou o ideal da virgindade que é considerada
santa quando se busca Deus como fonte de amor.
Vinho – O vinho
simboliza, em diversas religiões, a refeição que alegra o coração do homem.
Para os cristãos, o vinho faz parte de liturgia por ter sido usado na Santa
Ceia. Toda a tradição cristã viu no vinho uma ligação com o Espírito Santo. O
mesmo se vê em outras tradições, que dizem ser a embriagues uma forma de acesso
ao mundo dos deuses. Na liturgia cristã, o vinho é usado na celebração da
missa, misturado com um pouco de água, pois segundo os orientais, o vinho
simboliza a natureza divina, e a água, a natureza humana de Jesus Cristo.