MAGIA
AFRO-BRASILEIRA & UMBANDA
A LENDA
DE OXUMARÉ Numa
terra longínqua, muito além das águas salgadas, existe um reino encantado
chamado África, onde o homem vive em total harmonia com a natureza. Alguns
desses homens são considerados deuses e fazem parte do culto yorubá. Esses
deuses são também chamados de orixás e cada um possui símbolos ligados à
natureza. Neste artigo, falaremos sobre o orixá Oxumaré (Ossumaré), dono de
Iká, rei da nação Jeje, príncipe das cores, o primeiro babalaô de toda a Terra,
a serpente que segura o mundo. Seus símbolos são as serpentes (Dã) e o
arco-íris (iká). Seu metal é a prata e o ouro. Seus dias de culto são as
terças-feiras. Suas cores são o amarelo e o preto ou verde e preto. Oxumaré
viveu no antigo Dahomé (que depois passou a se chamar Mahi), e era filho do
rei da Estola das Cores Brilhantes e de Nanã (Senhora do Barro). Era forte,
muito ágil e possuidor de grande sabedoria, porém, não tinha grandes bens
materiais. Por isso foi trabalhar para o rei de Oyó, chamado Xangô (Sangô).
As funções de Oxumaré em Oyó eram recolher as chuvas que caíam na Terra e
retorná-las para as nuvens, e dirigir as forças que produzem o movimento.
Esse trabalho ficava mais fácil quando ele se transformava em serpente. Ele
envolvia a Terra para que não se separasse, pois seria uma grande catástrofe
caso isso acontecesse. Quando Oxumaré assumia a forma de serpente, ninguém
sabia dizer se era uma serpente macho ou fêmea, o que lhe dava segurança para
disfarçar e fugir de alguns inimigos que entravam em seu caminho. Oxumaré
usava periodicamente a versão macho da serpente, quando era chamado de Becém;
outras vezes, quando assumia as características femininas, era chamado de
Freqüém. Esses nomes, no entanto, variam de acordo com a nação em que o orixá
esteja sendo cultuado, a exemplo de Keto, que é Oxumaré e Ewá Oxumaré
proporcionava riqueza e prosperidade às pessoas, mas nunca recebia nada das
mesmas. Os seus feitos correram mundo e, um dia, chegaram aos ouvidos do rei
Olofim, da aldeia Ifé, que logo se interessou em conhecê-lo. Olofim,
ao ver o poder de Oxumaré, passou a explorar também seus serviços,
consultando-o três vezes por semana. Oxumaré sabia decifrar os sonhos com
precisão e clareza e tinha também o dom da visão, o que lhe permitia prever o
futuro. A fama de Oxumaré foi ouvida pela rainha Olocum, que resolveu
chamá-lo para saber o que poderia ser feito para curar o seu filho, que, nas
fortes crises que tinha, rolava no chão como se fosse um animal e, às vezes,
sobre fogareiros em brasa, como se estivesse possuído. Oxumaré viu aquela
triste cena, mas não se apavorou. Cuidou do infante com tanto zelo e carinho,
que o mesmo ficou curado. A rainha ficou tão satisfeita, que, para agradecer,
deu a Oxumarê muitos presentes e cobriu-lhe com o mais belo e mais puro azul
existente em seu reino. Voltando
ao reino de Ifé, Oxumaré brilhava como o próprio céu em suas vestes azuis, o
que fez com que o rei Olofim ficasse enciumado e se revoltasse com a rainha
Olocum. Então, o rei presenteou Oxumaré com tudo em dobro do que a rainha
tinha lhe dado e vestiu-o com o mais belo vermelho que havia em seu reino. Oxumaré
ficou rico, mas nem sequer poderia imaginar o que ainda mais teria. Um dia,
fora chamando diante do Rei dos Reis, dos Grandes Soberanos, Criador de Toda
a Vida, Senhor Olodumaré, que sofria de um mal nos olhos. Oxumaré lhe curou a
visão, e o velho ficou tão satisfeito que não quis mais que ele retornasse à
Terra. Conta-se
que depois que Oxumaré foi para o céu, ninguém foi colocado em seu lugar, cumprindo
a missão que Xangô lhe designara. Então, devido ao acúmulo de serviço, caiu
uma forte chuva na África, matando muitas pessoas e animais. Sentindo-se
culpado por toda aquela desgraça, Oxumaré começou a se lamentar. Olodumaré,
ao ver o amigo naquele total desespero, socorreu-lhe e, para recompensá-lo
por sua bondade e preocupação com os seres da Terra, transformou-o na mais
bela cortina de cores. Assim, nosso deus-serpente se transforma não só em
lindas Dã, mas também no belo arco-íris que surge no céu depois das fortes
chuvas, trazendo riqueza e prosperidade para os filhos da Terra. Isto
significa que nunca mais Oxumaré deixou de zelar pela Terra, fazendo com que
seus filhos se sintam seguros, e garantindo que nunca mais a Terra se
desvaneça em águas. Os
devotos do deus Oxumarê depositam na terra o cordão umbilical de seus filhos,
plantando sobre ele uma palmeira, que deve ser devidamente cuidada, pois dela
dependerá a saúde e o sucesso da criança. Este velho costume significa a
integração do homem à natureza. Babado
da prosperidade: Cozinhe duas batatas-doces com a casca. Descasque-as e
amasse-as com um garfo até virar uma massa. Misture nessa massa um pouco de
mel para dar liga. Com ela, faça uma flor de 14 pétalas, moldando-as com uma
colher, mas deixando o meio livre como se fosse um lago. Coloque em cada
ponta uma moeda corrente. No meio (o lago), coloque uma gema de ovo crua.
Salpique por cima de todo o prato (que deve ser de louça branca) amendoins
torrados, limpos e triturados. Leve à beira de um poço, lago ou de uma
represa e ofereça à Oxumaré, pedindo ao mesmo que lhe dê saúde e
prosperidade. Acenda uma vela branca ao lado do prato e reze um Pai Nosso. Em
seguida, grite por Oxumaré, dizendo Arrobôboia Oxumaré!!!, e faça seu pedido.
Autoria:
Igmar D'Oxumaré. Igmar D’Oxumaré é dofona da Casa de Paulo de Odé (Ilê Axé
Alaketu Odé Issambo), localizada em Campinas, São Paulo. (Fonte-web:http://www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=6191&id_noticia=666) Para ver mais: MAGIA AFRO-BRASILEIRA & UMBANDA
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