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BRUXARIA & BRUXAS MALLEUS MALEFICARUM – O MARTELO DAS BRUXAS O método
de pregar às pessoas sobre o amor enaltecido A respeito do que
se disse antes, um pregador formularia esta pergunta: É uma concepção
católica afirmar que as bruxas podem infectar a mente dos homens com um
desejo inflamado pelas mulheres desconhecidas, e enaltecer de tal modo seus
corações, que nenhuma humilhação ou castigo, palavra ou ação
os obrigue a desistir de tal amor? E que do mesmo modo. Poderiam engendrar
tal ódio entre os casais casados que, lhes resulte impossível executar de
forma alguma as funções procriadoras, de modo que em verdade, no interminável
silêncio da noite, percorram grandes distâncias em procura de amantes
masculinos e femininos irregulares? Nesse sentido, se desejar, poderá
encontrar alguns argumentos na pergunta anterior. Além do mais, só há que
assinalar que existem dificuldades nessas questões a respeito do amor e o
ódio... Pois estas paixões invadem a vontade, que em seu próprio ato sempre é
livre, e que não pode ser forçada por criatura alguma, aparte de Deus, quem a
governa. Do qual resulta evidente que nem o demônio
nem uma bruxa, que atuam segundo esse poder, podem
obrigar à vontade de um homem a amar ou odiar. Uma vez mais, já que a
vontade, como o entendimento, existe de maneira subjetiva
na alma, e só pode entrar na alma Quem a criou, esta questão, então,
apresenta muitas dificuldades no que se refere a decifrar a verdade. No
entanto, devemos falar antes do excitamento e do
ódio, e depois do embruxamento da capacidade de
engendrar. E quanto ao primeiro, ainda que o demônio
não possa atuar de forma direta
sobre o entendimento e a vontade do homem, no entanto, segundo todos os
sábios teólogos do segundo Livro das Sentenças, sobre o tema do poder do demônio, este pode atuar sobre
o corpo, ou sobre as faculdades que lhe pertence ou que lhe é concomitante,
seja por meio de percepções internas ou externas. Isto fica categoricamente
demonstrado na pergunta precedente, se desejar a estudar; do contrário,
existe a autoridade de Jó, e como disse Jeová a
Satã: “Eis aqui, e está em tuas mãos”. Isto é, que Jó
se encontra em seu poder. Mas isto só se referia ao corpo, pois Ele disse:
“Mas guarde sua vida”, isto é, a mantenha intacta. E esse poder que Ele lhe
concedeu sobre seu corpo, também lhe concedeu sobre todas as faculdades vinculadas
com o corpo, que são as quatro ou cinco percepções exteriores e interiores, a
saber: o Bom Sentido, a Fantasia ou Imaginação, o Pensamento e a Memória. Se
não podemos citar outro caso, tomamos o exemplo dos porcos e das ovelhas.
Pois os porcos conhecem por instinto o caminho de seu refúgio. E por instinto
natural, as ovelhas distinguem um lobo de um cão, e sabem que um é inimigo e
o outro amigo de sua natureza. Portanto, já que todos nossos conhecimentos
racionais provem dos sentidos (como diz Aristóteles, no segundo Livro Sobre a
Mente: um desejo inteligente deve levar em conta os fantasmas), o diabo pode afetar a fantasia interior, e enuviar
o entendimento. E isto não é atuar de maneira
imediata sobre a mente, mas por meio de fantasmas. Porque, além do mais, nada
é amado até se conheça. Poder-se-ia retirar do ouro, tantos exemplos quantos
fossem necessários, e do ouro que o avaro ama porque conhece seu poder, etc.
Portanto, quando o entendimento se escurece, também a vontade fica nublada em
suas afeições. Mais ainda, o demônio pode conseguir
isto com ou sem ajuda de uma bruxa; e estas coisas podem inclusive ocorrer
pela simples falta de previsão. Mas daremos exemplos de todo tipo. Pois, como
se diz em Santiago, I: “Não é então, que cada um é tentado quando sua própria
concupiscência é atraída e cevada? E a concupiscência, depois que concebeu,
pariu o pecado; e o pecado, sendo cumprido, engendra morte”. E uma vez mais,
quando Sichem viu Dina sair para ver às filhas da
terra, a amou e a tomou e se acostou com ela, e sua alma se uniu a ela (Gênesis, XXXIV). E segundo a interpretação: quando a
mente débil se esquece de seus próprios assuntos, e se ocupa, como Dina, dos
de outras pessoas, é extraviada pelo costume, e se converte numa das
pecadoras. Em segundo lugar, que este apetite possa surgir aparte da
bruxaria, e nada mais que pela tentação do demônio,
se mostra como citado. Pois lemos em Samuel II, que Amôn
amava com desespero sua irmã Tamar, e a ansiava tanto, que de tal maneira
acabou doente de amor por ela.. Mas ninguém cairia
num delito tão grande e inócuo, se não estivesse corrompido por completo e
grandemente tentado pelo demônio. Pelo qual a
interpretação da passagem diz: esta é uma advertência para nós, e foi
permitida por Deus para que sempre estejamos em guarda, não para que o vício
nos domine e o príncipe do pecado prometer uma falsa paz aos que se encontram
em perigo, e a nos achar dispostos, nos mate sem que o advirtamos. No Livro
dos Santos Padres menciona-se esta categoria da paixão, quando diz que, mesmo
que estivessem longe de todas as ânsias carnais, foram às vezes tentados pelo
amor das mulheres em maior medida do que se poderia crer. Pelo qual em II
Coríntios, ao Apóstolo diz: “Me dê uma espetada na carne, que um mensageiro
de Satanás me esbofeteie”. A respeito disso a interpretação diz: É me dado
deixar tentar pela luxuria. Mas quem é tentado e
não cede não é pecador, e não passa de uma coisa para o exercício da virtude.
E por tentação entende-se a do demônio, não a da
carne, que é sempre venial num pecado menor. Se desejar, o questionador
poderá encontrar muitos exemplos. Do terceiro ponto, que é o amor inflamado
que procede das más artes do demônio, já
analisamos, e falamos dessa tentação. Poderiam perguntar: Como é possível
dizer que esse amor excitado procede, não do demônio,
mas apenas de uma bruxa? E a resposta é que existem muitas maneiras. Se o
homem tentado tem uma esposa bela e honrada, ou se o contrário ocorre no caso
de uma mulher, etc etc.
Segundo, se o julgamento da razão está encadeado de tal modo, que nem golpes,
nem palavras, nem fatos, nem sequer a vergonha, podem fazer desistir dessa luxuria. E terceiro em especial, quando não podem se
conter, como em ocasiões inesperadas e mesmo apesar da dificuldade da viagem,
se vêem obrigados a percorrer grandes distâncias (como qualquer um sabe pelas
próprias confissões desses homens), tanto de dia como de noite. Porque como
diz São João Crisóstomo em Mateus XX, a respeito do asno sobre o qual
cavalgava Cristo: “... quando o demônio
possui a vontade de um homem para o pecado, o leva a seu arbítrio, a onde lhe
apetecer...” e dá o exemplo de um barco no mar, sem timão, que os ventos
arrastam a seu prazer; e de um homem cavalgando com firmeza um cavalo; e um
rei que domina sobre um tirano. E quarto, se demonstra pelo fato como às
vezes são arrebatados, de repente e de forma inesperada, e transtornados nada
podem impedi-los. Também se demonstra na conflitante
aparência. Para VOLTAR A: Grimorio- Malleus Maleficarum Veja também: Simpatias Magias & Feitiços Rápidos Não perca: temas relacionados .... |
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