MITOS E MITOLOGIA MITOLOGIA
Egípcia
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS Instituições RELIGIOSAS NO EGIPTO Afirmou Heródoto (11, 37), numa passagem célebre, que os egípcios
eram os homens mais religiosos do mundo. O historiador grego tinha razão.
Ainda hoje, o vale do Nilo é testemunho eloquente de que o Egipto, acima de
tudo, se preocupava com seus deuses e com o culto dos mortos. Até bem pouco tempo tínhamos ideias erróneas acerca de
algumas divindades egípcias; as últimas escavações e descobertas esclareceram
muitas dúvidas e rectificaram vários erros. Alguns fatos, porém, permanecem
obscuros, e isto, em parte, se deve à natureza da mitologia egípcia. De fato,
ainda que todos os habitantes do vale do Nilo obedecessem às mesmas
concepções fundamentais e tivessem uma certa unidade psicológica e
religiosa, contudo, os teólogos egípcios jamais se preocuparam em agrupar as
numerosas crenças locais que proliferavam ao longo do Nilo num sistema
racional. Muito menos ainda cogitaram em elaborar um corpo de doutrinas
destinado ao país todo. As concepções mitológicas variavam segundo os lugares
e, em certa medida, conforme as épocas. Na realidade, a mitologia egípcia
compõe-se de. várias mitologias locais. Contudo, nesse amálgama de crenças,
existe um princípio de unidade e este se funda na organização unitária do
culto rendido aos deuses locais. Segundo os egípcios, o Faraó, na qualidade de filho dos deuses,
era o encarregado de assegurar o culto regular e tradicional do país.
Destarte, a religião egípcia se fundava não em dogmas que deviam ser
obedecidos, mas num culto que se devia praticar. .! Nas mais remotas épocas -
aceitam os egiptólogos - aquela região que mais tarde se chamaria Egipto,
estava dividida em principados de absoluta autonomia, cada um sob a tutela de
um deus particular. Foi nessas longínquas eras que se formaram os numerosos
cultos locais que haveriam de permanecer, não obstante as convulsões sociais
e políticas e as graves crises religiosas. As províncias ou nomes do Egipto
faraónico guardarão mais tarde a lembrança desse antigo estado de coisas.
Naquelas épocas recuadas, os deuses receberam a fisionomia particular que os
egípcios nas Idades posteriores haveriam de conservar. Alguns deuses, desde o início, receberam tipo humano. ~ o
ca~?, por exemplo, de Min, deus de Capto, de Atu~, de Heliórnoa~s, de Ftá
(ou Ptá), de Menfis, de Osíns, Busíns e outros qu~f' Alguns se manifestavam
sob forma de plantas, fetiches ou quer outro símbolo, como um pilar, obelisco
etc. Em geral, porém, os deuses se mostravam sob forma de animais; o animal
era considerado a alma (ba) do deus. Essa predileção pela zoolatria, que
tanto impressionou os gregos (povo por excelência antropomorfista) é
explicada de diversas maneiras pelos etnólogos. Os gregos a justificaram com
grande simplicidade: Quando foi da guerra dos Gigantes contra os deuses do
Olimpo, estes, atemorizados, esconderam-se no Egipto, onde assumiram a foma
de animais, a fim de fugir à sanha dos temíveis inimigos. Sem dúvida a zoolatria corresponde a concepções primitivas
assaz difundidas entre os povos mais antigos; no começo Os animais eram
temidos por causa da ferocidade ou dos danos que ocasionavam, ou amados em
virtude de qualidades extremamente úteis ao homem; esses sentimentos de
respeitoso temor e de gratidão trouxeram como conclusão prática a veneração.
Anúbis, antigo deus funerário, era representado como um canídeo; Sobec, deus
especialmente venerado em Faium, como crocodilo, Horo, o deus do céu, como
falcão, Tot, deus lunar e patrono da Escrita e da Ciência, ora era figurado
como Um íbis de longo bico ora como um cinocéfalo; Hator, uma das principais
personagens do panteão egípcio, assumia a forma da vaca; Bastet ou Ubastet, a
do gato. É lícito, pois, afirmar-se que, ao menos ocasionalmente, a maior
parte dos deuses teve seu equivalente teromórfico. Aliás, essa manifestação
zoomorfa não permaneceu puramente teórica; é provável que os egípcios das
idades mais recuadas conservassem um espécime de cada variedade animal,
considerada como sagrada, em reclusão, como as serpentes, por exemplo, que se
criavam no templo de Esculápio em Epidauro. Esse costume explicaria a
existência de necrópoles de crocodilos, de gatos e de bois. Sabemos,
outrossim, que em Mênfis, Heliópolis e Hermôntis, numa das dependências do
templo criava-se o touro sagrado, "a alma viva" do deus local. As
escavações revelaram que no Serapeu de Mênfis alinhavam-se, ao longo de
profundas galerias, os sarcófagos dos Apis, sepultados com honras divinas,
dos quais os mais antigos remontam à XIX dinastia. Por outro lado, é certo que muito cedo os egípcios
começaram a antropomorfizar seus deuses, dando-lhes comportamento e
personalidade humanos. Mais comumente adoptaram forma híbrida: Os deuses
passaram a ser representados com corpo humano e cabeça de animal. As divindades egípcias habitavam suntuosos templos, como os
reis os palácios; daí a característica especial desses gigantescos templos,
com dependências, oficinas, jardins etc. No santuário propriamente dito,
ficava o deus, realmente presente sob a forma de um ídolo. O deus era tratado
como personagem de elevada posição social, como um rei ou príncipe.
Diariamente executavam-se os ritos solenes: Purificações, oferendas,
recitação de fórmulas e de hinos etc., Nos dias festivos os ritos diários
comporiavam cerimónias mais solenes e a liturgia salientava o carácter
particular da festividade. Havia, às vezes, procissões. Os sacerdotes
transportavam a imagem do deus, das capelas (naos) para as praças públicas,
através das principais ruas da cidade; havia, então, festejos e grande
regozijo popular. Segundo as concepções egípcias, o rei era o sacerdote por
excelência, ou melhor, o executor nato dos ritos religiosos, já que ele mesmo
era de essência quase divina. Inúmeros relevos descobertos no curso das
escavações representam o rei no exercício das sagradas funções de oferecer
sacrifícios ou oferendas aos deuses. Acreditam os .egiptólogos, contudo, que
o rei delegava seus poderes ao sumo-sacerdote de cada templo, o qual tinha
sob suas ordens um clero regular. A hierarquia sacerdotal, perfeitamente
organizada, parece que tomou verdadeiro incremento no curso do Novo Império. O rei era o protector natural dos templos. Ele os
edificava, restaurava, embelezava e assegurava aos erários sagrados generosas
oferendas. O templo do deus tutelar da dinastia era sempre o mais rico e
mais sumptuoso.
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