portalicon100

MITOS E MITOLOGIA

MITOLOGIA Egípcia

(Fonte:”Dicionario de mitologia”, de Tassilo Orpheu Spalding)

 

A DOUTRINA DE ATON

 

Para expressar por meio de palavras a imensa força vital do sol, os egípcios diziam Ré; pronunciavam os diversos nomes do deus de Heliópolis, rezavam a Amon-Ré e a outras personagens nas quais se manifestava o Senhor da Luz, mas que assumiam corpo humano e se ornavam com atributos individuais para se oferecerem em adoração aos homens. Mas diziam Áton quando se falava do astro como de um dado positivo da experiência.

Por volta do século XV a.C. manifestou-se no seio da religião egípcia uma forte tendência a favor do culto solar. Dessa época restam-nos inúmeros hinos dedicados a Amon, o deus do Império, mas que, na realidade, se dirigem ao deus solar Ré-Haracti, cuja obra criadora exaltam em hipérboles magníficas. Nessas compo­sições, nas quais se manifesta robusto amor à natureza, as alu­sões mitológicas cedem lugar a figuras que referem a acção providencial do deus-Sol: É ele que cria e vivifica tudo que existe, sua solicitude se estende a todos os viventes; é ele que assegura a conservação e o bem-estar não só aos homens, mas também aos animais e às plantas. Essas concepções, que respondiam tão bem às aspirações da época, criaram ambiente favorável para a expansão de uma nova doutrina, a qual ficará sempre ligada ao nome do seu fundador.

Assim nasceu, por volta de 1450 a.C. o deus Aton ao qual Amenófis III votava particular afeição. O filho deste rei, brusca­mente, repudiou o patrocínio de Amon-Ré, rei dos deuses, senhor do Império, pai da dinastia e, também, força é confessar, o primeiro capitalista do reino. Com efeito, Amenófis IV se recusou a pactuar, como seus antepassados habilmente o haviam feito, com um clero insolente e cúpido; negou-se a cultuar Amon. Seu próprio nome o ofuscava: Amenófis quer dizer" Amon está satis­feito". Transformando em Akhenaton o seu nome, isto é, "Aquele Em Que O Disco Põe Suas Complacências", resolveu fazer de Amarna, cidade do Alto Egipto, o centro da sua religião pessoal. Uma heresia é uma escolha, dizem os entendidos. Jamais escolha foi mais exclusiva nem mais contrária ao espírito do bom paganismo egípcio. Os templos milenários, em tomo dos quais gravitava a alma do povo, foram abandonados; apagaram da face da terra toda e qualquer menção de Amon. "O belo filho de Aton" e Nefertíti, a formosa rainha, não pensam senão em multiplicar as oferendas em honra do Sol visível, fonte de toda providência. Por toda a parte erguem-se seus altares. Hierofania obcecante, uma imagem sóbria domina tudo: O sol der­ramando o sinal da vida através dos seus infinitos raios brilhantes. O rei canta num "grande hino" o seu entusiasmo maravilhado, texto embriagador que todos conhecem de inúmeras traduções: "Ergues-te esplêndido ao cimo celestial da luzi Etemo Sol, fonte vital!/ Quando o teu brilho vence o céu oriental,/ Inebria-se o mundo com a tua beleza./ Teus raios beijam toda a tua criação./ És vencedor! Abraça-nos a todos,/ Une-nos todos com teu amor!" Esse hino inspirou indirectamente um dos Psalmos.

Amenófis encontrou grande oposição no meio conservador da aristocracia local; combateram-no, ferozmente, o alto clero do deus Amon e todos aqueles que dependiam do antigo deus. Os sacerdotes não se conformavam em ver, diariamente, crescer o prestígio e a opulência do novo deus, ao passo que Amon empo­brecia e definhava. Em circunstâncias mal conhecidas, Amenófis IV rompeu definitivamente com o clero tebano. Fechou os tem­plos de Amon e ordenou que quebrassem ou mutilassem todas as estátuas do deus; mandou, também, que se apagassem as inscrições que traziam seu nome. A fim de consumar a ruptura com o antigo culto, decidiu transportar a corte e seus adeptos para a nova capital que fundara e à qual dera o nome de "Hori­zonte de Aton". As ruínas dessa cidade foram encontradas no sítio de Tell-el-Amarna.

Lá o rei visionário viveu alguns anos na ilusão de que insti­tuíra uma nova ordem sob a égide do Disco solar. Ainda que revolucionária, a doutrina Hatoniana" valeu-se de elementos da teologia heliopolitana. O deus que lhe forma a base é o deus-Sol, ao qual se atribuem os traços característicos do deus heliopolitano e ao qual, durante certo tempo, continuam a dar o nome de Ré-Haracti, ainda que designando Aton, o Disco. Mas a nova doutrina representa uma forma depurada e racio­nalizada do sistema que a inspirou.

Rejeitando o politeísmo com a sua complicada mitologia, Amenófis reconhece apenas um só deus, que se confunde com o disco solar, o Disco. Aton é a fonte de toda a luz e de toda a vida; é, sobretudo, o detentor do Maat, conceito assaz vasto e equívoco, que compreende, ao mesmo tempo, implicações de ordem cósmica, de justiça e de verdade.

Conforme as concepções que nasceram sob as gerações pre­cedentes, Aton tomou-se realmente o deus-Providência que assegu­rava o bem-estar ao povo assim como aos estrangeiros; a todos unia no seu amor. Por meio da sua luz, diariamente renovada, e unido à força do Nilo, assegurava aos homens e aos animais a subsistência e a felicidade.

Trata-se, como logo se percebe, de doutrina impregnada de amor à natureza; o deus se comunicava diretamente a suas criaturas, sem intermediários. Tal ideal deveria, por força, dar margem a largos vôos líricos; de feito, os hinos que nos restam dessa fase de vida religiosa do Egito, são magníficos e cheios de entusiasmo e vigor.

Acnáton ou Akhenaton ("Aquele Que Foi Devotado A Aton") se considerava o confidente e o profeta de seu deus. Vivendo em íntima comunhão com Aton, recebeu deste a revelação de uma nova ordem e o encarregou de espalhar seus preceitos por entre os homens. Nas inscrições tumulares dessa época há mui­tas alusões aos ensinamentos ministrados pelo rei e que foram extremamente úteis aos felizes defuntos que lá jazem.

Mas uma doutrina tão sublime, fundada sobre o princípio do monoteísmo, e que proclamava o amor entre os homens, e que não conhecia barreiras entre as raças, não teve tempo para fir­mar suas raízes. Durou tanto quanto o reinado de Akhenaton, que foi relativamente curto.

Acredita-se que jamais a nova doutrina tenha sido sincera­mente aceita, salvo por poucos adeptos que mais intimamente viviam com o rei e sofriam sua directa influência. O povo, e principalmente os meios tradicionalistas, secretamente permane­ceram fiéis às crenças antigas.

Logo que Akhenaton morreu, Amon voltou a ocupar o antigo lugar; os fracos sucessores do reformador foram obrigados a restabelecer não só Amon mas também os demais deuses pros­critos e lesados nos seus direitos. O usurpador Horemheb empreendeu a contra-reforma e encarniçou-se em apagar no país o nome e os vestígios do novo deus. Aton, daí por diante, estava votado à execração.

O deus Aton era representado sob a forma de um disco, cujos raios, dirigidos para a terra num vasto leque, terminavam por mãos abertas, isto é, .espalhavam os benefícios do deus sobre todas as criaturas.

 

voltar1 Para saber mais sobre MITOS E MITOLOGIA

 

 

 

....
 

Anúncios a&e:

 

Trabalhos de Magia Negra ou Branca 

Amarrações, feitiços para dinheiro, amarrar amor, rituais. Relatos verídicos.

Veja:  magianegra.com.pt

 

 

 

 

 













 





 

 

 

 

Portal astrologia e esoterismo