MITOS E MITOLOGIA MITOLOGIA
Egípcia
Famílias DIVINAS – MITOS Cada deus local era concebido como o criador do mundo. Seu nascimento
situava-se no começo dos tempos; tentavam, destarte, não somente explicar a
cosmogonia mas também o papel principal do deus. Ao lado deste, principal,
evolviam outras divindades secundárias, que, ocasionalmente, poderiam também
se tomar principais; criava-se, então, a família divina, ou mais exactamente,
o cortejo ou a corte divina, cujos membros interferiam na Criação e na
organização do Mundo. Essas famílias divinas correspondiam aos agrupamentos sociais
mais simples: O deus pai, a deusa mãe e o deus filho. É a triade. A triade de Mênfis compreendia Ftá, o deus principal,
Secmet, ,a deusa com cabeça de leoa e Nefértum o jovem deus que trazia na
cabeça a flor de lótus. A tríade tebana, por sua vez, compunha-se de Amon, Mut e o
filho, Conso. Antes de expor os principais mitos egípcios, é conveniente
assinalar que raramente eles nos foram transmitidos sob forma completa e
coerente; para reconstituí-los se faz mister recolher nos textos religiosos e
mágicos alusões que nos permitam compreender não somente a génese do mito
mas também sua evolução e implicação em outros mitos. Estes, como todas as
narrativas orais, sofrem mutações no decorrer das gerações; alguns traços,
logo se percebe, datam da sua composição primitiva; outros, porém.. parecem
ter sido tirados de mitos vizinhos ou mesmo inteiramente diferentes. Entre as lendas do Egipto antigo, inúmeras assumiram significação
de verdadeiros sistemas cosmogónicos e teológicos; gozaram de grande
popularidade esses sistemas e os deuses que neles representavam os principais
papéis logo se tomaram famosos e granjearam grande prestígio. Um deus pode dever sua popularidade e seu prestígio à essência
mesma do princípio que representa. É o caso, em particular, das divindades
cósmicas. Entre todos os povos politeístas, o Sol desempenhou, sempre, um
papel importante, se não o mais importante, por causa da sua própria
natureza de astro do dia, vivificador e alimentador da Vida. Mas a popularidade de uma divindade poderá, também, resultar
de acções benfazejas em relação ao homem. Assim, todos os deuses da
Fecundidade, que são, ao mesmo tempo, deuses agrários e deusas-mães, gozaram
de excepcional favor popular. Outras divindades, por sua vez, devem seu
prestígio a acontecimentos políticos. No Egipto, onde a realeza sempre foi a
base da estrutura social, política e religiosa do país, o deus da Residência
tornou-se de imediato o deus dinástico e teve oportunidade de ocupar a
primeira plana na hierarquia divina. Daí a observação de Drioton: "O
deus do rei tem a tendência de se tornar o rei dos deuses". Destarte Ftá (ou Ptá), honrado em Menfis, tornou-se deus
importante sob o Antigo Império e, mais tarde, quando a capital se transferiu
para Tebas, Amon elevou-se ao grau de rei dos deuses.
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