portalicon100

MITOS E MITOLOGIA

MITOLOGIA Egípcia

(Fonte:”Dicionario de mitologia”, de Tassilo Orpheu Spalding)

 

O SISTEMA HELIOPOLITANO

 

A cidade de Heliópolis ("Cidade de Hélios", isto é, o Sol) situa-se não longe da ponta do Delta, ao nordeste do Cairo, perto do deserto. Seu nome egípcio era On. Muito cedo tornou-se importante centro religioso. Nessa cidade, em época difícil de ser precisada, mas que sem dúvida deve ser anterior à da III dinastia, desenvolveu-se um sistema teológico no qual o deus local, Atum, desempenhou papel primordial.

Conforme esse sistema, existia, na origem, o oceano ou mag­ma informe, a água primordial, o caos chamado Nun. Nesse caos, desde toda a eternidade, existia um princípio consciente, o deus Atum, palavra que significa "o Completo" ou "o Total". Desse deus ia nascer uma linhagem divina, da qual cada geração representaria um aspecto ou um elemento do Universo. Atum recebeu a vida da sua própria essência e não recebeu nada de ninguém; é fecundo por si só e capaz de engendrar todos os seres. Suscitou, sem a interferência de elemento feminino, o sémen do qual nasceu o primeiro par divino, Shu e Tefnut. Shu personi­fica o ar, o vazio, mas, por outra parte, o ar vital, enquanto sua companheira, Tefnut, parece representar a humidade que existe na atmosfera. Desse primeiro par nasce outro, Gebeb, o deus­-Terra, e Nut, a deusa-Céu. De passagem assinalemos que os egípcios fazem da Terra um princípio masculino e do céu um princípio feminino. De Gebeb e de Nut nasceram dois pares, Osíris-Isis e Set-Néftis, deuses complementares, ainda que em parte antagónicos; parece que representam a passagem da ordem cosmológica para a ordem terrestre. Os deuses que figuram nesse sistema são nove e daí provém o nome enéade (pes~dlet).

O sistema da enéade heliopolitana, invenção pueril dos teó­logos a fim de explicarem a origem do mundo, gozou de tal pres­tígio que, mais tarde, foi introduzida artificialmente em outros centros de culto. Para o adaptar às condições locais, foi suficiente assimilar Atum, o chefe da linhagem, ao deus principal do lugar. Assim, sem dúvida, se apresentava a doutrina da enéade na sua origem. Mas, tão alto quanto nos permitem os textos remontar, encontramos o sistema heliopolitano transformado e enriquecido com novos elementos de origem solar. Bem cedo Atum se asso­ciou, ao menos em parte, ao deus cósmico Ré (ou Rá), cujo nome significa simplesmente o Sol; associou-se, igualmente, ao deus­-falcão Horo sob a forma de Haracti, "Horo do Horizonte".

Horo é uma das figuras mais notáveis do panteão egípcio. Como deus solar e celeste, seu papel cósmico revelou-se muito cedo. Impressionados pelo voo poderoso do falcão, os habitantes do vale do Nilo viram em Horo o deus que personifica o Céu e conceberam a ave como o sol da manhã e o sol da tarde, ou, conforme explicação mais tardia, como o Sol e a Lua.

Habituados a viajar no Nilo, imaginavam o Sol numa barca, de dia atravessando gloriosamente o oceano celeste, de noite vo­gando em rio desconhecido e misterioso, visitando o Reino dos Mortos, o qual ele alegrava e reanimava com a sua divina pre­sença, voltando logo em seguida para o Oriente, para o lugar de onde deveria renascer para o mundo superior. Havia, portanto, uma barca do dia (mandjet), outra da noite (mesektet).

Outra concepção afirmava que o Sol, no termo da sua car­reira, cada dia, era engolido pela deusa do Céu, Nut, para ser gerado novamente durante a noite e renascer às primeiras horas da manhã.

Outras formas ainda havia para identificar o deus solar; uma das mais. sugestivas é o escaravelho ou escarabeu. Supõe-se que a ligação entre o coleóptero e o sol repousa numa confusão de palavras; o termo que designa o escarabeu, khoprer, é homófono do verbo khoper, que significa "tornar-se", "transformar-se". Parece que os egipcios observaram o facto de o escarabeu encerrar seu ovo numa bola de esterco e rolá-la diante dele. Viram, nesse proceder, uma imagem das transformações que o sol diariamente sofre. Fazendo alusão às diferentes fases do astro do dia, um hino invoca o sol da manhã como Quépri (o Sol Que Se Manifesta Sob Forma Renascente), o sol do meio-dia como Ré (Astro Culmi­nante), e o sol da tarde como Atum (O Sol Que Acaba Sua Carreira).

O deus solar estava também em íntima relação com certos emblemas que o caracterizavam, dos quais o mais expressivo é o obelisco, grande agulha de pedra na qual alguns quiseram ver a forma estilizada da pedra erguida (designada como o benben de Heliópolis), mas que foi também interpretada como a imagem solidificada de um raio solar.

A doutrina heliopolitana exerceu grande influência no curso do Antigo Império.

Sob a V dinastia seu prestígio cresceu; parece que os reis dessa dinastia eram de Heliópolis e manifestavam particular veneração pelos deuses daquela cidade. Construíram, nas proximidades das suas pirâmides, templos solares, réplicas reduzidas do gri;1nde santuário heliopolitano. O deus aí era ado­rado sob a forma de um obelisco de imponentes dimensões, que se erguia no meio de vasta esplanada.

voltar1 Para saber mais sobre MITOS E MITOLOGIA

 

 

 

....
 

Anúncios a&e:

 

Trabalhos de Magia Negra ou Branca 

Amarrações, feitiços para dinheiro, amarrar amor, rituais. Relatos verídicos.

Veja:  magianegra.com.pt

 

 

 

 













 





 

 

 

 

Portal astrologia e esoterismo