MITOS E MITOLOGIA MITOLOGIA
Egípcia
O SISTEMA HELIOPOLITANO A cidade de Heliópolis ("Cidade de Hélios", isto
é, o Sol) situa-se não longe da ponta do Delta, ao nordeste do Cairo, perto
do deserto. Seu nome egípcio era On. Muito cedo tornou-se importante centro
religioso. Nessa cidade, em época difícil de ser precisada, mas que sem
dúvida deve ser anterior à da III dinastia, desenvolveu-se um sistema teológico
no qual o deus local, Atum, desempenhou papel primordial. Conforme esse sistema, existia, na origem, o oceano ou magma
informe, a água primordial, o caos chamado Nun. Nesse caos, desde toda a eternidade,
existia um princípio consciente, o deus Atum, palavra que significa "o
Completo" ou "o Total". Desse deus ia nascer uma linhagem
divina, da qual cada geração representaria um aspecto ou um elemento do
Universo. Atum recebeu a vida da sua própria essência e não recebeu nada de
ninguém; é fecundo por si só e capaz de engendrar todos os seres. Suscitou,
sem a interferência de elemento feminino, o sémen do qual nasceu o primeiro
par divino, Shu e Tefnut. Shu personifica o ar, o vazio, mas, por outra
parte, o ar vital, enquanto sua companheira, Tefnut, parece representar a
humidade que existe na atmosfera. Desse primeiro par nasce outro, Gebeb, o
deus-Terra, e Nut, a deusa-Céu. De passagem assinalemos que os egípcios
fazem da Terra um princípio masculino e do céu um princípio feminino. De
Gebeb e de Nut nasceram dois pares, Osíris-Isis e Set-Néftis, deuses
complementares, ainda que em parte antagónicos; parece que representam a
passagem da ordem cosmológica para a ordem terrestre. Os deuses que figuram
nesse sistema são nove e daí provém o nome enéade (pes~dlet). O sistema da enéade heliopolitana, invenção pueril dos teólogos
a fim de explicarem a origem do mundo, gozou de tal prestígio que, mais
tarde, foi introduzida artificialmente em outros centros de culto. Para o
adaptar às condições locais, foi suficiente assimilar Atum, o chefe da
linhagem, ao deus principal do lugar. Assim, sem dúvida, se apresentava a
doutrina da enéade na sua origem. Mas, tão alto quanto nos permitem os textos
remontar, encontramos o sistema heliopolitano transformado e enriquecido com
novos elementos de origem solar. Bem cedo Atum se associou, ao menos em
parte, ao deus cósmico Ré (ou Rá), cujo nome significa simplesmente o Sol;
associou-se, igualmente, ao deus-falcão Horo sob a forma de Haracti,
"Horo do Horizonte". Horo é uma das figuras mais notáveis do panteão egípcio.
Como deus solar e celeste, seu papel cósmico revelou-se muito cedo.
Impressionados pelo voo poderoso do falcão, os habitantes do vale do Nilo
viram em Horo o deus que personifica o Céu e conceberam a ave como o sol da
manhã e o sol da tarde, ou, conforme explicação mais tardia, como o Sol e a
Lua. Habituados a viajar no Nilo, imaginavam o Sol numa barca,
de dia atravessando gloriosamente o oceano celeste, de noite vogando em rio
desconhecido e misterioso, visitando o Reino dos Mortos, o qual ele alegrava
e reanimava com a sua divina presença, voltando logo em seguida para o
Oriente, para o lugar de onde deveria renascer para o mundo superior. Havia,
portanto, uma barca do dia (mandjet), outra da noite (mesektet). Outra concepção afirmava que o Sol, no termo da sua carreira,
cada dia, era engolido pela deusa do Céu, Nut, para ser gerado novamente
durante a noite e renascer às primeiras horas da manhã. Outras formas ainda havia para identificar o deus solar;
uma das mais. sugestivas é o escaravelho ou escarabeu. Supõe-se que a ligação
entre o coleóptero e o sol repousa numa confusão de palavras; o termo que
designa o escarabeu, khoprer, é homófono do verbo khoper, que significa
"tornar-se", "transformar-se". Parece que os egipcios
observaram o facto de o escarabeu encerrar seu ovo numa bola de esterco e
rolá-la diante dele. Viram, nesse proceder, uma imagem das transformações que
o sol diariamente sofre. Fazendo alusão às diferentes fases do astro do dia,
um hino invoca o sol da manhã como Quépri (o Sol Que Se Manifesta Sob Forma
Renascente), o sol do meio-dia como Ré (Astro Culminante), e o sol da tarde
como Atum (O Sol Que Acaba Sua Carreira). O deus solar estava também em íntima relação com certos
emblemas que o caracterizavam, dos quais o mais expressivo é o obelisco,
grande agulha de pedra na qual alguns quiseram ver a forma estilizada da
pedra erguida (designada como o benben de Heliópolis), mas que foi também
interpretada como a imagem solidificada de um raio solar. A
doutrina heliopolitana exerceu grande influência no curso do Antigo Império. Sob
a V dinastia seu prestígio cresceu; parece que os reis dessa dinastia eram de
Heliópolis e manifestavam particular veneração pelos deuses daquela cidade.
Construíram, nas proximidades das suas pirâmides, templos solares, réplicas
reduzidas do gri;1nde santuário heliopolitano. O deus aí era adorado sob a
forma de um obelisco de imponentes dimensões, que se erguia no meio de vasta
esplanada. Para
saber mais sobre MITOS E
MITOLOGIA .... |
Anúncios a&e: Trabalhos de Magia Negra ou Branca Amarrações, feitiços para dinheiro,
amarrar amor, rituais. Relatos verídicos. Veja:
magianegra.com.pt
|
Portal
astrologia e esoterismo