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Santo Atílio
162-177
28 de Junho
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A Igreja sofreu, no início dos tempos, perseguições por parte
dos imperadores. E era, ao mesmo tempo, dilacerada pelas heresias que
proliferavam por todas as partes, que ameaçavam sua unidade na fé.
Os cristãos das comunidades cristãs de Viena e Lyon foram barbaramente
atingidos por uma dessas perseguições. Ela foi decretada pelo imperador Marco
Aurélio e atingiu o auge de sua violência em 177, quando chegou à diocese de
Lyon, na França.
Os sobreviventes dessa comunidade, cuja maioria procedia da Ásia Menor
dirigiram aos cristãos de lá uma circular relatando em detalhes tudo o que
aconteceu e como muitos deles foram martirizados numa das mais terríveis
matanças da história do cristianismo.
Perseguidos nas casas, nas praças e banhos públicos, os cristãos começaram a
ser agredidos e encarcerados. Submetidos a julgamentos em praças públicas,
eram condenados à morte. Algumas mortes foram imediatas, para acabar com a
liderança. Mas muitos cristãos foram reservados aos espetáculos no
anfiteatro, como ocorreu com Atílio.
Ele era um jovem diácono, pouco mais de quatorze anos. Sua família era de
nobres da região do Lazio, na Itália. Aliás, o nome Atílio é o diminutivo de
Átalo, originário do sabino antigo, muito freqüente na localidade.
Segundo consta, o presidente do tribunal decidiu reservar o jovem Atílio para
ser julgado por último. Queria que ele renegasse a fé, servindo-lhe de troféu
para ser enviado ao imperador. Por isso o suplício de Atílio foi longo. Ele
teve de assistir a tudo, até quando o seu bispo, Fotino, já ancião, foi
agredido e agonizou por dois dias até morrer, mas sem renegar a Cristo.
Depois, Atílio presenciou, no Circo, o martírio de outros companheiros, que
foram açoitados com varas e depois entregues às feras. Foram quarenta e oito
mártires, que morreram em dias diferentes. Até que, finalmente, no dia 28 de
junho, ele também foi sentenciado à morte, porque não renegou a fé cristã.
Atílio morreu queimado sentado numa cadeira de ferro colocada no centro do
Circo, num bárbaro espetáculo pagão. Durante a noite, cristãos ainda
sobreviventes conseguiam recolher partes dos corpos que restavam e os enterravam
secretamente, como fizeram com aquelas do jovem diácono Atílio.
Passada a perseguição, todos foram recolhidos e enterrados naquela que seria,
mais tarde, a catedral de Lyon. O culto desses mártires começou logo após,
numa solenidade grandiosa que se chamou "festa das Maravilhas". Com
a reforma do Martirológio Romano, os mártires cuja identificação era precisa
receberam celebração individual. No caso de santo Atílio, ele é festejado no
dia 28 de Junho.
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