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São Carlos Borromeu
1548-1584
4 de Novembro
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A obra de são Borromeu, um dos santos mais importantes e mais
queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e
trabalho. Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos de
acrescentar mais uma, sem dúvida a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza,
Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às
altas elites de Roma para posicionar-se na frente, ao lado e até abaixo dos
pobres, doentes e, principalmente, das crianças.
Nasceu no castelo da família em Arona, próximo de Milão, em 2 de Outubro de
1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis,
da mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja.
Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou
para servir a Deus, como era hábito na época. Com vocação religiosa
acentuada, penitente, piedoso e caridoso como os pobres.
Levou a sério os estudos diplomando-se em direito canônico, aos vinte e um
anos de idade. Um ano depois, fundou uma Academia para estudos religiosos,
com total aprovação de Roma. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e quatro anos já
era sacerdote e bispo de Milão. Na sua breve trajetória, deixou-se guiar
apenas pela fé, atuando tanto na burocracia interna da Igreja quanto na
evangelização, sem fazer distinção para uma ou para a outra. Talvez tenha
sido o primeiro secretário de Estado no sentido moderno da expressão. Formado
pela Universidade de Pávia, liderou uma reforma radical na organização
administrativa da Igreja, que naquele período era alicerçada no nepotismo,
abusos de influências e sintomas graves de corrupção e decadência moral.
Para isso conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos
jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores
que a Igreja já teve. Criou seminários e vários institutos de utilidade
pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe
proporcionou o título de "pai dos pobres". Orientou muitas Ordens e
algumas que surgiram depois de sua morte o escolheram para padroeiro, dando
continuidade à grandiosa obra de amparo aos mais pobres que nos deixou.
Contudo tudo foi muito difícil, porque encontrou muita resistência de Ordens
conservadoras. Aliás, foi até vítima de um covarde atentado enquanto rezava
na capela. Mas saiu ileso e humildemente perdoou seu agressor.
Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada e mais de cem
padres pagaram com a própria vida as lágrimas que enxugaram de casa em casa.
Um dos mais ativos era Carlos Borromeu. Visitava os contaminados,
levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem precauções, num trabalho
incansável que lhe consumiu as energias. Chegou a flagelar-se em procissões
públicas, pedindo perdão a Deus em nome de seu povo.
Até que um dia foi apanhado, finalmente, pela febre, que minou seu organismo
lentamente. Morreu anos depois, dizendo-se feliz por ter seguido os
ensinamentos de Cristo e poder encontrar-se com ele de coração puro. Tinha
apenas quarenta e seis anos de idade, quando isso aconteceu no dia 4 de
Novembro de 1584, na sua sede episcopal, na Itália. O papa Paulo V
canonizou-o em 1610 e designou a festa em homenagem à memória de são Carlos
Borromeu para o dia de sua morte.
(Fonte:Paulinas)
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