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São Cipriano
séc. III
16 de Setembro
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Cipriano era filho de uma nobre e rica família africana de
Cartago, capital romana na no norte da África. Foi considerado um dos
personagens mais empolgantes e importantes do século III. Primeiro pelo
destaque alcançado como advogado, quando ainda era pagão. Depois por ser
considerado um mestre da retórica e defensor irrestrito da unidade da Igreja.
Mas o fator principal foi sua conversão ao cristianismo, já na maturidade,
entre os trinta e cinco e quarenta anos de idade, causando um grande alvoroço
e espanto na sociedade da época.
Cipriano não deixou apenas sua vida de pagão, mas também distribuiu quase
toda a sua fortuna entre os pobres, renunciando à ciência profana da qual se
alimentara até então. Com muito pouco tempo, foi ordenado sacerdote e, por
eleição direta do clero e do povo, imediatamente substituiu o bispo de
Cartago logo após sua morte. Cipriano o fez contrariando seu próprio desejo,
mas em obediência à Igreja.
Nos anos de 249 a 258, durante o episcopado de Cipriano, a Igreja africana
passou por sérios problemas. Os imperadores Valeriano e Décio empreenderam
uma perseguição sem tréguas aos cristãos. Além disso, uma grande e terrível
peste atacou o norte da África, causando muitas mortes e sofrimento. Como se
não bastasse, a Igreja ainda se agitava com problemas doutrinários,
internamente.
Durante a perseguição do imperador Décio, em 249, grande número de fiéis e
sacerdotes, até mesmo bispos, fraquejaram perante as torturas e renunciaram à
fé cristã. Por esses atos ficaram conhecidos como "cristãos
lapsos".
A Igreja, então, mergulhou, definitivamente, na polêmica do
"lapso", criando o seu primeiro grande cisma, isto é, uma divisão
entre o clero. Não se sabia que atitude tomar contra os fiéis que abandonavam
a fé e depois desejavam voltar para o seguimento de Cristo.
Em Roma, fora eleito o papa Cornélio, com amplo apoio dos bispos liderados
por Cipriano, que apreciava muito a conduta de seu colega bispo, com o qual
trocava muita correspondência.
Mas havia Novaciano, em Roma, que se elegeu antipapa e começou uma forte
corrente a favor da não-reconciliação dos desertores. Já na África, um certo
Felicíssimo era completamente contra tal atitude, rogando pela clemência e
reintegração do rebanho desgarrado. Assim, liderados, novamente, pelo bispo
Cipriano, Novaciano foi perdendo força.
Uma outra controvérsia, que assolava a Igreja na época, era a validade ou não
dos batismos realizados por hereges. Essa era a única divergência que existia
entre o papa Cornélio e o bispo Cipriano. O papa, seguindo a tradição da
doutrina, considerava válidos os batismos, já o bispo dizia que "não se
pode dar a fé a quem não a tem". Assim, a questão permaneceu sem
solução.
Em 258, ainda com a perseguição contra a Igreja, Cipriano foi denunciado e
sentenciado à morte por decapitação. As atas escritas revelam que nesse dia,
quando o pró-cônsul determinou a sentença, as únicas palavras proferidas por
Cipriano foram "Graças a Deus!" Foi executado no dia 14 de Setembro
de 258.
São Cipriano deixou-nos inúmeros escritos, entre os quais oitenta e uma
cartas que se tornaram uma fonte de informação preciosa da vida eclesiástica
daquele tempo. A Igreja declarou-o padroeiro da África do Norte e da Argélia,
sendo sua festa litúrgica marcada para o dia 16 de Setembro, quando se
comemora a festa do santo papa Cornélio, o amigo de fé que ele tanto
defendeu.
(Fonte:Paulinas)
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