UMBANDA Entender os termos da Umbanda ABC DE
UMBANDA 1-O que é um Orixá? São
divindades africanas directamente relacionadas às forças da natureza. Seriam
as falanges específicas que trabalham especializadas em determinado meio,
como mar, céus, plantas, etc.… Um
Orixá é um regente de uma das forças do mundo material, sempre abaixo de
Olórum, o Deus Supremo. Fala-se,
também, que seriam antigos governantes africanos tornados deuses após a
morte. Na
África, há em torno de 600 Orixás. No Candomblé, 16. Na Umbanda, seis (mais
Yorimá). 2. O que é Candomblé? É uma
religião de origem africana, com seus rituais e sacrifícios, que cultua
Orixás, Voduns e Inkices, dependendo das diversas Nações de que se compõe, a
saber: Ketu, Jeje, Mina-Jeje, Fon, Ijexá, Nagô-Vodun – estas de origem
sudanesa – e Angola, Congo e Muxicongo – de origem bantu. 3. O que é Nação? É uma
das diversas nações africanas que vieram ao Brasil no tempo da escravidão. Há
a Sudanesa (Nagô, Jeje, Jeje-Nagô, Mina-Jeje, Muçurumin) e a Bantu (Angola,
Congo, Angola-Congo). Pode designar, no Rio Grande do Sul, o Candomblé local,
conhecido também como Batuque. 4. O que é Umbanda? Surgiu
em 1908, no Brasil. Grosso modo, seria a mistura do culto angola-congo
(misturado com o nagô), noções de Espiritismo, esoterismo, pajelança e até
mesmo budismo. Umbanda quer dizer “Arte de Curar” ou “Magia”. 5. O que é Quimbanda? São
assim chamados, pelos umbandistas, todas aquelas casas (terreiros, centros),
trabalhadores ou falanges que trabalham com a magia negra, ou seja, “fazendo
o mal”. A Quimbanda possui sete falanges (linhas) diferentes das da Umbanda,
que trabalham muito com os Exus e Omolu. 6. O que é um Orixá de Cabeça? O
mesmo que Orixá de Frente. No Brasil, costuma-se dar uma pessoa a dois
Orixás, normalmente formando casais, sem ser, com isso, regra. Em certos
cultos, adoptam-se três Orixás, os demais seriam conhecidos como “passagens”,
exercendo menor influência. O Orixá de Cabeça corresponde à energia básica,
fundamental, de um indivíduo, dando-lhe características mais marcantes em sua
personalidade. O
segundo é o Ajuntó, de características mais sutis, muitas vezes amenizando o
carácter do Orixá de Cabeça, que poderá Ter o caráter arrebatado por ser
jovem e guerreiro. O terceiro seria o Orixá de Herança, que acompanha a
família por algumas gerações. 7. Quais os Orixás que combinam entre si? Varia
muito de lugar para lugar, sendo vistos no jogo de búzios. Para alguns cultos
e nações, o Orixá Exu apenas se combina com um tipo de Ogum, ou Oxalá apenas
com Iemanjá e um tipo de Oxum. 8. O que é pemba? Em
sua origem, é um calcário extraído da terra, cuja finalidade é riscar os
pontos que identificam a linha vibratória da entidade. Há de diversas cores.
A mais comum é a branca, que serve para todos, pertencente a Oxalá. 9. Quais
são as leis de Umbanda? São
10 os princípios básicos que regem a Umbanda: 9.1 Crença
em um Deus único, omnipotente, eterno, incriado, potência geradora de todo o
Universo material e espiritual, adorado sob vários nomes. 9.2
Crença em entidades superiores: Orixás, anjos e santos que chefiam falanges. 9.3
Crença em guias, em planos médios, mensageiros dos Orixás, anjos e santos. 9.4
Existência da alma e sua sobrevivência após a morte. 9.5
Prática da caridade desinteressada, na busca de aliviar o carma do médium. 9.6
Lei do Livre-Arbítrio (da livre escolha), pela qual cada um escolhe fazer o
bem ou o mal, e o ser humano afiniza com sua faixa vibratória e a do ambiente
que o cerca. 9.7 O
ser humano é a síntese do Universo. 9.8
Crença na existência de vida inteligente em todo o Universo, vivendo e
habitando. 9.9
Crença na reencarnação, na lei cármica de causa e efeito. 9.10
Direito de liberdade de todos os seres. 10. O que é reencarnação? A
crença no renascimento do espírito em um novo corpo, em eterno aprimoramento
e evolução. Eterno porque perfeito é apenas Deus, pois, se não, já haveria
muitos Deuses na Criação. Não
se aceita a metempsicose (a reencarnação de um homem em corpo de um animal),
pois haveria o retrocesso no aprendizado em determinado momento da evolução
de cada indivíduo. 11. O que é a Lei de Causa e Efeito? Todo
efeito tem uma causa, assim como todo o malfeito é atraído de volta por
sintonia fluídica, assim como o bem. Devemos entender que as pessoas são como
ímãs que se atraem por afinidade de idéias e ambientes. É o popular “Colhe-se
o que se planta” ou “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. 12. O que é Chacra? São
os locais de concentração de magnetismo no corpo, onde se aglomera os centros
nervosos do corpo humano. 13. O que são as Linhas Auxiliares? Como
o nome diz, são os auxiliares dos guias. Normalmente, são os espíritos que
tiveram sua última reencarnação em período mais actual. Os marinheiros actuam
na Linha das Águas, como activos auxiliares nos tratamentos de purificação,
tais como vícios de qualquer espécie. Os baianos são o elo de ligação dos
guias à Terra. Os boiadeiros cuidam da harmonia entre os médiuns durante os
trabalhos. 14. O que são os boiadeiros? Entidades
responsáveis pelo bom andamento dos trabalhos e por tornar o grupo mediúnico
harmonizado entre si. São conhecidos também por oguns, guardiões, vigilantes
(dentro da literatura espírita, vistos em Nosso Lar, de André Luiz e outros).
15. O que é um ponto riscado? Já
vimos que o ponto cantado auxilia na sintonia mental com a linha vibratória que
estamos invocando. O ponto riscado identifica a origem da entidade, quais os
seus domínios e a quem é subordinada. Risca-se com a pemba. 16. Orixá é entidade? Segundo
os pesquisadores, não. Um Orixá é energia vinda de um elemento primordial.
Existem entidades que trabalham com essas energias e são especializadas
nelas. São com tais energias que os umbandistas trabalham. Assim, mesmo que a
entidade se identifique como Oxóssi ou Odé, não é o Orixá em si, mas está se
identificando em sua linha vibratória. Isso explica porque pode, em um mesmo
trabalho ou simultaneamente em vários locais, haver entidades com o mesmo
nome. 17. Existem proibições alimentares a filhos do mesmo santo? Por
uma questão de formação básica dos corpos, de afinidade das entidades, as
proibições existem. Daí os africanos criarem as muitas lendas, tão conhecidas
no Candomblé. Os filhos de Oxalá, tenho visto, têm verdadeira indigestão com
o azeite-de-dendê. As entidades chamadas do Oriente detestam quando seus
médiuns ingerem, no dia de trabalho, carnes vermelhas e alimentos picantes,
sob a explicação do excesso de fluidos pesados que ficam no corpo do médium,
sendo necessárias verdadeiras limpezas espirituais e físicas, antes da
incorporação. 18. Umbanda é religião cristã? Em seus
princípios (leis de Umbanda), há a crença em um Deus único e a caridade
desinteressada, visto nos mesmos princípios do Evangelho de amar a Deus acima
de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Jesus, por sua vez, ocupa
seu lugar nas preces como o divino coordenador ou mesmo na figura excelsa de
Oxalá, sendo Deus, Ifá (1). Por que, então, não considerá-la cristã? 19. O que são quiumbas? Seriam
os espíritos de mortos sem luz ou esclarecimento, escravizados pelos seus
próprios sentimentos em grande ódio e revolta. São as levas de obsessores
existentes na espiritualidade, que induzem idéias maléficas aos vivos,
apreciam fingir que são entidades iluminadas, quando não o são. Da mesma
forma, são os verdadeiros executantes da magia negra e os vampiros do astral.
20. E os mortos? Não
são Orixás, podendo se tornar um guia, Exu, auxiliar ou anjo, de acordo com
sua elevação espiritual. São chamados de Eguns. (1)
Ifá, segundo os mitos, teria sido o primeiro babalaô (adivinho) e é
confundido com a própria figura de Orunmilá, por alguns autores. Para
outros, Orunmilá seria Deus. Na realidade, Deus é conhecido como Olodumare ou
Olorum (na mitologia iorubá) ou ainda Zambi (na mitologia banto). Orunmilá é
um Orixá/Imolê da categoria dos funfun (Orixás brancos).(Nota da autora). 21. O que é amaci? Banho
purificatório na cabeça, feito com folhas, flores, mel, perfumes e outros, de acordo com orientação
dada pelo diretor dos trabalhos. Sua finalidade é auxiliar na incorporação e
assentar” a mão do guia espiritual. 22. O que é amuleto e talismã? Nada
mais é do que um objecto magnetizado. O amuleto serve para afastar fluidos
pesados, alguns exemplos são: medalhas, figuras, imagens, inscrições ou
objectos variados. O talismã serve para atrair bons fluidos. O patuá seria um
dos mais populares amuletos, feito com material preparado, costurado em
tecido, sob a forma de saquinhos, papel, etc. 23. O que é Aruanda? Lugar
onde moram os Orixás e as entidades superiores. No Catolicismo é o Céu. No
Espiritismo são as colónias espirituais. 24. O que é uma oferenda? Na
Umbanda trabalha-se com os quatro elementos da Natureza: água, fogo, terra e
ar, como matéria-prima básica. Manejados convenientemente, por entidades especialistas,
promovem o equilíbrio, o descarrego, a harmonia. Na Umbanda, em respeito à
Natureza, nada pode ser retirado sem uma restituição ao elemento básico.
Muitas vezes, ao entregar-se determinada oferenda, por afinidade fluídica, a
mesma fica saturada dos fluidos densos retirados do solicitante, pelas
entidades. Assim, os Exus utilizam o álcool com fins de evitar os vícios no
médium; o dendê, para evitar a desordem psíquica; a farofa, para trazer bens
materiais (alimentação); a pipoca, para atrair doenças cármicas dirigidas ao
médium. 25. Existe o feitiço? Infelizmente,
sim. São trabalhos feitos pela quimbanda com fins de prejudicar alguém,
perfeitamente lógicos, dentro do ponto de vista magnético. 26. Pode-se evitar o feitiço? Já
vimos no conceito de magnetismo que, dependendo da sintonia que vibre em cada
um, pode-se assimilar o feitiço ou não. Nesses casos, quando a pessoa tem “um
santo forte”, ou seja, vibra em frequência mais elevada, a onda do mal
emitida tende a ricochetear e, muitas vezes, retorna a quem o emitiu, que, na
realidade, vibra nessa faixa, pelo simples fato de Ter desejado o mal. 27. Qual o valor das palavras na Umbanda? A
palavra, no Antigo Egipto, era sinónimo de criação. Tanto é verdade, que uma
palavra exprime uma idéia. Uma idéia, um pensamento. E um pensamento é onda
que é emitida. Daí usar-se algumas palavras que exprimem complexos
sentimentos carregados de amor, nos trabalhos de Umbanda. São os conhecidos
mantras, na Índia. 28. O que é um ritual? É um
processo gradativo, onde se utilizam acessórios, os mais diferentes
possíveis, até ser atingido o clímax desejado. Na verdade, assemelha-se a uma
subida em uma escada, degrau a degrau, frequência a frequência, até a
sintonia com as falanges desejadas, cujos objectivos podem variar
sobremaneira. 29. Existe maldição ou praga? Seria
a mesma explicação dada na questão 27. As famosas pragas de mãe e madrinha
nada mais são que palavras emitidas com poderoso influxo magnético acolhidas
e re-alimentadas por quem as recebe, em baixo padrão vibratório. Como todas
as coisas já vistas, o que pode repelir todas as coisas dirigidas ao mal é a
elevação do pensamento, do teor vibratório, rechaçando por não afinidade
magnética. 30. Há nomes que não devem ser ditos na Umbanda? No Candomblé,
o nome Xapanã, por exemplo, não deve ser pronunciado. No Sul do país
popularizou-se, inclusive, abafando os nomes de Omolu e Obaluaiê, comuns no
resto do país. Cada letra possui um som. Cada som produz uma frequência. A
soma das letras produz um nome que poderá, ou não formar uma melodia
harmoniosa do ponto de vista espiritual. Todavia, antes de mais nada, não
produz efeitos desastrosos se comparados ao teor de pensamento que exprime a
palavra. 31. Por que é tão comum colocar-se, na magia negra, objectos
dentro de colchões, travesseiros, cobertas ou escondidos dentro das casas? No
primeiro caso, na tentativa de o objecto magnetizado ficar, o maior tempo
possível, em contacto com a pessoa visada. No segundo, para continuar
irradiando, o maior tempo possível, sem ser descoberto no ambiente. 32. O pensamento tem cor? Por
incrível que pareça, tem. Segundo Ramatis: “A qualidade do pensamento
determina-lhe a cor; a natureza do pensamento compõe-lhe a forma; e a
precisão do pensamento determina-lhe a configuração exata”. (Magia de
Redenção, página 64, citado na bibliografia). Dependendo da intensidade do
mesmo, podem-se criar as conhecidas formas-pensamento, citações estas com
volume, cor, som, verdadeiros marionetes espirituais de quem os criou. Na maioria
das vezes, exprimem o verdadeiro interior de cada um, visíveis pelos guias
que as analisam. São percebidas, também, pelos médiuns videntes e, muitas
vezes, confundidas com entidades. 33. Por que é tão comum despachar-se objectos em água corrente? Sabemos
que a água é um dos mais poderosos elementos da natureza, no que se refere a
sua capacidade de excelente condutor de electricidade e fluidos quaisquer,
sendo um poderoso solvente. Ao atirar-se o objecto saturado, a água de
imediato absorve esse teor magnético, levando-o para longe do enfeitiçado (ou
aquele que quer desvincular-se de objectos imantados). Assim, quebra os
vínculos que antes existiam, por proximidade ou assimilação do dono. 34. E água fluida? É
digna de um livro sobre o assunto, tal sua complexidade e utilização. Já
vimos que a água é um solvente magnífico, por sua formação molecular e
magnética de elevado poder. É usada amplamente pelos marinheiros no
tratamento de perturbações psíquicas e vícios. A água fluida nada mais é do
que um veículo preparado com elementos espirituais e da natureza, saturada
por hábeis manipuladores do astral, com fins terapêuticos. Pessoalmente, já
tive a oportunidade de acompanhar os trabalhos de um preto-velho que,
preparando vidros de água fluida, curou indivíduos minados de vícios de toda
a espécie. 35. E o Sol? Por que há trabalhos antes e depois do entardecer? A
vida terrestre gira em torno do Sol. Sua radiação magnética de calor e luz
são conhecidas. As de carácter espiritual, muito pouco. São nesses horários,
antes e depois do pôr-do-sol que observamos a maior intensidade de raios
infravermelhos (verdes, no plano espiritual) capazes de dissolver,
especialmente, as formas nocivas de trabalhos dirigidos ao mal. 36. Por que se utilizam de unhas e cabelos da vítima em
trabalhos? São
os conhecidos “endereços-vibratórios”, tão citados em obras. Por trazerem em
si idêntico magnetismo da pessoa visada, servem, no plano espiritual, como
verdadeiro roteiro para encontrá-la. Um exemplo são os médiuns que, tocando
objectos pertencentes a alguém, localizam vítimas, locais, ou descrevem o
portador com detalhes, o que fazia e sentia. 37. E as benzeduras? Nada
mais são do que passes magnéticos. Nossos pretos-velhos eram eficazes, assim
como nossos índios. Utilizam-se de metais (tesouras, facas, excelentes
condutores de electricidade), água, ervas, saliva, etc. como condutores desse
magnetismo curativo. 38. E os quebrantos? O olho-grande ou gordo? Funcionam
similar às pragas. Há pessoas que, de baixo teor espiritual e magnético,
emitem algumas sem o desejar, poderosos feixes de carácter nocivo, capazes de
matar plantas, animais ou causar mal-estar em pessoas. Desde criança ouvia
uma história de um galo, muito bonito, vítima desse tipo de enfeitiçamento
verbal, morto imediatamente após Ter sido emitido pela pessoa que o admirou. 39. E as figas, cruzes, elefantes de gesso e outros? Objectos
os mais variados possíveis em todo o mundo, tornam-se populares como
“quebradores” de olho-grande. Ao serem colocados em locais visíveis, alguns
preparados para dissolver descargas negativas, são a primeira coisa a ser
vista por aqueles portadores desse tipo de magnetismo pesado, recebendo, em
primeiro lugar, a descarga do mesmo. Ou seja, viram objectos de “descarrego”
da limpeza, absorvendo ou dissolvendo tais vibrações na entrada das
residências. Todos
esses objectos e práticas auxiliam muito como paliativos, no teor magnético
existente nas casas. Todavia, o mais importante é o tipo de ambiente que é
criado pelas mentes que ali habitam. Se não, tornam-se inúteis ou de muito
baixa influência. 40. Por que se sintam as figas de vermelho e outros objectos, na
Umbanda? Na
escala de cores, cada qual possui uma frequência específica. O vermelho,
entre as cores visíveis por nossos olhos, possui a mais baixa, de teor mais
pesado, em comparação com as demais. As entidades das zonas umbralinas, do
“inferno”, como são chamadas essas regiões no plano astral, costumam
vestir-se de vermelho, cor enervante, sanguínea, que exprime as paixões
inferiores, como nos cita André Luiz, na obra Libertação. Dentre as cores,
misturadas, é a que primeiro chama a atenção, tal qual um perfume forte. Daí
ser escolhida para trabalhos ou usada pelas entidades que se utilizam dos
fluidos mais pesados, como vestuário, na espiritualidade. 41. E os objectos de cera, e as velas? A
cera natural, vinda das abelhas, é impregnada dos fluidos existentes nas
flores, em grande quantidade. Este
elemento, vindo da natureza, é utilizado na prática do bem e do mal como
matéria prima poderosa para somar-se com os teores dos pensamentos, tornando
eficaz o trabalho e o objectivo ao qual se propõe. Comparada a uma bateria,
uma pilha natural, a cera sempre foi utilizada em larga escala na magia. 42. E a vela? É considerada,
na espiritualidade, como uma das melhores oferendas por Ter, em sua formação,
os quatro elementos da natureza activos, desprendendo energia. O fogo da
chama, a terra (através da cera), o ar aquecido queimando resíduos
espirituais. O
umbandista não deve, jamais, retirar nada da natureza sem deixar, ao menos,
uma vela para repor aos elementais o fluido retirado do seu ambiente, em
profundo respeito à criação divina. 43. E os elementais? Sem
eles a Umbanda não existiria. São entidades primárias, quase infantis na
espiritualidade, sempre dirigidas por entidades superiores, habitando um dos
quatro elementos. No fogo, as salamandras que trabalham na área relacionadas
ao amor, ao sexo, à amizade, à agressividade e protecção. Na terra há vários,
sendo os mais conhecidos os gnomos, cuja actividade relaciona-se ao trabalho,
à criatividade, à perseverança e aos bens materiais. As ondinas, nas águas,
actuam na sabedoria, na doçura, nas actividades espirituais e mediúnicas. No
ar, os silfos, ágeis e inquietos, dominam as áreas da saúde, da cura e do
equilíbrio físico e mental. Todos
eles participam dos trabalhos umbandistas como auxiliares valiosos e nas
outras doutrinas e religiões, muitas vezes, em discreto anonimato. 44. E os elementares? São
diferentes dos elementais. São entidades muito primitivas em situação
intermediária entre o animal e a racionalidade. Dirigidos por entidades,
colaboram na limpeza, na guarda, tomando formas as mais variadas possíveis.
São colaboradores dos Exus e boiadeiros, principalmente. 45. E a aura humana? Sem
ela fica muito difícil compreender a origem das energias existentes no
magnetismo humano, principal responsável nos fenómenos do mau-olhado, do
passe, na imantação dos objectos. É resultante da mistura e união das energias
caloríficas e luminosas do sol, dos minerais subterrâneos, da radiação
atómica na natureza, da água ingerida e da assimilação de energias de outros
corpos, tais como plantas, animais e o próprio homem. Irradia, em torno do
corpo físico, uma luminosidade que, pela análise de cor, varia do tom mais
brilhante que, pela análise de cor, varia do tom mais brilhante ao mais
escuro, se doente. É distinta da aura existente no duplo etéreo (perispírito,
Ba egípcio, duplo, etc.), que é o elo de ligação semi-material do espírito ao
corpo físico. Pelo teor dos pensamentos e sentimentos do espírito, varia dos
tons azulados e dourados, mais sublimes, aos tons avermelhados e escuros das
paixões inferiores e doenças espirituais. O tamanho da aura do duplo etéreo varia
em proporção ao grau de elevação espiritual do indivíduo. 46. E as crendices? Onde
há fumaça, há fogo, diz o ditado popular. Há crendices verdadeiras e falsas.
Quando muitos dizem que determinada actividade é correcta, deve-se analisar
os fundamentos do ponto de vista científico e espiritual. Ou seja, devem ser
analisadas friamente, sem serem repetidas, mecanicamente, sem discussão
prévia. Certa vez ouvi que determinada imagem, dentro de casa, produziria
efeito negativo na sexualidade feminina e coisas do género. Já falamos
repetidamente que o que vale são os pensamentos e a magnetização dos
objectos. Como foi comprovado, mais tarde, a dita imagem nada produziu de
negativo, muito pelo contrário. 47. Por que se fala tanto em arruda, guiné e outras ervas? São
ervas que, pela utilização popular e orientação espiritual, ficaram muito
conhecidas. As ervas, ao crescerem, absorvem as radiações do Sol, da Lua, dos
minérios, enfim, de toda a natureza, e dos elementos espirituais, à
semelhança da aura humana. A arruda é conhecida por murchar e secar em casas,
terrenos ou regiões onde há abundância de fluidos danosos. Um verdadeiro
termómetro da natureza. 48. E defumação? Nada
mais é do que plantas que, com todo o magnetismo absorvido da natureza, ao
serem queimadas e suas emanações dirigidas por entidades encarregadas da
purificação de ambientes, diluiriam fluidos pesados ou atrairiam boas
vibrações. Usam-se desde a tradicional arruda ou outras ervas, cascas de
alho, açúcar, resinas aromáticas, etc. 49. Por que incorporar Exu ou Pombagira? É
comum ouvir-se frases do tipo “deve-se deixar vir o povo de rua para
‘desamarrar’ a vida”. Ao incorporar um Elebara (Exu ou Pombagira), o médium é
alertado conscientemente ou inconscientemente para não desenvolver os seus
piores instintos ou evitar que esses comandem suas vidas. Pela assimilação
magnética, os Elebaras costumam carrear excessos de fluidos pesados. Ao
incorporar, no médium, em franca operação de limpeza, diz-se que “carregam”
ou “assumem” parte do carma do mesmo, desta forma. Esclarece-se que eliminar
o carma é impossível, mas aliviar o destino que daremos a nossas vidas é
perfeitamente viável. Por isso, podemos afirmar que minimizam, reduzem,
aliviam acidentes, minoram doenças, criam convicções de boa conduta e
correção de caráter. São verdadeiros faxineiros do astral e preciosos amigos.
Devido
a seu caráter zombeteiro e brincalhão, alguns “pedichões” de oferendas, por
falta de esclarecimento dos guias e médiuns, são vistos de soslaio com muita
desconfiança nas casas ditas “não-cruzadas”, ou seja, onde não há trabalho
específico dos Exus com o público (giras) e sacrifícios. São, infelizmente,
muito confundidos com obsessores, arruaceiros, entidades “primitivas” e
“ignorantes”, como são chamados. O que podemos dizer é que se deve observar o
conteúdo das mensagens dessas entidades, o comportamento, o comprimento das
promessas (sobretudo, o aval dos guias), conduta da casa e do grupo
mediúnico, naqueles parâmetros do bom senso. Não devem ser temidos, mas respeitados.
Em
suma, pode-se afirmar que os Exus garantem, assim, muito maior protecção, uma
vida menos problemática, um salutar vínculo de amizade criado entre
trabalhadores de ambos os lados da espiritualidade. 50. Ouve-se muito falar nas fases da Lua propícias a trabalhos.
No que se fundamenta? A
ação electromagnética da Lua é conhecida desde a mais remota antiguidade nos
fenómenos das marés, na germinação e crescimento das plantas, na poda de
plantações, na fecundação dos seres, nas alterações de humor e um sem-número
de fenómenos. Já que se trata de trabalhos, com fins quaisquer, é natural que
se escolham dias em que a força electromagnética da Terra, sob a influência
lunar, crie um ambiente mais propício ao crescimento, ou não, do teor
magnético nocivo ou benigno desses mesmos trabalhos. 51. Afinal, qual a diferença entre Exu e quiumba? Os
quiumbas são malfeitores do astral, avessos ao bem e altamente perturbadores.
Tanto que há concordância entre autores quanto ao fato de serem eles os
verdadeiros executores dos trabalhos destinados ao mal. São os costumeiros
“encostos” ou “rabos de encruza”. Fazem-nos
pensar que muitos quiumbas mistificam, fingindo, em casas desatentas, serem
Exus ou até mesmo Orixás, com fins de alcançar seus objectivos. Os
Exus, não. São eles que desmancham os trabalhos de magia negra, transportando
magneticamente as mazelas, as dores e doenças físicas e espirituais,
aliviando carmas. Alguns Exus, por estarem ainda no início de sua evolução,
como trabalhadores do bem, necessitam orientação e doutrina, tanto pelo
médium como pelos diretores dos trabalhos (cacique, chefe ou babalorixá) e
devem ser colocados na disciplina da casa. Daí temos os Exus orientados, que
não pedem sacrifícios, com oferendas mais simples, e aqueles que não tiveram
uma colocação correta, que se acostumam com extravagâncias e exigências
repletas de vaidades humanas. 52. Por que os Exus aparecem nas imagens em formas tão
assustadoras? Foi-nos
explicado em uma consulta com entidades de sua linha. Os Exus costumam tomar
tais formas como meio de impor respeito e medo a espíritos inferiores
(quiumbas) e, desta forma, facilitar o controle e vigilância que obtêm sobre
estas mentes vinculadas ao mal, para que não perturbem trabalhos ou até mesmo
lares e locais. 53. O que é Umbanda de Branco, Umbanda Branca ou de Cáritas? Na
verdade, varia infinitamente, de casa para casa. Mas
seus fundamentos básicos são que algumas casas recusam-se a trabalhar com
giras de Exus, por considerá-los indisciplinados e só trabalharem com
sacrifícios sangrentos, coisas que já sabemos incorrectas, apesar de serem
idéias muito confundidas. Existem
sete falanges, dominadas por Orixás, Yorimá (Pretos-Velhos) e Yori
(Crianças). Na legião de Iemanjá haveria Orixás comandando suas subdivisões,
tais como Oxum, Iansã e Nanã. Em alguns locais, os Orixás não “descem”
pessoalmente, mas são representados por Pretos-Velhos (antigos escravos),
Caboclos (indígenas) e espíritos de Crianças (entidades evoluídas que se
apresentam sob a forma infantil). Há rituais em matas, praias, pedreiras,
cachoeiras, etc. Nela foram abolidos rituais com sangue (sacrifícios) e magia
negra. 54. O que é Umbanda Cruzada? Chamada
de Quimbanda pelos umbandistas (ditos de linha branca) e macumba, os seus
trabalhos ou feitiços. Cultuam de dez a doze Orixás, dependendo da nação
africana de origem, sendo que os Orixás “descem” pessoalmente, podendo haver,
ou não, giras de caboclos e pretos-velhos em outros dias, intercalados. Fazem
comidas (oferendas) mais elaboradas que na Umbanda Branca e sacrifícios
animais. Nela é comum o jogo de búzios e rituais assemelhados ao Candomblé,
feitos pelo pai ou mãe-de-santo ou babalorixá ou yalorixá. O vestuário é
elaborado, há toque de instrumentos (algumas casas de Umbanda Branca
aboliram), seu cerimonial e ritualística possuem maior quantidade de
preceitos, proibições e quizilas (proibições alimentares). Cultuam-se,
obremaneira, os Orixás ligados à morte e aos cemitérios, fonte energética de
muitos trabalhos de magia negra, como Xapanã (Omolu ou Obaluaiê), Exu
(Elebaras) e Iansã como dominadora de Eguns. (fonte:”Desvendando
a Umbanda”, de Miriam de Oxalá)
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