Cores das velas sagradas de deuses e deusas

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Assim como o Cristianismo é formado por diversas denominações religiosas, há também diversas tradições dentro da Feitiçaria (ou Wicca, como muitas Bruxas modernas preferem chamar). Cada tradição Wicca possui rituais e festivais diferentes, e muitas usam um nome diferente para a Deusa e Seu consorte, o Deus Cornífero.

Embora geralmente velas brancas de altar bastem para invocar as deidades pagãs, usar uma vela especial com a cor sagrada adequada ao invocar um Deus ou Deusa em particular trará resultados muito melhores.

A seguinte lista em ordem alfabética contém os nomes, descrições e cores das velas sagradas das Deusas e Deuses adorados pelas várias tradições Wicca, assim como muitas das antigas deidades da natureza louvadas por diferentes culturas pagãs através da história.

AAH : Um dos Deuses da Lua sagrados do antigo Egipto. A cor de sua vela sagrada é o prateado.

ADITI: Deusa do Céu hindu. A cor de sua vela sagrada é o azul.

AFRODITE: Deusa grega do amor e da beleza e uma entre os Doze Grandes do Olimpo. Também conhecida como Citeréia, identifica-se com a Deusa romana do Amor, Vênus. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o rosa.

AGNI: Deus hindu que assume três formas: sol, luz e fogo. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

AMATERASU-O-MI-KAMI: Deusa-Solar japonesa. As cores de sua vela sagrada são o amarelo e o dourado.

AMON (ou Amen): Deus egípcio da vida, reprodução e agricultura; é representado como um homem com cabeça de carneiro. A cor de sua vela sagrada é o verde.

ANAITIS: Deusa persa da Fertilidade. A cor de sua vela sagrada é o verde.

ANU: Deusa-Mãe, Deusa do Amanhecer e Deusa da Morte e dos Mortos. As cores de sua vela sagrada são o preto e o branco.

ANÚBIS: Deus egípcio da morte e da magia negra, que aparece em forma de cachorro, ou homem com cabeça de chacal. Na mitologia egípcia, tratava-se do filho de Néftis e às vezes sua importância rivalizava com a do grande deus Osíris. A cor de sua vela sagrada é o preto.

AODH: Deusa-ígnea celta. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

APOLO: Deus grego do sol, fertilidade, profecias e oráculos, assim como uma deidade associada à luz, cura, música e poesia. Na mitologia grega, era o filho de Zeus, irmão gémeo da Deusa da Lua Artemis e um entre os Doze Grandes do Olimpo. As cores de sua vela sagrada são o dourado e o branco.

ARRIANRHOD: Deusa-Mãe e deusa neopagã galesa da fertilidade. As cores de sua vela sagrada são o verde e o branco.

ARTEMIS: Deusa grega da lua, caça e animais selvagens. Sendo uma deusa lunar, tem sido um arquétipo influente para Bruxas e seguidores do culto contemporâneo à Deusa. Equivale à Deusa romana da Lua, Diana, e se identifica com Luna, Hécate e Selene. As cores sagradas de sua vela são o prateado e o branco.

ASHERALI: Deusa da lua e da fertilidade do cananeu. As cores de sua vela sagrada são o verde, o branco e o prateado.

ASTARTE: Deusa fenícia do amor e da fertilidade. Identifica-se com a lua e é representada com crescentes em forma de chifres. As cores de sua vela sagrada são o rosa, o verde, o vermelho e o prateado.

ASTRÉIA: Deusa grega da inocência e da pureza, filha de Temis, a deusa da Justiça. Conta o mito que, após abandonar a Terra, ela foi colocada entre as estrelas, onde se tornou a constelação de Virgem. A cor de sua vela sagrada é o branco.

ATENA: Deusa grega da sabedoria e das artes, e uma entre os Doze Grandes do Olimpo. Identifica-se com a deusa romana Minerva, e as cores de sua vela sagrada são o roxo e o branco.

ATTIS: Deus da fertilidade e da vegetação para os frígios e consorte da Deusa da Fertilidade, Cibele. A cor de sua vela sagrada é o verde.

BAAL: Deus fenício da natureza e da fertilidade, associado à chuva de inverno. Representado como um guerreiro de capacete com chifres e munido de lança, foi adorado como o principal deus da Terra, por milhares de anos. A cor de sua vela sagrada é o verde.

BACO: Deus romano do vinho e da algazarra; identifica-se com o Deus grego do Vinho, Dionísio. Na mitologia, era filho das deidades Zeus e Semeie e consorte de Ariadne. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o roxo.

BALDER: Deus do Sol escandinavo, filho de Odin, e personificação da sabedoria, bondade e beleza. As cores de sua vela sagrada são o amarelo e o dourado.

BAST: Deusa egípcia da Fertilidade e filha de Isis, também conhecida como Filha da Luz. Confere saúde e simboliza paixão sexual. Nos tempos antigos, era adorada na forma de gato e, mais tarde, como uma mulher com cabeça de gato. Na bruxaria e cultos sexuais mágicos da atualidade, Bast é uma das mais populares entre as antigas Deusas Egípcias. As cores de sua vela sagrada são o vermelho, o verde e o branco.

BENTEN: Deusa do Amor dos budistas japoneses. É também a deusa da feminilidade, da música, da literatura e do mar. A cor de sua vela sagrada é o rosa.

BRIGIT: Deusa celta e neopagã do fogo, da sabedoria, da poesia e dos poços sagrados, além de ser uma deidade associada com profecia, vidência e cura. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o branco.

CE-AEHD: Deusa celta da natureza. A cor de sua vela sagrada é o verde.

CEARA: Antiga deusa pagã da natureza; é a equivalência feminina do deus Cearas. A cor de sua vela sagrada é o verde.

CEARAS: Antigo deus pagão do fogo e equivalente masculino da deusa Ceara. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

CENTEOTLE: Deusa mexicana da fertilidade. A cor de sua vela sagrada é o verde.

CERES: Deusa romana da colheita e fertilidade da Terra e mãe de Prosérpina. Na mitologia grega, ela é Demeter, a deusa da agricultura e mãe de Perséfone. As cores de sua vela sagrada são o verde, o laranja, o marrom e o amarelo.

CERNUNOS: Deus cornífero celta da natureza, dos animais selvagens, da caça e da fertilidade, “Senhor de Todas as Criaturas Vivas”, e consorte da Grande Mãe. Ele é representado com cabeça de touro, torso de homem e cauda de peixe. Como deus neo-pagão, é reverenciado principalmente por seguidores da Wicca de tradição gardneriana. A cor de sua vela sagrada é o verde-escuro.

CERRIDWEN: Deusa celta e neo-pagã das montanhas, da fertilidade e da inspiração. A cor de sua vela sagrada é o verde.

CHERNOBOG: Deus eslavo das tempestades e da guerra, também conhecido como Trovão e Lançador de Relâmpagos. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

CHU-JUNG: Deus chinês do fogo. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

CIBELE: Deusa frígia da natureza e da fertilidade, consorte do Deus Attis e equivalente à Deusa-Mãe grega Réia. Cibele está simbolicamente associada aos animais selvagens e montanhas, e no mito é representada dentro de uma carruagem puxada por leões. A cor de sua vela sagrada é o verde.

CLÓRIS: Deusa grega das flores e equivalente da Deusa romana das flores, Flora. As cores de sua vela sagrada são o branco e todas as cores florais.

DAGHDA: Deus principal das tribos pagãs da Irlanda, “Senhor do Grande Conhecimento”, e Deus da Fertilidade e da Terra. Acreditava-se que ele controlava a vida e a morte com um porrete e que possuía um caldeirão com magias poderosas As cores de sua vela sagrada são o verde e o marrom.

DAZHBOG: Deus eslavo do Sol e consorte/irmão da Deusa Zhiva. As cores de sua vela sagrada são o amarelo, o dourado e o laranja-avermelhado.

DEMETER: Deusa grega da fertilidade, do cultivo agrícola e da colheita, mãe de Perséfone e uma importante deidade nos mistérios de Elêusis. Identifica-se com a deusa romana Ceres; as cores de sua vela sagrada são o verde e o laranja.

DEUSA TRÍPLICE: Uma trindade de Deusas com três diferentes aspectos e três diferentes nomes. A Mãe Lua é adorada como uma Deusa Tríplice cujo símbolo sagrado é a lua crescente. Os três aspectos de sua deidade correspondem às três fases lunares: em sua fase crescente ela é Selene, a mãe e doadora de luz. A lua cheia é Diana, a caçadora. Em sua fase minguante ela é Hécate, a sábia anciã e Rainha da morte e da escuridão. Nos mitos nórdicos, a trindade da Deusa Tríplice é Freya (deusa do amor e da beleza), Frigga (deusa-mãe) e Hei (rainha da morte e governante do mundo subterrâneo). Os múltiplos aspectos da deusa celta Morrigan são: Macha, Badb e Neman. Até Maria, dos mitos cristãos, é tanto uma trindade como qualquer antiga deusa paga, embora seus seguidores não a descrevam como tal. Ela incorpora os atributos encontrados nas deidades femininas de outras culturas (Virgem, Mãe, Santa), mas, suprimida por uma hierarquia paternal, sua adoração como Deusa é negada até por aqueles que assistem aos seus ritos. As cores da vela sagrada da Deusa Tríplice são o verde (mãe), o vermelho (guerreira) e o preto (anciã). Há também trindades de Deuses masculinos, como a trimurti hindu de Brahma, Vishnu e Shiva; a tríade grega de deuses solares Apolo, Hélio e Febo; e a bem conhecida união cristã das três figuras divinas Pai, Filho e Espírito Santo em uma única deidade. As cores da vela sagrada dos Deuses Tríplices variam, visto que os três aspectos dos deuses nem sempre são os mesmos em cada trindade.

DEW: Deusa grega da fertilidade. A cor de sua vela sagrada é o verde.

DIANA: Deusa da Lua, Deusa-Mãe e virgem caçadora da lua romana e neopagã. Identifica-se com a Deusa da Lua grega Ártemis e é reverenciada principalmente pelos seguidores da tradição Wicca diânica. As cores de sua vela sagrada são o prateado e o branco.

DIONISO: Deus grego do vinho, êxtase, fertilidade e natureza, era adorado em orgias frenéticas. Simboliza liberdade e impulsos espontâneos, sendo equivalente ao Deus romano do Vinho, Baco. As cores de sua vela sagrada são o vermelho, o roxo e o verde.

DURGA (também Durva): Deusa hindu e consorte do Deus Shiva; era adorada em toda a índia, mas especialmente em Bengala. Durga é representada como feroz assassina de um dragão e tem dez braços, mas é dito que ela é amorosa e gentil para com seus adoradores. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

DYAUS: Deus do Céu indo-europeu, consorte da Deusa da Terra, Prithivi, e pai de Indra. A cor de sua vela sagrada é o azul.

EA: Deus babilônio da água, senhor da sabedoria e patrono da magia, artes e ofícios; identifica-se com o deus sumeriano Enk. Acredita-se que o simbolismo do signo astrológico de Capricórnio derive de Ea, visto que ele é representado com corpo de cabrito e cauda de peixe. A cor de sua vela sagrada é o azul.

EOSTRE: Deusa saxônia e neo-pagã da fertilidade e da primavera, de cujo nome deriva o nome do feriado da Páscoa [Easter]. A cor de sua vela sagrada é o verde.

EPONA: Deusa-Égua celta, cuja vela sagrada tem cor branca.

ERESHKIGAL: Deusa-Cornífera sumeriana e Rainha do Mundo subterrâneo. Identifica-se com a Deusa grega da Lua, Hécate, e é representada com o corpo de um peixe que possui escamas como as de serpente e orelhas de ovelha. A cor de sua vela sagrada é o preto.

EROS: Deus grego do amor e da sexualidade, o mitológico Filho de Zeus e Afrodite é a personificação da paixão humana. Identifica-se com Cupido, o deus romano do amor e filho de Vênus. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

ESMERALDA: Deusa sul-americana do amor. A cor de sua vela sagrada é, logicamente, o verde-esmeralda.

EXU: Deus da magia na macumba. As cores de sua vela sagrada são o branco e o preto.

FAUNO: Deus romano dos bosques, campos e pastores. Representado como meio cabrito e meio humano, é equivalente ao Deus grego da Natureza, Pan. A cor de sua vela sagrada é verde.

FLORA: Deusa romana das flores e de “tudo que floresce”. É equivalente à Deusa grega das Flores, Clóris. As cores de sua vela sagrada são o branco e todas as cores florais.

FORTUNA: Deusa romana da felicidade, sorte e oportunidade, que possui o poder de conferir aos mortais tanto riqueza quanto pobreza. É identificada com a Deusa grega, Tício. As cores de sua vela sagrada são o verde, o dourado e o prateado.

FREY: Deus escandinavo da fertilidade, adequadamente representado com um falo erecto indicativo de seu poder fertilizador. É também uma deidade associada com paz e prosperidade. Na mitologia, ele é irmão e consorte da deusa Freya e filho do deus do mar, Njord. A cor de sua vela sagrada é o verde.

FREYA (também Freyja): Deusa escandinava da fertilidade, do amor e da beleza, cujos símbolos sagrados e familiares eram os gatos. No mito encontra-se representada como uma bela mulher andando numa carruagem puxada por gatos. Era também a Rainha do Mundo Subterrâneo e irmã e consorte do Deus Frey. Como deusa neopagã, é reverenciada principalmente por seguidores da Wicca de tradição saxônia. As cores de sua vela sagrada são o verde, o vermelho e o preto.

FRIGGA: Deusa-Mãe escandinava e consorte do Deus Odin. Ela era também patronesse do casamento e da fecundidade. No mito é representada andando numa carruagem puxada por carneiros sagrados. A cor de sua vela sagrada é o branco.

FRIJA: Mãe-da-Terra pagã-germânica e consorte do Deus Tiwaz. O dia da semana a ela consagrado é a sexta-feira. A cor de sua vela sagrada é o marrom.

HADES: Deus grego do Mundo Subterrâneo, governante dos mortos e irmão do todo-poderoso Zeus. Na mitologia romana denomina-se Plutão. A cor de sua vela sagrada é o preto.

HATHOR: Deusa egípcia da beleza e dos céus, patronesse da fecundidade, das criancinhas e da música. Frequentemente é representada como uma mulher de cabeça de vaca, que usa um diadema com duas plumas e um disco solar decorado com estrelas simbolizando seu papel de Deusa celestial. A cor de sua vela sagrada é o azul.

HÉCATE: Deusa grega da Lua, deusa neo-pagã da fertilidade e da magia da lua, Rainha do Mundo subterrâneo e protectora de todas as Bruxas. Conhecida como “Deusa da Escuridão e da Morte”, assim como “Rainha dos Fantasmas e das Encruzilhadas”, identifica-se com a deusa lunar Diana e com a deusa grega Perséfone. As cores de sua vela sagrada são o preto e o prateado.

HERA: Deusa grega da morte e do renascimento, Deusa da Terra e consorte de Zeus. As cores de sua vela sagrada são o preto e o marrom-escuro.

HÉSTIA: Deusa grega da Lareira. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

HÓRUS:Deus egípcio do céu e filho de Isis e Osíris. E representado como um homem com cabeça de falcão, tendo por olhos o sol e a lua. A cor de sua vela sagrada é o azul-real.

INANNA: Deusa sumeriana tanto do amor quanto da guerra, que se identifica com a deusa babilônia Ishtar. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

ISHTAR: Deusa assíria, babilónia e neo-pagã do amor, da fertilidade e da guerra, que personifica o planeta Vênus. Era uma Deusa-Mãe e consorte de Tamuz, o Deus dos cereais e do pão que morria a cada inverno e renascia na primavera seguinte. Sendo uma deusa tríplice, ela representa nascimento, morte e renascimento. Em seu aspecto de Mãe, é a doadora de toda a vida. Em seu aspecto de Donzela-Guerreira, é aquela que traz a morte. Em seu aspecto de Anciã, traz renascimento e ressurreição. A lua crescente é um de seus símbolos sagrados. Ishtar é representada como uma mulher de feições de pássaro e cabelo trançado, que usa chifres de touro e preciosos colares, braceletes e tornozeleiras como adorno. É associada à deusa sumeriana Inanna e com a deusa fenícia Astarte. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o verde.

ÍSIS: Antiga Deusa-Mãe egípcia da fertilidade e deusa neopagã da magia e encantamento. Era irmã e consorte do Deus solar Osíris e às vezes era identificada com a deusa Hathor. Isis é o símbolo da maternidade divina e, em seus mistérios, era considerada como a única forma de todos os deuses e deusas. Costuma ser chamada de “Deusa dos Dez Mil Nomes”. Em Hellespont (agora Dardanelles), era conhecida como Mystis, a Senhora dos Mistérios. A cor de sua vela sagrada é o verde.

JANO: Deus romano dos portões e portas, é a deidade associada com viagens e o começo das coisas. É representado como tendo dois rostos, cada um olhando em direções opostas. Seu festival acontecia em janeiro, e a cor de sua vela sagrada é o branco.

KALI: Deusa hindu da Morte, personifica as forças escuras e aterradoras da natureza. É representada como uma mulher de aspecto guerreiro, de pele escura e dentes caninos salientes, que usa um colar de caveiras humanas em torno do pescoço. A cor de sua vela sagrada é o preto.

KHONS: Um dos sagrados Deuses da Lua do antigo Egito. Era também conhecido como um deus de cura, e as cores de sua vela sagrada são o prateado e o branco.

KILYA: Deusa inca da Lua. As cores de sua vela sagrada são o prateado e o branco.

KUAN YIN: Deusa chinesa da fertilidade, do parto e da compaixão. A cor de sua vela sagrada é o verde.

KUPALA: Deusa eslava da vida, do sexo e da vitalidade. É reverenciada no Dia do Meio do Verão, e a cor de sua vela sagrada é o vermelho.

LOKI: Deus escandinavo do fogo. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

LUCINA: Deusa romana da Lua, associada ao parto. As cores de sua vela sagrada são prateado e branco.

LUGH: Primitivo Deus celta do Sol, adorado pelos antigos druidas como o Doador Abundante da Colheita. O festival do Sabbat pagão de Lughnasadh (que significa “Comemoração de Lugh”) originou-se com os druidas para prestar homenagem ao Deus-Sol. As cores de sua vela sagrada são o amarelo, o dourado e o bronze.

LUNA: Deusa da Lua romana e neo-pagã, cujo nome é o termo em latim para “lua”. Identifica-se com Selene e Artemis, e as cores de sua vela sagrada são o branco e o prateado.

LUPERCUS: Deus romano da fertilidade, identifica-se com os deuses da natureza Pan e Fauno. Na antiga Roma, seu festival da fertilidade era conhecido como Lupercalia, no dia 15 de fevereiro. A cor de sua vela sagrada é o verde.

MAAT: Deusa egípcia da verdade, justiça e ordem do universo, cujo símbolo era uma pena. A cor de sua vela sagrada é o branco.

MIN: Deus egípcio da fertilidade e protector dos viajantes. As cores de sua vela sagrada são o verde e o branco.

MORRIGAN: Deusa celta da Guerra, morte e destruição, e mãe de todos os deuses irlandeses. Dizem que ela aparece em forma de corvo (um pássaro de mau augúrio na tradição celta) antes e durante as batalhas. E também conhecida como “Rainha Espectro” e “Grande Rainha Morgana”. Como Deusa Trindade, chamava-se Macha, quando fazia magia com o sangue dos assassinados; Badb, quando aparecia na forma de uma gigante, às vésperas da guerra, para avisar os soldados de seu destino; e Neman, quando aparecia como anciã. As cores de sua vela sagrada são o escarlate e o preto.

MUT: Deusa egípcia da fertilidade. A cor de sua vela sagrada é o verde.

MYLITTA: Deusa babilônia da fertilidade. A cor de sua vela sagrada é o verde.

NÉMESIS: Deusa grega da ira e da vingança e filha mitológica de Erebo e Nyx. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

NETUNO: Deus romano do mar, irmão de Zeus e equivalente ao Deus grego do Mar, Poseidon. A cor de sua vela sagrada é o azul.

NINHURSAG: Deusa mesopotâmia da Terra e consorte de Ea. A cor de sua vela sagrada é o marrom-escuro.

ISIJORD: Deus escandinavo do mar e patrono dos pescadores. Também conhecido como deus da prosperidade. A cor de sua vela sagrada é a água-marinha.

NUT (também Nuit): Deusa egípcia do Céu e mãe de Osíris, Isis, Set e Néftis. A cor de sua vela sagrada é o azul-real.

NYX: Deusa grega da noite, irmã e consorte de Erebo, o senhor das trevas. Identifica-se com a deusa romana Nox. A cor de sua vela sagrada é o preto.

ODIN: Deus escandinavo e neopagão da sabedoria, magia, arte e poesia. É também o Senhor dos Mortos e o consorte da deusa Frigga. Segundo a mitologia nórdica, Odin lutava contra gigantes, seduzia mortais e despertava os mortos em sua busca pela sabedoria do oculto e poder absoluto. Representam-no como um velho de um só olho, usando um anel mágico e montando um cavalo de oito pernas. É equivalente ao deus pagão-germânico Woden. As cores de sua vela sagrada são o roxo, o vermelho e o preto.

OSÍRIS: Antigo deus egípcio da vegetação e da fertilidade, cuja morte e renascimento, a cada ano, personificavam a vitalidade e a fertilidade auto-renovadora da natureza. Ele também era um governante da morte e tanto irmão quanto consorte da deusa Isis. Segundo a mitologia egípcia, Osíris foi afogado e desmembrado em quatorze pedaços por seu irmão ciumento, Set, mas depois recobrou a vida graças aos poderes mágicos de Isis. As cores de sua vela sagrada são o verde e o preto.

PAN: Deus Cornífero grego e neo-pagão dos bosques, dos campos, dos pastores e da fertilidade; muitas vezes é associado ao culto de Dionísio. É representado como um homem de barbas, tendo pernas, chifres e orelhas de cabrito, e equivale à deidade romana da natureza, Fauno. A cor de sua vela sagrada é o verde.

PARVATI: Deusa hindu das montanhas e consorte do deus Shiva. Conhecida como a governante dos elfos e espíritos da natureza, é filha dos himalaias e uma personificação da energia cósmica. As cores de sua vela sagrada são o branco e o marrom.

PELE: Deusa polinésia dos vulcões que, acredita-se, reside atualmente em Kilauea na principal ilha de Mauna Loa, Havaí, onde é adorada como sendo a essência do fogo da Terra. Até hoje, várias ofertas, como flores, cana-de-açúcar, pássaros brancos, dinheiro e conhaque, são feitas a ela, sempre que as erupções vulcânicas ameaçam as ilhas havaianas. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o laranja.

PERSÉFONE: Deusa grega conhecida como a Rainha do Mundo subterrâneo. Equivale à deusa romana Prosérpina. A cor de sua vela sagrada é o preto.

POMONA: Deusa romana das frutas e da fertilidade. É a consorte do deus Vertumno (o modificador), e seu festival da Pomonália era celebrado na antiga Roma no primeiro dia de novembro, marcando o fim da colheita. A cor de sua vela sagrada é o verde.

POSEIDON: Deus grego do mar e um dos Doze Grandes do Olimpo, cujo equivalente romano é Netuno. A cor de sua vela sagrada é o azul-claro.

PTAH: Deus do antigo Egipto, tido como o criador do universo e o patrono dos arquitectos, escultores e artesãos. Era consorte da deusa cabeça de leão Sekhmet, e seu culto concentrava-se em Mênfis, no Egipto, onde tanto ele quanto a esposa eram adorados. A cor de sua vela sagrada é o branco.

QUETZALCOATL: Deus asteca da fertilidade, vento e sabedoria, personificado como uma serpente emplumada e associado à Estrela da Manhã. As cores de sua vela sagrada são o bronze e o verde. Segundo o mito, o irmão gêmeo de Quetzalcoatl era Xolotl, deus patrono dos magos. Ele personificava o planeta Vênus como a Estrela do Anoitecer. A cor de sua vela sagrada é o preto.

RA: Deus-Sol egípcio; identificado como um deus do nascimento e renascimento. Era adorado em Heliópolis e a principal deidade no Ennead. A cor de sua vela sagrada é o dourado.

RHIANNON: Deusa-Mãe celta/galesa, originalmente chamada Rigatona (Grande Rainha) e identificada com a deusa-égua gaulesa, Epona. É retratada montando um pálido cavalo branco e carregando uma bolsa mágica de abundância. A cor de sua vela sagrada é o branco.

SATURNO: Deus romano da agricultura e da colheita, cujo festival, a Saturnália, acontecia anualmente na antiga Roma em meados de dezembro. Identifica-se com o deus grego Cromo, e a cor de sua vela sagrada é o laranja.

SEKHMET: Deusa da Guerra do antigo Egipto e consorte do deus Ptah. Representada como uma mulher com cabeça de leão, é a equivalência egípcia da deusa hindu Shakti. A cor de sua vela sagrada é o carmim.

SELENE: Deusa grega da Lua em seu aspecto crescente. Em seu aspecto minguante, chama-se Hécate. As cores de sua vela sagrada são o prateado e o branco.

SET (também Seth): Deus egípcio da escuridão e da magia negra, é a personificação do mal. E o equivalente egípcio do deus grego Tífon. A cor de sua vela sagrada é o preto.

SHAMASH: Deus-Sol babilônio, irmão da deusa Ishtar e uma deidade associada aos oráculos e profecias. Identifica-se com o deus sumeriano Utu e com o deus grego Apoio. A cor de sua vela sagrada é o amarelo.

SILVANO: Deus romano das florestas, campos e rebanhos, representado como um sátiro de barbas. A cor de sua vela sagrada é o verde-escuro.

SIN: Deus babilônio da lua; identifica-se com o deus sumeriano Nanna. A cor de sua vela sagrada é o branco.

SVAROG: Deus eslavo do fogo e da metalurgia, cujo símbolo é o martelo e a pinça de prata. E o consorte da Grande Mãe, e as cores de sua vela sagrada são o vermelho e o prateado.

TANE: Deus do Céu polinésio e Senhor da Fertilidade, considerado o criador do primeiro homem a partir do barro vermelho. O amuleto tiki (uma figura humana feita de madeira e madre-pérola) é o símbolo do poder criador de Tane. As cores de sua vela sagrada são o azul e o verde.

THANATOS: Deus grego da morte, cujo equivalente romano é o deus Mors. A cor de sua vela sagrada é o preto.

THOR: Deus do Céu escandinavo, Mestre dos Raios, filho de Odin e patrono dos fazendeiros e dos marinheiros. Representado como um homem forte, mas simpático, com cabelo desalinhado e longa barba ruiva. O martelo é seu símbolo, e o azul-escuro, a cor de sua vela sagrada.

THOTH: Deus egípcio da lua, sabedoria, magia, artes e ciência. Era também conhecido como o escriba dos deuses. E representado como uma íbis, um homem com cabeça de íbis e também como um macaco. A deusa da verdade, Maat, era sua consorte, e o primeiro mês do ano egípcio levava seu nome. As cores de sua vela sagrada são o branco, o prateado e o roxo.

THUNOR (também Donar): Deus pagão-germânico do Trovão e do Relâmpago e deidade associada à fertilidade. Seu dia sagrado da semana é quinta-feira, e o azul-escuro, o preto e o verde são as cores de sua vela sagrada.

TIWAZ: Deus pagão-germânico do Céu e consorte da deusa Frija. A cor de sua vela sagrada é o azul.

TLAZOLTEOTL: Deusa da Terra da América Central associada à fertilidade e ao amor. É também conhecida como “Mãe de Todos os Deuses”. As cores de sua vela sagrada são o marrom e o verde.

URANO (também Ouranos): Antigo deus grego conhecido como Pai do Céu. Era o consorte da deusa Géia e personificava os céus. A cor de sua vela sagrada é o azul.

VÊNUS: Deusa romana e neo-pagã do amor e da beleza que personificava sexualidade, fertilidade, prosperidade e sorte. É a contraparte romana da Deusa grega do Amor, Afrodite. A cor de sua vela sagrada é o rosa.

VESTA: Deusa romana da Lareira, cujo templo era aceso pelo fogo sagrado vigiado por seis sacerdotisas virgens conhecidas como Vestais. A cor de sua vela sagrada é o vermelho.

WODEN: Deus pagão-germânico da guerra, artes do bardo (poesia), profecia e magia, cujo dia sagrado da semana é a quarta-feira. Era conhecido também como o Senhor dos Mortos, o primordial mestre das runas e o deus da mudança de forma. A mitologia mostra Woden como a mais elevada deidade do panteão germânico. O nome “Woden” é a forma inglesa do nome que deriva de uma forma de protogermânico Wodhan-az, que significa “mestre da atividade psíquica inspirada”. Como deus neopagão, é adorado principalmente por seguidores da Wicca de tradição saxônia e freqüentemente identificado com o deus escandinavo Odin, a mais poderosa das deidades teutônicas. As cores de sua vela sagrada são o vermelho e o roxo.

XOCHIQUETZAL: Deusa centro-americana das flores. As cores de sua vela sagrada são o branco e todas as cores florais.

YARILO: Deus eslavo da Fertilidade e consorte da Deusa Lunar Marina. A cor de sua vela sagrada é o verde.

ZEUS: O mais poderoso dos deuses gregos, governante do céu e da terra, filho de Cronos e Réia. Era conhecido também como o Apanhador de Nuvens, Senhor dos Raios e mestre da mudança de forma. O carvalho era sua árvore sagrada; a águia, o pássaro; e o dourado, a cor de sua vela sagrada.

(Fonte: “A magia das velas”, de Gerina Dunwich)

 

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As Bruxas de Salem

Portal a&eAs Bruxas de Salem

 

Na minha cidade ninguém foi queimado em fogueira. As bruxas eram enforcadas ou esmagadas sob pesadas pedras. As vinte pessoas executadas em Salem sempre pareceram um pequeno número quando comparado aos milhões que sofreram na Europa mas, proporcionalmente, os mortos, os que ainda estavam presos e os acusados mas ainda não detidos formavam uma considerável percentagem da população numa área escassamente povoada.
Foi uma verdadeira histeria. Gente de todos os setores da vida tinha sido acusada: um pastor graduado por Harvard e dono de uma grande propriedade rural na Inglaterra; o mais rico armador e proprietário de navios mercantes em Salem; o capitão John Alden, filho de John e Priscilla, os lendários amantes da colônia de Plymouth; até a esposa do governador da colônia de Bay. Ninguém estava seguro.

 

Tudo começou na cozinha do Reverendo Paris, onde Tituba, uma escrava de Barbados, entretinha a filha do Reverendo e suas amiguinhas durante os frios meses do inverno de 1691.
As meninas perguntaram a Tituba, que conhecia métodos de adivinhação, como seriam seus futuros maridos, uma preocupação normal da maioria das meninas que rondavam a puberdade.
Com o passar do tempo, as meninas começaram a ter desmaios, acessos de melancolia, adotavam posturas e gestos insólitos, e tinham visões. (Uma geração depois, em Northampton, Massachusetts, o mesmo tipo de comportamento entre jovens levaria o Reverendo Jonathan Edwards a declarar que estava ocorrendo uma’ ‘aceleração’ , espiritual, e assim começaria o primeiro’ ‘Grande Despertar” na história do revivescimento religioso americano.) Na aldeia de Salem, esse mesmo comportamento foi interpretado por líderes eclesiásticos como obra do diabo.
Foram tomados depoimentos em audiências públicas durante os meses seguintes, nas quais as meninas e outras que tinham começado a ser também afligidas pelo mesmo comportamento (que se convertera numa” coqueluche” entre as adolescentes) acusaram membros adultos na comunidade de as perseguirem e atormentarem. Elas tinham fantasias bizarras de pessoas em tudo o mais respeitáveis que estariam envolvidas em atividades sinistras com o diabo.
Quando o inverno cedeu o lugar à primavera, infortúnios naturais foram associcados ao diabo através de certos habitantes da aldeia. De acordo com as teorias da época, o diabo só podia operar através de alguém com a cooperação dessa pessoa. Alguém que tivesse feito um pacto com o diabo. Alguém que fosse uma “Bruxa”.
Foram feitas acusações, pessoas detidas, inquéritos abertos, e no começo da primavera as prisões estavam superlotadas. Depois a coisa propagou-se. Foram descobertas’ ‘bruxas” em Beverly, Topsfield, Andover, Ipswich, Lynn e virtualmente em todas as cidades e aldeias do Condado de Essex.
Na realidade, houve em Andover mais prisões do que em Salem. As autoridades de Boston enviaram representantes para conduzir os julgamentos.
Os primeiros julgamentos começaram em junho, e Bridget Bishop foi enforcada depois de ter ficado encarcerada desde abril. Os acontecimentos sucederam-se com rapidez. Em julho, Rebecca Nurse, Sarah Good, Elizabeth How, Sarah Wild e Susanna Martin foram enforcadas.
Os julgamentos de agosto consideraram culpados John Willard, John e Elizabeth Proctor, George Jacobs, Martha Carrier e o Reve- rendo Géorge Burroughs. Todos foram executados, exceto Elizabeth Proctor, que estava grávida e teve sua execução suspensa até nascer o bebê.

Os julgamentos de setembro mandaram para a forca Martha Cory, Alice Parker, Ann Pudeator, Mary Esty, Margaret Scott, Mary Parker, Wil- mot Reed e Samuel Wardwell. O marido de Martha Cory, Giles, teve morte por esmagamento sob o peso de pedras.
E quando esse hediondo verão terminou, mais de uma centena de pessoas estavam ainda aguardando julgamento, e várias centenas mais tinham sido acusadas.
Finalmente, cabeças mais frias começaram a predominar. Increase Mather pregou em Cambridge que a questão de provas aceitáveis como evidência de “Feitiçaria” assentava-se em bases muito duvidosas e precárias, sobretudo a noção de evidência espectral, ou a habilidade do diabo para assumir a forma de alguém na comunidade.
Embora não negando que o diabo podia assumir a forma de um homem ou de uma mulher, era bastante difícil’ ‘provar” que ele ou ela tinha efetuado o pacto inicial com o diabo. Não podia o diabo assumir igualmente a forma de uma pessoa inocente? Algumas pessoas estavam começando a pensar que sim.
Finalmente, Increase Mather argumentou ser preferível deixaruma “Bruxa” escapar à execução do que dar a morte a dez pessoas ‘inocentes’. Seus argumentos levaram a melhor e a caça às Bruxas cessou pouco depois.
Uma questão que freqüentemente vem à tona acerca das 20 pessoas executadas e as centenas acusadas é a seguinte: Eram elas realmente Bruxas?
Os dados históricos são escassos. Estou certa de que algumas ou muitas delas, como suas congêneres na Europa, ainda retinham muitas das práticas da Velha Religião: ervas, poções especiais, adivinhação, técnicas de cura natural. Algumas podem ter até celebradoas antigas datas festivas naturais.

 

Sabemos que colonos do Massachusetts em Marymount erigiram um Maypole (o mastro enfeitado da festa da primavera) no começo do século. Mas a questão sobre se eram devotos da Deusa ou não nunca foi apurada. Havia certamente Bruxas entre seus ancestrais, mas elas próprias podem não ter sido Bruxas na acepção de serem nossas correligionárias. A maioria dessas pessoas era, provavelmente, de cristãos devotos.
Não obstante, penso que devemos reivindicá-ias como Bruxas. Certamente morreram pela nossa liberdade. Recusaram-se a admitir que tivessem cometido qualquer crime. (É interessante assinalar que nenhuma das que confessaram praticar a Feitiçaria foi enforcada. Declararam-se arrependidas e foram readmitidas na comunidade. Também poderíamos indagar se aquelas que confessaram eram realmente Bruxas ou o fizeram para salvar a própria vida. Muita coisa se perde nas páginas da história.)
Se as vítimas da caça às Bruxas em Salem e cidades vizinhas não eram bruxas, então o Museu da Bruxa, situado a algumas quadras de minha casa, não é realmente sobre Feitiçaria, e os visitantes que o percorrem aos milhares todos os anos não estão realmente aprendendo a verdade sobre quem somos ou o que praticamos.
Durante anos, as Bruxas de Salem protestaram a esse respeito junto à Administração do Museu e conseguimos finalmente que os turistas fossem alertados para isso. O que os visitantes aprendem em seus giros pelo museu não é a religião da Deusa, mas o que podeacontecer a uma comunidade cristã que sucumbe a um medo irracional do diabo e projeta essa imagem maléfica em membros da própria comunidade.
À medida que o século XVIII avançava, as pessoas foram ficando mais céticas a respeito de Feitiçaria. O espírito da época – a racionalidade do Iluminismo – convenceu as pessoas de que essa magia era embromação e de que quem a praticava estava cedendo à auto-sugestão.
A nova era, também era mais cética sobre a religião em geral e menos zelosa em perseguir os não-crentes. A ira que tinha alimentado as caças às Bruxas aquietou-se. Em 1712, a última pessoa condenada por Feitiçaria era executada na Inglaterra, embora as leis antibruxaria permanecessem teoricamente em vigor até o século XX.
Na Escócia, a última execução teve lugar em 1727 e as leis foram revogadas em 1736. E claro, por toda a Europa e na América houve julgamentos e execuções esporádicas. Na Hungria, em 1928, por exemplo, os tribunais absolveram uma família que tinha espancado uma anciã até a morte por suspeita de bruxaria.

 

Com ou sem as leis e as autoridades civis ou eclesiásticas para apoiá-Ias, as pessoas continuaram molestando Bruxas e, com freqüência, causando-lhes sérios danos físicos.
Certa vez, um fotógrafo perguntou-me se eu estaria disposta a posar para uma foto ao lado do túmulo do Juiz Hathorne, um dos magistrados que perseguiu Bruxas em Salem nas cidades vizinhas no século XVII. Eu concordei e agora, sempre que olho para a foto, digo ao Juiz Hathorne e seu bando: “Nós sobrevivemos. Ainda estamos aqui.”

Autora: Laurie Cabot (uma bruxa de Salem)Trecho retirado do livro ‘O Poder da Bruxa

 

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O uso dos craneos na bruxaria

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Livro: “Enciclopédia de Wicca e Bruxaria
Autor: Raven Grimassi
“O Crânio é um símbolo de sabedoria e conhecimento guardado. Nos mistérios internos dos ensinamentos o crânio é um símbolo da natureza interna despojada de sua origem através do processo de Iniciação nos grandes Mistérios do Ocultismo. Ele também é um símbolo da morte, seja a morte da carne ou a morte do ego/ de si mesmo. Esta é uma razão pela qual o crânio aparece nas cerimônias de iniciação na Antiga Religião. Aqui, ele é um lembrete de que a antiga personalidade estava morrendo para uma nova consciência.

O crânio, particularmente quando mostrado com os ossos cruzados, também é um símbolo do Deus em antigas religiões Pagãs. Os ossos cruzados abaixo do crânio são símbolos do Deus Sacrificado, e um sinal da ressurreição da morte. Na Bruxaria, o crânio algumas vezes é mostrado colocado na frente de um caldeirão. Nesta posição ele simboliza o renascimento através dos poderes da transformação associada com o caldeirão. Na Bruxaria Italiana o crânio também representa a culminação do conhecimento ancestral.

Na magia e no misticismo, o crânio é uma ligação para os espíritos dos mundos Sobrenaturais através de sua associação com a morte. Ele também é um receptáculo para a energia psíquica, e por esta razão normalmente é colocado próximo dos instrumentos de adivinhação como a bola de cristal e o espelho mágico. Uma vez que os magos se tornaram mais sofisticados, o simbolismo do crânio evoluiu na arte da frenologia. Esta arte foi popularizada no século XVIII pelo Dr. Franz Joseph Gall, que teorizou que as faculdades do cérebro poderiam ser determinadas a partir da forma do crânio.”

 

Livro: Bruxaria: a Tradição Renovada”
Autores: Evan John Jones e Doreen Valiente

O crânio é um dos instrumentos com associações mais antigas e conhecidas sob várias formas de pensamento e trabalho ocultos, embora na tradição da Arte não sej aobjeto tão comum, principalmente por, suspeito, estar ligado ao roubo e à profanação de sepulturas, satanismo, vodu, etc. Talvez o uso do crânio em rituais seja visto como algo demoníaco em conseqüência do pensamento cristão em relação a qualquer prática mágica contrária à palavra de Deus, bem como por estar ligado ao Demônio e ao lado obscuro da natureza humana.

Ao mesmo tempo, dentro da igreja cristã houve e ainda existe o reconhecimento de que os restos mortais pertencentes a determinadas pessoas os santos possuem certos poderes. Estes em geral envolvem cura, e, conseqüentemente, eram tratados como relíquias sagradas. Conservadas em tumbas magníficas, tornaram-se foco de peregrinações. Acredita-se que estas relíquias, quando acompanhadas de preces, formam, para os crentes, um elo com o espírito do santo na esperança de obter alguma graça sob a forma de milagre. Da mesma maneira, o crânio, nos rituais, agia como foco de moradia para um espírito. Havia somente esse tipo de contato em nível pessoal para o grupo ou coven e restrito somente àquele grupo.

No passado, várias culturas criaram alguma mitologia sobre crânio ou ossos como instrumentos de culto. Historicamente falando, no caso do pensamento europeu, essas idéias basicamente originam-se no culto celta às cabeças. Para os celtas, a cabeça era a fonte de poder espiritual e força de vida do homem. Com ela, o poder do homem morto era transferido para quem o tivesse matado e trabalharia a seu favor. Ao segurá-la, a coragem e a bravura do guerreiro morto poderiam ser invocadas para agir como defesa contra qualquer forma de perigo sobrenatural.

Ao decorar a casa, paliçada, estaca do portão ou os portais do templo com crânios ou cabeças cortadas tanto dos inimigos do clã como dos guerreiros da tribo, a mensagem era: esse local ou área está defendido pelas almas unidas desses guerreiros mortos. A crença de que existe uma relação entre a alma da pessoa morta e a cabeça fazia com que o crânio de um antigo sacerdote ou xamã servisse freqüentemente como foco no ritual de invocação da alma de um homem morto, habitante do outro mundo. Como na vida era reconhecida como moradia do poder espiritual da pessoa viva, na morte tornava-se a casa vazia do mesmo espírito. Por meio do ritual, aquele espírito podia ser chamado para aquele objeto reconhecível a fim de ajudar e proteger os membros vivos da família, grupo ou clã do morto.

Uma das coisas que achamos difícil compreender hoje em dia é que a morte não fosse barreira entre os mundos, como é agora. Com as palavras “descanse em paz”, o que estamos querendo dizer ou pedir é que a alma da pessoa permaneça em seu mundo e não atravesse para o nosso, embora para os celtas os mundos físico e psíquico estivessem interligados nesse plano. Em vez da luz e das trevas, havia um reino obscuro através do qual determinadas pessoas podiam atravessar a separação entre o mundo dos vivos e o dos mortos, trazendo informação, enquanto os mortos podiam contatar os vivos com os mesmos objetivos em mente. Dessa forma, passado e futuro podiam ser trazidos para o presente. Ao reconhecer isto, considera-se possível para a alma atravessar do outro mundo para este, o material, sob a forma de guardião ou espírito profético.

Ao reconhecer a possibilidade de contato com o bem vindo do além, não podemos nos esquecer de que o mal possui o mesmo poder. Portanto, é necessária proteção sobrenatural contra o mal sobrenatural. O culto ao crânio deveria crescer para se equiparar às necessidades espirituais de qualquer época.

Acredito que tenhamos nos afastado desses conceitos e idéias, tendendo a considerá-las fantasia e superstição primitivas. Mas o fato de termos agido dessa maneira não significa que não haja verdade nisso tudo. Muitas pessoas acreditam na imortalidade da alma, embora, ao mesmo tempo, neguem a existência de fantasmas. A idéia de que um “fantasma” é o eco de acontecimentos passados constitui uma das teorias atuais mais comentadas. Isto ignora o reconhecimento de que, se existe alma imortal dentro de uma pessoa, essa alma deve ter o poder de retornar a um determinado local de alguma forma importante para ela em existência passada.

Neste sentido, o crânio dentro do círculo é o reconhecimento desse fato. Além disso, os ritos e rituais ligados ao crânio não são, de forma alguma, tentativa de chamar os mortos por encantamentos ou para prender aquela alma ou espírito para servir ao grupo. Qualquer contato feito com o outro lado será na base de vontade e desejo mútuo de ambos os mundos, dentro do contexto das práticas e rituais da arte.

Quero dar outro aviso. O fato de haver determinada utilidade no crânio em determinados aspectos da prática da Arte não justifica a profanação em nome da fé. Os grupos podem e realizam rituais sem ele. Alguns nnunca sequer pensaram em ter um. Quanto a isso, se houver a possibilidade e o grupo desejar obter um crânio por meios legais de fornecimento a escolas de medicina, não há razão para não fazê-lo. Mas não podemos esquecer que um grupo que usa um crânio está aberto a todos os tipos de carga.

Um dos primeiros rituais é o de limpeza do crânio realizado com e em nome dos quatro elementos: terra, ar fogo e água. Por trás desse ato está o reconhecimento de que o crânio deve ser limpo de todas as suas ligações passadas. Num sentido oculto, o crânio não está sendo usado como meio de chamar de volta a alma que o habitou, mas como meio de atrair o fantasma de uma pessoa com ligações com a feitiçaria. Nesse sentido, o crânio age como uma chave para o reconhecimento de que, por um lado, o grupo está trabalhando dentro da estrutura reconhecível de “O Crânio dentro dos ritos”. Por outro, os membros do grupo estão se abrindo para um contato sobre o rio do esquecimento.

Com esse objetivo, a pergunta é exatamente o que está sendo contatado ou o que está vindo. Será uma pessoa que morreu há muito tempo e que espera o renascimento ou um aspecto do Deus Cornudo, se manifestando enquanto pessoa? Esta é mais uma pergunta sem resposta. Creio que, na maioria das vezes, se trata do fantasma, espírito ou alma de alguém que já morreu e pertenceu à Fé. Acredito nisto porque, nos casos em que soube que o crânio estava sendo usado, o contato gradualmente revelou um caminho individual reconhecível. Em um deles, o contato era feminino, com nome e vida passada claramente identificável. Em outro (e nesse somente repito o que me foi revelado), era masculino e grande apreciador de mulheres e de piadas sujas, embora em ambos os casos o contato tenha se tornado real com um grande fluxo de material inspirado para trabalhos desse tipo.

Para introdução do crânio no círculo, talvez a melhor idéia seja um trabalho interno. Pela natureza passiva do rito, e sendo necessária a introdução ao movimento real, as chaves principais são a paciência e a simplicidade. No lugar do fogo no centro do círculo, é colocado o crânio entre duas velas, com todos os presentes sentados à volta e virados para o centro. Aqui começa a paciência. Nesse caso, é somente esperar pela primeira leve sensação de contato mútuo. Gradualmente isso se fortalecerá e se delineará até uma forma reconhecível e estabelecimento do sexo.

Há uma troca de idéias entre os membros, como impressões sobre o que sentem quanto à identidade do contato que emana do crânio. No final, chega-se a um nome consensualmente aceito. O crânio, então, recebe formalmente o nome, e por meio disto é trazido para o coven ou para o grupo, como um dos membros invisíveis, parte da companhia oculta.

A partir do nome, a persona do contato tende a se fortalecer e a se desenvolver em contato reconhecível, com suas artimanhas e fraquezas particulares. Assim, quando houver uma taça de vinho consagrado em um dos encontros, a prática é colocar uma libação em sua homenagem e memória. Isto é feito porque ela também é parte do grupo de trabalho.

Cerca de três ou quaro meses antes da dissolução do meu grupo, houve uma sensação gradual de que o espírito de contato estava se desprendendo do grupo. No final, sentíamos que o nosso crânio estava “vazio”, e que nosso contato se mantinha firme do outro lado.

Para alguns, tudo isso parecerá fantasioso e motivo de críticas. Para ser franca, também tive dúvidas quanto ao primeiro caso. O que fiz foi sentar e esperar. Após algum tempo, comecei a sentir que havia ali mais do que supunha. Havia uma resposta definida que vinha do crânio. Para minha surpresa, não era o tipo de resposta que eu esperava. Não havia um fluxo súbito de conhecimento esotérico do que poderíamos descrever como um líder do passado contatando os novos seguidores desse lado. Era muito mais sutil do que isso e difícil de ser compreendido.

Parecia ser o eco de uma vida passada, com outro eco de outra vida. Havia um sentido de perplexidade e do porquê ela sentia o chamado do grupo. Aos poucos, quando alguns aspectos de sua natureza se tornaram conhecidos, compreendemos que o seu fantasma ou espírito estava aprisionado nela. Ela não tinha sido, naquela vida, uma seguidora da Deusa, porém, subjacente àquela memória havia uma outra, e era aquela memória de vida passada que estava respondendo, por intermédio do último renascimento e memória, e respondendo ao nosso chamado.

Em algumas ocasiões, havia a sensação distinta de que ela não queria estar ali e da falta de compreensão do porquê estava. Em outras, sentíamos a sua vontade de estar e a compreensão do que buscávamos e estávamos tentando conseguir. Nesses encontros havia a sensação da ligação com o passado e da sua lembrança que se refletia na maneira de como toda a natureza dos rituais havia mudado. Pelo menos, dois ou três de nós, a cada encontro, outros dois ou três que sentiam. No fluxo e refluxo desse contato, cada um de nós voltou com melhor compreensão, que foi muito considerada antes de ser posta em prática.

 

O Ritual da Purificação e da Aprovação:

Como já foi dito antes, em primeiro lugar o crânio deve ser limpo das influências passadas. Se for trazido para o círculo antes disso, haverá grande possibilidade de se reativar experiências traumáticas de vidas passadas, e, ao mesmo tempo, as portas ficarão abertas a todo tipo de sordidez. Pela natureza não-realizada de acontecimentos passados que emanam do crânio, as forças do caos podem e com freqüência se aproveitam e usam a abertura criada pelo crânio para fluir. Quando o caos penetra o círculo, é preciso forte ação mágica para fazê-lo retornar ao seu lugar. Por isso, de maneira alguma um crânio deve ser trazido para o círculo antes de ser limpo.

Cabe ao grupo decidir o local e o momento desse rito. Por sua natureza, prefiro o período da Lua Nova e acho que deve ser realizado como evento especial e não enquanto aproveitamento de um outro encontro. Mas isto é escolha pessoal. Como é necessário um ponto de fogo bem grande, maior do que a chama simbólica da vela usada para trabalhos internos, o lugar apropriado é um círculo externo consagrado e totalmente magnetizado. Isto é realizado com e em nome dos elementos da terra, ar, fogo e água. São escolhidos quatro membros para representá-los e participar como tal na ordem ritual correta.

 

Estágio 1

Se houver outros membros presentes durante o ritual, devem entrar no círculo antes e se colocar junto à borda, do lado de dentro. Entram, então, os membros que vão representar os quatro elementos. A pessoa que representa o Ar coloca o crânio perto do fogo, e o círculo é fechado. Com os representantes dos quatro elementos juntos no centro do círculo, o reto do grupo começa a “rodar o moinho’ em movimento widdershins, até que o Ar sinta que pode parar, quando então, pega o crânio com a mão direita e, com a esquerda, simula tirar alguma coisa do crânio pelas narinas, enquanto diz:

Ar: “Assim como eu retiro a respiração destas narinas… assim a vida e a memória da vida passada são retiradas.”

Isto é feito três vezes, usando-se as mesmas palavras. O crânio é recolocado perto do fogo. A Terra se aproxima e diz:

Terra: “Eu represento a Mãe de cujo ventre provém toda a vida… e também o lugar para o qual, com a morte, todos retornaremos… e salpicando essa terra… eu simbolizo esse retorno.”

Isto é repetido três vezes e, a cada vez, um pouco de terra que foi levada para esse propósito para dentro do círculo é salpicada sobre o crânio. O Fogo, então, segura o crânio com a mão direita e o passa nas chamas com a mão esquerda, dizendo:

Fogo: “Assim como tu passaste pela sepultura e pelos fogos da purificação… Local onde ambos, passado e presente, se queimaram em ti.”

Isto é feito três vezes, e o crânio é recolocado no seu lugar pelo Fogo. A Água se aproxima dizendo:

Água: “Com as águas do tempo e do perdão… Eu lavo tanto o passado como o presente… até que o renascimento te mande de volta a esse mundo para viveres uma nova vida.”

Novamente isto é feito três vezes, e a cada vez um pouco de água é aspergida sobre o crânio. Aqui termina essa parte do rito.

Estágio 2

Naturalmente, o segundo estágio é o do nome. deve ficar claro que, mesmo que faça parte do rito da purificação, esse estágio pode e muitas vezes é realizado em data posterior, e geralmente ao ar livre. Como já mencionado, o crânio é trazido para o círculo traçado na forma usual para essa ocasião. De preferência, deve ser transportado por um membro do sexo masculino. É colocado entre duas velas. O restante do grupo se senta em torno e se dá as mãos, enquanto focaliza a atenção no crânio. Aos poucos as impressões começam a surgir e, se alguém tiver uma que seja bem forte e definida, deve mencioná-la. À medida que a sensação for se intensificando, surgem o nome, o estilo da vida passada e uma sensação geral sobre o contato. Num determinado momento, quando sentir que deve, a Senhora [a suma sacerdotisa ou Magistra] pega o crânio com a sua mão direita e sopra nas cavidades das narinas, dizendo:

Senhora: “Por intermédio da nossa Senhora e em seu nome… eu sopro a vida proveniente do grupo em ti… Em seu nome… que assim seja.” [Obs: Senhora é um modo de se referir à Deusa, e não tem nada a ver com a “Nossa Senhora” dos cristãos. Não confunda.]

Coloca o crânio novamente no lugar e, a seguir, arruma três fios de lã colorida no topo do crânio, cruzando-os entre si:

Primeiro, o fio vermelho, símbolo do elo vermelho da vida pelo renascimento. [horizontalmente]
Segundo, o fio preto do conhecimento e símbolo do membro iniciado do coven.
[Assim: / ]
Terceiro, o fio branco da morte e do mundo além da morte.
[Formando um X com o fio anterior. O conjunto parece um X cortado horizontalmente por um travessão]

Nesse ponto, haverá uma reação sentida por todos. Se for boa, significa que foi aceito. Um pouco de vinho retirado da consagração é aspergido sobre o crânio pela Senhora [Magistra] com as palavras:

Senhora: “Em nome do (grupo, coven ou clã) e com este vinho… eu te nomeio (nome) sabendo que por meio desse crânio… tu escolheste ser chamado por nós e de boa vontade te uniste a nós para auxiliar na adoração aos Deuses Antigos… e, acima de tudo, à Deusa.”

Antes de terminar o rito, todos partilham uma taça de vinho em honra do novo contato, e, mais uma vez, um pouco de vinho é aspergido sobre o crânio. Assim, o crânio recebe um nome e, aos poucos, o contato é estabelecido.

 

O Crânio Dentro dos Rituais:

A principal função do “crânio dentro dos rituais” é a de servir como acesso aos trabalhos especiais. Por seu intermédio e vindo do outro lado surgem com freqüência um clarão de iluminação e o conhecimento que, em um instante, impulsiona todo o grupo vários degraus à frente no caminho. Muitas vezes confirmam-se os objetivos e as ambições do grupo ou coven. Além disso, há novos pensamentos e idéias colocados nas mentes do grupo, que ampliam o caminho a ser trabalhado e também abrem outros. Nesse sentido, o contato espiritual se torna ou ganha atributos do sacerdote-rei orientador e líder que habita a tumba real.

Em outro aspecto, torna-se o crânio da profecia. No passado, quando era mais utilizado para isso, segurava-se o crânio com as mãos enquanto se fazia a pergunta. Se ele ficava mais leve, a resposta era “sim”. Se ficasse mais pesado, a resposta era “não”. Hoje, em vez de segurá-lo, coloca-se o crânio no centro do círculo de um ambiente obscurecido, dirigindo-se as perguntas ao espírito de contato. Todos os presentes colocam a mente num tipo de fluxo livre, até que as respostas comecem a chegar.

Para ser sincera, não estou muito convencida de que todas as respostas sejam enviadas pelo espírito. Pelo simples fato de várias mentes estarem buscando uma resposta por meio do contato externo, isto propicia que elas mesmas encontrem as respostas dentro delas. Qualquer que seja a origem, as respostas chegam com o tempo e, posteriormente, mostram que estavam corretas. Existe outra forma de tradição em relação ao crânio dentro da Arte, que chegou até nós por intermédio de ancestrais muito antigos, embora hoje seja utilizada muito raramente, se é que ainda o é. É o uso do crânio como totem, o símbolo animista do clã, que evoluiu gradualmente para outra forma de ritual. Por isso, e também como assunto de interesse histórico, devo descrevê-lo.

Desde os tempos pré-históricos, tem havido o reconhecimento do elo mágico entre o caçador e sua vítima. Foram encontrados vários exemplos desse elo, desde as famosas pinturas rupestres da máscara de veado, do Deus coberto de hera ou do mago na Caverne des Trois Frères, em Arège, até as pilhas ritualísticas de ossos de animais escondidas no fundo das cavernas. Crescendo nesse conceito de harmonia mágica entre caça e caçador, passando por determinados rituais mágicos, o passo seguinte seria o reconhecimento gradual por parte do clã ou da tribo do animal envolvido: urso, bisão, veado ou qualquer outro. Entrelaçado com o conceito do ritual para uma caçada proveitosa veio o reconhecimento de que a fertilidade das espécies caçadas era de importância primordial. Se elas não procriassem, significaria a fome para a tribo.

O tempo trouxe mudanças. Não havia mais rituais realizados no fundo das cavernas, mas ao ar livre, dentro do círculo. Como parte do ritual, a agora familiar estaca das Bruxas era montada como porta de acesso ao círculo. No lugar da estaca em forquilha que conhecemos, havia um mastro reto com um crânio do animal totêmico fincado na extremidade. Embora a vida tenha mudado da sobrevivência que dependia das caçadas para as atividades agrícola e pastoril, no ciclo da natureza e na fertilidade dos campos, o culto ao Deus Cornudo e a Deusa Grávida ainda tem garantindo o seu lugar.

Nessa fé havia ainda o conceito do sacrifício animal como agradecimento aos deuses guardiães dos rebanhos e manadas e, acima de tudo, à Deusa Mãe da terra. Na verdade, parte do animal sacrificado era consagrada aos deuses e queimada no fogo sagrado. O resto era cozido e comido depois pelo grupo. Era festa sagrada, partilhada pelos deuses e pelo povo. O que tinha sido praticado dentro das cavernas era realizado agora ao ar livre, com envolvimento maior do grupo ou clã nos rituais. Mesmo que as circunstâncias e o estilo de vida tenham mudado, o conceito de fertilidade permanece o mesmo. mudando apenas na aparência externa. Em vez de boa caçada, orava-se por boa colheita.

À medida que o conceito da Deusa e dos Deuses Antigos tomava forma mais humana, a natureza do sacrifício também mudava.

Assim como a vida se tornava mais complexa e organizada, expandia-se a visão sobre os deuses. Em vez do sacrifício animal, surgia o conceito do mensageiro humano. Deuses e Deusa ganhando caráter mais humano podiam ser contatados por um ser humano, essa alma levando as preces e os pedidos da tribo. Desenvolvido paralelamente ao conceito de mensageiro dos deuses, e com o mesmo objetivo de força e bem-estar para a tribo, surgiu o sacrifício do Rei Divino, em que a força da tribo era fixada em uma pessoa não por direito de nascimento ou de herança, mas por seleção. Enquanto o rei fosse forte e vigoroso, assim seria a tribo. Sacrificado em seu apogeu, o rei tornava-se companheiro dos deuses pelo bem da tribo.

Posteriormente esse conceito foi modificado, e o sacrifício voltou mais uma vez a ser animal, com o que surgiu o conceito muito interessante de bode expiatório. O infeliz animal, portador de todos os males e pecados da comunidade, deveria levá-los diante dos deuses junto com a sua vida, como símbolo de expiação e pagamento para libertação_ uma vida substituindo a do rei.

Com esse conceito da possibilidade de transferir doenças e pecados para um animal a ser sacrificado e, ao mesmo tempo como lembrança do sacrifício do Rei Divino, o Mestre [Sumo Sacerdote/ Magister] detém os poderes de um líder, e deve pagar um preço por esses poderes.

Durante sete anos, pelas graças da Senhora [Suma Sacerdotisa/ Magistra], o Mestre lidera o coven. No final do sétimo ano, o preço dessa regra é transferido para o “Carneiro Real”. A vida do carneiro é oferecida à Deusa, substituindo a do Mestre. As partes sagradas são oferecidas ao fogo sagrado, e as outras são utilizadas nas festas sagradas. A cabeça do carneiro sacrificado é queimada ao lado da “Ponte entre os Dois Mundos”. Por essa razão, o avental algumas vezes usado pelo Mestre como parte doas seus paramentos, como no caso dos utilizados por outros membros, simboliza nada mais do que o avental do açougueiro.

Hoje em dia não há mais necessidade do sacrifício. Ele foi substituído pelo juramento do ofício feito e confirmado pela Senhora e pelos quatro oficiantes a cada sete anos. Entretanto, podemos ocasionalmente achar um grupo que marca a sua porta de entrada para o círculo com uma cabeça queimada de carneiro como lembrança do espírito-totem animista do clã. Da mesma maneira, a estaca ou mastro em forquilha e o símbolo do jovem Deus Cornudo das florestas e da caça, aquele que permanece entre o coven e a Mãe, a Deusa.

[Aqui termina o texto de EJJ e Doreen Valiente. É interessante comparar isso com o que Gardner diz sobre o carneiro.]

 

Livro: O Significado da Bruxaria

Autor: Gerald Gardner



Se houvesse o abate de animais durante esses festivais provavelmente serviam a propósitos mundanos, como alimentação, e as fogueiras serviram para cozinhar; porque nenhum encontro de bruxas era, ou é, uma comemoração completa sem alguma espécie de refeição festiva. Quando as pessoas vinham de longas distâncias para esse ponto de encontro, elas desejavam uma refeição substancial, e a carne e as bebidas faziam parte da atração do sabá das bruxas. A Igreja tentou dispersar essa atração perigosa divulgando a história de que a carne e a bebida das bruxas na verdade continham todos os tipos de substâncias horríveis e asquerosas a fim de fazer com que o sabá parecesse repulsivo, para que as pessoas não mais desejassem freqüentá-lo. Porém, a monstruosidade dessa história frustra o seu propósito; porque quem sairia de sua cama aconchegante, à noite, e percorreria longas distâncias pelo adorável prazer de comer imundícies e beijar o tergo de um bode? As pessoas comuns iam aos sabás das bruxas por uma razão natural e compreensível, porque elas viviam bons momentos ali.

Creio que seja importante ressaltar que, embora a maioria das ilustrações nos trabalhos dos oponentes à bruxaria pareçam, à primeira vista, ser trabalhos da fantasia e da imaginação, se não da loucura, ao analisar vários deles com uma bruxa, ambos percebemos que vários aspectos estavam corretos.

Na verdade, era como se o homem que tivesse feito o desenho tivesse estado presente e visto algo que ele não havia compreendido, ou possivelmente tivesse conversado com alguém que havia visto. (Obviamente ele devia ter estado presente nos julgamentos.)

Não posso falar sobre a maioria desses assuntos. Porém, devo mencionar isso. No princípio, eu ficava intrigado com o grande número dessas figuras que mostravam esqueletos de animais, com alguns fragmentos de carne ainda neles. Eles são geralmente retratados como se ainda estivessem vivos e se mexendo. Eu pensava que a intenção fosse simplesmente produzir um quadro horrível até o dia em que presenciei uma festa de bruxaria em um bosque; quando um carneiro inteiro foi “assado” em uma fogueira (e estava muito bom). Foi assado por inteiro, em um enorme espeto de ferro, e, quando pronto, a carne foi destrinchada. Foi uma visão estranha, com as chamas iluminando as árvores, e subitamente vi os contornos do carneiro através da fogueira, suas costelas descobertas, os ossos das quatro patas voltadas para baixo. A luz oscilante da fogueira e a fumaça davam a impressão de que ele se movia como se estivesse vivo, exatamente como mostravam os antigos “quadros de bruxaria”, com exceção de que este não tinha cabeça, e é provável que nos tempos antigos eles o assavam sem tirar a cabeça.

[Aqui termina o texto de Gardner. Se esse carneiro era um Carneiro Real ou não, só as Bruxas que o assaram saberiam dizer.]

O Velho Simon:

Livro: Enciclopédia da Bruxaria
Autora: Doreen Valiente



Quando o Sabá tem que acontecer em lugares fechados, o ritual é modificado conforme a necessidade. Então há geralmente um pequeno altar no centro do círculo. Esse altar deve ter fogo e água sobre ele, de alguma forma, e as bruxas de tradições mais antigas às vezes incluem um crânio e ossos cruzados, ou uma representação deles.

Esse é um símbolo da morte e da ressurreição e, portanto, da imortalidade. Ele é às vezes chamado de “Velho Simon”.

Existe uma crença cristã muito curiosa e antiga de que enquanto restassem um crânio e dois ossos das pernas de um homem, isso seria suficiente para assegurar-lhe um lugar na ressurreição geral do Último Dia. Essa crença pode muito bem ter sido originada do verdadeiro simbolismo do emblema do crânio e dos ossos cruzados. As fraternidades maçónicas também fazem uso do crânio e dos ossos cruzados em suas cerimonias, que descendem, se não na verdade derivaram, dos antigos cultos dos Mistérios.

Pessoas de fora podem considerar esse emblema algo terrível e cruel, principalmente quando visto sob a luz de velas em uma sala escura. Entretanto, os procedimentos na maioria dos Sabás de que participei eram alegres e espontâneos. Eles são responsáveis por algumas de minhas lembranças mais alegres.

[Aqui termina o texto de Doreen]

 

O Crânio no Altar: Modo de Usar

Livro: “Witchcraft: A Mystery Tradition”
Autor: Raven Grimassi

[p. 110]

Um dos mais mal-entendidos objetos que aparecem na Bruxaria é o crânio. Para muitas pessoas este é uma presença perturbadora, e significa morte. Entretanto, na Tradição dos Mistérios o crânio significa conhecimento e sabedoria. Essencialmente, o crânio representa o que resta da experiência de vida de alguém. Nesse sentido, ele representa o que nossos ancestrais sabiam e passaram adiante para as gerações futuras.

Os ossos cruzados representam guarda. Eles formam a figura de um X, o que simboliza o poder sobre o reino da morte. Na arte antiga o X aparece nos tronos de deidades associadas com o Mundo Inferior, e entre o seu simbolismo geral. De muitas maneiras eles simbolizam o mesmo que as espadas cruzadas, que denotam uma irmandade ou ordem secreta. No contexto da última, o crânio representa o conhecimento preservado da ordem.

Muitos comentadores sugeriram que entre os Celtas a prática da caça de cabeças tinha sua raiz em uma tradição espiritual (em oposição a uma de pegar troféus de guerra). Se nós olharmos para o fato de que o crânio retém conhecimento, então remover a cabeça vai proteger esse conhecimento de deixar o corpo com a morte. Há muitos contos celtas associados com o crânio, e com crânios específicos como o do herói Bran o Abençoado.

No conto de Bran, ele instrui seus homens de que após sua morte eles deverão cortar sua cabeça e enterrá-la no lugar onde hoje é Londres. Bran diz que isso irá proteger os Bretões de serem conquistados por invasores. A implicação aqui é que há algo do poder e do espírito de Bran que permanece no crânio.

O tema de reter o espírito ancestral aparece através da Europa Continental e as Ilhas Britânicas. Na Europa setentrional ela aparece no que é chamado o Culto ao Crânio.

[p. 215]

Uma representação de um crânio humano é colocada entre as imagens das deidades. Isso simboliza o conhecimento e sabedoria de nossos ancestrais preservados e passados adiante nos Mistérios. Uma vela preta é colocada no topo do crânio e acesa para os rituais realizados do Equinócio de Outono até o Equinócio de Primavera. Uma vela vermelha é usada do Equinócio de Primavera até o Equinócio de Outono. Preto simboliza o conhecimento ancestral retido em sua fonte, o Outro Mundo. Vermelho simboliza o conhecimento ancestral que flui do Outro Mundo ao mundo dos mortais.

Durante o correr do ano a cor da vela do crânio vai fazer par tanto com a vela da Deusa como com a vela do Deus. Preto representa o reino secreto das sombras, a profunda floresta escura, e a jornada mística que leva ao Outro Mundo. O Deus que escolta os mortos e que auxilia na transição. Cernunnos é um exemplo desse aspecto do Deus.

Vermelho representa o sangue da vida, a pulsação interna que sustenta e dá poder. Relacionado à Deusa, ele corre através da terra debaixo do solo, pois ela é a doadora da vida. Vermelho simboliza o lugar da vida e da renovação, o que se reflete no ciclo menstrual. No contexto da figura do crânio, o vermelho simboliza o conhecimento antigo fluindo da fonte de onde eles brotam.

Na frente do crânio um caldeirãozinho é colocado. Este representa o Portal da Lua [Moon Gate], que é o útero da Deusa. Através da Deusa todas as coisas nascem do Outro Mundo e a ela retornam novamente. Então o caldeirão conduz de e para o conhecimento ancestral. Por causa disso ele contém a essência mágica da transformação.

[Aqui termina o texto do Grimassi.]

Segundo o que Grimassi escreveu em “Bruxaria Hereditária”, uma diferença entre a Bruxaria Italiana e a Bruxaria das Ilhas Britânicas é que, na Italiana, o ano é dividido entre a metade luz (do Cervo) e a metade sombra (do Lobo), sendo que a divisão se faz de Equinócio a Equinócio. Enquanto que, nas Ilhas Britânicas, o ano é dividido entre a metade luz (do Rei Carvalho) e a metade sombra (do Rei Azevinho), sendo que a divisão se faz de Solstício a Solstício. Podemos portanto concluir que, nas Ilhas Britânicas, a vela vermelha seja usada durante o reinado do Rei Carvalho (Solstício de Inverno ao Solstício de Verão), e a vela preta, durante o reinado do Rei Azevinho (Solstício de Verão ao Solstício de Inverno).

 

O Culto de Orfeu:

Livro: Mitos e Tarôs
Autoras: Dicta e Françoise



Segundo se pensa, o primeiro culto [de Orfeu] consistia em envolver uma cabeça, verdadeira ou falsa, com um pano [de linho] ou pedaço de pele, cobrindo apenas o crânio, como se fizesse para ele uma veste; depois, embalar, acariciar esse corpo figurado, até que, pela boca do sacerdote mágico, a cabeça começasse a falar, a profetizar.

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Wicca, A estrutura da arte

Portal a&eA estrutura da arte

 

A Wicca não tem uma autoridade central. Muitos Bruxos são solitários enquanto outros praticam a religião em Covens, que são pequenos grupos de até 13 pessoas que se encontram freqüentemente para cultuar os Deuses. Alguns Covens são iniciáticos, pertencentes a um dos vários segmentos da Wicca, chamados usualmente de Tradições. Outros são grupos de amigos e pessoas que desejam aprender e praticar os rituais sagrados juntos. A Wicca não é uma seita ou apenas uma filosofia ou modo de vida, como muitos afirmam. Ela possui todas as características de uma religião. Segundo o Dicionário:

“A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental”

Aqui temos a Deusa como a fonte e origem de todas as coisas. Dela viemos e para ela retornaremos. Ela é a causa primeira de toda existência. Ela se manifesta imanentemente na natureza e em todas as coisas que existem e transcendentalmente, o que significa que ela também está além desse tempo e espaço.

“bem como o conjunto de rituais”

A Wicca possui um calendário litúrgico com 8 Sabbats (Rituais sazonais) e 13Esbats (Rituais de plenilúnio). Além disso, existe todo um corpo estruturacional de como esses rituais são realizados com temas e simbolismos comuns à maioria dos praticantes da Wicca. Todos os rituais se iniciam com o lançamento do círculo, invocação aos quadrantes, aos Deuses e terminam com o destraçar do Círculo. Não importa se você esteja aqui, no Estados Unidos, na Inglaterra, no Japão ou no Tibet. Se lá existir um Wiccaniano ele iniciará seus rituais usando o mesmo procedimento, ou algo muito semelhante, que qualquer outro Wiccaniano em qualquer lugar do mundo usaria. É esta coesão que caracteriza uma religião. Uma seita não tem coesão em sua simbologia, filosofia e ritualística.

“e códigos morais que derivam dessas crenças.”

Na Wicca existem 2 códigos morais simples que são observados: O Dogma da Arte e a Lei Tríplice

O Dogma da Arte, também chamado de Rede Wiccaniana, é um código moral simples que diz

“Faça o que desejar, sem a ninguém prejudicar”.

É seguido por todos os praticantes da Wicca, ou ao menos deveria ser, assim como os 10mandamentos deveriam ser seguidos por todos os Cristãos. A Lei Tríplice é outro fundamento Wiccaniano aceito e que afirma que

“Tudo o que fazemos para o bem ou para o mal volta a nós triplicado e nesta encarnação”.

Trata-se de um fundamento, derivado do Dogma da Arte, e que é comumente aceito por todos. Por isso, para que não haja confusão, faz-se mister relacionar uma pequena lista com respostas para as diversas deturpações atribuídas à Bruxaria:

  • Bruxos não acreditam nem honram a Deidade conhecida como Satã, Diabo ou Demônio
  • Bruxos não sacrificam animais ou humanos
  • Bruxos não usam fetos abortados em seus rituais
  • Bruxos não renunciam formalmente o Deus Cristão, apenas acreditam em outros aspectos divinos
  • Bruxos não odeiam os cristãos, a bíblia ou Jesus, nem são anticristãos, apenas não são cristãos
  • Bruxos não são sexualmente anticonvencionais
  • Nos Sabbats e Esbats não são utilizados nenhum tipo de drogas ou são feitas orgias sexuais
  • Bruxos não praticam necessariamente Magia Negra
  • Bruxos não forçam ninguém à fazer algo que agrida o seu interior
  • Bruxos não estão tentando subverter o Cristianismo
  • Bruxos não profanam Igrejas Cristãs, hóstias e bíblias
  • Bruxos não fazem pacto com o Diabo
  • Bruxos não cometem crime em nome de sua religião

A Bruxaria tem sua própria filosofia sobre a reencarnação e vida após a morte, como toda e qualquer religião, assim como também possui códigos de ética e conduta que todos deveriam respeitar e seguir para guiar suas vidas. Certamente existem muitas variações de crenças e conceitos entre os vários ramos da Wicca.

Embora os ritos, símbolos e costumes possam ser diferentes, todas as Tradições apoiam-se em pontos comuns:

  • Convicção na reencarnação
  • Crença nos aspectos femininos e masculinos do Divino
  • Respeito na mesma proporção não só a seres humanos, mas para a Terra, animais e plantas
  • Observação da mudança das estações do ano, com 8 Sabbats Solares e 13Esbats lunares, perfazendo 21 ritos anuais
  • Repúdio ao proselitismo
  • Igualdade à mulheres e homens. Apesar de a mulher ser mais enfocada muitas vezes, ambos gêneros são considerados complementares e importantes para a vida
  • Realização dos rituais no interior de um Círculo Mágico, pois o Círculo é um espaço sagrado usado para a adoração
  • Importância aos “3 Rs”: REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR
  • O sentido de servidão à Terra
  • O respeito a todas as religiões e à liberdade religiosa
  • O repúdio por qualquer forma de preconceito
  • Consciência em relação à cidadania Bruxos nunca comprometem seus filhos com a sua fé particular, pois acreditam que cada um deve seguir o seu próprio caminho. As crianças sempre são ensinadas à honrar sua família, amigos, a ter integridade, honestidade, a tratar a Terra como sagrada e a amar e respeitar todas as formas de vida. A Wicca é vista pelos seus praticantes como uma religião que inclui uma forma devida e por possui inclui uma filosofia religiosa, de ética e de conduta pessoal, permitindo a manifestação da individualidade religiosa como é sentida, mas encorajando a responsabilidade social e ambiental.

(Fonte: Wicca para Todos, de Claudiney Prieto)

 

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Wicca – A lenda da Deusa no reino da morte

Portal a&eA Deusa no reino da morte

(mito tradicional da Arte)

 

Nos tempos antigos, nosso Senhor, o Cornudo, era (e ainda é) o Consolador, o Confortador. Mas os homens o conheciam como o terrível Senhor das Sombras, solitário, inflexível e justo. Mas nossa Senhora, a Deusa resolveria todos os mistérios, até mesmo o mistério da morte; e assim ela viajou ao Mundo Subterrâneo. O Guardião dos Portais a desafiou…

“…Tira tuas vestes, põe de lado tuas jóias, pois nada tu podes trazer contigo o interior desta nossa terra.”

Assim ela se despojou de suas vestes e de suas jóias, e foi amarrada, como todos od vivos que buscam ingressar nos domínios da Morte, a Poderosa, têm que ser.

Tal era a beleza dela, que a própria Morte se ajoelhou e depositou sua espada e coroa aos seus pés…

… e beijou seus pés, dizendo: “Abençoados sejam teus pés, que te trouxeram por estes caminhos. Permanece comigo, mas deixa que eu ponha minhas mãos frias sobre o teu coração.
” E ela respondeu: “Eu não te amo. Por que fazes todas as coisas que amo e nas quais me comprazo fenecerem e morrerem?”

“Senhora” – respondeu a Morte – “trata-se da idade e da fatalidade, contra as quais sou impotente. A idade, o envelhecimento, leva todas as coisas a definharem; mas, quando os homens morrem ao desfecho de seu tempo, concedo-lhes repouso, paz e força para que possam retornar. Mas tu, tua és linda. Não retornes, permanece comigo.” Mas ela respondeu: “Eu não te amo.

” E então disse a Morte: “Se não recebem minhas mãos sobre seu coração, tens que te curvar ao açoite da Morte.” “É a fatalidade, melhor assim…” – ela disse e se ajoelhou. E a Morte a açoitou brandamente.

E ela bradou: “Eu conheço as aflições do amor.”

E a Morte se ergueu e disse: “Sejas abençoada.” E lhe deu o beijo quíntuplo, dizendo: “Assim apenas pode atingir a alegria e o conhecimento.

” Então a Morte desamarra os seus pulsos, depositando o cordel no chão.

E ele a ela ensina todos os seus mistérios e lhe dá o colar que é o círculo do renascimento.

A Deusa, então, toma a coroa e a recoloca na cabeça do Senhor do Mundo Subterrâneo.

E ela ensina a ele o mistério da taça sagrada, que é o caldeirão do renascimento.

A Deusa toma o cálice em ambas as mãos, eles se entreolham, e ele coloca ambas as mãos nas dela.

Eles amaram e se tornaram um, pois há três grandes mistérios na vida do homem, e a magia os controla todos. Para realizar o amor, tendes que retornar novamente no mesmo tempo e no mesmo lugar daqueles que são os amados; e tendes que encontrá-los, conhecê-los, lembrá-los e amarrá-los de novo.

O Senhor do Mundo Subterrâneo solta as mãos da Deusa e esta recoloca o cálice no seu lugar. Ele toma o açoite em sua mão esquerda e a espada na sua mão direita e fica na posição do Deus, antebraços cruzados sobre o peito, espada e açoite apontados para cima. Ela fica na posição da Deusa, pernas escarranchadas e braços estendidos formando o pentagrama.

Mas para renascer tendes que morrer e ser preparado para um novo corpo. E para morrer tendes que nascer, e sem amor não podes nascer. E nossa Deusa sempre se inclina para o amor, e o júbilo, e a ventura; e ela protege e acaricia suas crianças ocultas na vida, e na morte ministra o caminho da comunhão com ela; e mesmo neste mundo ela lhes ensina o mistério do Círculo Mágico, que é disposto entre os mundos dos homens e dos Deuses.

Mito tradicional da Arte.

(Fonte:”Oito Sabás para Bruxas” de Janet e Stewart Farrar, Ed.Anúbis)

 

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