Invocação e ritual de Hécate

Hecate

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Hécate, a misteriosa Deusa das Trevas e protectora de todos os Bruxos, é a personificação da lua e do lado escuro do princípio feminino. Seu nome é grego e significa “aquela que tem êxito de longe”, o que a liga a Diana (Artemis), a virgem caçadora da lua.

Na mitologia, Hécate era filha dos titãs Perses e Asteria, e acreditava-se que vagava pela terra e assombra­va as encruzilhadas nas noites sem lua com uma matilha de cães fantasmagóricos e uivantes.

Como Diana, Hécate pertence à classe das deidades portadoras de archote, sendo retratada portando um, afim de se ajustar à crença de que era a deusa lunar nocturna e poderosa caçadora que conhecia seu caminho no reino dos espíritos. Controlava as fases de nascimento, vida e morte, e dizia-se que os poderes secretos da Natureza estavam sob seu comando.

Embora os cães fossem os animais mais sagrados para ela, Hécate estava associada às lebres na antiga Grécia, como a sua equivalente germânica, a deusa lunar Harek.

(A lebre, de acordo com uma série de hieróglifos egípcios, é um “sinal determinador que define o conceito do ser, e simboliza, em consequência, a existência elementar. Para os antigos chineses, a lebre era tida como animal de augú­rio, e dizia-se que vivia na lua.)

Na arte, Hécate é muitas vezes representada como uma mulher com três cabeças, com serpentes sibilantes entrelaçadas em seu pescoço.

Por essa razão, ela é chama­da de Triforme —símbolo que pode estar ligado aos três níveis. Nascimento, Vida e Morte (representando o Passa­do, o Presente e o Futuro) e à trindade da Deusa Tripla: Virgem, Mãe e Anciã.

Hécate é uma poderosa deidade lunar, e todos os rituais realizados em sua honra devem ser feitos:

– à meia-noite,

– em noites sem lua

– ou ao nascer da lua do dia 13 de Agosto, o principal festival pagão de Hécate.

 

O RITUAL

Antes de começar a invocação e o ritual, escolha um local retirado numa clareira escura, calma e cercada de árvores, e trace um círculo de pedras com cerca de 3 a 4m de diâmetro.

No ponto norte do círculo, monte um pequeno altar.

Coloque um símbolo da Deusa (alguma estatueta ou figura feminina, por exemplo) no topo do altar e acenda um incenso de olíbano, mirra ou jasmim diante dela.

A esquerda do símbolo da Deusa, coloque uma vela preta e um cálice com vinho branco.

À direita, outra vela preta, um punhal consagrado, um sino de latão, uma tigela com água e um prato com sal marinho.

Velas elementais bran­cas deverão ser colocadas nos pontos leste, sul e oeste do círculo.

Uma vela elemental representando o norte deverá ser colocada por trás da figura da Deusa no altar.

A Alta Sacerdotisa (ou o Solitário) acenderá as velas e, então, abençoará a água, mergulhando a lâmina do punhal na tigela com água, dizendo:

EU TE EXORCIZO,

OH CRIATURA DA ÁGUA,

SOB O NOME DIVINO DE HÉCATE E RETIRO DE TI

TODAS AS IMPUREZAS E ESPÍRITOS IMUNDOS.

ASSIM SEJA.

A Alta Sacerdotisa colocará a ponta do punhal no sal e o purificará, dizendo:

ABENÇOADO SEJA ESTE SAL

EM NOME DA DEUSA HÉCATE.

QUE TODA A MALIGNIDADE E TODOS OS OBSTÁCULOS

SEJAM AFASTADOS DAQUI PARA A FRENTE

E QUE PENETRE TODO O BEM.

ASSIM SEJA.

O punhal voltará para o altar, e o sal será, então, despejado na tigela com água.

A Alta Sacerdotisa traçará o círculo com a sua espada na direcção destrógira, dizendo:

EU TE CONJURO, OH CÍRCULO DE PODER,

PARA QUE TU SEJAS UM ANEL DE PROTEÇÃO

QUE PRESERVE E CONTENHA O PODER QUE SURGIRÁ DENTRO DELE,

UM ESCUDO CONTRA TODA A INIQUIDADE E TODO O MAL

PARA O QUE TE ABENÇOO

E CONSAGRO EM NOME DE HÉCATE,

DEUSA DAS TREVAS,

DEUSA DA LUA.

A Alta Sacerdotisa acenderá um fogo no centro do círculo e colocará sobre ele o caldeirão pintado com símbo­los lunares e cheios de uma mistura perfumada de água da fonte, óleo de rosa e mel.

A bebida deverá ser colocada para ferver e, então, a Alta Sacerdotisa adicionará uma pitada de pedra lunar em pó, penas de corvo preto, um pouco de geada colhida à luz da lua e plantas místicas governadas pela lua: erva-moura e lunária.

(Os ingredientes originais do caldeirão na antiga versão do ritual de Hécate falava nas vísceras de um lobo juntamente com os outros mencio­nados; entretanto, esse ingrediente foi omitido na versão moderna, pois seria extremamente difícil, além de perigo­so, de ser obtido pelo Bruxo.)

Após todos os ingredientes terem sido colocados, a mistura fervente será mexida com um galho seco de olivei­ra.

A Alta Sacerdotisa ficará de pé diante do caldeirão, voltada para o norte, com os braços estendidos, e dirá:

EU VOS CONVOCO,

OH FORÇAS INVISÍVEIS DA NATUREZA,

A SE REUNIREM EM TORNO DE MIM NESTE CÍRCULO,

POIS NA HORA MÍSTICA DA NOITE

INVOCO A DEUSA ESCURA

DA LUA.

INVOCO E CONJURO A TI, HÉCATE,

DEUSA DO SUBMUNDO

E PROTETORA DE TODOS OS BRUXOS.

VEM AGORA PARA ESTE CÍRCULO DE FOGO,

POIS EU REALIZO ESTE RITUAL

EM TUA HONRA.

Todo o coven deverá ajoelhar-se diante do altar, vol­tado para a imagem da Deusa, enquanto a Alta Sacerdo­tisa tomará o cálice de vinho com ambas as mãos e dirá:

EM TUA HONRA,

OH GRANDE DEUSA HÉCATE, EU FAÇO ESTA LIBAÇÃO E TOMO ESTE BRINDE.

A Alta Sacerdotisa derramará algumas gotas de vi­nho no chão diante do altar, como oferenda à Deusa.

Levará o cálice aos lábios, tomará um gole do vinho e o entregará ao Alto Sacerdote, que beberá um pequeno gole e o colocará de volta em seu lugar no altar.

Ele pegará o sino e o tocará três vezes, enquanto a Alta Sacerdotisa segurará o punhal com a mão direita, apontará com ele o céu, dizendo:

NESTA HORA ESCURA E MÍSTICA DA NOITE A DEUSA HÉCATE REINA SUPREMA E EM TEU NOME EU LOUVO AGORA:

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! BENDITA SEJAS!

A Alta Sacerdotisa beijará a lâmina do punhal e o colocará de volta no altar, enquanto o coven repetirá o cântico:

EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! EU TE SAÚDO, OH HÉCATE! BENDITA SEJAS!

Em seguida, todo o coven deverá relaxar e meditar sobre a imagem da Deusa.

Poderão ser entoadas músicas folclóricas em sua honra ou recitadas poesias místicas nela inspiradas.

 

Após o término do ritual, o coven agradecerá à Deusa pela presença, e a Alta Sacerdotisa desfará o círculo com a espada em movimento levógiro.

 

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Oração a Hécate

Hecate

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“Ó Poderosa Hécate,

Faça com que o círculo nunca seja quebrado,

Faça com que a terra esteja sempre firme,

Faça com que o vento seja sempre constante,

Faça com que o mar esteja sempre agitado,

Faça com que o fogo nunca se apague,
e sua luz mostre o caminho.

Hécate!

Faça-se sempre viva em minha alma.”

Esta é uma das orações poderosa das Bruxas, aonde seus pedidos à Deusa Hécate,  geralmente são de protecção para suas magias e para activar a energia dos seus poderes.

 

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Oração a Hecate – Hécate Eu Sou

Hecate

Portal a&eHécate Eu Sou

 

Hécate eu sou, Mãe Negra, a Anciã.

Meu rosto é enrugado como uma pedra idosa.

Meus olhos são pretos como o breu, meus cabelos brancos como a neve.

Eu sou a noite escura sem lua.

Eu guio pelo lugar da Caçada Selvagem com meu poder negro

Pelo inverno à meia-noite

Meu reino começa na noite do Samhain

E dura até o dia da Luz de Imbolc.

Para as bruxas, eu sou sua Rainha divina

Sua líder, pelos séculos

Eu as ensino o poder mágico extremamente forte

Eu as ensino a diferenciar o certo do errado.

Mas se elas fazem o que é errado minha fúria, as farão pagar por isso

E minha vingança fará com que seus destinos na Terra fiquem marcados.

Porque eu sou a Justiça, eu sou a Morte, eu sou a vingança, Lua Negra

Eu sou a sabedoria e o Amor e a condenação do Mal.

Eu guardo todas as encruzilhadas de todos os lugares

Quem viaja com o mal deve tomar cuidado!

Eu tiro-lhes a alma e faço com que fiquem insanos

Para que nunca mais tenham a sorte de cruzar meu caminho novamente.

Eu sou terrível, gentil e implacável.

O que você vê em mim é você mesmo.

Quando sua hora chegar, eu o chamarei para junto de mim

Para passar pelo lugar da Caçada Selvagem até seu renascimento.

Então venha, minha Filha Bruxa

Siga meu caminho

Do poder mágico, não tenha medo de minha fúria.

Se você tiver coragem, será minha sacerdotisa

A escolha é sua, o que você escolher acontecerá.

 

 

Hecate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. Hecate é uma deusa lunar, um pouco á imagem da temida Lilith. Como todas Deusas lunares, Hecate encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto, da bruxaria, dos mais profundos segredos.

Hecate é a Deusa das bruxas, e simultaneamente a Deusa que vem a este mundo recolher almas para as conduzir ao abismo do reino dos mortos. Trata-se por isso de uma Deusa a que cabe um papel privilegiado na «ponte» entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo físico e o mundo dos espíritos.

Hecate é a Deusa das encruzilhadas, onde lhe eram dedicadas oferendas e sacrificios : bodes negros, cães negros ou gatos negros eram-lhe oferendados no decurso de rituais de adoração, ou de feitiçarias. Hecate pode incorporar numa lindíssima mulher de longos cabelos negros, e pode ser uma amante incomparável. Contudo a sua fúria e o seu poder são temíveis, e perante Hecate todo o respeito é pouco para garantir a sua ajuda. Dizem as lendas que Hecate também podia assumir a forma de um majestoso lobo negro, ou de um belo cão preto.

As estatutas existentes nas encruzilhadas onde Hecate era venerada e as bruxarias eram executadas, chamavam-se «hecateias», e constavam na fugira de uma lindíssima mulher com três faces, ou três belos corpos feminino unidos num só.

Hecate permite a operação de tarefas místicas essencialmente através de processo de meditação. Através desse processo, no silencio de uma meditação e através do aprofundamento dos nossos sentidos, pensamentos e forças espirituais, é que Hecate reside e abre portas ao mundo magico. Como deusa lunar que é, Hecate também opera a nível dos sentidos, aguçando-os, excitando-os, fazendo com que a carnalidade e o prazer se tornem uma poderosa chave de concretização de processos místicos poderosos.

Hecate reina na terra (onde vem buscar as almas dos mortos, conduzindo-as para o submundo), no céu (onde viaja através do luar), e do mar (onde se enebria com os prazeres do amor), pelo que é denominada a Deusa Tríplice. 

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Hecate – Hino Órfico à Hécate

Hecate

Portal a&eHino Órfico à Hécate

“Hécate a Beleza, eu a invoco:

Vós, dos caminhos e encruzilhadas, do céu, da terra e também do mar.

Vós, vestida de açafrão, dentre as tumbas,

Dançando com as almas mortas e o ritual báquico.

Vós, filha de Perses, amante da desolação, se regozija em gamos e cães, na noite.

Vós, terrível Rainha! Devoradora de bestas!

Despertada, possuída por forma inacessível!

Vós, caçadora de búfalos, Imperatriz soberana universal:

Vós, guia que vagueia pela montanha, é noiva, é pajem,

eu rogo, Ó Donzela, sua presença nestes rituais sagrados.

Vós, que vindes com a graciosidade do touro e um eterno coração alegre”.

Traduzido do grego para o inglês por Shawn Eyer

Hecate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. Hecate é uma deusa lunar, um pouco á imagem da temida Lilith. Como todas Deusas lunares, Hecate encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto, da bruxaria, dos mais profundos segredos.

Hecate é a Deusa das bruxas, e simultaneamente a Deusa que vem a este mundo recolher almas para as conduzir ao abismo do reino dos mortos. Trata-se por isso de uma Deusa a que cabe um papel privilegiado na «ponte» entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo físico e o mundo dos espíritos.

Hecate é a Deusa das encruzilhadas, onde lhe eram dedicadas oferendas e sacrificios : bodes negros, cães negros ou gatos negros eram-lhe oferendados no decurso de rituais de adoração, ou de feitiçarias. Hecate pode incorporar numa lindíssima mulher de longos cabelos negros, e pode ser uma amante incomparável. Contudo a sua fúria e o seu poder são temíveis, e perante Hecate todo o respeito é pouco para garantir a sua ajuda. Dizem as lendas que Hecate também podia assumir a forma de um majestoso lobo negro, ou de um belo cão preto.

As estatutas existentes nas encruzilhadas onde Hecate era venerada e as bruxarias eram executadas, chamavam-se «hecateias», e constavam na fugira de uma lindíssima mulher com três faces, ou três belos corpos feminino unidos num só.

Hecate permite a operação de tarefas místicas essencialmente através de processo de meditação. Através desse processo, no silencio de uma meditação e através do aprofundamento dos nossos sentidos, pensamentos e forças espirituais, é que Hecate reside e abre portas ao mundo magico. Como deusa lunar que é, Hecate também opera a nível dos sentidos, aguçando-os, excitando-os, fazendo com que a carnalidade e o prazer se tornem uma poderosa chave de concretização de processos místicos poderosos.

Hecate reina na terra (onde vem buscar as almas dos mortos, conduzindo-as para o submundo), no céu (onde viaja através do luar), e do mar (onde se enebria com os prazeres do amor), pelo que é denominada a Deusa Tríplice. 

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As três faces de Hécate

Hecate

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Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo. Hécate é, portanto, uma Deusa lunar por excelência e sua presença é sentida nas três fases lunares.
A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da Mãe. E a Lua Minguanterevela seu aspecto luminoso. É preciso morrer para renascer.
Esta Deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal. Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate era então, aDeusa das bruxas, Padroeira do aspecto virago, mas nos é impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes sacerdotes e confessores cristãos.

Em épocas primevas, antes do patriarcado ter se estabelecido, é mais fácil descobrir a essência interior do arquétipo Hécate e relacionar-se com ele. Hécate está vinculada com as trevas e com o lado escuro do Lua. A Lua, na verdade, não possui luz própria. A luz que se projeta na Lua é a luz solar. Logo, a Lua Cheia é a Lua vista pela luz do Sol. A Lua Nova Negra é, portanto, a verdadeira face da Lua.

Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice: Àrtemis, a virgem, personificava a Lua Crescente que renascia; Hécate personifica a escura Lua Nova e Selene, ou Deméter, eram a Lua Cheia. Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior.
Sófocles retrata a Ártemis a imagem e semelhança de Hécate, quando a denomina a “flecheira dos cervos, a que porta uma tocha em cada mão”. Em Áulide havia duas estátuas de pedra de Ártemis, uma com arco e flecha e outra com tochas. Parece como se a Deusa originária da lua contivesse o aspecto escuro e luminoso em uma só unidade.
Hécate seria uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.


O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.
Hécate, Rainha da Noite, como a chama a poetisa Safo, leva uma diadema brilhante e duas tochas ardentes nas mãos, olhos resplandecentes da escuridão. Talvez se trate de uma imagem da intuição que presente à forma das coisas, mas que todavia, é invisível. Isso explicaria por que, junto com Hermes, deus da imaginação, é guardiã das cruzes dos caminhos, onde não se sabe qual é a direção “correta”. Seus companheiros eram os cães, animais que seguem uma rastro “cegamente”. Nos lembra o chacal Anubis do submundo egípcio, que podia distinguir o bom do mal, e o Cérbero, o cão de três cabeças que guardava as portas do submundo da antiga Grécia.


Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino.
O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.
O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.


Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.
A Terra é o grande inconsciente uterino de onde brota toda a semente. É também o lugar para onde tudo retornará. Nesse inconsciente crônico a vida e a morte coexistem em um mesmo processo cíclico. Deste modo, o “ser” e o “não ser” podem viver sem conflito.
Hécate é uma antiga Deusa de estrato pré-grego de mitos. Os gregos tiveram dificuldade em enquadrá-la em seu esquema de Deuses, mas terminaram por vê-la como filha dos titãs Perseus e Astéria, Noite Estrelada, que era irmã de Leto, que por sua vez, era mãe deÁrtemis e Apolo. A avó de Hécate era Febe, uma anciã titã que personificava a Lua. Dizia-se que Hécate seria uma reaparição de Febe, e portanto uma Deusa Lunar, que se manifestava na lua escura.
Outras tradições tomaram-na por uma Deusa mais primal, fazendo dela irmã de Erebo e deNix (a Noite).
Zeus deu-lhe um lugar especial entre os Deuses, porque, embora ela não fosse membro do grupo olímpico, permitiu-lhe o domínio sobre o Céu, a Terra e o Mundo Inferior. Ela é, pois, a doadora da riqueza e de todas as bênçãos da vida cotidiana.
Na esfera humana, cabia-lhe presidir os três grandes mistérios do nascimento, da vida e da morte. Seu nome significa “a distante, a remota”, sendo ela vista como protetora dos lugares remotos, guardiã das estradas e dos caminhos.
Seu aspecto tríplice tornava-a especialmente presente nas encruzilhadas, ou seja, na convergência de três caminhos. Nesses locais, os gregos podiam encontrar-se com facilidade com Hécate, razão por que os consideravam sagrados, erigindo aí com freqüência estátuas tricéfalas chamadas Hecatéias. Também deixavam oferendas do seu alimento ritual, o “almoço de Hécate”, nessas encruzilhadas durante seus festivais especiais.
Os três símbolos sagrados de Hécate são:

– a Chave, por ser ela carcereira do Mundo Inferior;

– o Chicote, que revela o seu lado punitivo e seu papel de condutora das almas;

– e o Punhal, símbolo de seu poder espiritual, que mais tarde tornou-se o Athame das bruxas.


Todos os animais selvagens eram consagrados à Hécate e por isso, foi mostrada muitas vezes com três cabeças de animais: o cão, a serpente e o leão, ou alternadamente, o cão, o cavalo e o urso. Seus animais mais conhecidos são entretanto, o cão e o lobo.

 

O cipreste era a árvore sagrada da Deusa.
Na mitologia grega, Hécate, como representação da Lua Escura, aparece sempre acompanhada por cães que ladram. Como Deusa Tríplice, podia aparecer na representação de um cão com três cabeças (cão da lua), para lembrar de que em eras passadas ela própria era o cão da lua. Sua qualidade trina é representada também em estátuas posteriores, onde aparece como mulher tripla. Freqüentemente carregava consigo o cão que ela própria havia sido, ou uma tocha, emblema lunar, que é seu poder defertilidade e seu dom especial.
No Submundo, ou Mundo Inferior, Hécate é a carcereira e condutora das almas, a Pritânia, a “Rainha Invisível” dos Mortos. Tendo passado por Cérbero, o cão tricéfalo, e tendo sido julgadas pelos três Juízes dos Mortos (Minos, Radamando e Éaco), as almas devem chegar às encruzilhadas tríplices do Inferno. Nesse ponto, Hécate envia ao reino para o qual foram julgadas adequadas: para as campinas do Asfódelo, para o Tártaro ou para osCampos Elíseos.
Como aspecto de Deusa Amazona, a carruagem de Hécate era puxada por dragões. As mulheres que a cultuavam normalmente tingiam as palmas das mãos e as solas dos pés com hena.


Seus festivais aconteciam durante a noite, à luz de tochas. Anualmente, na ilha de Aeginano Golfo Sarônico, acontecia um misterioso festival em sua honra.
Hécate está associada a cura, profecias, visões, magia, Lua Nova, magia negra, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.
HÉCATE: PADROEIRA DAS BRUXAS
A Deusa Hécate, segundo algumas versões, recebeu o título de “Rainha dos Fantasmas” e “Deusa das Feiticeiras”. Para protegerem-se, os gregos colocavam estátuas da Deusa na entrada das cidades e nas portas das casas.


Medéia, que era uma de suas sacerdotisas, praticava bruxaria para manipular com destreza ervas mágicas e venenos, e ainda, para poder deter o curso dos rios e comprovar as trajetórias das estrelas e da lua.
Como Deusa Feiticeira tinha cães fantasmas como servos fiéis ao seu lado.
Há um grande números de bruxas que, ainda hoje, são devotas de Hécate, pois se sentem atraídas pelos aspectos escuros da Deusa.
Hécate, como Anciã e Deusa da Lua Escura, compreende o “poder do silêncio”. Muitas viagens espirituais incluem um período de muita meditação e silêncio. É essencial praticarmos o silêncio em nossos rituais e meditações, pois só o silêncio abre as portas da consciência universal.


Foi a Deusa Hécate que introduziu o alho como amuleto de proteção contra inimigos, roubo,mau tempo e enfermidades. Todos os anos, a meia-noite do dia 13 de Agosto (Noite do Festival de Hécate), deve-se depositar cabeças de alho em encruzilhadas como oferenda de sacrifício em nome de Hécate.
HÉCATE HOJE
Hoje podemos nos relacionar com Hécate como uma figura guardiã do nosso inconsciente, que tem nas mãos a chave dos reinos sombrios que há dentro de nós e que traz as tochas para iluminar nosso caminho para as profundezas de nosso interior.

Nossa civilização patriarcal talvez tenha nos ensinado a temer esta figura, mas se confiarmos em suas energias antigas, encontraremos nela uma gentil guardiã.

Ela está presente em todas as encruzilhadas que existem em todos os níveis do nosso ser, manifestando-se como espírito, alma e corpo. Devemos reconhecer que a imagem terrível, tenebrosa e horrenda de Hécate é um mero registro do medo inconsciente do feminino que os homens, imersos em um patriarcado unilateral, projetaram ao longo de milênios nesse arquétipo.

Temos que encarar nossa Hécate interior, estabelecermos uma relação com ela e, confiando na sua assistência, permitir a nós mesmos o desenvolvimento de uma percepção desse rico reino do nosso Mundo Inferior Pessoal. Somente por meio dessa atitude poderemos nos tornar seres integrados, capazes de lidar com as polaridades sem projetar de imediato dualismos.

Ao passar por uma encruzilhada, você irá se deparar com Hécate e ela dirá que nossas vidas são feitas de escolhas. Não existem escolhas certas ou erradas, mas sim, somente escolhas. Independente do que escolher, a experiência, por si só, já é algo valioso. Hécate insiste para que não tenhamos medo do desconhecido. Os desafios apresentados precisam de um salto de fé da pessoa que faz a escolha. Confie que será capaz de fazer uma escolha quando chegar a hora. Conceda-se tempo e espaço, nunca se censure ou se culpe, apenas faça sua escolha.

(Fonte: rosanevolpatto)

 

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