Como surgiu o Natal
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O Natal, provem do latim ‘natális’, por sua vez derivada do verbo ‘nascor, nascéris, natus sum, nasci’, que significa nascer. Como adjectivo, significa o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa.
De ‘natális’ deriva também ‘natureza’, o somatório das forças activas em todo o universo.
Como festa religiosa, celebração do nascimento de Jesus, o Natal, é comemorado no dia 25 de Dezembro desde o Século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental.
A data para a celebração do nascimento de Jesus é o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e, o dia 7 de Janeiro, pela Igreja Ortodoxa.
QUANDO SURGIU O NATAL?
A festividade do Natal á muito mais antiga do que se pensa, tendo cada época adoptado o seu significado, de acordo com o credo religioso a que foi associado.
Uma coisa é certa: a festividade do Natal tem sua origem no paganismo.
O paganismo, celebra/va o solstício de Inverno, a noite mais longa do ano, no hemisfério norte. Dessa noite em diante, noite que acontece no final de Dezembro, o sol fica cada vez mais tempo no céu.
O dia era consagrado à celebração do “Sol Invicto”.
O Sol tem sua representação em diversos Deuses:
– Ra, o Deus egípcio;
– Utudos na Babilônia;
– Surya da Índia;
– Apolo, Deus greco-romano;
– e também Baal e Mitra.
* para os egípcios: Horus foi o deus solar e seu redentor. Horus nasceria de uma virgem e era festejado a 25 de Dezembro. Amenófis III criou um mito religioso que depois foi adaptado ao cristianismo: Trata-se da anunciação, concepção, nascimento e adoração de Iath.
* Para os mesopotâmios: o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do Inverno, eles acreditavam que os monstros do caos se enfureciam e Marduk, o seu principal deus tinha, que os derrotar para preservar a continuidade da vida na Terra. Durante o Zagmuk, festival de Ano Novo que durava 12 dias, era então realizado um ritual para ajudar Marduk na sua batalha.
* MITRA e MITRAISMO: 7 mil anos antes do nascimento de Jesus, fazia-se homenagem à data de “nascimento” do deus persa Mitra, que representa a luz.
Mitra pertence às mitologias persa, indiana e romana.
Na Índia e Pérsia representava a Luz (Deusa Solar), bem como o bem e a libertação da matéria. Chamavam-na de “Sol Vencedor”.
Entre os persas, apareceu como filho de Aura-Masda, deus do bem gerado de uma virgem, a deusa Anahira.
O culto de Mitra:
– Desde a antiguidade, o nascimento de Mitra, era celebrado a 25 de Dezembro. Ele teria nascido numa manjedoura, e foi venerado por humildes pastores;
– Celebrou uma Santa Ceia, com seus 12 discípulos, antes de voltar a casa do pai,
– Ascendeu ao Céu, de onde prometeu voltar no fim dos tempos, para o Juízo Final;
– Garantiu a vida eterna a quem se baptizasse: a purificação mediante o baptismo era essencial para alcançar a vida eterna. Quando nascia a criança era mergulhada em água e, depois, comprimia-se em sua boca um pouco de suco de um arbusto denominado Hom.
-o seu culto estava associado a uma existência futura e espiritual, completamente libertada da matéria;
– O culto era celebrado em grutas sagradas;
– o deus mitra encarnou para viver entre os homens, e morreu para que todos fossem salvos. Os fiéis, comemoravam a sua ressurreição em cerimónias, nas quais proferiam as seguintes palavras: “Aquele que não irá comer o meu corpo, e beber o meu sangue, assim que ele seja em mim e eu nele, não será salvo.”
Nos séculos III e IV da era cristã as religiões romanas identificaram-no com o carácter viril e luminoso do deus, transformando o culto a mitra no mitraísmo.
* ROMA: Aureliano, Imperador da Roma, oficializou o culto ao Sol, no ano de 273 d.C., assim estabelecendo o dia do nascimento do Sol em 25 de dezembro: o “Natalis Solis Invcti”, que significava o nascimento do Sol invencível.
Na Saturnália, festividade em honra ao Deus Saturno, era comemorada de 17 a 24 de Dezembro; sendo um período de alegria e troca de presentes. Era solenizado o dia mais curto do ano no Hemisfério Norte e o nascimento de um Novo Sol. No dia 25 de Dezembro, quando já era notória a vitória do dia sobre a noite, eram realizadas grandes festas nas ruas em comemoração do regresso do Sol.
Por Decreto de Constantino (317-337 d.C.) imperador de Roma, o Cristianismo foi incluso como religião. Sendo o imperador um antigo adorador do Sol, ele fez do dia 25 de dezembro uma Festa Cristã. Ele transformou as celebrações de homenagens à Mitra, Baal, Apolo e outros deuses, na festa de nascimento de Jesus Cristo. Uma forma de sincretismo religioso.
O povo cristão do Oriente, adaptou esta celebração para 6 de janeiro, sendo a escolha desta data provavelmente outra reminiscência pagã, pois esta é a data da aparição de Osíris entre os egípcios, e de Dionísio entre os gregos.
Em 325 d.C., Constantino conclamou o Concílio de Nicéia, numa tentativa de unificar o Cristianismo.
A igreja, não permitindo que outros Deuses fossem cultuados, e querendo combater toda celebração pagã do mês de Dezembro, acabou por escolher o dia 25 de Dezembro, como data oficial do nascimento de Jesus, dando desta forma um significado religioso àquela data, absorvendo inclusive alguns dos rituais pagãos, nomeadamente as velas e as trocas de presentes, passando estes a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino Jesus.
A celebração do Natal de Jesus foi instituída oficialmente pelo Papa Libério, no ano 354 d.c.
A prática do mitraísmo, bem como de outras religiões pagãs, foi declarada ilegal pelo imperador romano Teodósio I no ano de 391, tendo este desta forma proibido todas as religiões diferentes do cristianismo.
Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico.
Enciclopédia Católica (edição de 1911): “A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja… os primeiros indícios dela são provenientes do Egito… os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na festa do Natal“.
Orígenes, um dos chamados pais da Igreja (ver mesma enciclopédia acima): “… não vemos nas Escrituras ninguém que haja celebrado uma festa ou celebrado um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram neste mundo“.
Independentemente dos credos e das tradições, o Natal, é uma festa essencialmente familiar, na qual subsistem as tradições pagãs, tanto germânicas como romanas.
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