Feng Shui – As imagens positivas para o Lar
As imagens positivas para o Lar
No Feng Shui Real, a importância das imagens, das ilustrações arquetípicas alcançou o auge. Quando me perguntaram pela primeira vez, por que o Feng Shui tinha implicância com quinas e arestas, antes de responder me veio um filmete à cabeça: vi a imagem de dois homens da idade da pedra numa luta corporal, e um terceiro observando.
Nesse momento um dos homens é empurrado e cai, batendo a cabeça com violência numa pedra com gume afiado. O observador entre horrorizado e intrigado vê a cabeça do homem ser partida como um coco. Imediatamente ele corre, e vai buscar outra pedra afiada. Como não encontra, pega uma e começa a desbastá-la para que fique afiada.
Dali para a sofisticada espada de samurai, que corta cabeças como se fossem melancias maduras, foi um pulinho de, digamos uns 30 ou 40 mil anos. Assim se estabeleceu a relação entre os gumes afiados e o seu poder cortante destrutivo, ou construtivo, mas sempre associado a cortes. Da mesma forma funcionam milhares de imagens e de relações arquetípicas, como a da hierarquia das cabeças, onde quem pode mais ergue a sua e quem pode menos faz reverência.
Por isso sempre alerto os meus clientes para que tenham a máxima cautela com as imagens que possuem em casa, particularmente em forma de Arte, pois estas mais que nenhuma outra tem a função precípua de significar. Como posso esperar alegrias em minha casa se tenho uma imagem de um “palhacinho” chorando? Como posso querer riqueza se na parede da sala o quadro da minha sogra mostra barracos pobres, num ambiente de carência e desolação?
Mas as imagens arquetípicas estão em toda parte, como por exemplo, na arquitetura, quando vemos uma casa num nível da rua abaixo dos seus vizinhos, obrigando seus moradores ao entrar em casa a descerem, a irem para baixo. Ou então essas imagens podem estar inclusive na sua assinatura, que costumo chamar de “planta baixa” da nossa alma. Assinaturas, envoltas em círculos repetidos denotam que o indivíduo está “enrolado”; assinaturas que vão descendo, ou minguando a medida em que são assinadas, denotam depressão, perdas, inferioridade, doenças; e assim por diante num repertório vasto de possibilidades, estudadas pela Grafologia Arquetípica.
Mas existem também as imagens edificantes, que agem como curadoras, construindo e até curando. Por exemplo, é sempre bom termos a nossa volta imagens de animais cuidando dos seus filhotes, imagens de mar calmo, de edifícios altos, castelos no alto de montanhas, águias voando, ou seja, imagens ascensionais, que nos obrigam a elevar o olhar ótico e o olhar interior. É ótimo termos também imagens de jardins bem cuidados, de rios de águas claras e mansas, do nascer do sol, de plantação de girassóis, de trigo, de árvores frondosas e bem formadas, essas imagens denotam a natureza organizada, prolífica, exuberante, mas sob controle e a serviço do homem.
Desta forma podemos escolher entre ter a nossa volta imagens e situações que estimulem a nossa saúde, criatividade, e ativem programas ancestrais que nos sustentaram como espécie, ou permitir que nos façam companhia aquelas que denotam decadência, tristeza e dor, e isso se aplica também a nossa assinatura. Cercarmos-nos de imagens e situações edificantes, significa também evitar as imagens negativas que nos chegam pela televisão, pelos jornais, ou através da janela do nosso carro. Selecionar com critério aquilo que permitimos ser fotografado pela nossa retina, não é alienarmo-nos, ao contrário é nos preservar da contaminação imagética do nosso cotidiano.
A verdadeira epidemia de síndrome do pânico, e da doença da depressão, pode estar ligada a uma intoxicação sistemática por imagens destrutivas, e a consequente falta de imagens edificantes para contrabalançar. A comprovação científica, se é que alguém precisa disso, de que as imagens podem ser estimuladoras do sistema imunológico ou não, está fartamente divulgada, cabe a cada um de nós escolher aquilo que vai ter a sua volta.
Tudo o que o Homem aprendeu, aprendeu com a Natureza. Não é difícil entender, que os mais velhos ensinam os mais novos, mesmo que esse ensinamento não seja ostensivo, como numa sala de aula.
A natureza, não só do planeta como do Cosmo observável, precedeu em bilhões de anos o surgimento do primeiro hominídeo. Assim, quando algo mais ou menos assemelhado a uma raça humana começou a caminhar trôpego sobre o planeta, já há muito uma longa batalha pela sobrevivência, havia criado uma ultracomplexa estrutura significativa.
As “coisas” já faziam sentido: as marés oscilavam pelo efeito lunar, ao frio e recolhimento do inverno seguia-se o degelo, alegria e a renovação da vida primaveril, a cigarra e a formiga já cumpriam as suas funções, as abelhas já tinham estabelecido os seus códigos precisos de comunicação e ação conjunta, os espermatozóides fecundavam os óvulos e a vida se impunha sobre os caos.
Sem entender direito os milagres à sua volta, o homem observava, observava, e acreditem aprendia. Assim observou os animais e viu a força do leão, a covardia dos abutres, a esperteza dos macacos, a manha das raposas e etc; viu também que após uma tempestade os céus se limpavam e o sol voltava a brilhar; viu que as lágrimas e as águas do mar eram igualmente salgadas; que do alto era mais fácil se observar os inimigos à distância; e que da mesma forma que se enterrava uma semente, para que “morresse” e depois germinasse, os mortos deveriam ser enterrados, para renascer.
Assim foi se criando no inconsciente humano, e transmitido genética e karmicamente, conhecimentos codificados em imagens, algumas conotando negatividades e outras positividades. Não só na arquitetura, mas também na arte em geral o uso de imagens significantes, com impacto sobre o psiquismo, foi determinante para a evolução do homem desde os tempos das cavernas.
Roberto Bo Goldkorn
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