Livro de Salmos – Livro 1
O LIVRO DOS SALMOS- Livro I
O livro 1 de Salmos contem os Salmos 1 a 41.
1 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;
2 antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita dia e noite.
3 Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.
4 Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha que o vento espalha.
5 Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos;
6 porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína.
1 Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão?
2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
4 Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
5 Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá, dizendo:
6 Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte.
7 Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.
9 Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
11 Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor.
12 Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
1 Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos se levantam contra mim.
2 Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele em Deus.
3 Mas tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim, a minha glória, e aquele que exulta a minha cabeça.
4 Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde.
5 Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta.
6 Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor.
7 Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu! pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos ímpios.
8 A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção.
1 Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?
3 Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.
4 Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.
5 Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.
6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto.
7 Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho.
8 Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.
1 Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos.
2 Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro.
3 Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio.
4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.
5 Os arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a todos os que praticam a maldade.
6 Destruis aqueles que proferem a mentira; ao sanguinário e ao fraudulento o Senhor abomina.
7 Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo.
8 Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho.
9 Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.
10 Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra ti.
11 Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome.
12 Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como de um escudo.
1 Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
2 Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.
3 Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?…
4 Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.
5 Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
6 Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.
7 Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos.
8 Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
9 O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
10 Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.
1 Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que me persegue, e livra-me;
2 para que ele não me arrebate, qual leão, despedaçando-me, sem que haja quem acuda.
3 Senhor, Deus meu, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos,
4 se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu inimigo sem causa.
5 persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha vida no chão, e deite no pó a minha glória.
6 Ergue-te, Senhor, na tua ira; levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ordenado o juízo.
7 Reuna-se ao redor de ti a assembléia dos povos, e por cima dela remonta-te ao alto.
8 O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade que há em mim.
9 Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins.
10 O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração.
11 Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.
12 Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu arco;
13 já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas.
14 Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu a malvadez, e dará à luz a falsidade.
15 Abre uma cova, aprofundando-a, e cai na cova que fez.
16 A sua malvadez recairá sobre a sua cabeça, e a sua violência descerá sobre o seu crânio.
17 Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor, o Altíssimo.
1 Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus!
2 Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador.
3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste,
4 que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?
5 Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste.
6 Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:
7 todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,
8 as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares.
9 Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!
1 Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.
2 Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo;
3 porquanto os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.
4 Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente.
5 Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
6 Os inimigos consumidos estão; perpétuas são as suas ruínas.
7 Mas o Senhor está entronizado para sempre; preparou o seu trono para exercer o juízo.
8 Ele mesmo julga o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.
9 O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia.
10 Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, não abandonas aqueles que te buscam.
11 Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.
12 Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se esquece do clamor dos aflitos.
13 Tem misericórdia de mim, Senhor; olha a aflição que sofro daqueles que me odeiam, tu que me levantas das portas da morte.
14 para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião e me alegre na tua salvação.
15 Afundaram-se as nações na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
16 O Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos.
17 Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.
18 Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança dos pobres será frustrada perpetuamente.
19 Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações na tua presença!
20 Senhor, incute-lhes temor! Que as nações saibam que não passam de meros homens!
1 Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?
2 Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas que maquinaram.
3 Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor.
4 Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus.
5 Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com desprezo.
6 Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade.
7 A sua boca está cheia de imprecauções, de enganos e de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
8 Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão de espreita ao desamparado.
9 Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.
10 Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes garras.
11 Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.
12 Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.
13 Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não inquirirás?
14 Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.
15 Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade, até que a descubras de todo.
16 O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as nações.
17 Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido,
18 para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.
1 No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como um pássaro?
2 Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, às ocultas, aos retos de coração.
3 Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?
4 O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
5 O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência.
6 Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo.
7 Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu rosto.
1 Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens.
2 Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre.
3 Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente,
4 os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertencem; quem sobre nós é senhor?
5 Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira.
6 As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes.
7 Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.
8 Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos homens.
1 Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
2 Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
3 Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;
4 para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.
5 Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua salvação.
6 Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.
1 Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.
2 O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.
3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
4 Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o Senhor?
5 Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
6 Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu refúgio.
7 Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
1 Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?
2 Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade;
3 que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta;
4 aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda;
5 que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.
1 Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refúgio.
2 Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.
3 Quanto aos santos que estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo o meu prazer.
4 Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.
5 Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és o sustentáculo do meu quinhão.
6 As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa herança.
7 Bendigo ao Senhor que me aconselha; até os meus rins me ensinam de noite.
8 Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado.
9 Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.
10 Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
11 Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente.
1 Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos.
2 Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade.
3 Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.
4 Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento.
5 Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus pés.
6 A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.
7 Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.
8 Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,
9 dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
10 Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.
11 Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra.
12 Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos.
13 Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,
14 dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
15 Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar.
1 Eu te amo, ó Senhor, força minha.
2 O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
3 Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.
4 Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me amedrontaram.
5 Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
6 Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.
7 Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.
8 Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador; dele saíram brasas ardentes.
9 Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.
10 Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
11 Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.
12 Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.
13 O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
14 Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.
15 Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas narinas.
16 Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.
17 Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram mais poderosos do que eu.
18 Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.
19 Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
20 Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
21 Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.
22 Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.
23 Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
24 Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
25 Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.
26 Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras contrário.
27 Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.
28 Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas.
29 Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.
30 Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.
31 Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso Deus?
32 Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;
33 faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos meus lugares altos.
34 Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.
35 Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua clemência me engrandece.
36 Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.
37 Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de os ter consumido.
38 Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.
39 Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se levantam.
40 Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me odeiam eu os destruo.
41 Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.
42 Então os esmiuço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.
43 Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu não conhecia se me sujeita.
44 Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se me submetem.
45 Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
46 Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha salvação,
47 o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,
48 que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
49 Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
50 Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.
1 Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
2 Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
3 Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.
4 Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os confins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
5 que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.
6 A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.
7 A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
8 Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.
9 O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
10 Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
11 Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.
12 Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.
13 Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.
14 Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!
1 O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.
2 Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.
3 Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.
4 Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu desígnio.
5 Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.
6 Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.
7 Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.
8 Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.
9 Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.
1 Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua salvação quão grandemente se regozija!
2 Concedeste-lhe o desejo do seu coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios.
3 Pois o proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino.
4 Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente.
5 Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de majestade o revestes.
6 Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o enches de gozo na tua presença.
7 Pois o rei confia no Senhor; e pela bondade do Altíssimo permanecerá inabalável.
8 A tua mão alcançará todos os teus inimigos, a tua destra alcançará todos os que te odeiam.
9 Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor os consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.
10 A sua prole destruirás da terra, e a sua descendência dentre os filhos dos homens.
11 Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não prevalecerão.
12 Porque tu os porás em fuga; contra os seus rostos assestarás o teu arco.
13 Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.
1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?
2 Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego.
3 Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.
4 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
5 A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos.
6 Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.
7 Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:
8 Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.
9 Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe.
10 Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
11 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda.
12 Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.
13 Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.
14 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
15 A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.
16 Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.
17 Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.
18 Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.
19 Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.
20 Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.
21 Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.
22 Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
23 Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.
24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
25 De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente!
27 Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.
28 Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.
29 Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.
30 A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.
31 Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez.
1 O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
2 Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.
3 Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
4 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
2 Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.
7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.
9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da Glória.
1 A ti, Senhor, elevo a minha alma.
2 Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre mim os meus inimigos.
3 Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam; envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
4 Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.
5 Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti espero o dia todo.
6 Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade, porque elas são eternas.
7 Não te lembres dos pecado da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, pela tua bondade, ó Senhor.
8 Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
9 Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.
10 Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu pacto e os seus testemunhos.
11 Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande.
12 Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher.
13 Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.
14 O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu pacto.
15 Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará do laço os meus pés.
16 Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e aflito.
17 Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias.
18 Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
19 Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio cruel.
20 Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em ti me refúgio.
21 A integridade e a retidão me protejam, porque em ti espero.
22 Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.
1 Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar.
2 Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente.
3 Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua verdade.
4 Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores.
5 Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios.
6 Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do teu altar,
7 para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.
8 ó Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.
9 Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida a dos homens sanguinolentos,
10 em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.
11 Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixão de mim.
12 O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações bendirei ao Senhor.
1 O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?
2 Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
3 Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança.
4 Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.
5 Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará.
6 E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus inimigos que estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios de júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
7 Ouve, ó Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e responde-me.
8 Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.
9 Não escondas de mim o teu rosto, não rejeites com ira o teu servo, tu que tens sido a minha ajuda. Não me enjeites nem me desampares, ó Deus da minha salvação.
10 Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.
11 Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana, por causa dos que me espreitam.
12 Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois contra mim se levantaram falsas testemunhas e os que respiram violência.
13 Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos viventes.
14 Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.
1 A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à cova.
2 Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamo, quando levanto as minhas mãos para o teu santo templo.
3 Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.
4 Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles merecem.
5 Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem para o que as suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os reedificará
6 Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas.
7 O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.
8 O Senhor é a força do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o seu ungido.
9 Salva o teu povo, e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre.
1 Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, tributai ao Senhor glória e força.
2 Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes santos.
3 A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
4 A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
5 A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
6 Ele faz o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de boi selvagem.
7 A voz do Senhor lança labaredas de fogo.
8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
9 A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as florestas; e no seu templo todos dizem: Glória!
10 O Senhor está entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como rei, perpetuamente.
11 O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.
1 Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste, e não permitiste que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
2 ó Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.
3 Senhor, fizeste subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida, dentre os que descem à cova.
4 Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai o seu santo nome.
5 Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.
6 Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado.
7 Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha permanecesse forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.
8 A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:
9 Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?
10 Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! ó Senhor, sê o meu ajudador!
11 Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;
12 para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre.
1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça!
2 Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!
3 Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.
4 Tira-me do laço que me armaram, pois tu és o meu refúgio.
5 Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus da verdade.
6 Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu, porém, confio no Senhor.
7 Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias,
8 e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso.
9 Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.
10 Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.
11 Por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio, sim, sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.
12 Sou esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um vaso quebrado.
13 Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida.
14 Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus.
15 Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem.
16 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua bondade.
17 Não seja eu envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados sejam os ímpios, emudeçam no Seol.
18 Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo.
19 Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam!
20 No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.
21 Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo numa cidade sitiada.
22 Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti clamei.
23 Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o Senhor guarda os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de soberba.
24 Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor.
1 Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
2 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.
3 Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo.
4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.
5 Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.
6 Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.
7 Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.
8 Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.
9 Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão.
10 O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.
11 Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos vós que sois retos de coração.
1 Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor.
2 Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas.
3 Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
4 Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas com fidelidade.
5 Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.
6 Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.
7 Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos.
8 Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.
9 Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.
10 O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.
11 O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.
12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
13 O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos homens;
14 da sua morada observa todos os moradores da terra,
15 aquele que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.
16 Um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem o homem valente se livra pela muita força.
17 O cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande força.
18 Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua benignidade,
19 para os livrar da morte, e para os conservar vivos na fome.
20 A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo.
21 Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome.
22 Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos.
1 Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.
2 No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.
3 Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.
4 Busquei ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me livrou.
5 Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos.
6 Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de todas as suas angústias.
7 O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
8 Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.
9 Temei ao Senhor, vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.
10 Os leõezinhos necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor, bem algum lhes faltará.
11 Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.
12 Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?
13 Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente.
14 Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.
15 Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
16 A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
17 Os justos clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
18 Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.
19 Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o livra.
20 Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles se quebra.
21 A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados.
22 O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele se refugiam será condenado.
1 Contende, Senhor, com aqueles que contendem comigo; combate contra os que me combatem.
2 Pega do escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.
3 Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize à minha alma: Eu sou a tua salvação.
4 Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida; voltem atrás e se confundam os que contra mim intentam o mal.
5 Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça fugir.
6 Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
7 Pois sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma cova para a minha vida.
8 Sobrevenha-lhes inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição.
9 Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação.
10 Todos os meus ossos dirão: ó Senhor, quem é como tu, que livras o fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o pobre e o necessitado, daquele que o rouba.
11 Levantam-se testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu ignoro.
12 Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.
13 Mas, quanto a mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício, humilhava-me com o jejum, e orava de cabeça sobre o peito.
14 Portava-me como o faria por meu amigo ou meu irmão; eu andava encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua mãe.
15 Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam; congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me sem cessar.
16 Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.
17 Ó Senhor, até quando contemplarás isto? Livra-me das suas violências; salva a minha vida dos leões!
18 Então te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo te louvarei.
19 Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
20 Pois não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra palavras enganosas.
21 Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! Os nossos olhos o viram.
22 Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.
23 Acorda e desperta para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu.
24 Justifica-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não se regozijem eles sobre mim.
25 Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não digam: Nós o havemos devorado.
26 Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
27 Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.
28 Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia todo.
1 A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.
2 Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e detestada.
3 As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem.
4 Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.
5 A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.
6 A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.
7 Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.
8 Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;
9 pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.
10 Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.
11 Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.
12 Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar.
1 Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
2 Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
3 Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em segurança.
4 Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.
5 Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.
6 E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia.
7 Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.
8 Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva à prática do mal.
9 Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.
10 Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.
11 Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.
12 O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes,
13 mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.
14 Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu caminho.
15 Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos quebrados.
16 Mais vale o pouco que o justo tem, do que as riquezas de muitos ímpios.
17 Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os justos.
18 O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre.
19 Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome se fartarão.
20 Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.
21 O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.
22 Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor herdarão a terra, mas aqueles que são por ele amaldiçoados serão exterminados.
23 Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita;
24 ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a mão.
25 Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.
26 Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é abençoada.
27 Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente.
28 Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos.
Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.
29 Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
30 A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que é reto.
31 A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus passos.
32 O ímpio espreita o justo, e procura matá-lo.
33 O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará quando for julgado.
34 Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados.
35 Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore verde na terra natal.
36 Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado.
37 Nota o homem íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de paz um porvir feliz.
38 Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e a posteridade dos ímpios será exterminada.
39 Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
40 E o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porquanto nele se refugiam.
1 Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.
3 Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.
4 Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.
5 As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura.
6 Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.
7 Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha carne.
8 Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do desassossego do meu coração.
9 Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te é oculto.
10 O meu coração está agitado; a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, até essa me deixou.
11 Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância.
12 Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas perniciosas,
13 Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca.
14 Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar.
15 Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás.
16 Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé.
17 Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
18 Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do meu pecado.
19 Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.
20 Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom.
21 Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.
22 Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.
1 Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
2 Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou.
3 Encandeceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
4 Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.
5 Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
6 Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.
7 Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti.
8 Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato.
9 Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,
10 Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.
11 Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destruis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.
12 Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais.
13 Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.
1 Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.
2 Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
3 Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.
4 Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.
5 Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.
6 Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocausto e oferta de expiação pelo pecado não reclamaste.
7 Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:
8 Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
9 Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios;
10 Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
11 Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua fidelidade sempre me guardem.
12 Pois males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me têm alcançado, de modo que não posso ver; são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração.
13 Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu auxílio.
14 Sejam à uma envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
15 Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!
16 Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o Senhor.
17 Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu.
1 Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.
2 O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.
3 O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença.
4 Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha alma, pois pequei contra ti.
5 Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
6 E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.
7 Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:
8 Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará mais.
9 Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
10 Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes retribua.
11 Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim o meu inimigo
12 Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.
13 Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e amém.
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